|Capítulo 05|
P.O.V Anastasia Holmes
Eu estava no quarto que seria compartilhado com as meninas. Havia três camas de solteiro, duas lado a lado e a terceira encostada na parede. Escolhi a cama perto da parede, arrastei minha mala até lá e a coloquei em cima. Sentei-me para abrir a mala, retirando três livros que trouxe comigo.
—O que tem na outra mala?—perguntou Lúcia, com sua voz fofa e curiosa. Virei para ela, que me olhava com grandes olhos atentos.
—Uma coisinha para quando eu tiver tempo livre—respondi, percebendo a expressão curiosa da garota—Depois eu te mostro—completei, sorrindo para ela.Afinal, quem poderia resistir àquela carinha cheia de fofoura?
(...)
Após arrumar algumas coisas, Dona Marta nos chamou para o jantar. Todos estávamos sentados à mesa, e por azar acabei ficando de frente para Pedro. O professor não estava presente; segundo Dona Marta, ele estava ocupado. Olhei para a comida à minha frente: purê de batata, frango e ervilhas, além de um copo de leite como bebida.
Todos comiam em silêncio, mas eu sentia um olhar constante sobre mim. Levantei a cabeça para ver quem era e me deparei com Pedro. Ele desviou o olhar rapidamente, como se tivesse sido pego em flagrante. Senti minhas bochechas corarem na hora, e voltei a me concentrar no meu prato, tomando um gole de leite para disfarçar o constrangimento.
(...)
Após o jantar, todos foram para nossos quartos, e eu e as meninas já tínhamos colocado nossos pijamas. Susana estava no banheiro do quarto, deixando eu e Lúcia sozinhas.
— Anastasia — chamou Lúcia, olhei para a garotinha que estava na cama dela.
— Oi, Lúcia?
— Você achou meu irmão bonito? — perguntou ela inocentemente. Abri e fechei minha boca, sentindo meu rosto corar de repente. Um sorriso sapeca surgiu nos lábios da menor.
— Ah... ele é como todos os outros rapazes — falei dando de ombros. Apesar de não ver muitos rapazes, eu passava mais tempo em casa estudando e, às vezes, ia à cidade. Não tinha muito contato com adolescentes da minha idade, especialmente com garotos.
— Lúcia, está atormentando a Anastasia? — perguntou Susana saindo do banheiro.
— Ela não está — falei sorrindo. A porta do quarto se abriu, e os meninos entraram de pijamas, parecendo um pouco emburrados.
(...)
Passaram-se quinze minutos, e eu estava deitada na minha cama, imersa em um dos meus livros favoritos, cheio de contos de fadas e seres místicos. Edmund estava sentado na cama de Susana, olhando para o nada, enquanto Pedro sintonizava o rádio nas notícias. Susana cuidava de Lúcia, tentando acalmá-la para dormir. Quando percebi o medo nos olhos da menor, fechei meu livro e me aproximei dela, sentando-me ao seu lado.
— Lúcia? — chamei suavemente.
— Os lençóis picam... — murmurou a pequena, com tristeza evidente. Notei Susana e Pedro se aproximando, com Susana sentando-se ao lado dela e Pedro ficando ao meu lado.
— As guerras não duram para sempre, Lúcia. Logo estaremos de volta. — disse Susana com sabedoria.
— Sim, se a casa ainda estiver lá. — murmurou Edmund, seu tom pessimista me irritando. Às vezes, aquele garoto era tão insuportável e indiferente.
— Não é hora de ir para a cama? — Susana chamou a atenção.
— Sim, mamãe. — Edmund debochou.
— Ed! — Pedro repreendeu o irmão, e ele revirou os olhos. Voltamos nossa atenção para Lúcia.
— Olha, Lúcia... — comecei carinhosamente. — Você viu lá fora? Esse lugar é enorme, dá para brincar de tudo. Posso até mostrar meu arco e flecha.
— Você tem um arco? —os olhos dela brilharam. — Eu nunca vi um de perto antes.
— Você sabe usar? — Pedro questionou, com um tom duvidoso. Olhei para ele.
— Claro. — respondi, levantando-me para ficar de frente para ele. — Além disso, sei lutar e até manusear uma espada. — deixei escapar um deboche, percebendo Pedro ficar impressionado. Voltei minha atenção para Lúcia. — Amanhã podemos brincar de algo, você vai adorar.
(...)
P.O.V Narradora
Na quietude da madrugada, Anastasia lutava para encontrar o sono, inquieta e virando-se na cama. Finalmente, resignada, ela se sentou, envolta pela escuridão do quarto. À sua volta, as irmãs Pevensie dormiam tranquilamente. Com cuidado para não acordá-las, ela se ergueu e, nas pontas dos pés, dirigiu-se à porta, abrindo-a com suavidade antes de sair do quarto.
Enquanto isso, em outro quarto, Pedro também enfrentava a insônia. Sem querer perturbar o sono de Edmund, ele se levantou e saiu do quarto, de longe, vislumbrou Anastasia descendo as escadas. Curioso, ele decidiu segui-la, movido por uma inexplicável atração pela garota.
Uma porta entreaberta chamou a atenção de Anastasia enquanto ela explorava o andar inferior. Curiosa, decidiu dar uma espiada. Ao adentrar a sala, seus olhos se iluminaram ao perceber que se tratava de uma grande biblioteca. Fascinada, ela se aproximou de uma estante e começou a passar a mão pelos livros, absorvida pelo encanto das histórias que ali habitavam.
Sem fazer barulho, Pedro entrou na biblioteca, observando a garota com interesse. Ele se aproximou e colocou a mão em seu ombro, mas antes que pudesse reagir, Anastasia agiu por instinto, derrubando Pedro no chão e mantendo o pé em seu peito.
— Você não estava brincando sobre saber lutar... — murmurou Pedro, enquanto tentava recuperar o fôlego. Anastasia revirou os olhos e se afastou dele.
— Nunca chegue por trás de mim! — respondeu ela seriamente. Com algum esforço, Pedro se levantou, encarando-a.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou ele.
— A pergunta é: o que você está fazendo aqui? — rebateu Anastasia, seu tom desafiador.
— Não é da sua conta. — ele completou, mantendo uma postura firme.
— Está me seguindo? — Anastasia questionou, aproximando-se de Pedro, que visivelmente ficou nervoso com a proximidade da garota.
— Não. — sua voz saiu baixa, e Anastasia riu, revirando os olhos enquanto se afastava dele. Mas antes que pudessem dizer mais alguma coisa, a voz de Dona Marta ecoou no local. Pedro e Anastasia congelaram ao ouvirem os passos da mulher se aproximando. Agindo por impulso, Pedro pegou a mão de Anastasia e a puxou até uma cortina grande, ambos se escondendo lado a lado.
Dona Marta abriu a porta da biblioteca, notando a sala vazia. Com um encolher de ombros, ela fechou a porta e se afastou.
Ainda de mãos dadas, Pedro e Anastasia se olharam por um momento tenso antes de Pedro soltar a mão dela e saírem de trás da cortina.
— Acho melhor irmos. — Anastasia murmurou, e Pedro concordou rapidamente, liderando o caminho para fora da biblioteca, com Anastasia logo atrás.
Subindo as escadas sem fazer barulho, trocaram um último olhar antes de entrar em seus respectivos quartos.
Primeiro capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️🥰❤️🥰
1k de palavras amores, o que acham? Eu pensei antes dos acontecimentos da história, pensei em criar coisas novas, principalmente criando melhor a química de Pedro e Anastasia.
Meta 20 curtidas amores
Até o próximo capítulo amores ❤️🥰❤️
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