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029|sɪɴᴀ

Chego ao prédio dele dez minutos atrasada. Espero que ele já não esteja preocupado.
Dou um oi constrangido para o porteiro, vou até o elevador, aperto o número do andar dele. O elevador sobe, para e a porta se abre em seguida. Eu me olho no espelho no último segundo para conferir se está tudo ok e saio. Toco com a campainha.
Escuto risadas lá dentro, e meu coração acelera de ansiedade.
A porta abre e não é Noah que está atrás dela. É Sabi, com seus centímetros a menos e com uma expressão engraçada que não me permite evitar em dar um sorriso.
— Ei, Sabi.
— Ei, Sina! — ela se afasta e abre mais a porta para que eu passe. É diferente ver a casa iluminada pela luz do sol, e bem surpreendente, mesmo já tendo vindo aqui outras vezes. — Não se preocupe, não vou atrapalhar vocês. Só estou aqui para contar uma coisa para você.
Fico sem jeito quando ela sugere que atrapalharia. Então, Noah aparece no batente da cozinha com um potinho de sorvete e uma colher cheia que está indo em direção a sua boca. Ele olha para mim e não diz nada, só dá um sorriso fofo e abocanha o sorvete. Suas bochechas hoje estão curiosamente coradas, e acredito que seja algo que a Sabi tenha causado a ele. Fico feliz por ela conseguir deixá-lo assim, e espero aprender algo com ela.
— Si, tentei impedir que ela te contasse, mas, conhecendo a Sabi como conheço, sei que não tinha nada que eu pudesse fazer. Não pense que não estou constrangido também — ele avisa. — E, ah, tem sorvete para você aqui também.
Sorrio em agradecimento, e acho graça do "Si". Ele nunca havia me chamado por um apelido antes.
— Qual é a história? — pergunto, enquanto me escoro no sofá, de frente para os dois.
— Então... Eu fui com o Noahzinho aqui — e ela aponta para ele — fazer compras no supermercado mais cedo. E, depois, ele disse que me pagaria uma Starbucks, o que, claro, aceitei — agora ela já está com sorriso largo, e ele sorri também, mas timidamente. — Só que, o que seria uma linda tarde de quinta-feira, quase se transformou em um pesadelo.
Ela fica mais séria e me encara com seus olhos escuros, e eu me endireito, preocupada. Mesmo assim, Noah ainda sorri.
— Quando abrimos a porta daquele Starbucks envidraçado na paulista — percebo que é o mesmo que fomos, na primeira vez que nos vimos — , eu vi meu ex lá dentro, vindo em direção à saída, e, consequentemente, a nós. — ela olha de relance para o Noah. — E eu entrei em desespero. Ele estava com outra menina, e eu quis morrer. E foi aí que o Noahzito teve a ideia de fingir que era meu namorado... E me deu a mão, entrou no Starbucks como se não soubesse quem era o André, que nessa hora já estava passando por nós E que, segundo o Noah, ficou encarando ele, embasbacado!
Sorrio com a história e imagino o Noah tendo a ideia de salvar a pátria para a Sabi no último segundo do último tempo. Imagino também a cara do ex ao ver o Noah de mãos dadas com ela.
— É que, na verdade — ela retoma — eu só estou contando isso para dizer que...
— Sabi, não — Noah a repreende, visivelmente constrangida e pronto para atirar uma almofada nela, que termina de falar antes que ele a impeça.
— Pra dizer que ele daria um ótimo namorado — ela agora gargalha — , e bom filme para vocês!
— Sabi! — Noah grita, envergonhado, mas Sabi já está do lado de fora do apartamento fechando a porta.
Ele fica um minuto parado de costas para mim. Quando me encara, ainda está com um sorriso bobo, as bochechas vermelhas e o cabelo um pouco atrapalhado.
— Ahm... — ele parece calcular as palavras. — Ignore isso tudo que ela disse.
— Tudo bem — respondo, num sorriso.
— Sorvete? — ele oferece, indicando a cozinha.
— Adoraria.

....

Pouco mais de duas horas depois, Ela termina e, apesar de Noah ter chorado algumas vezes, ele sorri agora.
— O filme é incrível — ele comenta, baixinho, e seus olhos ainda brilham com a luz do projetor.
— Eu te disse — brinco. — A fotografia é linda, né?
— Sim, e a trilha sonora, uau! — então, ele puxa o computador que está na mesinha ao lado da cama e digita algumas coisas. — Achei!
— Achou o quê? — eu me esgueiro sobre ele na cama para olhar. Há uma página aberta no computador com uma imagem igual a do filme, mas sei que é de um álbum.
— A trilha sonora. E ela será a minha em três, dois... — e aperta o enter. Vejo o download sendo feito na conta dele e, em menos de dois minutos, ele dá play. — Vamos ouvir... Essa daqui. Photography. Em homenagem a você que gosta da fotografia, ok?
— Ok.
Um segundo depois, ele aperta um botão, e o piano mais lindo que já ouvi ecoa por todo o quarto. Estou cercada pelo som, que não sai do computador, mas do sistema de som que fica espalhado pelo quarto e, aparentemente, funciona sem fios.
Deito a cabeça no peito dele, que respira tranquilo. Deixo que a música invada cada pedaço de mim, e sei que ele faz o mesmo. Por isso, não consigo me conter quando minha mão alcança a dele, macia, suave e do mesmo tamanho que a minha, e ambas se fecham juntas, com ternura.

....

— Então... Você já está com fome? Pensei em sairmos para jantar hoje. É o primeiro lugar no mapa. — ele indica o desenho sobre nós.
— Ahm, acho que sim. É longe daqui?
— Não muito. Vamos ao Bixiga hoje. É um bairro italiano super tradicional aqui de São Paulo. É bem antigo também. Lá tem as melhores cantinas e, obviamente, as melhores massas.
Fico animada só de pensar.
— Então, vamos.
Ele se levanta devagar da cama e eu me afasto um pouco para facilitar. Ele se espreguiça de costas para mim, e, além dele, vejo a noite já escura pela janela.
— Bom, podemos ir caminhando — ele diz, voltando os olhos para mim — ou podemos ir de carro, eu chamo alguém. Seria legal irmos de bicicleta, mas, como você empenou a minha — ele brinca — , não vai ser muito confortável.
— Bom, não me lembro de ter pedido para ser atropelada.
Então, ele abre um sorriso largo, estica o braço para mim. Eu lhe dou a mão e ele me puxa de uma só vez. Trombo contra o corpo magro dele. Ele me segura firme e passa uma das mãos por trás da minha cintura e a outra nos meus cabelos.
— Amo seus cabelos, sabia? — ele disse baixinho no meu ouvido.
— Fico feliz — respondo no mesmo tom, meus olhos se fecham para senti-lo mais perto. — E eu amo o cheiro do seu shampoo chique — confesso, e percebo que ele sorri.
— Shampoo chique?
— Sim. É o mais cheiroso que já achei.
Ele sorri.
— Seus cabelos são tão bonitos... Eu poderia olhar para eles por horas.
Fico muito feliz com o elogio, e me lembrando do meu único ex babaca que não gostava dos meus cabelos. Acabo contando isso a ele.
— O quê? Como ele era capaz de não gostar dos seus cabelos?
— Não sei... Ele vivia me dizendo que eu ficava mais bonita nas poucas vezes que eu ondulava o cabelo...
— Ele era um idiota. Você deve ficar linda com o cabelo ondulado também, claro, mas seus cabelos lisos... Acho que eles são parte da sua identidade, sabe? Não sei se é porque conheci você assim, lisa, mas eu realmente acho que combina muito com você.
Os elogios dele me derretem e acabam me trazendo de volta uma lembrança da infância.
— Sabe... Quando eu era criança, percebi que eu nunca via ninguém como eu nas revistas e havia muito poucas na TV, sabe? Assim, brancas. Com o cabelo liso, loiro. Aí, comentei isso com a minha mãe. Eu não estava chateada, mas estava incomodada com aquilo... Porque tudo o que eu via eram mulheres que nunca me representavam, nem à minha mãe. E acho que eu disse a ela algo tipo "elas não parecem com a gente". Minha mãe tirou o dia todo para me explicar que realmente elas não eram como a gente, mas que isso não significava nada. Não era porque o cabelo delas era diferente do nosso, que nossa pele era diferente da delas, que eu tinha que ficar como elas. Ondulando o cabelo e tudo mais. — ele olha para mim, ainda me envolvendo no abraço e me escutando com atenção. — E disse que nós mulheres éramos todas iguais por dentro, por mais que existissem milhares e milhares de diferenças físicas entre nós. E ela me mostrou várias mulheres com cabelos, raças e etnias diferentes, roupas e costumes só então entendi que era ok eu ser diferente, e como eu, existem milhares. Diferente de mim também. E que eu deveria aceitar o jeito que eu sou, e me amar cada vez mais.
— Sua mãe não poderia estar mais certa — ele acaricia meus ombros. — Você é incrível do seu jeito. Isso tudo só faz com que eu gosto de você ainda mais.
— Mais tarde, cresci o suficiente para ter certeza de que ela estava certa. E, além do mais, conheci a Shonda Rhimes.
— Shonda Rhimes? — ele me olha curioso.
— Sim! A melhor roteirista e criadora de séries que existe. Ela sempre que cria personagens reais, sabe? Gays, mulheres empoderadas incríveis. Personagens negros que são donos de hospitais. Advogadas, médicas, políticas incríveis. Na verdade, foi por meio dela que eu descobri que as mulheres poderiam ser o que elas quisessem. Além disso, existe a Beyoncé também, né? E a Kerry Washington, Viola Davis, Michelle Obama, Halle Berry, Oprah, Queen Latifah, Whoopi Goldberg... Meu Deus, posso citar centenas! Vou te apresentar a todas elas.
— Pessoalmente? — ele dá um sorriso bobo. — Eu conheço a Oprah. E a Michelle Obama. A Mulher Gato também.
Sorrio em ver o contrastes do rosto pouco iluminado com os olhos brilhantes dele.
— Quem me dera... Pela TV. E, ainda assim, você vai ficar muitíssimo satisfeito. E, sim, a Mulher Gato é a Halle Berry. Você vai amar todas elas.
Então, ele sorri e se desvencilha do abraço e aproxima sua cabeça do meu rosto, balançando-a como um cachorro, e rindo mais. O cheiro do shampoo chique se espalha por toda parte. Eu o pego pelos braços e o puxo para mais perto, dessa vez encontrando o sorriso dele com um beijo.

....

A noite está mais fria do que eu esperava, então, Noah precisa me emprestar um cardigã (dos muitos que descobri que ele tem). É o que eu estou vestindo sobre o vestido preto estampado com abelhinhas.
Estamos caminhando pela Paulista, que, pelo horário, está bem tumultuada, enquanto todos tentam voltar para casa depois do dia de trabalho. Hoje, especialmente, fiquei feliz em ter sido dispensada do estágio pelo meu chefe, afinal... Mais tempo para conhecer São Paulo.
Olho para o Noah e sei que fiz a coisa certa. Afinal, não é todo dia que se tem um guia desses.

{8/8}
O último 😢
Xoxo

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