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028|ɴᴏᴀʜ

É quinta-feira e acordo cedo.
Na verdade, fiquei rolando na cama a noite quase toda, e dormi em turnos curtos, por alguns minutos apenas... Minha cabeça simplesmente não parava de pensar, o que foi bem chato, mas produtivo também.
Hoje, vou levar Sina ao primeiro lugar no roteiro. Planejei tudo que nada desse errado. Fico pensando no que ela vai achar, na esperança de que ela goste.
Eu me levanto, escutando os carros e todo o movimento que a Paulista tem — mesmo cedo — e vou até a cozinha preparar algo para eu comer. Pego celular e vejo que tem uma mensagem da Sabi.
Noah? Você ainda existe? Saudades de você, sumido. Acredito que esteja tudo bem, certo?
Eu me sinto culpado por tê-lá deixado de lado todos esses dias.
Ei, Sabi! Está tudo bem, sim, e com você?
Ela responde imediatamente.
Comigo também. E aí, planos para o dia de folga? Tudo bem com a Sina? E com vocês?
Está tudo ótimo. Você acredita que ela não conhece quase nada aqui em SP?
Como assim, gente? Ela não mora aqui?
Canso de digitar, até porque preciso fazer algo para comer.
Vou ligar para você, posso?
E a resposta chega um segundo depois:
Estou esperando...
Aperto um ícone na tela e, um bipe depois, Sabi atende. Coloco no alto falante enquanto abro a geladeira.
— Oi, oi, oi — falo.
— Bom dia, flor do dia!
Dou um sorriso.
— O que você está fazendo acordada uma hora dessas?
— Tenho dentista daqui a pouco, estou no ônibus indo pra lá. Mas, vai, me conte.
— O quê?
— De você. Como tem passado?
— Bem, até — confesso. — Não dormi muito essa noite, mas é porque vou sair com a Sina.
— Ah, vai? — ela parece surpresa. — Aonde vocês vão?
— Acho que no Bixiga. Ela disse que cancelaram a aula de hoje, então depois do estágio ela vem ver um filme aqui, e depois vamos jantar lá. Quer ir?
A essa altura já tirei tudo o que precisava da geladeira, e agito o leite com achocolatado. Ela parece pensar no silêncio que segue.
— Não sei. Isso parece um jantar romântico, e não tenho um par para levar. Esqueceu que dei um pé na bunda daquele babaca no mês passado?
Sorrio.
— Você é meu par. Vamos?
Ela gargalha do outro lado.
— Eu sou seu par? Então, a Sina é par de quem?
— Meu também, claro — brinco, sorrindo. — Mas, sério, não sei se vai ser um jantar romântico.
— Uhum — ela soa irônica. — É claro que é um jantar romântico!
— Ok — confesso. — Talvez seja.
— Tudo bem, não vou. Você fica me devendo um Bixiga, ok?
— Fico, e pago com prazer. Voltaremos lá semana que vem, ok?
— Ok.
— Sabi, preciso fazer compras... — digo bagunçando o cabelo numa tentativa de coçar a cabeça. — Minha dispensa está bem vazia.
— EU AMO SUPERMERCADO. Sim, eu vou.
Gargalho sozinho na cozinha, mas sei que ela ouve por conta do alto-falante.
— Que bom que você sacou que era um convite. Nesse aqui perto de casa que fomos juntos da outra vez, ok? E depois te pago um Starbucks.
— A Sina não vai ficar com ciúme? — ela pergunta, e sinto o tom de brincadeira na voz dela.
— Talvez ela fique, mas, se ela quiser ser uma das mulheres da minha vida, precisará saber lidar com a outra. Que é você, no caso.
Ela gargalha.
— Tudo bem, então. No mesmo horário de sempre, ok?
— Te espero na porta.
— E, SE VOCÊ ATRASAR, EU TE MATO. — o tom é intimidador, mas, em se tratando de Sabi, eu sorrio.
— Estarei lá. Mesmo.
— Então, tá. Um beijo.
— Outro. — e escuto o bipe sinalizar o fim da ligação.

....

O tempo quase voa até a hora que marquei com a Sabi de estarmos no supermercado. Quero ir de bicicleta, mas eu me lembro do pneu empenado e do motivo daquilo, e dou um sorriso.
Tomo um banho rápido, visto uma roupa e saio com o cabelo ainda molhado. Hoje o dia está bem quente, diferente da noite fresca de ontem.
Sigo em direção ao supermercado e não demoro nem dez minutos até chegar. Sabi já está lá, e me recebe com um abraço apertado. Ela está como quase sempre: um vestido largo que vai até o joelho, um suéter fininho aberto, um colar delicado e sandálias. O cabelo preto e liso quase atinge os ombros, e seus olhos parecem sorrir.
Entramos em seguida, eu com o meu braço ao redor dos ombros dela e ela pegando na minha cintura. Deveria ser o contrário, mas a falta de altura de Sabi impede que eu toque sua cintura quando estou de pé. Eu até alcanço se estou ajoelhado, e essa tentativa já nos rendeu muitas gargalhadas em dias melhores.
Agora, ela assume o controle do carrinho e caminha ao meu lado, enquanto eu vou pegando os diversos produtos de que preciso e coloco ali dentro. Separo muitos biscoitos recheados que sei que a Sabi gosta e outras guloseimas. Menos de uma hora depois, estamos na fila do caixa.
— Sabia que essas balas Fini são feitas com mocotó? — comento, e ela me encara, estarrecida.
— Como assim? Isso é um absurdo!
Sorrio e dou de ombros.
— É verdade! Vi num documentário na TV uma vez.
— Não faz o menor sentido. Elas deveriam ser feitas de, sei lá, algas.
— O quê? — olho para ela, surpreso e segurando o riso. — Algas?
— Sim! Elas substituem quase tudo hoje em dia. Vi isso no cursinho.
— Eu nunca ouvi falar nisso.
— É sério. Tem uma alga que tem sílica no talo, então, parece uma areia... Daí eles colocam essas algas em alguns moldes de tijolo, e assam em fornos enormes. É, tipo, bizarro.
— Bizarro mesmo. E como isso ficaria gostoso numa bala Fini? — pergunto de volta, e ela segura o riso.
— Sei lá, ué. Algas são moldes, não? Não sei, algo me faz relacionar algas a balas Fini, e só Deus pode me julgar. — ela está com as mãos para o alto como se estivesse se rendendo.
— Tenho certeza de que Ele está fazendo isso agora — brinco, e ela dá uma risada.

....

Peço que o supermercado entregue as compras lá em casa, então, calculo o tempo que tenho para levar Sabi até o Starbucks mais perto. Eles demorarão mais algumas horas, então, acho que será suficiente.
Voltamos à Paulista e caminhamos um pouco ali. Por ser quinta-feira, há inúmeros executivos dentro de suas embalagens sociais, pastas e ternos chiques, e o sol acima de nós parece ter um único objetivo: fritar a todos. Tenho quase pena deles, mas a pressa que os aliena parece não deixar que percebam nada disso.
Há um músico tocando violão debaixo do vão do MASP, e eu pararia ali para ouvi-lo tocar sem problema, não fosse o fato de eu precisar passar no Starbucks e voltar rápido para casa para receber as compras.
— Uau, ele é bom— Sabi comenta, quase ofegante pela caminhada que estamos fazendo. Nesse calor, não a culpo.
— Sim. Tem até pessoas tirando foto. Será que a carreira dele decola?
Só depois percebo que, na verdade, diminuímos um pouco o ritmo para escutá-lo cantar. É uma música do Ed Sheeran que conheço por alto, e que sei que Sabi gosta.
— É uma música do Ed — olho para ela e então vejo que já está cantando a música, baixinho.
— Sim — e seguindo adiante.
Poucos passos depois, avistamos o alvo do outro lado da rua, está o nosso ponto de refresco.
Vamos até a faixa de pedestre para atravessar a avenida e há algumas travestis dançando uma música da Madonna de que eu gostava muito. Sabi sorri, e elas sorriem para nós também. Sabi arrisca uma dancinha ao meu lado e todas elas gritam, fazendo brincadeiras e me fazendo sorrir também, sem graça. Atravessamos a última rua, e quando me preparo para abrir a porta de vidro, Sabi congela.
— O que foi, Sabi? — pergunto baixinho.
— O cara lá dentro. É o André, com outra.
Olho para ela e vejo que ela procura desesperadamente um lugar para se enterrar, se isso fosse possível.
— Sabi, Sabi — chamo a atenção dela num quase sussurro. — Presta atenção! Me dá a mão.
Ela me olha confusa, e estica o braço. Pego a mão dela e nossos dedos se estrelaçam. A mão da Sabi é pequeninha, a sensação é engraçada. De qualquer forma, levanto o queixo, empurro a porta com uma das mãos e puxo Sabi atrás de mim, fazendo um sinal para que ela me siga. Ninguém merece encontrar o ex no Starbucks. Não que eu tenha uma ex, mas, se tivesse, não iria querer encontrá-la nunca. Muito menos no Starbucks. Ela também levanta o rosto como se não tivesse nada a temer, mas percebo sua mão tremer na minha.
Quando entramos, sinto o ar condicionado lá dentro e a sensação de alívio é imediata. O rapaz está vindo na nossa direção, rindo e de mãos dadas a atual companheira. Então, ele nos vê e seu sorriso some. Ele olha de mim para Sabi, depois, para nossas mãos dadas, e engole em seco.
De alguma forma, consigo manter o olhar e o encaro de volta. Ele parece murchar. Então, olho para Sabi, que finge estudar o cardápio que fica sobre o caixa, e me aproximo, dando um beijo na sua bochecha. Depois, eu né dirijo ao caixa como se fosse a coisa mais natural do mundo, e como se fosse o que fizéssemos diariamente. É divertido. Eu me posiciono de uma maneira que bloqueia a visão dela, nas Sabi se esgueira para conferir a saída do café. Rapidamente, ela se volta pra mim e me abraça.
— Ele ainda está olhando, mas acho que deu certo.
Sua voz sai abafada e engraçada por causa do nosso abraço.
— Sou o melhor ator — brinco.
Ela continua abraçada a mim por um instante, depois se afasta.
— Você me deve essa.
— Sem problemas. Te dou um beijo na bochecha na frente da Sina na hora que quiser — ela retruca, e sinto o rosto corar.
— Não precisa.
Ela sorri, e percebo que é uma brincadeira.
— Não acredito que ela estava usando a pulseira de couro que eu dei para ele — ela bufa.
Sabi parece muito frustrada, e me sinto mal e culpado, de alguma forma, por tê-la feito passar por isso.
— Aposto que era uma pulseira feia — comento na tentativa de fazê-la se sentir melhor, e só então percebo a burrada que acabei de dizer. — Quer dizer...
— Cala a boca — ela ri ao perceber minha confusão. É uma pulseira de couro com um timão. E significa que ele deve ser capaz de direcionar a própria vida sempre que se sentir sozinho. E que deve se lembrar de mim, claro — ela revira os olhos — , já que eu dei a pulseira para ele. E vir na minha direção, se quiser. Aparentemente, ele não quer.
A última frase sai tão baixo que eu não ouço, e me sinto muito mal por ela. Por sorte, chega nossa vez no caixa e eu faço o pedido.
— Chá gelado com limonada e refresber — sorrio enquanto faço pedido. Sou profissional em fingir uma aparência feliz para evitar as pessoas aleatórias. É mais fácil do que tê-las perguntando em vão " o que houve" ou passar uma impressão errada.
Depois que os pedidos chegam, vamos nos sentar.
— Não acredito nisso — ela diz, enfiando o canudinho verde na boca em seguida. — Ele parecia tão, sei lá, feliz. Isso é bom, mas...
Não ouso falar nada, sinto que esse é o momento dela de colocar para fora tudo que está sentindo, e seus olhos ficam marejados em questão de segundos.
— É tão injusto — ela continua. — Ele nem gostava de café, Starbucks, nada disso. E ainda deu a pulseira que eu dei de presente para ele, pra ela!
Continuo sem saber o que dizer, até que ela se volta para a bebida, que suga mais e mais, até arregalar os olhos para ela, imaginando como ainda tem fôlego. Então, ela fica vermelha, se afasta do canudo, engole e expira.
— Ugh — ela esbraveja. — Pronto. Estou bem. Acabou. Fim.
Ela sacode os ombros, passa as mãos pelos braços, fecha os olhos, respira fundo e me dá um sorriso.
— Sina é sortuda. Você é o melhor namorado de todos. Mesmo que de mentira.

{7/8}
Xoxo

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