𝘁𝘄𝗲𝗻𝘁𝘆 : 𝖼𝗈𝗇𝗍𝖺𝖼𝗍
VINTE : CONTATO
Talvez ele não estivesse pronto para encara-la, depois de tudo.
Já fazia alguns dias desde a luta contra Boro, e desde então acordou no hospital e ficou em observação. A luz do fim de tarde iluminava Konoha através da janela do hospital, o vento quente bagunçava seu cabelo rosado e as cortinas brancas do quarto.
Hanami se lembrou de todas as pessoas que vieram lhe visitar depois que acordou ali. Primeiro seu pai e sua irmã -já que sua mãe já estava consigo no hospital desde o dia em que se internou-, que passaram os primeiros dias no hospital a cuidado de Hanami, depois de alguns dias seus avos maternos apareceram; depois o time seis, Hanami se lembrou de como os amigos pareciam preocupados com a situação de seu ferimentos, recordando-se também do momento em que o seus amigos lhe deu um tapa olho rosado.
O mesmo que usava agora.
Era difícil a adaptação, perder momentaneamente a visão de seu olho e receber uma enorme cicatriz que ia de seu queixo até acima da sobrancelha, riscando o lado direito de seu rosto. Hanami suspirou, rindo breve ao se recordar do momento em que Mitsuki falou que Hanami estava ainda mais maneira com aquela cicatriz, e de quando Chocho falou que Hanami pareceu ainda mais bonita e poderosa.
A brisa quente do verão a atingiu de novo, seu corpo coberto pelas roupas e cobertas hospitalares sendo o suficiente para lhe aquecerem naquele fim de tarde. Hanami apertou a coberta com as mãos, desejando poder poder ter sua visão de volta logo; seu olho verde e triste se voltou ao próprio colo, ela resmungou solitária quando percebeu que esse seu desejo não seria atendido tão cedo.
Seu coração se tornou apertando quando Boruto lhe veio a mente. Ela lembrou do comentário de Sarada de hoje mais cedo, e de como ele havia se afastado um tanto dos amigos dizendo coisas sobre "se sentir culpado". Mas Hanami sabia que havia sido Momoshiki; afinal, Boruto não tem qualquer controle sobre ele quanto a isso.
A garota tocou ao tecido rosado que cobria seu olho riscado, bordado com uma flor branca que, outrora, Hanami souberam que foi bordado pela mãe de Eizen. A Uchiha se recordou das palavras de encorajamento de Ume sensei, embora houvesse chances de Hanami retomar a visão, Ume sensei explicou que isso não era uma fraqueza.
Com o canto do olho Hanami foi capaz de ver Kawaki, batucando duas vezes no batente da porta com os dedos de sua mão fechada. Eventualmente Hanami levou seu olho até ele, um sorriso ao ver o amigo novamente.
ᅳ Kawaki. ᅳ A garota soprou num sorriso, levando sua orbe até o colega na porta do quarto de hospital em tons alaranjados.
Kawaki se aproximou da menina na maca, com sua habitual face neutra. Sua mão tímida e lenta colocou o vaso de flor esbranquiçado sobre a cômoda ao lado de onde a Uchiha estava acomodada.
Tulipas vermelhas, saudáveis e vivas. Hanami pensou que, provavelmente, Kawaki as tivesse conseguido na floricultura Yamanaka. De forma tímida, seu dedos ajeitaram as lindas flores do arranjo, observando-as receber a luz do sol de jeito formoso. Apesar de neutro, ele estava mais quieto que o normal.
ᅳ O Hokage disse que as garotas gostam de receber flores. ᅳ Explicou. Esse, talvez, foi o ato mais carinhoso de Kawaki durante toda a sua vida.
Seus olhos se encontraram em um certo momento, observando-a sorrir ao tombar a cabeça para o lado. O Uzumaki se lembrou de quando ela estava desmaiada em seus braços, sentindo seu coração se apertar.
No entanto, Kawaki sabia que, mesmo que admitisse com todo o seu coração, Hanami nunca o olharia com outros olhos. E, por ele, "tudo bem". Afinal, ele não a forçaria a nada. Kawaki não possuía esse direito.
Hanami sorriu tímida, era a primeira vez que ganhava flores de algum garoto. Levando a mecha rosada atrás da orelha, ela silabou:
ᅳ Obrigada, Kawaki.
Era como se seus mundo tivesse se iluminado. Os raios se sol chegaram até a figura adorável de Hanami sorrindo, o rapaz se sentiu quente e inquieto; e, mesmo após horas de conversa com Hinata sobre o que sentia, era como se ele tivesse finalmente aceitando seus sentimentos ao olha-la agora.
Ele pensou que o próprio coração seria capaz de saltar de sua caixa torácica.
Kawaki suspirou, quebrando o contato visual quando seus olhos recairam para a flores que trouxera. Enventualmente ele sabia que teria que lidar com aquilo, embora não soubesse quando. Seus mãos se afastaram do arranjo, guardando ambas no bolso de sua bermuda.
O Uzumaki mentalizou aquilo por um tempo, absorvendo tudo para si mesmo.
ᅳ Como se sente hoje? ᅳ Ele questionou, seus olhos viajando para o lado de fora da janela.
ᅳ Melhor do que antes, embora eu ainda não enxergue nada. ᅳ Hanami respondeu, sua mão involuntáriamente sendo levada ao tapa olho. ᅳ Minha mãe disse que as chances são baixas, mas não é impossível.
Kawaki suspirou, seu olhar caindo para ela pensativa novamente.
ᅳ Então não adianta pensar negativo. ᅳ Soprou, lançando um olhar solitário para a garota. ᅳ Se acha que um olho a menos vai te enfraquecer, está subestimando a si mesmo. Você é mais do que isso.
Suas palavras a tocaram, seu coração palpitou mais forte graças a frase de encorajamento do amigo. Ele deu as costas, os olhos de Kawaki se estreitaram quando encarou a figura conhecida na porta do quarto.
Hanami buscava entender o que, verdadeiramente, Kawaki via em sua silhueta.
ᅳ Sei como é perder algo importante, mas não deixe isso te consumir. ᅳ O Uzumaki acrescentou, antes de deixar com que seus passos chegasse até os ouvidos da menina.
Ela tocou ao próprio peito, seu olho visível vindo até o proprio colo aquecido pelo cobertores do hospital. A brisa quente do verão os atingiu, seu cabelo curto e rosado balançou de um lado ao outro num suspiro.
O do cabelo bicolor atravessou a porta, seu olhar acizentado e estreito se encontrando com as orbrs azuis do mais baixo, não deixando de esbarrar de propósito no ombro dele antes de sair.
Borutou guardou ambas as mãos no bolso, observando a figura de Kawaki sumir entre os corredores do hospital de Konoha. Ele pensou se não podia simplesmente dar as costas e ir embora, não sabia qual seria a reação da Uchiha ao vê-lo, e não queria deixar as coisas pior.
O Uzumaki suspirou, seus olhos tristes e culposos caindo ao chão alaranjado pelo por do sol, antes de se encontrarem com os dela. Hanami possuía bochechas coradas e quentes, como se não pudesse acreditar que ele finalmente apareceu; ela se recordou do que Sarada a revelou, novamente.
Seus lábios se abriram num suspiro surpreso, antes de silabar seu nome surpresa:
ᅳ Boruto?
Ele estreitou os ombros, seu nome saindo de sua boca de forma adorável, o fazendo se sentir especial, mesmo que por breves segundos. Ele se lembrou do que Momoshiki fez e, apesar de ter conversado com Sasuke alguns dias atrás sobre o que aconteceu -e Sasuke garantindo com todas as palavras que Boruto não teria qualquer controle sobre Momoshiki- ele ainda se sentia culpado.
A imagem dela desacordada, pálida e sangrando sobre os barços de Kawaki.
O loiro tombou a cabeça para o lado em timidez, seus pés eram calmos e envergonhados até a garota na maca, que em qualquer momento deixou-o de encarar. Ele suspirou, suas mãos descansando sobre o cobertor que a aquecia, próximas das mãos da rosada.
ᅳ Eu não sabia se você queria me ver, depois de tudo... ᅳ Sua voz saiu baixa, o olhar azulado caindo para as próprias mãos enquanto Hanami o observava cabisbaixo. Boruto sabia que não era digno de sua atenção ou seu perdão.
Os olhos do Uzumaki caíram para o lado por um breve momento, observando as flores vívidas que Kawaki comprou mais cedo com a senhora Yamanaka. Boruto resmungou sobre, se perguntando se deveria ter se preparado mais para esse momento.
Ele se quer possuía palavras para dizer para ela. Boruto não tinha nada a lhe oferecer, a não ser ele mesmo.
E foi o que prometeu a si mesmo.
Suspirou, ambos os olhares se cruzando pela primeira vez em muito tempo. O rapaz não pode deixar de notar como nada mudou, como continuava bonita, durante a luz alaranjada do por do sol ao fundo que dominava Konoha de forma discreta.
Sua imensidão verde refletindo a si mesmo e aos próprios pecados e arrependimentos. Ele se perguntou se ela era capaz de vê-los, ou se, mesmo se fosse sincero, ela continuaria gastando dele após tudo o que mostrará.
A cabeça repleta de fios loiros bagunçado veio ao chão de bochechas quentes, antes de soprar:
ᅳ Você não precisa me perdoar, mas eu queria que soubesse que estou arrependido.
Hanami resmungou, seu coração ameaçando sair da própria caixa torácica quando o via. Ambas as mãos próximas umas das outras, Hanami entrelaçou seus dedos de forma tímida.
Ela sabia e, novamente, não precisavam de palavras para dizerem o que estavam sentindo, ou o que queriam dizer. Quando se coração palpitou forte, Boruto levou seus olhos até a figura a sua frente que sorria de maçãs coradas.
Céus...
O único olho visível refletindo até o mais fundo de sua alma, com um pequeno sorriso fino e tímido em seus lábios; o vento baguncou sua figura sorridente serena, deixando-a ainda mais linda. A Uchiha não carregava qualquer rancor de tudo o que aconteceu, ela sabia da ameaça ué Momoshiki representava mais que qualquer um.
E, mais do que qualquer um, ela sabia que não era seu Boruto naquela hora.
Ambos poderiam passar o dia inteiros apenas trocando olhares. Mas ela, no fundo, sabia que verdadeiramente não seria capaz de revelar seus sentimentos para ele. A rosada questionou qual seria a reação de Sumire quanto a isto, talvez estivesse na hora de acabar com as mentiras.
E, eventualmente Boruto se inclinaria para frente. Como a sensação se um enorme choque em seu corpo, Hanami sentiu seu corpo estremecer usando Boruto selou gentilmente seus lábios.
Sem qualquer malícia, um beijo singelo do canto de sua boca como se, após tudo, ele fosse incapaz de negar o que sentia por ela. Tudo, absolutamente tudo, se tornou lento. A garota fechou os olhos com força quando desejou que aquilo nunca acabasse.
. . . ♥︎ ?! notas da autora:
Oii, gente! Vim aqui conversar com vocês sobre uma coisinha que tá me incomodando bastante.
Vocês estão gostando do desenvolver do romance dos Borunami?
Tô perguntando isso porque recebo alguns comentários e mensagens na dm do instagram de um pessoal que pede "mais romance". O que acontece, gente, o romance do casal principal (não só em Bad Romance, mas de praticamente de todos os casais dos meus livros) é chamado de "show burn", que é um tipo de romance caracterizado pelo drama e pelo desenvolvimento gradual, ou seja: a relação é construída AOS POUCOS.
Particularmente, eu, Rebeca Angelina, não gosto de acompanhar histórias onde o romance acontece do dia pra noite, sem motivo ou conexão nenhuma entre os personagens. Então assim, concordam comigo que eu não vou escrever algo que não gosto de ver em outras obras?
Por exemplo, se vocês compararem Hanami do primeiro capítulo com a Hanami de agora, vão ver uma grande diferença. Isso se chama desenvolvimento, e é exatamente isso que estou fazendo com o casal principal. Não só o desenvolvimento da Hanami como personagem, mas o desenvolvimento dela em relação a outros personagens da trama, como por exemplo, o time seis que eu ainda pretendo aprofundar muito mais a relação deles.
Veja bem, você acompanha a obra de Boruto por causa da história em si, ou por causa de Borusara? Observe o desenvolvimento do Boruto e da Sarada desde o início da obra, foi criado uma tensão e conexão entre os personagens ao decorrer da história pra eles serem o que são atualmente!
Então, meu amor, não adianta vir aqui comentar esse tipo de coisa ou vir na minha dm do insta me pedir por mais romance, porque eu não vou mudar minha abordagem. Não significa que não haverá romance, haverá sim, e muito! Talvez isso fique até meio chato no volume dois da história de tão melosos que eles serão. É algo que eu gosto de escrever, e não se preocupem que o enredo (incluindo o volume um e dois e o hiden) de Bad Romance está planejada do começo ao fim, ok?
Enfim, eu queria desabafar com vocês isso porque já tava me incomodando tem um tempo. Eu até imagino que isso tenha afetado um pouco na minha escrita, peço perdão, inclusive 💔
Beijinhos da Rê, meus amores ❤️
+ um adendo: "para além da sua vivacidade, a tulipa vermelha carrega o significado do amor eterno e da intensidade do amor puro e verdadeiro."
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