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━━ 𖥔 ִ ་ ،𝟯𝟳. 𝗘𝗺𝗯𝗼𝘀𝗰𝗮𝗱𝗮.

━━ Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; Reino de Dressrosa.
ᘡElisabette, Anjo da Morte. ❪O ponto de vista Dela❫

Com apenas cerca de 45 minutos restantes para as três da tarde, começamos a nos dirigir a Green Bit, utilizando a ponte que conectava Dressrosa à pequena ilha. Usopp e Caesar Clown estavam claramente apreensivos com a informação que havíamos recebido sobre os Peixes Lutadores que habitavam os arredores daquela região, enquanto Tral-san e Robin mantinham seus habituais comportamentos reservados - eles seriam perfeitos um para o outro se ela não estivesse comprometida com Franky e se ele não fosse tão... magrelo e esquisito. A ponte parecia estar prestes a desabar, mas permanecia firme em seus pilares e no chão; nada havia que pudesse, de fato, nos preocupar enquanto a usássemos para atravessar com segurança até o outro lado... ou, pelo menos, era nisso que eu gostaria de acreditar.

- Estão vindo. - disse Tral-san, diminuindo o ritmo de seus passos até parar por completo.

- Quem está vindo? - indagou a arqueóloga em um tom calmo, porém atento, recebendo apenas o silêncio como resposta.

- Ei, ei... não me diga que está falando...

- Usopp, para trás. - coloquei-me à frente de meu companheiro, que apenas se agarrou a mim, tremendo.

- Ei, veja! São eles! - Caesar gritou, apontando para o enorme peixe que surgiu de repente, saltando sobre a ponte que, até então, acreditávamos ser nosso maior porto seguro. ‐ Eles apareceram!

KYYYYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!!! - gritamos, Usopp, Caesar e eu, ao nos depararmos com o tamanho daquela criatura.

O atirador do nosso bando se agarrou a mim, e eu a ele; ambos tremendo e gritando de pânico que começava a nos dominar. Era fato que éramos piratas fortes e procurados por todos os mares - eu era procurada até mesmo em minha ilha natal -, mas o medo é um sentimento que nos mantém vivos, e eu simplesmente não sei lidar com criaturas exageradamente grandes sem sentir meu sangue gelar ao recordar o quão aterrorizante foi nossa batalha contra Oars, quando estávamos em Thriller Bark. Aquele monstro quase me esmagou, e, se não fosse por Zoro e Sanji, talvez aquela tivesse sido minha última aventura com os Chapéus de Palha, cuja última visão seria um pé imenso prestes a esmagar meu corpo frágil, depois de tantas horas sem dormir e enfraquecida pela ausência da minha sombra.

- Vamos conseguir chegar a Green Bit desse jeito!? - indagou Robin ao moreno tatuado, que apenas a encarou de soslaio.

- Não se preocupe. - respondeu ele, com tranquilidade. - Vocês cuidam disso. - finalizou, apontando para mim e Usopp.

- É O QUÊ, Ô!?

- CUIDE DISSO VOCÊ, SENHOR SHICHIBUKAI!

- Não. Agora não posso lutar.

- Estão vindo! - agarrei minha foice, posicionando-me na defensiva. - ELECTRIC SPEAR!

Sabíamos que não teríamos chances suficientes de lidar com o cardume sozinhos, nem mesmo os cinco juntos, ainda que todos pudéssemos lutar com todas as nossas forças combinadas. Aqueles animais eram extremamente violentos, e, quanto mais deles derrotávamos, mais apareciam. No entanto, para tentar melhorar nossa situação de alguma forma, Tral-san ordenou ao narigudo que soltasse nosso refém para que ele também pudesse lutar, pois a habilidade da Fruta do Gás era capaz de eliminar todos aqueles Peixes Lutadores de uma só vez, caso surgisse a oportunidade. Afinal... habilidades que permitem modificar o oxigênio e torná-lo venenoso são um poder e tanto, não? Caesar Clown, por mais canalha que fosse, seria útil.

- Droga, a ponte já era! - gritou Usopp assim que vimos metade dela destruída, o que nos impediria de alcançar o outro lado. - E o pior é que não dá para enxergar direito o outro lado por causa da neblina!

- Um dos peixes está vindo em nossa direção!

- Maldição! Não podem destruir ainda mais a ponte!

- Sparkling Casc...! - eu estava prestes a criar uma cascata ao nosso redor quando, de repente, três enormes lanças atingiram o Peixe Lutador.

Foi impossível não ficarmos chocados com o que acabara de acontecer diante de nossos olhos, especialmente quando ouvimos vozes do outro lado da ponte, de pessoas comemorando a captura do animal marinho enquanto diziam que ele serviria para alimentar "todos eles" por um mês inteiro. Isso nos pegou de surpresa e nos deixou ainda mais perplexos, considerando que nos haviam dito que, naquela ilha, não havia nenhum habitante e que era uma região deserta, onde apenas alguns animais viviam. Seria mais uma mentira de Doflamingo? Será que, de fato, existia alguma tribo vivendo em Green Bit, semelhante aos Shandias que habitavam Shandora, sobrevivendo por meio da caça e outros métodos? Esse pensamento me deixou, de certa forma, intrigada e curiosa... também bastante animada, pois poderia pedir aos residentes da ilha que me ajudassem na busca por plantas medicinais.

- Caesar! Elisabette-ya!

- O quê?

- Levem-nos até a ilha. - ordenou Law-san, em um tom autoritário, como se estivesse dando ordens a nós dois... e, naquele caso, ele realmente estava.

- EH!?!??!?!


━━ Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; Norte de Dressrosa, Green Bit.

Não demorou muito para que chegássemos a Green Bit; foram cerca de 20 minutos de voo até pousarmos em terra firme e nos depararmos com a fauna e a flora exóticas da ilha. Era diferente de tudo o que eu havia visto em toda a minha vida, o que me deixou completamente fascinada. Havia enormes plantas e flores, com uma imensa rosa destacando-se como a maior entre todas. Era tão grande, seu caule tão verde e suas pétalas tão vermelhas que pareciam ter sido pintadas à mão com o tom mais intenso de vermelho existente, deixando-me hipnotizada por sua beleza e levando-me a pegar rapidamente o Vision Dial de minha bolsa para fotografá-la.

Girei nos calcanhares para olhar ao redor e senti um frio na barriga ao pensar no fato de que, finalmente, estava com os pés no solo de Green Bit, tão próxima da minha salvação e da cura para o povo de Skypiea. As plantas que produzem a substância capaz de criar a vacina para salvá-los estão quase em minhas mãos; basta entregarmos Caesar Clown a Doflamingo e, então, poderei procurá-las. Tudo parece tão simples quanto tirar ponche da boca de uma fragrância... é assim que se diz? Não tenho certeza, mas que se dane também, não é como se alguém estivesse lendo meus pensamentos e sabendo tudo o que digo mentalmente.

Estávamos todos preparados para seguir até a praia no lado sudoeste da ilha, porém nos deparamos com um navio da Marinha que não parecia estar encalhado há muito tempo; parecia, na verdade, ter ficado preso entre as árvores e plantas apenas alguns minutos antes.

Olhei ao redor, curiosa, sentindo um desconforto no âmago, como um aviso de que algo estava errado e de que tudo poderia dar errado. Respirei fundo e me ajoelhei, ciente dos olhares de meus companheiros, aliado e refém, direcionados a mim. Toquei o chão e fechei os olhos, tentando me concentrar apenas nas presenças ao meu redor, utilizando todas as minhas forças para ativar meu Mantra e obter uma percepção mais clara das vidas em Green Bit, do que nos cercava e de qualquer ameaça iminente. No entanto, tudo o que sentia era a brisa do mar e os sons que vinham do interior da floresta - os animais fazendo arruaça, para ser mais específica.

- Algum problema, Lis?

- ...nenhum. - sussurrei, evitando olhá-lo, sabendo que ele reconheceria minha mentira de imediato. - Tudo limpo.

- Ainda temos quinze minutos até a hora marcada. Preciso que vocês me deem cobertura. - disse Tral-san, atraindo nossa atenção com olhares atentos. - Eles podem estar escondidos. Verifiquem a floresta. Se encontrarem algo, avisem-me o quanto antes.

- Entendido.

- Eu vou ficar. - falei, séria, dando um passo à frente dele. - Apenas para o caso de algo sair dos trigos.

- Trilhos.

- Exatamente!

Robin e Usopp seguiram as ordens de Tral-san, dirigindo-se diretamente para a floresta em busca de qualquer movimento suspeito, enquanto permanecíamos apenas eu, ele e Caesar, caminhando rumo ao sudoeste de Green Bit. Ali, apenas aguardávamos pela chegada deles para nos confrontarmos com Donquixote Doflamingo assim que ele chegasse para levar nosso refém. Afinal, ele havia cumprido sua parte do acordo ao renunciar ao cargo de Shichibukai e abandonar o trono de Dressrosa.

Assim que chegamos à praia, Tral-san e eu ficamos em prontidão, encarando o horizonte além do mar, ambos em silêncio. Os únicos sons que se ouviam eram as ondas quebrando nas margens da praia, os animais rugindo e uivando, além da ventania provocada pela maresia. O céu estava sereno, assim como o clima em geral; as águas estavam calmas e não havia sinal algum de tempestade - tudo indicava um dia considerado bonito. Mesmo assim, sentia arrepios percorrendo meu corpo a cada segundo, como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer. Optei por ignorar essa sensação, uma vez que não conseguia usar o Mantra para ter certeza de que tudo estava bem ao nosso redor e que nenhum inimigo viria em nossa direção para nos atacar... Isso apenas me fazia sentir tão frágil e vulnerável quanto um passarinho perdido.

Senti minha visão escurecer por um breve instante, enquanto levava a mão à barriga, percebendo uma agitação inquietante em meu estômago, como se estivesse prestes a sangrar por todos os lados. Respirei profundamente, mordendo o lábio inferior diante da vertigem que me acometia, apoiando Inazuma no solo para encontrar suporte em sua presença. Odiava sentir-me assim, tão frágil e delicada quanto qualquer ser humano comum, suscetível até aos mais ínfimos danos que a vida impõe.

Pelo canto de meus olhos, vislumbrei o Cirurgião da Morte, absorto na contemplação do relógio, sua expressão marcada pela agonia do tempo que parecia se arrastar interminavelmente - como ele mesmo murmurou diversas vezes. Então, uma inquietante reflexão me assaltou: por que Trafalgar Law sempre se comporta dessa maneira quando se trata de Donquixote Doflamingo? Que sombras esse homem lançou sobre ele, para que seu coração dispare descompassado ao ser mencionado? Recordo-me bem de como sua aura se tornava mais sombria e opressiva quando nos dirigíamos a Doflamingo pelo nome verdadeiro, ao invés de recorrer aos seus codinomes, Joker ou Jovem Mestre.

Na solidão das noites silenciosas, questiono você, Tral-san... o que atormenta sua alma? Que espectros do passado o apavoram e o mantêm à mercê desses olhos tão cansados?

Ao mesmo tempo em que está diante de mim, ele parece também estar distante - além do meu alcance, longe do meu toque. Antes que meu Mantra enfraquecesse e quase se dissipasse, eu podia sentir a dor e a angústia que corroíam sua alma, o que, de alguma forma, despertava em mim uma curiosidade insaciável sobre ele, um desejo de compreender o que tanto o atormentara e o continuava a perseguir. Dele, sei quase nada; contou-me apenas o essencial, o mínimo para não ser um estranho completo. Revelou que veio de uma ilha no North Blue, que comeu sua Akuma no Mi aos 11 anos de idade e que começou a formar sua tripulação aos 15. E então, uma risada amarga escapou dos meus lábios, pois, enquanto ele desbravava o mar e se tornava um pirata cujo nome em breve ecoaria pelos quatro cantos do mundo, eu assistia Birka desaparecer do mapa das Ilhas do Céu e via minha mãe morrer diante dos meus olhos. Irônico, talvez.

*Purupurupurupuru* *Purupurupurupuru*

*Kachak*

"Ei, Law! É o Sanji!"

- Kuroashi-ya! Encontraram a fábrica?

"Isso não importa agora!", a voz do meu companheiro soava aflita e desesperada, como se estivesse correndo ou fugindo de alguém, o que se confirmou ao escutarmos tiros e passos apressados ao fundo. "Prestem atenção! Vocês precisam sair daí!"

- Como assim? - Tral-san questionou, indignado, mas percebi pelo seu olhar que as palavras de Sanji o deixaram tão atônito e alerta quanto eu. - Já está quase na hora da troca!

"Doflamingo não renunciou ao posto de Shichibukai! Se entregarem Caesar a ele, não terá ocorrido troca alguma!"

- Isso não faz sentido. Como assim?

- Tral-san... pessoas estão vindo na nossa direção! - agarrei Inazuma com força, colocando-me à frente do Cirurgião da Morte e do nosso refém. Por mais fraca que eu estivesse, ainda conseguia sentir a força esmagadora de uma única pessoa se aproximando... tão forte e poderosa quanto um Almirante da Marinha.

"Nós fomos... completamente enganados!"

"Ouviu isso!? Saiam da ilha, já!"

Abri minhas asas e, mesmo com todos os ossos do meu corpo clamando por descanso, coloquei-me em posição defensiva e forcei minha mente até o ponto em que consegui ativar completamente o meu Mantra, revestindo meus braços e punhos com o Haki do Armamento. Uma dor aguda atravessou minha cabeça, tão intensa quanto uma tijolada na testa, no momento em que senti o brilho avermelhado cintilar em meus olhos, atraindo a atenção até mesmo do meu aliado. Ele percebeu que eu havia ativado meu Mantra e, embora o conhecesse pouco, pude ver em seu olhar de reprovação que sabia que eu estava forçando meu corpo a utilizar aquela habilidade, mesmo que isso exigisse todo o meu esforço em algo que costumava ser tão simples e natural para mim, mas que agora se tornava uma dor infernal.

Alguém vinha em nossa direção pela frente com a rapidez de uma bala e, em questão de minutos, nos atacaria. Também consegui sentir a presença de alguém incrivelmente poderoso se aproximando por nossas costas, acompanhado por centenas de pessoas que, embora parecessem fracas, pela quantidade poderiam nos causar sérios problemas se tivéssemos que lutar apenas eu e Trafalgar Law.

- Eli-chan. Law. Este é apenas um clone. - disse Robin, surgindo de repente com metade do corpo saindo da areia, pegando-nos desprevenidos. - Eu ouvi a conversa. Era Sanji-kun, não era?

- Ei, onde estão seu corpo verdadeiro e o Nariz? Se o que o Kuroashi-ya disse for verdade, nosso acordo com Doflamingo está perdido.

- Perdido!? Mas e eu!? - Caesar Clown perguntou, desesperado, até que lhe acertei um soco bem no meio do rosto. Esse safado! Ele me tira do sério.

- Robin! Você e o Usopp precisam voltar, temos que sair de Green Bit agora! - falei, ajoelhando-me para ficar mais ou menos à sua altura. ‐ Onde vocês estão? Eu vou buscá-los!

- Estamos no subsolo da ilha agora! - ela suspirou e então nos encarou. - Não podemos ajudá-los neste momento. Mas, se forem fugir, vão sem nós. Iremos para o porto, onde combinamos de nos encontrar.

De repente, surgiu um exército inteiro de soldados da Marinha, acompanhados por um homem cego que parecia ser o líder. Assim que senti sua força e poder, tive certeza de que se tratava do novo Almirante da Marinha: Fujitora! Engoli em seco e senti os pelos do corpo se arrepiarem no instante em que Tral-san passou o braço em volta da minha cintura e me puxou para trás, colocando-me atrás de suas costas, como um escudo humano, e lançando-me um olhar que dizia "não faça nada ainda".

E então ele apareceu... aquele que eu mais temia ver naquele momento, mas também quem eu mais ansiava ver a olho nu: Donquixote Doflamingo - o homem a quem Bellamy dedica corpo e alma.

Ele era diferente de tudo o que eu imaginava. Loiro, com um corpo robusto de músculos visivelmente definidos, apesar da aparência de alguém que se aproxima da meia-idade, e com um tom de pele bronzeado. Havia nele um ar de superioridade e autoridade que fez minhas pernas fraquejarem, pois me lembrou vividamente de alguém que outrora possuíra aquela mesma aura, capaz de me enfraquecer até os ossos.

Por algum motivo, aquele homem fez meu sangue gelar como o gelo mais sólido e frio existente. O jeito como ele ria, a forma como falava e se referia a mim e a Tral-san... tudo era tão aterrorizante que, se meu coração estivesse em meu peito, eu poderia jurar que ele estaria batendo descontroladamente, como uma máquina enlouquecida. Quando... quando foi a última vez que me senti assim? Quando foi a última vez que um homem me fez sentir tão vulnerável e fraca diante de sua presença?

- Doflamingo! O acordo está cancelado! - esbravejou o capitão dos Piratas de Copas, irritado, embora eu pudesse perceber que estava tão ansioso quanto eu.

- É assim que você fala com seu chefe após dez anos sem sequer entrar em contato? - Doflamingo sorriu cinicamente, como se tudo não passasse de um jogo para ele. - Deixe-o, Law. Caesar é um dos meus mais preciosos subordinados.

"Quanto a você e aos Chapéus de Palha... é um aliado deles? Se sim, é culpado! Mas, se eles forem seus subordinados, Senhor Law, então... é inocente! Nossa missão depende de sua resposta."

O julgamento proferido pelo Almirante fez meus olhos se arregalarem e meu corpo paralisar; eu não sabia o que fazer, pois aquele parecia ser exatamente o momento em que Trafalgar Law, o Cirurgião da Morte, nos passaria a perna e trairia nossa aliança. Dei um passo para trás e agarrei o pulso de Caesar Clown, já imaginando a situação em que meus companheiros e eu seríamos colocados. Havíamos sido enganados e agora seríamos traídos. Não havia razão para ele ser sincero; não havia motivos. Arriscar seu título de Corsário quando tinha a chance de mantê-lo? Que oportunidade de ouro para não desperdiçar.

- Os Chapéus de Palha não são meus subordinados! Somos aliados, como os jornais divulgaram! - ele gritou de repente, sua voz ecoando por toda a praia como um hino de libertação.

- Seu... seu idiota! - gritei de volta, soltando nosso refém e agarrando os ombros do moreno tatuado. - Por que fez isso?! Era só fugir!

- Eu não sou nenhum covarde, sua pirralha! - ele agarrou firmemente meus pulsos e, se aplicasse um pouco mais de força, poderia facilmente quebrá-los.

"Então, teremos de remover seu título."

- Elisabette-ya, saia daqui! - ele me empurrou bruscamente, forçando-me a pegar Caesar nos braços e a voar em direção à floresta.

Lancei-me, junto ao cientista, para trás de alguns arbustos mais afastados da praia, buscando nos esconder de algo desconhecido que caía do céu. Era uma imensa rocha de fogo, quase do tamanho da pequena colina de areia e verde que era Green Bit - ouvi um dos fuzileiros navais chamando aquilo de meteorito. Fujitora havia lançado um. Dois. Três. Até que perdi a conta de quantos meteoritos aquele homem arremessava, um após o outro, com a intenção de ferir Tral-san e, sinceramente, acredito que aquilo também fosse uma tentativa, ainda que quase falha, de atingir Doflamingo.

Estava tão distraída com o cenário catastrófico diante de meus olhos que sequer notei quando Caesar Clown afastou sua mão da minha e correu para se proteger dos fragmentos de rocha ardente e fogo que infestavam toda a região em que nos encontrávamos.

Olhei para trás e não o vi mais. Foi então que senti uma pontada no peito, levando a mão até a região e quase agonizando ao cair de joelhos no chão, sabendo que algo havia atingido em cheio Tral-san. Levantei-me e encarei o local onde ele estava, observando-o correr em minha direção. Doflamingo estava logo atrás dele, e a Marinha também. Arregalei os olhos ao perceber mais uma vez a gravidade da situação em que nos encontrávamos e, agora... compreendendo que a culpa não era de mais ninguém, senão do próprio Cirurgião da Morte.

No entanto, eu não poderia deixá-lo para trás enquanto Luffy ainda não soubesse da situação. Além disso, algo me impedia de fugir e abandoná-lo. Sem hesitar, abri minhas asas e, quando ele estava perto o suficiente, puxei-o pelo braço, trazendo-o em direção ao meu corpo. Vi seu rosto afundar em meus seios quando o abracei com os braços e comecei a voar em direção à floresta, tentando desviar ao máximo dos tiros que o Shichibukai disparava contra nós.

- Elisabette-ya! Eu mandei você ir embora! - ele gritou, ajustando-se sobre meu corpo e envolvendo seus braços ao redor do meu pescoço, permitindo-me segurá-lo melhor ao colocar uma mão em suas costas e a outra sob seus joelhos.

- Eu sei! Mas eu não podia ir embora e deixá-lo aqui!

- Você vai continuar com essa besteira!?

- Eu não quero morrer, e não será por sua causa que eu vou, entendeu!? - gritei desesperada, sentindo algo atingir minha asa esquerda, o que fez com que caíssemos e rolássemos pelo chão.

Ao olhar para trás, vi minha asa sangrando e meu desespero aumentou ao pensar na possibilidade de não conseguir voar justamente naquele momento. Com certa fraqueza nas pernas, me coloquei de pé e tentei bater as asas, mas apenas senti um latejar insuportável na região ferida e cai de joelhos no chão, já sabendo que tudo agora iria depender das minhas pernas que há semanas já não me respondiam corretamente. Estava sendo difícil andar, correr então seria ainda pior.

- Levante-se e vamos! - Trafalgar-san agarrou minha mão com firmeza e começou a correr comigo, não permitindo, em momento algum, que nossos dedos se separassem enquanto corríamos.

- Abaixa! - empurrei-o para o chão, jogando-me por cima dele quando uma espécie de bala de canhão foi arremessada em nossa direção. - Minhas pernas!

- Acertou suas pernas!?

- Não! Eu... eu não consigo levantar! - gritei, assustada, observando meus membros que, de repente, haviam se tornado imóveis. - Eu não sinto elas!

- Porra! - ele se levantou tão rapidamente que mal tive tempo de processar a situação antes de ser colocada em suas costas.

Fugir de Donquixote Doflamingo e do Almirante Fujitora estava sendo como tentar escapar da morte; era impossível. Quanto mais tentávamos nos afastar, mais perto eles chegavam. Tral-san corria incessantemente e, quando minhas pernas finalmente voltaram a responder, apenas corremos juntos de mãos dadas para garantir que nenhum de nós ficasse para trás... era quase como caminhar diretamente para o inferno. Estávamos constantemente tropeçando nos próprios pés, caindo ao tentar desviar dos tiros, arranhando nossos corpos, batendo em tudo que encontrávamos e, nas vezes em que tentei voar com ele, acabávamos rolando ladeira abaixo até colidirmos com uma flor absurdamente enorme que impedia nosso movimento pelos morros.

Eu podia sentir meus pés esfolados de tanto correr, de tanto pisar no chão duro e esmagar pedregulhos que perfuravam minha pele. No entanto, a adrenalina que me percorria era tão intensa que eu mal conseguia sentir dor; estava desesperada demais e com os nervos à flor da pele para me preocupar com qualquer incômodo momentâneo.

Mais uma vez, um meteorito veio em nossa direção e não tivemos tempo de desviar. Fomos pegos pela explosão e arremessados em direções opostas, caindo exaustos no chão com os corpos cobertos de ferimentos - era como se tivéssemos descendido ao último nível das torturas infernais. Tossi sangue e tentei me levantar, vendo Tral-san fazer o mesmo. Arrastei-me lentamente até ele e o vi estender a mão na minha direção. Quando estava prestes a agarrá-la, alguém pisou na minha.

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