
━━ 𖥔 ִ ་ ،𝟯𝟱. 𝗘𝗳𝗲𝗶𝘁𝗼 𝗰𝗼𝗹𝗮𝘁𝗲𝗿𝗮𝗹. | 🔞
𝗡𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗘 𝗘𝗫𝗧𝗥𝗘𝗠𝗔 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗥𝗧𝗔𝗡𝗖𝗜𝗔: O conteúdo a seguir contém cenas envolvendo muito tesão reprimido.
━━ Segunda parte da Grand Line, Novo Mundo ; em algum lugar do mar.
Elisabette estava nua, de pé diante de Law, que passava pomada nas manchas em sua pele alva. Desde que fora descoberto que ela havia contraído a Febre das Árvores, as manchas haviam aumentado de tamanho e se espalhado ainda mais pelo seu corpo. Seu semblante estava cansado, e seu peso diminuíra consideravelmente, o que se tornava ainda mais evidente com sua nudez diante dele, o que, de certa forma, o preocupava. Há dias, ela não comia adequadamente, pois, sempre que o fazia, passava meia hora trancada no banheiro, vomitando sangue misturado aos restos das refeições do dia.
Aquilo já havia se tornado uma rotina pessoal para ambos, que esperavam todos irem dormir para se dirigirem ao consultório de Chopper, onde o Cirurgião da Morte aplicava a pomada na pele dela. Fazia algum tempo que a quantidade de pomada nos dedos de Law precisara aumentar, uma vez que as manchas verdes espalhadas pelo corpo de Elisabette estavam se tornando maiores e quase impossíveis de esconder com maquiagem. Na percepção dele, isso afetava a autoestima dela, já que dificilmente a via usando as roupas que costumava usar, como seus vestidos curtos, blusas decotadas ou com os braços à mostra. Não que ele se importasse, é claro, mas ainda era... estranho. Era estranho vê-la tão coberta, escondida.
Ela também estava diferente de certa forma, por assim dizer. Elisabette estava mais retraída, sonolenta e isolada de seus companheiros. Era comum para Law vê-la brincando com eles, correndo pelo navio junto de Luffy, Usopp e Chopper. No entanto, agora ele a via apenas cochilando pelos cantos, andando com passos arrastados e preguiçosos, optando por passar mais tempo no quarto descansando do que estar com aqueles que ela chamava de amigos com tanto gosto.
Assim que finalizou a aplicação da pomada no corpo dela, Law se colocou de pé, elevando sua altura sobre a dela que, apesar de ser alta, ainda era menor que ele. Com um toque terno e cuidadoso, ele levou a mão até o rosto dela e segurou-o delicadamente, seu polegar traçando círculos gentis ao redor de sua bochecha manchada. Ele notou o olhar dela se levantar para encontrar os olhos dele com um beicinho choroso, quase implorando por mais daquela carícia que ele tentava dizer a si mesmo ser apenas uma forma de espalhar mais o remédio sobre a mancha que crescia ali.
- Isso arde. - sussurrou ela, inclinando o rosto para o toque dele.
- É melhor arder do que rachar e sangrar.
- Mas ainda arde!
- Você reclama demais. - retrucou ele, afastando a mão do rosto dela e notando seus olhos se arregalarem levemente, mas ela não disse mais nada.
- Você só fala isso porque não é com você! - respondeu Elisabette com o cenho franzido, beliscando de leve a ponta do nariz dele, que apenas empurrou a mão dela para longe.
- E que bom que não é comigo. - ele deu um sorriso debochado de canto, notando o rosto dela ficar vermelho de irritação.
A mais jovem deu de ombros e afastou-se dele, virando as costas. Seus cabelos giraram e bateram no rosto do mais alto, junto com suas asas, que o empurraram inconscientemente, fazendo-o estalar a língua. Embora já estivesse acostumado com as pancadas que levava das asas dela ou das vezes em que ela se virava bruscamente e o acertava com seus cabelos longos e pesados.
Elisabette pegou seu vestido, uma peça na cor branca confeccionada em um tecido delicado, quase semelhante à seda. A estampa floral simples, porém encantadora, ressaltava a forma como o torso da peça alinhava-se perfeitamente aos seus seios, realçando ainda mais as curvas do seu corpo. A cintura ficava elegantemente desenhada na roupa, enquanto as mangas se estendiam até o final dos braços, cobrindo os pulsos e deixando apenas as mãos expostas. A saia do vestido ia até acima dos joelhos, escondendo seu corpo inteiro sob aquele tecido etéreo.
Law ainda se esforçava para se acostumar com essa nova visão, pois anteriormente estava habituado a vê-la em trajes mais ousados, vestidos curtos ou saias que quase revelavam as maçãs de seu bumbum.
Entretanto, era evidente que ela estava se escondendo, não desejando estar sempre coberta de maquiagem, nem querendo dar explicações sobre suas atuais condições. Afinal, mesmo convivendo há pouco tempo com os Chapéus de Palha, estava mais do que claro que todos eles se preocupavam profundamente uns com os outros, sempre prezando pelo bem-estar de seus companheiros e fazendo o possível para que cada um se sentisse confortável na presença de todos, como uma verdadeira família.
Da mesma forma, Law e sua tripulação eram como uma família. Embora ele fosse um homem reservado e pouco falador, sua tripulação era seu lar, e ele não conseguia se imaginar sem eles, por mais barulhentos que fossem.
Assim que terminou de se vestir, a platinada pegou sua foice, que estava encostada no canto da parede, ao lado da maca, onde havia um livro sobre ela. Ela olhou com curiosidade para a capa e estreitou os olhos, inclinando o corpo para tentar ler o que estava escrito. Essa tarefa teria sido mais fácil se o título não estivesse quase da mesma cor da capa de couro daquele bendito livro esparramado no local. Com muito esforço, ela começou a sibilar:
- Doc...trina... doctrina de... Mor...bis... Morbis... Cuta...neis... Cutaneis... - sua voz saiu um pouco confusa, contudo, estava entendendo aos poucos o que dizia ali. - Doctrina de Morbis Cutaneis¹!
- Sim... é isso. - respondeu ele com seu tom monótono de sempre, embora estivesse surpreso por ela ter conseguido ler aquelas palavras tão complicadas.
- Eu li! - um sorriso largo se formou nos lábios rosados da menor, que agarrou o livro e abraçou. - Eu nem sei o que significam essas palavras, mas eu li! Eu li!
- Sim, leu.
- Sobre o que é esse livro?
- Dermatologia. - disse sem rodeios, tomando o objeto das mãos dela com certa agressividade e colocando-o debaixo do braço. - Vai me ajudar a cuidar de você.
- Isso é muito gentil vindo de você. - Elisabette manteve o sorriso no rosto, que logo se desfez ao ouvir passos vindos do corredor. - Zoro.
- Achei que não estivesse conseguindo usar o seu "Mantra".
- Não estou. Eu apenas sei que é ele porque... sinto o fedor do sovaco dele de longe. - falou ela em um tom sério, fazendo o outro apenas arquear a sobrancelha, incrédulo.
- Não... não diga essa palavra.
- Qual?
- "Sovaco".
- Por quê? - a jovem o encarou confusa, franzindo o cenho enquanto cruzava os braços.
- É ridícula e soa ainda pior saindo da sua boca.
- Esse é um jeito muito rude de tratar uma dama.
- Você não é uma dama.
A Birkan arregalou os olhos com indignação diante do que havia sido dito por Trafalgar. Ele imediatamente recuou ao perceber a mão dela se fechando em um punho, coberto por um Haki de Armamento fraco, mas que ele sabia bem ser suficiente para derrubá-lo ou até mesmo desmaiá-lo, dependendo da força com que ela o acertasse. Entretanto, antes mesmo que ela pudesse realizar a ação, Zoro começou a abrir a porta do consultório de Chopper, o que fez o moreno tatuado agarrá-la pelo braço e puxá-la bruscamente para dentro de um dos armários, fechando-se com ela antes de serem pegos pelo espadachim.
Elisabette arregalou os olhos ao sentir seu corpo sendo pressionado pelo dele devido ao espaço pequeno, e seu reflexo rápido a fez passar os braços em volta do tronco dele, em passo que Law a segurou pela cintura.
Os dois permaneceram em completo silêncio, seus corpos colados um no outro naquele espaço minúsculo, enquanto ouviam Zoro resmungar do lado de fora, reclamando de ressaca e enjoo, além de praguejar por não saber onde o médico do bando guardava os remédios para aquele tipo de situação frequente.
Em paralelo a isso, Law e Elisabette estavam praticamente espremidos um contra o outro dentro do armário. O rosto dela estava pressionado contra o pescoço dele, enquanto ele tinha o nariz e os lábios afundados nos cabelos dela, sentindo a mão suar frio pela aproximação repentina e indesejada entre eles. Seus corpos estavam próximos demais, mais próximos do que nas vezes em que ela o abraçava durante o dia a dia, mais próximos do que nas vezes em que precisara tocar sua pele para lhe passar pomada. Estavam... muito próximos. Isso fez com que Law estalasse a língua em descontentamento ao sentir as asas dela pressionadas contra a parede de madeira do interior do armário, sabendo que aquela posição estava desconfortável para ela.
Cuidadosamente, o Cirurgião da Morte levou uma das mãos até as asas dela, tentando endireitá-las. No entanto, ao tocar na álula², um arrepio percorreu o corpo da platinada, fazendo com que um gemido involuntário escapasse por seus lábios rosados, o que a fez se pressionar ainda mais contra ele. Law arregalou os olhos, confuso com aquela reação, sem saber como reagir ou o que dizer. Novamente, ele tocou naquele ponto para ajudá-la a se sentir confortável, mas isso apenas a fez gemer novamente e cravar as unhas em suas costas. Ele imediatamente engoliu em seco e a encarou com o cenho franzido, notando que ela já o olhava. Algo chamou sua atenção: suas bochechas coradas e a boca comprimida em um beicinho.
Magni sentiu um calor diferente percorrer seu interior quando ele tocou naquela região específica de suas asas, algo... borbulhou dentro dela. "Meu coração deve estar acelerado", pensou consigo mesma, enquanto mantinha o contato visual que não parecia que seria quebrado tão cedo. Um incômodo entre suas virilhas a fez arfar; algo quente que ela não conhecia. Era como se, de repente, sua calcinha estivesse aquecendo demais sua região íntima.
Seria por causa da Febre das Árvores? Algum efeito colateral dos remédios que estava tomando ou a pomada que fazia sua pele arder havia escorrido para aquela área de seu corpo? Elisabette não sabia ao certo, mas... não era algo de que ela desgostasse, apesar do incômodo contínuo que sentia no meio de suas pernas.
O mais velho imediatamente percebeu o comportamento estranho dela: a respiração ofegante e um leve sinal de tontura. Uma de suas mãos foi até a testa dela enquanto a outra voltou para sua cintura, a fim de checar sua temperatura, concluindo que a jovem de cabelos platinados estava febril. "Merda, justo agora?", ele praguejou em seus pensamentos, olhando pela brecha da porta do armário e vendo que Zoro ainda estava no consultório, procurando por um remédio. A possibilidade de o Caçador de Piratas procurar uma medicação justamente onde os dois estavam escondidos o fez estremecer. Que situação desgraçada. Ele, agarrado a Elisabette dentro do armário, enquanto ela começava a dar sinais de febre, tudo parecia estar contra ele - como sempre.
- Tral-san... - a menor sussurrou, suas unhas atravessando o tecido da camisa dele e chegando à carne de suas costas, fazendo com que ele reprimisse um grunhido na garganta. - Eu... eu não me sinto bem...
- Eu sei. Você está febril.
- Não é só isso... - ela choramingou, tentando mudar de posição e acabando por enfiar completamente o rosto no pescoço dele, com seus lábios roçando a pele sensível.
Law engoliu em seco, sentindo seu coração disparar no peito e o suor escorrer por sua testa ao perceber a proximidade do corpo da pirata mais nova. Suas mãos instintivamente apertaram a cintura dela, o que imediatamente lhe causou arrependimento ao escutar outro gemido involuntário escapar de seus lábios.
- Me sinto... estranha.
- Como assim? O que você tem? - ele a encarou com preocupação, embora mantivesse uma postura séria e desinteressada.
- Quando você tocou a minha asa... - seu sussurro soou arrastado, como se estivesse lutando para conseguir falar. - Senti um arrepio quente... entre minhas pernas... acho que... não sei ao certo... deve ser efeito colateral ou algo assim... - Elisabette murmurou, com os lábios entreabertos enquanto sussurrava ofegante.
Os olhos de Trafalgar quase saltaram de seu rosto ao entender o que ela estava tentando dizer, e seu coração começou a disparar dentro da caixa torácica. Ele sentiu o desespero tomar conta de si e quase riu de nervoso, não tendo outra reação senão apertá-la ainda mais, a ponto de fazê-la sentir dor na área em que suas mãos a seguravam. Diversos pensamentos passaram por sua cabeça, alguns sendo reprimidos e outros escapando. Law quase se sentiu como um adolescente na puberdade ao ver uma revista pornográfica pela primeira vez; a diferença era que ele não era um adolescente e ela não era repugnante da forma como sua mente a pintou naquele momento, mesmo que inconscientemente.
Ele fechou os olhos com força e balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos profanos de sua mente, abrindo-os lentamente para encará-la ainda com aquele semblante necessitado. Misericórdia. Desde quando ele se comportava como um imbecil daquela maneira? Nunca teve experiência com mulheres, nem mesmo considerava Monet uma experiência real; afinal, nunca houve prazer de fato vindo de seu lado. Mas Elisabette? Céus. Não. Definitivamente não.
Tudo parecia piorar com a demora e a impaciência de Zoro em sua busca pelo maldito frasco de remédio, o que apenas causou uma tensão ainda maior dentro daquele ambiente minúsculo que era o armário. Law olhou para baixo novamente, apenas para ver os seios dela pressionando contra seu abdômen - e ele pôde jurar que sentiu fumaça explodindo de seus ouvidos e seu nariz ameaçar sangrar com a visão inadequada daquele momento inoportuno. Ele sabia que eram grandes, talvez até maiores do que os de Nami, quem ele constantemente via andando de biquíni; não que ele estivesse reparando, era apenas inevitável não fazer tal comparação uma vez que a navegadora dos Chapéus de Palha estava sempre exibindo seu corpo em biquínis ridiculamente minúsculos e cavados em suas curvas.
Contudo, ele pôde julgar apenas por uma rápida comparação que, por mais que os seios de Nami fossem realmente grandes, os de Elisabette pareciam ainda mais fartos e redondos, o que lhe causou... um sentimento indesejado. Sua calça pareceu ficar apertada e isso apenas o fez se desesperar como um garotinho com medo de ser pego fazendo alguma travessura. Law fechou os olhos para evitar que aquilo continuasse, mas era impossível, uma vez que continuava a escutar a respiração dela e a sentir o hálito quente da menor contra seu pescoço.
Enquanto isso, a Birkan não sabia o que estava acontecendo com seu próprio corpo, embora já tivesse se sentido daquela forma em outras ocasiões. Aquele calor diferente e a umidade em sua intimidade eram algo que ela havia experimentado na presença de três pessoas em específico: Bellamy, nas vezes em que o via coberto de suor depois de passar uma manhã inteira capinando, o que deixava sua camisa grudada em seu corpo e marcava seus músculos; Wyper, quando ele a agarrava de repente para conferir se havia lhe acertado com muita força sempre que treinavam; e Camie, no momento em que se beijaram pela primeira vez.
Como de costume desde que havia contraído a Febre das Árvores, Elisabette sentiu suas pernas fraquejarem, o que a fez dobrar os joelhos acidentalmente e cair ajoelhada com o rosto na direção da protuberância quase visível do Cirurgião da Morte. O moreno arregalou os olhos ao sentir as mãos dela agarrando em suas calças e, assim que olhou para baixo, foi como observar a cena mais imunda e erótica que poderia ser vista por ele. A pirralha do bando do Chapéu de Palha ajoelhada em sua frente com os lábios entreabertos e o rosto corado, ainda respirando ofegante.
Por um momento, Law sentiu seu corpo paralisar em choque e sua respiração prender-se na garganta enquanto a encarava com espanto, imediatamente agarrando-a pelos ombros e puxando-a para perto, apenas para colocar a mão em sua boca e usar a mão livre para sinalizar silêncio.
Zoro não podia vê-los. Não naquela situação. Não daquela maneira. Law não se importava com o que pensavam dele; nunca se importou. Mas ser visto daquela forma? Não. Absolutamente não. Ele não queria ser visto como alguém que se aproveitava de mulheres vulneráveis, especialmente quando a mulher era... ela.
Nos braços dele, Trafalgar sentiu a maciez de seu corpo, mesmo que estivesse coberto por tecidos longos que ajudavam a esconder as manchas em sua pele. As curvas dela encaixavam-se perfeitamente nele enquanto ainda a segurava e mantinha a mão em sua boca, observando-a encará-lo com o cenho franzido. O rubor de excitação em suas bochechas foi substituído por uma irritação evidente devido à maneira abrupta como ele a silenciou e pela forma brusca como a levantou do chão, sem tomar nenhum cuidado, mesmo sabendo da condição de suas pernas naquele momento. Se não estivesse fraca e nem com o espadachim do lado de fora, ela provavelmente teria afundado o rosto dele na madeira dura que formava o armário.
Entretanto, ela percebeu o nervosismo disfarçado que se estampava no rosto do homem imponente à sua frente, o que a deixou ligeiramente intrigada e confusa. Não imaginava que ele poderia ficar tão aflito com a presença repentina de Zoro no consultório de Chopper.
Assim que tentou mover-se novamente, a mão do moreno, que repousava em seu ombro, escorregou e agarrou firmemente sua coxa, fazendo-a suspirar suavemente contra os dedos dele ao sentir o peso delicado de sua mão sobre a pele coberta. Elisabette sentiu novamente aquele calor peculiar em sua virilha, levando-a a apertar as pernas na tentativa de se aliviar, um gesto que fez Law surtar internamente ao notá-la agir daquela forma, sem um pingo de vergonha. Afinal, ele já estava em uma situação complicada e, considerando as palavras que ela lhe havia confidenciado, nem mesmo ela sabia o que sentia a ponto de alegar que tudo não passava de efeitos colaterais dos remédios que ele lhe administrava. Foi exatamente essa percepção que o fez recuar; sua mão imediatamente soltou a coxa dela, deixando-a estática ao lado do próprio corpo.
Law sentiu-se sujo e imundo. Por um breve milésimo de segundo, cogitou aproveitar aquela situação para tocá-la, mas... não. Ele era incapaz de tal ato. A garganta seca e o cérebro se reprimindo eram sinais claros de sua indignação por ter ousado considerar um toque malicioso em alguém como ela - uma ideia que nunca deveria ter cruzado sua mente. Ele a encarou nos olhos e tudo o que viu foi... confusão.
Law sabia que ela não era inocente; carregava sobre os ombros crimes e mortes pesadas. Houve momentos em que se gabou das vidas ceifadas de fuzileiros navais ou dos piratas que torturou psicologicamente com artimanhas cruéis. Contudo... havia uma essência ingênua e pura nela, mesmo à sua maneira. Embora visse o mal encarnado em seu olhar azulado, também percebia uma pureza inabalável. Como poderia alguém tão astuta e maligna com seus adversários e até mesmo com inocentes carregar consigo olhos tão límpidos e um sorriso tão ingênuo? Essa dualidade intrigava Trafalgar Law, acendendo uma chama dentro dele que o impulsionava a querer saber mais sobre ela, a tentar entender os labirintos de sua mente e as razões pelas quais, em certos momentos, ela exibia um doce semblante enquanto em outros se mostrava mais desgraçada do que o próprio diabo.
Ao olhar novamente pela fresta do armário, viu Roronoa retirando-se da sala e batendo a porta com força, enquanto resmungava de raiva por não ter encontrado algo que pudesse ajudá-lo com sua ressaca. Tanto Law quanto Elisabette suspiraram aliviados ao escutar os passos dele se afastando, e, após mais alguns minutos escondidos, saíram silenciosamente de dentro do armário.
- Foi quase...
- Sim. - ele murmurou, endireitando a camisa para esconder a marca na calça.
- Eles não podem descobrir. Seriam capazes de abandonar tudo apenas para buscar um médico que pudesse me curar. Isso atrasaria tudo: seu plano, nossos objetivos... - a jovem trincou os dentes. - Quanto tempo até chegarmos a Dressrosa?
- Dois dias.
- Certo... - Magni ajustou a blusa em seu corpo e jogou os cabelos por cima dos ombros. - E quanto tempo me resta?
Assim que a pergunta foi feita, o moreno tatuado silenciou-se de imediato, até mesmo esquecendo a ereção indesejada formada entre suas pernas, concentrando-se apenas na indagação dela. Ele a encarou de cima a baixo e de todos os lados, registrando em sua memória cada mínimo detalhe de seu corpo, cada pequeno pedaço de pele marcado por uma mancha verde. Realizou um exame visual rápido e fixou o olhar em seus olhos azuis, retornando à expressão séria habitual.
- Quatro dias.
- Perfeito. Assim que entregarmos Caesar Clown ao Doflamingo, irei até Green Bit procurar pelas plantas e depois... - ela silenciou, ponderando algumas complicações antes de retomar a fala. - Que Deus me ilumine.
- Ou elimine.
- Ele vai eliminar você!
Elisabette fechou os punhos com força e o encarou com raiva, um sentimento que logo foi substituído por preocupação. A aliança entre seu capitão e o capitão dos Piratas de Copas foi estabelecida por pura conveniência para ambos os lados: Luffy desejava se tornar um Imperador do Mar - Yonkou - e Law tinha suas próprias motivações, embora ela não soubesse ao certo qual era a real intenção dele. Contudo, tinha plena consciência de que essa aliança acabaria abalando o Novo Mundo, assim como tudo que a Pior Geração fazia desde que conquistou fama com suas aventuras no mundo da pirataria. Entretanto, essa aliança facilitou sua ida para Dressrosa, contribuindo de certa forma para seu objetivo principal desde que havia retornado ao Arquipélago Sabaody para embarcar novamente com seus companheiros.
No entanto, ainda faltava uma questão a ser resolvida: como ela iria para Zou?
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