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━━ 𖥔 ִ ་ ،𝟭𝟳. 𝗢 𝗰𝗮𝗼𝘀 𝗱𝗮 𝗚𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗿𝗶𝗻𝗲𝗳𝗼𝗿𝗱.

━━ Arquipélago Sabaody, Grand Line ; próximo a Red Line.

No mesmo instante em que a garota de cabelos platinados havia feito aquela pergunta, Law arqueou uma sobrancelha e estreitou o olhar em sinal de confiança, sem compreender o objetivo da indagação e, ainda mais, por que ela optaria por aquilo dentre tantas possibilidades. Os olhos de Elisabette estavam fixos nos dele, seu rosto demonstrava agitação, com os lábios inquietos, ora sendo mordidos, ora apenas respirando profundamente. Seu olhar percorria desde as órbitas acinzentadas até as mãos dele, que seguravam a sacola com as frutas que havia coletado e colocado dentro.

E, de fato, ela estava à beira de um surto, de um colapso mental, prestes a deixar todas as suas emoções extravasarem de uma só vez naquele momento em que se sentia tão vulnerável, em um momento em que se sentia tão... sozinha. Odiava ter que pedir ajuda ao Cirurgião da Morte, especialmente quando não tinha mais nada a oferecer e havia dado tudo o que tinha, ou melhor, tudo o que seu bando tinha.

O que Nami lhe diria quando descobrisse, quando soubesse que ela entregou tudo de mão beijada sem reagir? O que seus companheiros diriam ao saber que ela não foi capaz de proteger o Thousand Sunny? E Luffy? O que ele iria pensar dela? A mandou voar, fugir para longe, obviamente pensando nela como alguém que poderia garantir a segurança do navio deles, certo? Afinal, proteger algo e afastar ameaças era o que ela fazia de melhor, não era? Ela sentiu como se tivesse falhado, estivesse perdendo tudo e mais um pouco. Primeiro, seu pai, depois, seus companheiros e agora todo o tesouro que haviam batalhado - roubado, na verdade - para conseguir? Não... ela não podia aceitar, mas não conseguia fazer nada, não quando Law havia separado sua cabeça do corpo e a deixado completamente à mercê dele.

- O que você pretende fazer em Marineford, garota? - ele a encarou com curiosidade enquanto mantinha um olhar atento às suas reações.

- Eu quero salvar o Ace.

- O "Punhos de Fogo"..? - o homem de pele morena se ajoelhou onde a cabeça dela estava apoiada, segurando-a pelos cabelos enquanto ela resmungava. - Você é maluca, pirralha do bando do Chapéu de Palha? - em um movimento rápido de seus dedos, o corpo dela se reconectou à cabeça.

- Não! - gritou. - Talvez um pouco. Às vezes, o sangue fala mais alto, sabe? - ela deu um sorriso leve, enquanto o outro apenas revirou os olhos. - Enfim, eu preciso ajudá-lo! É um favor que devo retribuir.

- Isso é suicídio. - Trafalgar deu de ombros, virando-se para ir embora, mas antes que pudesse fazê-lo, sentiu duas mãos agarrando seu braço, fazendo-o parar e olhar para trás.

- Eu não tenho mais a quem recorrer... por favor, me ajude.

- Como se eu tivesse alguma obrigação de fazer isso.

- Por favor.

- Você é muito insistente. - ele puxou o braço do aperto dela e encarou-a com olhos severos e sombrios. - Quer tanto assim morrer?

- Não vou morrer. Já lidei com coisa muito pior. - a garota pontuou, agora segurando-o pelo pulso com firmeza e, aos poucos, aumentando a força em suas mãos.

Law, por sua vez, se calou novamente enquanto seu olhar se dirigia diretamente aos olhos azuis dela, ao passo que o aperto em seu pulso aumentava a ponto de ele não sentir dor, mas ainda assim experimentar um incômodo desconfortável. Incômodo devido à insistência da mais jovem e desconforto pelo toque repentino. Ele detestava a forma desesperada como Elisabette o encarava, com aqueles olhos que tremiam em sinal de desespero e tão inquietos como se fossem saltar de sua face em direção ao rosto dele. Pensar na cena, ao mesmo tempo que foi idiota, até para alguém como ele, achou estupidamente assustador. Sua única reação foi bufar e afastá-la novamente.

Sem dizer mais nada - sabendo que seria novamente confrontado com as insistências quase chorosas dela -, o Cirurgião da Morte simplesmente se teletransportou do navio diretamente para o gramado, fazendo com que a platinada perdesse o equilíbrio e caísse de joelhos no chão.

Rapidamente, ela se levantou, correndo até a amurada do Sunny para observar o homem moreno se afastar aos poucos do local, deixando-a para trás sem dizer mais nada, deixando-a sozinha e sem nada do que lhe havia sido confiado para proteger. Afinal, era essa a única razão pela qual Luffy a mandara voar, a mandara fugir. Não passava por sua cabeça que ele queria, na verdade, apenas que ela escapasse ilesa dos ataques de Bartholomew Kuma. No fundo... Elisabette ainda acreditava que sua única função sempre seria ser a guardiã de algo, de alguém, de um lugar.

Sentindo seu sangue gelar nas veias, ela apenas se sentou encostada no batente e encarou o chão, indignada, desesperada e, principalmente, assustada. Trafalgar Law nunca foi seu amigo; desde que se aproximaram, foi apenas por interesse dele em saber o que havia acontecido com seu bando. Depois, fizeram um acordo que ela mesma quebrou por impulso, ao deixar-se levar pelo calor do momento. Era tão óbvio que ele não iria mais ajudá-la, mesmo que ela oferecesse algo em troca. Então, por que ainda se sentia daquele jeito, tão insatisfeita com a reação e resposta dele? Eles não eram nada, não eram amigos, tampouco colegas. Se tiveram algo, foi uma questão de interesse mútuo em um único objetivo. Ele queria o dinheiro que ela ofereceu, e ela apenas queria um lugar para dormir. Era justo? Sim. E o que ela fez? Desperdiçou a lasca de confiança que o Supernova havia depositado nela.

"Maldição", pensou Elisabette, agarrando suas pernas com força e abraçando a si mesma usando suas asas, sem saber o que fazer e se vendo perdida naquele momento.

Sim, era verdade que não conhecia Ace, que sequer o havia visto uma única vez em sua vida, e tudo que sabia sobre aquele pirata era o que seu capitão havia lhe contado. Entretanto, se ele era alguém importante para Luffy, se era sua família, alguém que ele amava, ela precisava fazer alguma coisa. Era seu dever como sua tripulante, como sua subordinada... como sua companheira! Luffy havia feito tanto por ela, e ela queria retribuir. Ele a salvou, a libertou, lhe mostrou um mundo que ela não conhecia, segurou suas mãos e disse "vamos" quando não tinha mais ninguém em sua vida.

- O que eu faço, pai? - ela sussurrou, suas mãos tocando o chão do navio e agarrando a grama verde enquanto mordia os lábios com força.

Pai... por que sempre era a ele que ela insistia em pedir ajuda quando se via em momentos como aquele? Por que ainda teimava em se desesperar a ponto de implorar que Enel a ajudasse, quando ele nem mesmo podia ouvi-la? Ou podia? Ela não sabia. Mas queria acreditar que sim, que ele iria ouvi-la, iria atender às suas preces. Que Enel viria e lhe daria uma luz do que fazer, que voltaria para protegê-la, para salvá-la, como todo pai faz por seu filho. Era o que ela queria, era o que ela desejava em todos os momentos em que se sentia amedrontada pela vida... o carinho de seu pai, o colo dele, os braços segurando-a e os lábios dele beijando sua cabeça enquanto a ninava, fazendo-a se sentir protegida e acolhida, como um dia ele fez.

Em silêncio, Elisabette se levantou e caminhou até a proa do navio, onde encontrou o leãozinho amarelo de juba laranjada, sentando-se ali e se encolhendo novamente, adotando uma posição fetal e se sentindo indefesa, assustada como um passarinho filhote ao cair do ninho e se encontrar imerso em um mundo de perigos longe de sua mãe para protegê-lo. Talvez, quando todos a confundiam com um pássaro, era isso que ela realmente era, um pássaro, mas um pássaro pequeno, um passarinho, um filhote pequeno, assustado e indefeso.

Muito irônico, assim ela diria. Afinal, para alguém que sempre foi temida por um povo, que a haviam nomeado como "Anjo da Morte", agora estava assustada com o desconhecido, com a solidão que a assolava e a fazia sentir-se tão minúscula neste mundo tão grande e imenso.

O mar era bonito, muito lindo e gracioso, foi o que a birkan pensou na primeira vez em que o viu, quando seus olhos encontraram o oceano vasto e azul, refletindo o brilho do luar em seu próprio olhar, fazendo-a sentir sensações incomparáveis a tudo que conhecia, tudo que já havia visto e do que sabia. Existiam muitos pássaros diferentes, animais de diversos tamanhos, outros piratas, gigantes, homens-peixes, outros seres humanos de diversas culturas e tradições diferentes das que ela conheceu nas Ilhas do Céu. Tudo novo. Tudo grande. Tudo... desconhecido.

Um suspiro escapou por seus lábios, misturando-se à brisa fresca que soprava seus cabelos e suas asas, fazendo a penugem voar em um balanço suave com o vento enquanto ela olhava para cima, contemplando o céu, observando as nuvens e refletindo sobre sua vida, sobre o que faria e o que diria.

Queria salvar Portgas D. Ace acima de tudo; precisava encontrar uma forma de ir, mas como? Não sabia pilotar um navio e não tinha como pegar o Sharky Submerge, pois não conseguiria fazê-lo funcionar e estaria se arriscando a travar em alto mar e afundar, sendo eventualmente esmagada pela pressão ou morrendo por falta de oxigênio. Também não poderia pegar o Mini Merry, apesar de saber bem como usar um waver, pois, embora seja um meio de transporte comum em Skypiea, poderia ser perigoso se o combustível se esgotasse no meio do trajeto. Outro problema seria a falta de conhecimento sobre a localização de Marineford e a dificuldade em obter informações para chegar lá sem levantar suspeitas.

E depois de tanto pensar, de tanto ponderar consigo mesma, Elisabette por fim caiu na realidade, dando-se conta de que, por mais que quisesse, não conseguiria mover um dedo do Arquipélago Sabaody sem estar colocando a própria vida em risco ao tentar se envolver em uma briga que não era sua apenas para retribuir um favor que não era de fato um favor, afinal, Luffy a salvou porque quis, não porque queria algo em troca. E ela sabia. E é claro que sabia. No entanto, não aceitava. Não queria. Não podia.

"Pai, me ajuda", ela começou sua prece, juntando as mãos em sinal de oração e sentando-se de joelhos na proa do Sunny, olhando para o céu com um olhar desesperado, com o corpo rígido e os músculos tremendo como se fossem rasgar e sangrar por toda a sua pele. "Sou eu, Elisabette, a sua filha", continuou, clamando por ele, pedindo sua ajuda, desejando que, milagrosamente, a mão de Enel pesasse sobre sua cabeça e lhe dissesse "estou aqui" e "eu vou te ajudar". Seu coração disparou, seu olho ardeu e, se fosse fraca, choraria ali mesmo, na solidão e no silêncio daquele navio que outrora era cheio de pessoas rindo e se divertindo juntas, mas que agora era tão silencioso que chegava a doer no peito pela angústia de saber o motivo daquele sossego.

"Você pode me ouvir? Por favor, me ajude", implorou novamente, apertando os olhos com força e mordendo os lábios para evitar perder a concentração com o som da própria voz. "Sou eu, me ajude", continuou sua súplica por fim, abrindo os olhos e encarando o céu novamente. "Estou clamando por sua ajuda, pai", disse em pensamento, levando as mãos até o coração e respirou fundo. "Por favor", foram suas palavras antes de finalizar com um simples, porém sincero, "amém".

Novamente, a garota de cabelos platinados ficou de pé. Em silêncio, ela olhou ao redor, não avistando ninguém, nem uma única sombra ou um único som que não fosse aqueles vindos do arquipélago. Abatida, desceu da proa do navio com um deslizar de pés direto para o piso do convés e caminhou para a porta da cozinha, trancando-se lá dentro e recostando-se na parede amadeirada, observando cada canto daquele cômodo e sentindo um pesar ao, mais uma vez, não encontrar ninguém.

Não havia Sanji cozinhando, nem Luffy tentando espiar o que havia dentro da geladeira enquanto Usopp e Chopper distraíam o cozinheiro. Não tinha Zoro cochilando na mesa ou Robin lendo ao lado dele e lhe dando um cafuné nos fios esverdeados de seus cabelos. Ela sentiu falta de Brook, de suas cantorias, de ouvi-lo cantarolar "Saquê de Binks" e tocando suas melodias doces em seu violino. Queria dançar com Franky e ouvir Nami chamá-la para ajudá-la a organizar seus mapas. Merda, ela havia se apegado rápido demais a eles, como pôde? Enel a avisou. Ela nasceu e cresceu seguindo ordens, afinal. Não iria saber se virar sozinha.

"Quando todos eles sumirem da sua vida, você ficará completamente sozinha e não terá a quem recorrer."

Foram palavras cruéis demais para uma garota que passou a vida toda solitária ter que ouvir logo antes de passar por uma das maiores mudanças de toda a sua existência: ir embora de seu lar, se afastar do colo de seu pai e nunca mais ver ou sentir tudo aquilo que conhecia.

Elisabette nunca soube o que iria sentir, o que deveria sentir e o que seu coração queria. Era sempre o que ele queria, o que Enel dizia e o que seu Deus, o seu pai, a mandava fazer ou dizer. Foi tudo rápido, desde sempre. Nasceu, e quando deu por si mesma estava com 8 anos de idade, sentada em um barco e observando o lugar onde cresceu ser destruído por aqueles que via como pessoas boas que a queriam bem. Depois, viu sua mãe ser morta em seu lugar, com uma espada atravessando o seu peito e acertando o seu coração, sentindo o sangue quente de sua genitora espalhar-se por ela enquanto seu assassino olhava em seus olhos com frieza, jogando sobre ela a culpa da morte da mulher.

A menina suspirou, dirigindo-se ao armazém e procurando por algo para comer. Ela encontrou ovos, temperos e outros ingredientes, mas nada que soubesse cozinhar para se alimentar. Restou-lhe apenas sentar-se no chão de madeira e se encolher no cantinho, ficando debaixo de uma prateleira enquanto olhava para o nada, mais uma vez pensando no que fazer para esperar pela volta de seus companheiros, sentindo a falta deles pesando em seu peito.

- Seja o que Deus quiser... - murmurou para si mesma, abraçando-se com suas asas, utilizando-as para encontrar algum apoio emocional, conforto e proteção.

Os minutos sozinha se transformaram em horas, e as horas se estenderam até se tornarem um dia inteiro. Elisabette já se sentia sonolenta, porém temia dormir sozinha. Silenciosamente, levantou-se do chão e dirigiu-se ao quarto que compartilhava com as outras duas mulheres da tripulação, Nami e Robin. Ao observar as cobertas espalhadas pelo chão - desde quando procurava por suas joias -, começou a arrumá-las, colocando cada uma em seu devido lugar. Enquanto realizava essa tarefa, sentia o perfume de suas amigas impregnado nos tecidos das cobertas e travesseiros, evocando em sua memória os momentos que viveram juntas desde que se conheceram.

"Saudades delas", disse em pensamento, deitando-se na cama da navegadora e puxando os lençóis sobre seu corpo, enquanto segurava a blusa do pijama da arqueóloga, abraçando os tecidos contra si mesma e ficando em uma posição fetal, sentindo-se tão pequena quanto uma concha na areia após ser levada para longe dos corais pelas ondas do mar.

Deixando-se vencer pelo sono e pela fome, os olhos da birkan começaram a pesar e fechar aos poucos, enquanto sua visão escurecia e sua consciência se esvaía. "Quando eu acordar, eles estarão aqui...", ela sussurrou enquanto começava a adormecer entre os cobertores de Nami, segurando firmemente a blusa de Robin. Não apenas nelas, mas também em seus outros companheiros, ela pensava, desejando fervorosamente que Deus atendesse ao seu pedido e os trouxesse de volta, para que pudessem estar juntos novamente, se divertindo, vivendo novas aventuras e explorando novos lugares neste mundo em que viviam.

• ʚĭɞ •

No dia seguinte, após horas de sono, Elisabette acordou abruptamente ao ouvir algo bater contra o Thousand Sunny, fazendo o navio balançar e resultando em sua queda da cama de Nami, o que a fez cair de cara no chão do quarto. Confusa, a garota levantou-se imediatamente e correu descabelada, com o rosto todo amassado, denunciando que acabara de acordar de um sono profundo.

Seu primeiro instinto foi correr o mais rápido possível até o convés. Ao chegar lá, deu de contra com a porta fechada, resmungou, abriu-a e foi imediatamente até a amurada para se apoiar e verificar se via alguém. Foi então que avistou Urouge parado segurando um enorme pedaço de barra de ferro, - provavelmente usado para golpear o navio -, o que a fez dar um passo para trás, com o cenho franzido. Como aquele maldito sempre a encontrava? (Eu, como autora, digo que é porque eu quero que isso aconteça, então não me questionem, apenas apreciem o conteúdo.) Ela bufou e voou até ele, parando em sua frente.

Por alguns segundos, a birkan encarou o homem nos olhos com um olhar severo, enquanto ele mantinha o mesmo sorriso debochado nos lábios. Céus, como aquele maldito sorriso a irritava; só de olhar para ele, seu sangue fervia e todo o seu corpo entrava em estado de alerta, em modo de defesa.

- Isso são modos!? - indagou retoricamente a platinada, cruzando os braços e estufando as bochechas com ar de irritação.

- E isso são horas de acordar, Praga? - ele riu, então a agarrou pelos pulsos e a colocou debaixo do braço de forma que ela não conseguia se soltar. - Vamos ali.

- HEIN!? ME SOLTA!

- Que fedelha barulhenta... - o Monge Louco murmurou para si mesmo, encarando-a com raiva enquanto a menor se debatia, tentando se livrar do aperto dele, mas parecia impossível.

- ME LARGAAAAAAAAAAAA!!!! AHHHHHH!!!!! AH! AH! AAAHHHHHHHHHHH!!!!! AAAAAAAAHHHHAH!!!!! - na esperança de irritá-lo, Elisabette começou a gritar estridentemente; no entanto, apenas recebeu um murro na cabeça e um pano enfiado na boca para ser silenciada.

Em passos rápidos, quase como se estivesse correndo, Urouge começou a se afastar do Sunny, enquanto a garota de cabelos platinados não sabia como sair daquela situação, tampouco conseguia imaginar o que ele queria com ela e o porquê de sua ação. Detestava que aquele maldito Supernova sempre fosse capaz de pegá-la desprevenida, mesmo quando ela tinha certeza de que estava atenta. Era sempre ele. Sempre. Sempre. E sempre! "Inferno", ela xingou em pensamento, ainda tentando se soltar; entretanto, parecia inútil, e quanto mais ela se mexia, mais forte ele a apertava debaixo de seus braços.

Quando por fim afrouxou o aperto, o birkan mais velho apenas a jogou no chão com brusquidão. No mesmo instante, ela o encarou com raiva, prestes a atacá-lo como um animal furioso diante de sua presa, e claro, ele era sua presa. Seus cabelos platinados caíam por seu rosto, seu vestido estava amarrotado e seu rosto ainda estava inchado, o que apenas intensificou a raiva que a garota sentia dele naquele momento. Ela fechou os punhos com força, ranger os dentes, sua pele alva ficando morena e seus fios cor de prata arrepiando-se como um gato bravo e arisco - como ela parecia naquele momento.

Entretanto, assim que se deu conta da quantidade de pessoas no lugar para o qual Urouge a havia trazido e o quão agitadas estavam, Elisabette se levantou e olhou ao redor com um olhar confuso, tentando entender o que estava acontecendo. Por que seus rostos estavam tão pálidos? Por que seus olhares eram tão horrorizados, como se tivessem testemunhado algo perturbador? Por que estavam todos reunidos e gritando, correndo de um lado para o outro em completo desespero? Confusa, ela encarou a grande tela no centro do arquipélago em que estavam, deparando-se com uma cena que nunca sairia de sua cabeça: Portgas D. Ace caído no chão, com um buraco no meio das costas, muito sangue ao redor dele e, aparentemente, morto, e diante dele, seu capitão, Monkey D. Luffy, de joelhos e inconsciente, enquanto o cenário ao redor era de completa destruição.

Seus olhos se arregalaram e sua pele ficou pálida como a das pessoas que corriam ao seu redor, seu coração disparou no peito e um arrepio percorreu sua espinha. Aquela era a tão temida guerra em Marineford? Era isso que temiam acontecer devido à captura de Punhos de Fogo? Luffy também seria morto? Não... ele não... o que ela faria? O que poderia fazer? Elisabette se desesperou e encarou Urouge nos olhos, sem perceber os outros piratas ditos como novatos ali, mas para ela, isso pouco importava.

- Para que lado fica Marineford!? - a menina perguntou sem rodeios, atraindo alguns olhares para os dois.

- Para o norte. - ele sorriu, apontando na direção que ela deveria seguir.

- Se eu for voando, quanto tempo levaria para chegar lá?

- Você é rápida como uma águia, não vai demorar menos de meia hora. - Urouge riu ao vê-la sair correndo. - Espere!

- O quê!? - seus olhos o fuzilaram como adagas, demonstrando claramente o quão inquieta estava.

- Pegue isso, Praga. - assim que falou, o homem jogou um Eternal Pose em sua direção e ela rapidamente agarrou. - Agora vá.

- Isso... - ela arregalou os olhos ainda mais ao reconhecer a palavra escrita, "Skypiea". - Onde conseguiu isso!?

- É meu.

Por um tempo, a platinada permaneceu em silêncio, alternando seu olhar entre a bússola em suas mãos e o homem a alguns passos de distância dela, enquanto ela tinha uma expressão séria e, ao mesmo tempo, confusa. O que ele queria? Ajudá-la? Por quê? Para quê? Seus encontros sempre foram marcados por derramamento de sangue de ambos, por hematomas espalhados por seus corpos e por juramentos de morte entre eles, então, por que de repente essa "boa ação"? E, acima de tudo, como ele imaginou que ela queria ir para Skypiea? Oh, era óbvio, ela sabia, mas da mesma forma... ajuda vinda dele era, no mínimo, suspeita. Todavia, ela não tinha tempo para perguntas naquele momento, pelo menos não se quisesse chegar o mais rápido possível em Marineford para resgatar seu capitão cabeça oca.

Sem dizer nada, ela apenas assentiu e, novamente, saiu correndo na direção das margens do Arquipélago Sabaody, na esperança de pegar impulso o suficiente para saltar o mais alto possível e sair voando em disparada.

- Inazuma! - ela gritou, erguendo a mão para o alto e, em segundos, raios azulados e brilhantes a rodearam com sua foice aparecendo em sua mão, que ela logo agarrou.

Se precisasse lutar, ela lutaria. Se precisasse matar um, dois ou cinquenta fuzileiros navais, ela mataria. Se precisasse dar sua vida por Luffy, ela também o faria sem nem pensar duas vezes. Ele lutou por ela, salvou-a, lutou por Robin, salvou-a, lutou por todos os seus companheiros, salvou-os, ajudou-os de certa forma e cada um deles retribuiu de alguma maneira ou ainda o faria. E agora era a vez dela, era a vez de Elisabette retribuir tudo o que ele havia feito e por tê-la levado consigo para o mar azul, mesmo depois dela ter dito que não iria, que não merecia, e sem se importar, ele simplesmente a levou.

A garota de cabelos platinados sentia os ânimos à flor da pele, uma mistura de determinação e urgência a impulsionava. A visão do Eternal Pose indicando Skypiea em suas mãos era um lembrete constante de sua missão. A imagem de Luffy ajoelhado e inconsciente em meio ao caos de Marineford ecoava em sua mente, alimentando sua resolução.

Com o coração acelerado e os músculos tensos, ela decidiu agir. Sem hesitação, deu um salto do arquipélago direto para as margens do mar, a adrenalina pulsando em suas veias enquanto seus pés tocavam a água. Em um movimento fluido, desdobrou suas asas e, com um impulso vigoroso, alçou voo em direção ao norte, em direção ao epicentro da batalha.

Enquanto cortava o ar com velocidade, Elisabette canalizava toda sua determinação para superar qualquer obstáculo que surgisse em seu caminho. Cada batida de suas asas era impulsionada pela determinação de alcançar Marineford o mais rápido possível. As dúvidas e desconfianças que pairavam sobre seu encontro com Urouge eram rapidamente dissipadas pela urgência de sua missão naquele momento. Seu único pensamento era chegar a tempo de oferecer sua ajuda a Luffy e tirá-lo daquele inferno. As palavras de gratidão e admiração que ecoavam em sua mente pela coragem e sacrifício do capitão ecoavam como um louvor, impulsionando-a adiante. Com cada quilômetro percorrido, sua determinação só se fortalecia, alimentando sua determinação de enfrentar o desconhecido e cumprir seu dever como parte do bando dos Chapéus de Palha.

E, após menos de meia hora de voo determinado em direção ao seu desrino, ela finalmente avistou a baía. No entanto, o que encontrou ali não foi um cenário de paz, mas sim um caos instaurado. Navios de guerra da Marinha estavam em chamas, enquanto outros estavam destroçados, espalhando destroços pelo mar. Piratas e marinheiros se engalfinhavam em uma luta desesperada, enquanto uma parte da água próxima à costa estava misteriosamente congelada, lhe denunciando a presença de Aokiji.

Em pleno ar, ela observou ao redor, procurando por seu capitão, mas os gritos de ódio e desespero, tanto de piratas quanto de fuzileiros, a deixavam atônita, aflita e perdida em meio a tanto barulho. Voou para um lado e depois para o outro, até que escutou alguém anunciando sua presença. Um marinheiro a avistou e atirou contra ela, mas ela imediatamente desviou e encarou na direção de um grupo que apontava suas armas para ela. Sem muito esforço, agarrou sua foice e lançou raios na direção deles ao usar sua habilidade Cutting Lightning, observando-os entrar em desespero com seus avanços.

Pousando sobre o chão gélido pelo congelamento, mais uma vez a garota observou ao seu redor, buscando por pistas de onde o garoto com chapéu de palha poderia estar e, que Deus o livre, que não estivesse morto.

- CAPITÃO! - Elisabette gritou, olhando em volta mais uma vez, até que um grupo de homens vestidos de presidiários se aproximou dela.

- Você! Você faz parte do bando do Chapéu de Palha, não é!?

- Sim! É ela! Elisabette, O Anjo da Morte!

- Parem de encher o saco! - ela agarrou um deles pelo colarinho e o levantou no ar com uma mão enquanto a outra apontava a lâmina de sua foice para ele. - Onde está o meu capitão?

- QUE MEDO! ELE TÁ ALI!

Assim que o homem disse isso, a mais nova entre eles virou-se para encarar na direção em que ele apontava, deparando-se com um homem-peixe de cor azul segurando Luffy enquanto um palhaço voava com eles para longe. Um olhar de desespero estampou-se no rosto dela ao notar enormes esferas de magma sendo lançadas contra eles e, mais uma vez, pegou impulso pisando na cara de um dos detentos e voou rapidamente até onde eles estavam, empurrando para longe uma das bolotas de lava com a lâmina de Inazuma, surpreendendo o palhaço que a olhou assustado.

- QUEM DIABOS É VOCÊ, MENINA!?

- Elisabette! Luffy é meu capitão! Me entregue ele e o homem-peixe!

- Como vou saber que você não está me enganando!? - ele recuou um pouco, olhando-a com desconfiança.

- Você quer morrer aqui, nariz vermelho dos infernos!? - suas mãos agarraram o tecido do kimono do homem-peixe e ela tentou puxá-lo para seus braços. - Vamos logo!

O palhaço de cabelos azuis, após um momento de hesitação, entregou relutantemente Luffy e o homem-peixe para ela. Com um olhar desconfiado, ele observou enquanto a jovem os segurava com firmeza, pronto para intervir caso houvesse qualquer sinal de traição - ou não, pois Buggy queria se livrar daquele bendito problema. Determinada a escapar daquele campo de batalha catastrófico, a garota de cabelos platinados se moveu rapidamente, desviando dos tiros de balas de canhão e esquivando-se dos disparos das espingardas dos fuzileiros navais. Enquanto avançava, ela também precisava estar atenta para evitar ser atingida pelas esferas de magma que ameaçavam a todos, principalmente a ela por estar com o alvo consigo.

O caos ao seu redor era ensurdecedor, com explosões, gritos e tiros ecoando por toda a baía. Concentrando-se em seu objetivo de escapar daquele inferno, ela avançou com todas as forças que tinha, mantendo-se firme diante dos obstáculos que surgiam em seu trajeto, enquanto lutava para proteger seu capitão e garantir sua própria sobrevivência.

E, como um milagre em meio a todas as desgraças até então, um submarino de cor amarela com uma Jolly Roger sorridente emergiu, deixando todos assustados e atentos. Um inimigo? Um aliado? A quem pertencia aquele submarino? Alguns estavam confusos, enquanto outros já sabiam de quem se tratava, afinal, era sim um pirata famoso da Pior Geração.

No instante em que os olhos azuis de Elisabette fitaram aquela caveira sorridente, imediatamente reconheceu a quem pertencia e quem era o capitão daquele navio - e submarino - pirata. Um sorriso esperançoso se formou nos lábios dela, imaginando o motivo dele estar ali, por saber que Luffy ficaria bem, que ele estaria fora de perigo, pois notou o ferimento em seu peito e o quão debilitado ele estava. Afinal, há quanto tempo ela havia dormido? Há quanto tempo ela esteve adormecida enquanto ele lutava para salvar seu irmão? O mínimo que ela conseguiu foi evitar a morte de seu capitão, torcendo para que tudo ficasse bem.

- Coloquem o do Chapéu de Palha no meu navio! - Trafalgar Law gritou com todo o seu fôlego, chamando toda a atenção para ele e seu bando.

- "O do Chapéu de Palha"!? - o palhaço brotou ao lado da birkan, se pendurando em seu braço como um encosto. - Isso é jeito de se referir a alguém? Ei, menina, leva seu capitão pra longe daqui, mas não entrega ele, não! - avisou.

- Fique tranquilo, aquele é o...

- Quem é você, seu moleque!?

- O do Chapéu de Palha um dia será meu inimigo, e esse laço nos une. Não há por que deixá-lo morrer aqui. - o Cirurgião da Morte falou, determinado a conseguir o que queria. - Eu vou ajudá-lo a sair daqui. Deixem-me cuidar dele por ora!

- Cuidar!? - Elisabette franziu o cenho, surpresa por ter acertado em sua suposição. - Nariz vermelho, me solte!

- QUEM VOCÊ CHAMOU DE "NARIZ VERMELHO"!?

- Eu sou médico!

- Trafalgar-san! - ela gritou, tentando ir, mas fora segurada. - Me solte, palhaço! Ele vai ajudar!

- É BUGGY! EU SOU BUGGY, O PALHAÇO!

- Boga! Me deixa ir!

- BUGGY!!!!

Enquanto discutiam, mais tiros foram efetuados contra eles, fazendo-os voar de um lado para o outro para desviar, com sangue de Luffy e do homem-peixe espirrando de seus corpos, deixando Elisabette assustada ao ver todo aquele vermelho se espalhando.

- Rápido! Coloque os dois no navio! - Law ordenou.

Com o peso dos dois homens em seus braços, a garota voou o mais rápido que pôde em direção ao Polar Tang, sua respiração entrecortada pelo esforço e pela tensão que permeava o ar. Cada batida do seu coração era um eco de desespero diante da iminente ameaça que estava ao seu redor, lhe deixando aflita e ansiosa. Os gritos da guerra em sua volta ecoavam em seus ouvidos, enquanto ela lutava para alcançar a segurança do submarino para salvar o Chapéu de Palha.

Entretanto, antes que pudesse alcançar o convés, uma explosão irrompeu no ar, uma bala de canhão cortando o céu com rastros de fogo e com força devastadora. O tiro a atingiu em cheio, lançando-a para baixo e fazendo-a perder o equilíbrio. Com um esforço final, Elisabette conseguiu arremessar Luffy e o homem-peixe para o convés do Polar Tang antes de ser engolida pelas águas revoltas. O desespero a envolveu enquanto ela lutava contra a correnteza, suas mãos estendidas em busca de uma esperança que parecia escapar por entre seus dedos.

Por um momento, ela viu sangue escapar por sua boca, vendo o rastro escarlate subir para a superfície ao mesmo tempo em que ela afundava no mar, sem saber nada e sem força nas pernas o suficiente para emergir e boiar e se salvar de um afogamento.

Ela gritou no mar, vendo as bolhas subindo e seu corpo afundando cada vez mais, até que agarrou Inazuma e começou a atirar para baixo, aproveitando o impulso dos raios para se empurrar para cima até o momento em que sua cabeça emergiu e o ar entrou em seus pulmões. Assustada, a menina olhou ao redor para tentar se localizar e viu uma parte do gelo que cobria as águas um pouco próxima dela e não tardou em segurar-se ali para não afundar novamente. Desesperada, olhou para todos os lados em busca do submarino amarelo comandado por Law, imediatamente encontrando aqueles olhos cinzentos agarrados na amurada e encarando-a com o mesmo pânico que ela tinha em seu próprio olhar.

Não é que se importasse com ela, mas Trafalgar não podia deixá-la para trás depois de testemunhar tudo o que a mais nova havia passado apenas para chegar ali. Porém, antes que qualquer um dos dois pudesse fazer algo - ele para ajudá-la ou ela para se ajudar - o mar partiu-se em várias colunas de água salgada, causando grandes ondas que cobriam navios e outras que destruíram partes de Marineford. Barba Negra estava usando os poderes da Gura Gura No Mi para causar ainda mais caos e destruição naquele lugar.

Ela subiu em cima do chão congelado e bateu as asas para tentar voar, mas uma onda a derrubou e ela foi arrastada novamente para o fundo do mar e mais uma vez se viu presa na correnteza, conseguindo escapar com grande dificuldade e finalmente ficou no ar em pleno voo.

O moreno de pele tatuada olhou para ela e, mesmo distante, pôde perceber o quão desesperada ela estava. A ventania era forte e turbulenta, não a deixando se manter quieta ao voar; marinheiros atiravam contra ela, seja com balas normais ou as de canhão, porém ela dava o seu melhor para desviar, mesmo sendo atingida por algumas, que rasgavam seu vestido e outras a pele de suas pernas, afetando suas penas e fazendo-as se espalhar pelos céus, como um pássaro atingido por um tiro de chumbo.

- LEVE ELE! - Elisabette gritou, apontando para longe. - TIRE O MEU CAPITÃO DAQUI, POR FAVOR!

Sem lhe dar uma resposta, Trafalgar Law cerrou os dentes e, pela primeira vez, atendeu a um pedido dela sem hesitar e deu as costas para ela, ordenando que submergissem. E, quando estavam prestes a voltar para o fundo do mar com Luffy a bordo, um raio de luz atingiu em cheio a popa do Polar Tang, fazendo-o balançar de um lado para o outro. Kizaru havia aparecido para intervir nos planos de fuga dos Piratas de Copas, determinado a matar não só o garoto com chapéu de palha, mas o capitão daquele navio também.

Naquele momento, o sangue de Elisabette ferveu em suas veias, fazendo-a ficar vermelha de ódio ao rever o Almirante depois de dias. Segurando com força no cabo de Inazuma e sem olhar para trás, ela voou na direção do homem para cortá-lo ao meio, percebendo que seu corpo se dividia em dois, lembrando-se de que ele era do tipo Logia. Kizaru transformou-se em fragmentos de luz e moveu-se para trás dela, desferindo-lhe um chute nas costas que a arremessou para longe. No entanto, ela reagiu rapidamente, girando sua arma nas mãos e criando uma roda de energia elétrica que começou a disparar pequenos raios cortantes na direção dele. Kizaru desviou de todos os ataques, enquanto os raios simplesmente atravessavam seu corpo sem causar danos.

Em um movimento rápido, embora não muito bem pensado, a platinada voou em direção ao oceano e emergiu imediatamente na superfície, rasgando uma parte de seu vestido e deixando parte de suas coxas expostas. Rapidamente, ela amarrou o tecido molhado em seu punho e voltou a atacar o Almirante da Marinha com sua foice, apesar dos resmungos dele e dos avisos de que era tolice insistir em atacar um usuário de Fruta do Diabo do tipo Logia com um objeto cortante.

Para surpresa de Borsalino Kizaru, Elisabette o agarrou pela camisa com a mão envolta no tecido molhado, puxando-o para perto. A água do mar escorreu de suas mãos pelo corpo do homem mais velho, que imediatamente sentiu a fraqueza tomar conta de seu ser. Com um sorriso nervoso, surpresa pelo sucesso de seu plano, ela olhou nos olhos dele com um sorriso presunçoso e começou a voar com ele em direção ao mar, enquanto ele a segurava nos ombros para tentar se libertar de seu aperto. No entanto, foi em vão, já que ela estava encharcada e, para aumentar o desespero do homem, ela mergulhou no mar com ele, retornando depois de alguns segundos que foram suficientes para enfraquecê-lo.

- Que espertinha... - murmurou Kizaru com a voz ofegante, seu corpo inteiramente sem forças.

- Isso é pelo que fez com meus companheiros! - ela disse, jogando-o para o alto e acertando seu estômago com um chute. - E isso é por ter ousado tentar matar o capitão! - sua foice girou em suas mãos e, em um movimento rápido, aproveitando a vulnerabilidade do homem, ela lhe fez um corte que se estendeu desde sua face até metade de seu peito e logo o homem caiu.

Enquanto Kizaru afundava nas águas tumultuadas, a notícia de sua derrota rapidamente se espalhava entre os presentes. Os marinheiros, que anteriormente haviam testemunhado o almirante demonstrar seu poder avassalador, agora se viam confrontados com a realidade desconcertante de sua humilhante derrota. Os piratas, por outro lado, celebravam em êxtase, vendo a queda de um dos principais símbolos da autoridade marinha. Elisabette permanecia imersa em seus próprios pensamentos, o peso do que acabara de realizar começando a se fazer sentir. Embora ela se sentisse momentaneamente vitoriosa, sabia que as repercussões desse evento reverberariam por todo o mundo dos piratas e da Marinha, lhe causando ainda mais problemas com o Governo Mundial.

Ao mesmo tempo que o próprio Kizaru lutava para manter a consciência enquanto as águas salgadas envolviam seu corpo enfraquecido. A dor pulsava através de seus membros enquanto ele lutava para se libertar da paralisia momentânea que o assolava. A ironia da situação não escapava dele - um homem com liter poder da luz, agora subjugado pela escuridão do oceano. Enquanto sua visão embaçava e a escuridão se aproximava, ele prometia a si mesmo que, se sobrevivesse a este encontro, buscaria vingança implacável contra aquela maldita garota que ousou desafiá-lo e lhe humilhar de tal forma.

- Shambles!

De repente, a garota de cabelos platinados estava de pé no convés do Polar Tang, parada de frente para Law, que gesticulava com as mãos antes de descansá-las ao lado do corpo e encarar a mais nova nos olhos com um olhar severo, quase repreensivo. Contudo, ao mesmo tempo, parecia estar aliviado, como se estivesse bravo por ela ter se arriscado, mas satisfeito por ela não ter morrido e ter dado um jeito na ameaça que era Kizaru.

- Capitão, vamos submergir! Rápido! - Bepo gritou, assustando a garota, que deu um passo para trás.

- Vem logo, sua pirralha inconsequente. - ele disse, agarrando o pulso dela com força e a puxando para dentro do submarino.

Um suspiro de alívio se desenhou nos lábios dela, denotando a certeza de que Luffy estaria são e salvo. Contudo, mesmo diante do peso do cansaço que começava a se abater sobre seus ombros, ela se recusou a ceder ao repouso, determinada a não sucumbir ao sono até que tivesse a segurança absoluta de que seu próprio capitão estivesse a salvo e fora de qualquer perigo iminente.

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