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◞ 𓍢 𝟬𝟯. CORRE, ALICE, CORRE

GAME

pega-pega

OS GRANDES OLHOS de Alice Kobayashi se encontravam totalmente focados na pessoa a sua frente. A expressão de surpresa e total confusão se instalaram em sua mente, sem acreditar que aquela imagem esculpida na sua frente era o rapaz que ela amou. O destino era uma merda mesmo. Nem nos seus maiores sonhos ou melhor, pesadelos, imaginou que encontraria Chishiya na sua frente novamente. Ela o evitou por tanto tempo, e agora, não tinha como fugir do que a vida propôs para ela: aquela encontro.

Ao contrário de Alice, que fez questão de evita-lo por todos esses anos, Shuntaro Chishiya moveu monstros e dragões para poder um dia encontrar Alice Kobayashi novamente, mas nunca pensou que pudesse ser naquela situação. Assim como no primeiro dia em que se conheceram, o rapaz não conseguia tirar seus olhos nem que por um segundo da moça. O coração batia forte, o lembrando de que aquele antigo amor ainda estava vivo por dentro. A pele pálida, a boca rosada, os olhos tão grandes quantos uma uva e o lápis de olho de cor presta sempre presente em seus lindos olhos.

A verdade é que ele nunca negou ama-la. Nunca foi orgulhoso o suficiente para dizer que não sentia falta e que "por ele tudo bem, já passou". Não mentiu sobre seus sentimentos ou fez o que a maioria das pessoas esperava dele: fingir indiferença.

É engraçado quando as pessoas cham que conhecem você o suficiente para dizer "você não é assim", mas esquecem que nem todas as relações são iguais. Que, independentemente de como você age sozinho ou com outra pessoa, não será assim com todo mundo. Uma pessoa pode-se dizer não ser romântica, tendo relacionamentos em que ela não se sentia tão criativa para um tipo de romance ─ mas isso não quer dizer que irá ser a mesma coisa em outra relação. Ou quando você não conseguia ser aberto quanto aos seus sentimentos, mas ai chega alguém que te faz se sentir seguro para fazer tal coisa.

E foi assim com Alice e Shuntaro: nenhum dos dois se sentia confortável ou aberto para falar sobre seus sentimentos, que não tenha sido quando eles namoravam.

─ Agora me chama pelo meu sobrenome? ─ Na vida dele, ninguém o chamava pelo seu nome, que não fossem os pais de Chishiya e a própria Alice. ─ Você sempre me chamava de Shuntaro.

AS INSCRIÇÕES ESTÃO ENCERADAS. HÁ QUINZE PARTICIPANTES NO TOTAL. O JOGO VAI COMEÇA AGORA.

─ O que foi? O gato comeu a sua língua? ─ Chishiya sorriu de ladino, guardando algo no bolso e esperando uma resposta da Kobayashi. Mas nada aconteceu. ─ Alice?

DIFICULDADE: CINCO DE ESPADAS.
JOGO FÍSICO.

─ Ei, fala alguma coisa porquê você parece uma esquisitona. ─ Dori sussurrou no ouvido da irmã. Ele nunca havia visto a mais nova paralisar com nenhuma acontecimento.

A Kobayashi piscou os olhos e voltou para o mundo deles. Estava com vergonha por ter dado tão na cara que a presença de seu ex namorado e ex melhor amigo havia lhe afetado de alguma forma. Todos perceberam. Constrangedor, pois depois de tantos anos tentando esquecer e fingir que não se lembrava mais de seu passado com o loiro, ficou visível quanto a presença dele ainda mexia com ela.

─ Fica na sua e vamos jogar. ─ Alice respondeu Shuntaro, mas que não pareceu surpreso.

─ Não estou surpreso. ─ Dessa vez foi Shuntaro que sussurrou no ouvido esquerdo da moça, que se virou para os outros e tentou focar apenas no jogo. Escutando a voz feminina falar através do áudio do aparelho celular.

Sua vida era mais importante do que surtar por causa do seu ex namorado.

JOGO "JOGO DO SÍMBOLO".
1) Regras: fugir e escapar da coisa.
2) Condições para vencer: descobrir o símbolo escondido em uma das salas do edifício dentro do tempo limite.
3) Você vence o jogo quando toca o símbolo.
4) Tempo limite: 20 minutos.
Ao acabar o tempo limite uma bomba explodirá o prédio.

TRÊS MINUTOS PARA O INÍCIO DO JOGO.

─ Escutem, a melhor posição para inciar esse jogo é no último andar. ─ Alice falou ao demais a sua volta, imaginando que ficar no último andar seria uma boa estratégia para ver o que iria acontecer. ─ De lá nós podemos ter uma visão do que pode ser essa "coisa".

─ E se nós nos separarmos? ─ Ryohei falou a frase que qualquer pessoa especialista em filmes de terror e suspense, acharia uma péssima ideia de dizer. ─ Vocês podem ficar lá encima e eu e o Karube aqui embaixo. Se temos que fugir de algo, não acho que ele começará por nenhuma das extremidade.

─ Tudo bem. ─ Ela concordou. Nenhum deles sabia que coisa era essa, então poderiam analisar melhor de outros angulos. ─ Todo mundo aqui é bom em algo, então podemos dividir. Eu e o Karube somos os mais ágeis para jogos de espadas, então podemos tentar distrair a "coisa" se for preciso. ─ Do grupo, com certeza os dois eram os mais habilidosos nesse quesito. ─ Já o Dori, Arisu e o Hayato podem ajudar a achar a sala e o símbolo.

Os cinco concordaram e se separaram. Mesmo que se separar não fosse um das melhores ideias, o plano de divisão de equipe parecia ser plausível. Ainda que tivessem outras qualidades, cada um era especialista em algo, então precisava aproveitar isso sempre que pudessem.

Faltava apenas um minuto e meio para o início do jogo, precisavam ser rápidos.

Dori e Hayato foram na frente, correndo o mais rápido possível para o oitavo andar, que era o último. Alice fazia questão de passar por todos os andares, olhar para os lado e tentar identificar de onde essa "coisa" viria, até que encontrou no quinto andar. Espiando a pequena fresta que tinha na porta de metal, a Kobayashi viu uma pessoa mascarada dentro do elevador.

─ Achei você. ─ Alice sussurrou e sorriu de lado. Não que tenha visto muita coisa, mas saber em que andar ele estava já era algo.

─ O que você tá fazendo? ─ Chishiya apareceu ao lado dela, dando um susto na garota de cabelos curtos. Sua expressão era quase a mesma de sempre: neutra. ─ Achei que você iria para...

Mesmo assustada, a Kobayashi tapou a boca de Shuntaro com a mão direita para que ele ficasse em silêncio. O xingando mentalmente... ele já foi menos barulhento. Ela o arrastou escadaria acima e só soltou o pulso esquerdo do mais velho quando chegaram ao oitavo andar.

─ Você é idiota? ─ Soltou a primeira coisa que conseguiu pensar quando pode falar com ele. ─ Ele pode ter nos escutado.

─ Ele quem? ─ Shuntaro perguntou aparentemente despreocupado. Aquela calmaria era um dos traços de personalidade de Chishiya que mais irritava a Kobayashi.

─ A coisa está no quinto andar. ─ Ela revirou os olhos. Óbvio que não tinha como Chishiya saber que havia alguém ali dentro, mas os sentimentos confusos de Alice preferiam agir na defensiva.

─ Ata. ─ O rapaz entendeu, dando de ombros e mantendo sua pose tranquila. ─ Então, agora está falando comigo?

O sarcasmo e deboche de Shuntaro Chishiya irritava qualquer um que estivesse bravo com ele. Ela sabia que seu ex namorado não pararia de falar ou de fazer perguntas até que ela falasse com ele como o mesmo queria. O loiro não fazia questão de falar ou manter uma conversa com muitas pessoas, mas aquele não era o caso. Quem está a brava era ela, não ele.

─ Não.

Alice respondeu ríspida e andou até a ponta do corredor do oitavo andar, onde seu irmão e Duramitsu se encontravam. Dava para ver todos os outros corredores do prédio, então seria mais fácil de acompanhar a "coisa" dali. Esperava que conseguisse achar alternativas para vencer o jogo. Ela sabia que por ser um jogo físico, contava muito com a ação e a inteligência para conseguir vencer. Como não precisava matar ninguém diretamente para vencer o jogo ─ talvez a "coisa", estratégia em conjunto era o melhor caminho.

─ Prontos? ─ Perguntou aos dois. Eles concordaram balançando a cabeça positivamente. ─ Dori você corre muito mais rápido do que o Hayato e o Arisu, então presta atenção.

─ Temos um plano. ─ Não levando a palavra literal de "temos", Chishiya só queria saber qual a ideia que ela havia bolado. Isso não queria dizer que Shuntaro ajudaria, só que gostava de julgar.

A não ser que ela pedisse, o que não aconteceria, ele não iria se oferecer.

─ Dori. ─ O loiro cumprimentou o Kobayashi mais velho. Era uma das únicas pessoas que Chishiya chamava pelo apelido. ─ Faz tempo que a gente não se vê mas você tá com o mesmo rosto de quando nos conhecemos. ─ Shuntaro tirou a mão direita do bolso do casaco para apertar a mão de Dori. Outra ação que ele nunca fazia com ninguém. Chishiya odiava ter que falar ou cumprimentar pessoas. Até parece que as pessoas tem essa obrigação com as outras. ─ O senhor Kobayashi tem feito muita sopa de Missô pra você continuar com a mesma cara?

─ É, cara... ─ Dori apertou a mão de Shuntaro, dando um sorrisinho apenas por educação. Não é que ele não gostasse mais de Chishiya, longe disso, é que a última frase do rapaz o pegou muito. ─ Bem que eu queria... Mas nosso pai morreu faz um tempo.

Shuntaro Chishiya se lembrava do exato gosto da sopa de Missô de Kotaka Kobayashi, entretanto, essa notícia tornou o gosto saboroso da sopa um tanto amarga ─ mas ele nunca falaria isso.

Ainda que fizesse questão de ser um lobo solitário, as boas lembranças o tornava mais humano.

Chishiya nunca teve um boa relação familiar. Uma infância terrível que claramente desencadeou uma falta de empatia tremenda a personalidade nada convencional do rapaz. Completamente individualista, egoísta e foda-se para tudo e todos. O coração congelado e frio daquele garoto só passou a palpitar pela primeira vez na vida quando se encontrou com Alice e se aproximou de sua família. Foi a primeira vez que Chishiya se sentiu parte de algo e ao lado de alguém que amava.

No entanto, depois do término, o antigo Shuntaro Chishiya voltou a ser o velho egoísta individualista de sempre e fazer as coisas sem se importar com mais ninguém. Im a bad guy, dã.

O JOGO VAI COMEÇAR AGORA.
O TEMPO LIMITE É DE 20 MINUTOS.
JOGO INICIADO.

A COISA ESTÁ EM AÇÃO.

De repente uma música começou a tocar.

─ Parem de conversa fiada, vai começar. ─ Alice resmungou, olhando exatamente para o quinto andar e esperando que a "coisa" saísse.

Chishiya ignorou momentaneamente o jogo e se virou para Hayato Duramitsu. O encarou de cima abaixo, curioso para saber porquê estava com os Kobayashi. Ele não estava nem ai para quem era o Cho, só queria saber como estava ali. Cho Hayato finalmente olhou de volta nos seus olhos do Shuntaro e falou:

─ Quem é você? ─ Duramitsu perguntou. Não havia gostado de ser encarado pelo mais jovem.

─ O ex dela. ─ Chishiya respondeu, sem devolver a pergunta. Pelo desespero do outro de entender como eles se conheciam, sabia que ele falaria mesmo assim.

─ E eu sou o noivo dela. ─ Cho falou como esperado. A única coisa que Chishiya não esperava era essa resposta.

Mas tudo bem, nada que não se resolva.

Shuntaro riu de ladino com a resposta do Duramitsu, porém não debateu. Porquê ele faria isso? Papo chato e massivo de ex namorado. Ele não estava nem ai se Hayato era namorado, noivo ou esposo de Alice. De qualquer forma, falaria com ela da mesma maneira e o ignoraria. Chishiya estava mais "preocupado" em fazê-la falar com ele, do que se importar com esses "pequenos detalhes".

─ Ai vem ele. ─ Chishiya falou quando a porta do elevador fez um barulho e se abriu.

O rapaz se aproximou da beirada, cruzou os braços e os apoiou em cima da beirada, esperando que a ação começasse.

A imagem de uma pessoa alta e forte surgiu no meio do corredor, portanto uma AK-47 na mão direita e com uma máscara de cavalo cobrindo todo o rosto. Não dava para saber se era um homem ou uma mulher, mas do que isso importava se ele ou ela tentaria mata-los de qualquer forma? Seus passos eram pesados e despreocupados, caminhando como se estivesse passeando pelos corredores atrás de sua primeira vítima.

Duas garotas, que Alice deduziu serem amigas ou namoradas por estarem juntas e de mãos dadas, foram as primeiras a dar de cara com a "coisa". A Kobayashi não sabia que as duas estavam lá, se não com certeza tinha avisado que o próprio diabo estava bem naquele andar, esperando para que o jogo começasse e ele fosse caçar suas presas.

A "coisa" levantou a mão direita e apontou a arma para as duas garotas assim que as viu. As meninas gritaram instantaneamente, morrendo de medo e até tentaram correr ─ mas infelizmente foram mortas segundos depois, levantando por volta de trinta tiros cada uma.

Hayato e Dori arregalaram os olhos com a cena e agacharam-se no chão para não serem vistos. Alice olhou para o andar térreo e notou que Arisu e Karube sinalizarem para ela, perguntando o que estava acontecendo ─ mas seria difícil gritar algo ali de cima, pois a "coisa" descobria onde eles estavam: foi quando ela viu uma garota de roupas esportivas e cabelo curto com franja, escalando os andares.

─ Aquilo é uma AK-47? ─ Dori perguntou preocupado, com razão. Ele não era especialista em armas nem nada, mas pelos jogos que já jogou, aquela arama disparava muito rápido.

─ Sim. ─ Hayato confirmou, para a tristeza de Dori.

─ Está na hora, vamos. ─ Disse Alice, fazendo os três rapazes olharem para ela. ─ Vocês podem começar olhando as portas aqui de cima. ─ Ela apontou para o Cho e seu irmão mais velho. ─ Vou descer. Aquela garota ali também é muito ágil, vou falar com ela.

─ Tem certeza que é uma boa ideia? ─ Duramitsu perguntou a Kobayashi. Pela cara dele, preferia que a mesma falasse que não iria. Mesmo que eles precisassem fazer isso.

─ Sim, segue o plano, Hayato.

Alice subiu na sacada e respirou fundo. A sombra do corpo da 'coisa' sumiu próximo da escada. Ela esperou para que ele aparecesse novamente e o viu no andar debaixo, no quarto. A Kobayashi olhou para os lados e percebeu que haviam canos passando por todos os andares, o que a ajudaria no deslocamento para outro andar.

─ Vê se não morre. ─ Chishiya Shuntaro sussurrou para Alice antes que ela fosse. Surpresa, o olhou de volta. ─ O que? Achou que eu preferia que você morresse?

Ela não respondeu, mas no fundo sentia-se aliviada por ele não estar com raiva dela ─ porquê Alice sabia muito bem quando Chishiya estava com raiva e aquele não era o caso. Apesar de achar totalmente esquisito que seu ex namorado a trata-se da maneira exata de quando estavam juntos, mesmo depois chutar a bunda dele sem muitas explicações, algo nela ainda ficava feliz quando ele demonstrava se importar.

Droga, Alice Kobayashi, pare de pensar nisso, caralho! Foi a primeira coisa que tentou falar a si mesma. Precisava de foco, não de resgatar o drama adolescente que participou.

─ Não precisa, sou eu que quero. ─ Respondeu antes de sumir da visão do rapaz. Chishiya, acostumado com as respostas sempre diretas de Alice, achou graça.

Descendo enquanto se segurava no cano preso a parede externa do prédio, ela seguiu os passos da outra garota que também escalava o prédio para fugir do assassino. Ela era muito rápida e, pelo porte físico e as roupas de ginástica, a Kobayashi tinha certeza que ela fazia esportes radicais. Estava no sexto andar.

Outro barulho de tiro foi escutado no quarto andar. Os gritos dessa vez eram de um homem que tá tava fugir da 'coisa', mas que não conseguiu encontrar uma saída.

Alice desceu dois andares até o sexto e pulou no corredor, por trás da garota que estava procurando. A menina que parecia ter a mesma idade que ela assistou-se e deu dois passos para trás, analisando a Kobayashi por completo para entender o que e como ela havia chegado até ali.

─ Também sou boa em escaladas. ─ Foi a primeira coisa que Alice disse para inciar a conversa. ─ Foi mal se te assustei. Meu nome é Alice Kobayashi.

─ Não, tudo bem. ─ A garota respondeu tranquilizando-se. Parecia simpática, mesmo naquele momento. ─ O meu é Yuzuha Usagi.

─ Preciso da sua ajuda. ─ Alice continuou, chamando a atenção de Usagi. ─ Você é boa escalando e é rápida. Eu e meus amigos bolamos um plano pra tentar achar a sala. ─ Tentou falar rápido para não ocupar tanto do pouco tempo que tinham. ─ Quatro deles estão procurando, dois começaram pelo último andar e dois pelo primeiro. Pode me ajudar a distrair essa 'coisa'? ─ Perguntou. ─ Assim saímos todos vivos.

Yuzuha por um momento desconfiou de suas palavras, pelos simples fato de que quase ninguém na maioria dos jogos que jogou, faziam questão de se juntar para finalizar os jogos. A maioria só queria acabar e pronto ─ o que é plausível, diante as circunstâncias. Mas, no fim, Usagi deu o voto de confiança e concordou.

─ Tudo bem, o que vamos fazer? ─ Aceitou a proposta, achando que assim seria mais rápido e eles sobreviveriam. Não precisavam ser amigos para se ajudar, apenas, colegas de jogo.

Então Alice contou como as duas poderiam se divertir e fazer a 'coisa' seguir elas, ao invés de ficar seguindo os outros. Tiveram a ideia de intercalar entre os andares e correr pelos corredores até estar próximo da 'coisa' e conseguir escapar. A Kobayashi também pediu para que ela prestasse atenção por onde ele circulava, porquê talvez estivesse tentando proteger a porta que dava acesso ao símbolo que estavam procurando.

─ Pronta? ─ Perguntou Alice a Usagi, que concordou balançando a cabeça. ─ Pessoal, a 'coisa' tá no quarto andar! ─ Gritou para que todos os participantes pudessem ouvir.

Alice e Yuzuha se olharam mais uma vez e, concordando com o olhar, seguiram caminhos diferentes ─ a Kobayashi nos andares de cima e a Usagi nos andares debaixo.

O próximos 12 minutos foram caóticos. Alice e Usagi conseguiram distrair a 'coisa' durante um tempo até ela perceber o que as duas estavam fazendo. Dori e Hayato procuravam a medida do possível, passando de porta em porta, mas era muito difícil já que precisaram fugir algumas vezes da 'coisa'. Arisu e Karube conseguiram passar para outros andares, se juntando há mais dois homens, esses, que tentaram bolar um plano para matar a 'coisa' ─ não existia uma regra de que não poderiam matar seu obstáculo, então estava a critério deles.

Ainda sim tudo pareceu a mesma coisa. Fugas e tentativa de sobrevivência. Eles não pareciam conseguir encontrar uma pista de onde estava a porta com o símbolo, até que algo aconteceu.

─ Hayato, alguma coisa? ─ Alice perguntou através do rádio. ─ Onde vocês estão?

─ Voltamos pra o oitavo andar. O Arisu e Karube também estão aqui. ─ Cho respondeu de volta. Ele e Dori não haviam conseguido descer para os outros andares, então ficaram entre o sexto, sétimo e oitavo. ─ Cadê você?

─ No quinto, mas não no corredor principal. ─ Kobayashi falou. Estava escondida no corredor lateral, que a 'coisa' só conseguiria ver se estivesse no mesmo andar que ela. ─ Cadê ele?

─ No sexto. ─ Duramitsu olhou para baixo, vendo a ponta da máscara de cavalo. ─ O que nós fazemos? Não conseguimos encontrar nenhuma porta aberta nesses andares.

─ Vocês vieram no quinto?

─ Não.

Alice viu que um garoto de boné azul entrou no corredor principal do quinto andar. Ele caminhava olhando para os lados. Estava assustado, sozinho e com certeza não parecia uma ameaça. Ao chegar em mais da metade corredor conseguiu visualizar a imagem de Alice Kobayashi na escuridão. Seus olhos arregalaram e por um instante achou que era a 'coisa'. Seu coração só se tranquilizou quando chegou ainda mais perto e percebeu ser um dos participantes.

─ Oi. ─ O garoto disse. Aparente a ser um pouco mais novo que a Kobayashi. ─ Você sabe onde ele está?

Antes que Alice pudesse responder, a 'coisa', do sétimo andar, puxou o gatilho e começou a atirar na direção do mais novo. Completamente atordoado, os dois se jogaram no chão e se esconderam atrás do muro. O garoto de boné começou a gritar, pondo as mãos nos ouvidos para se proteger do grande zunindo que as balas causavam ao ouvido. O chão e a porta perfurados com marcas de bala, o carregador que não zerava e o trilho que expelia diversas cápsulas novas a cada segundo.

E no meio disso tudo, Alice Kobayashi fez uma observação crucial.

─ Alice? ─ Dori chamou a irmã pelo walkie talkie. ─ Alice? Você está bem? Responde!

─ Sim, eu tô, relaxa. ─ Disse depois de alguns segundoa. Até parece que era fácil relaxar em uma situação como aquela. ─ Vocês perceberam algo de diferente?

─ Diferente? Do que você tá falando? ─ O irmão continuou.

─ Porquê ele tá atirando de tão longe? ─ Fez o questionamento. A resposta parecia ser a mais clichê possível. Aquela reação deu muito na cara. ─ Ele perseguiu todos nós e nunca fez isso. Nunca atirou de outro andar... porque agora?

─ Exatamente, você tem razão. ─ Era a voz de Arisu. Ele pegou o rádio da mão de Dori e falou. ─ Além disso a visão dele é péssima por causa da máscara. Não faria sentido ele atirar de lá, a não ser que...

─ Aquela é a porta. ─ Alice completou. ─ O símbolo tá na porta 406.

Os barulhos de tiro pararam logo que a Kobayashi falou. Ela se levantou e correu para o corredor principal, tentando acha a 'coisa' no sétimo nadar. Nada.

─ Cadê ele? ─ Ela perguntou rapidamente aos outros.

─ No corredor do sétimo andar. Em direção as escadas.

Merda.

─ Precisam parar ele. ─ Continuou. Se desesperar e não pensar era a última coisa que deveria fazer. ─ Não sei como, mas precisam parar ele. Vocês são quatro, devem conseguir.

Bom, Dori era jogador de futebol e corria bem, mas com certeza não sabia como lutar. Hayato ia para academia todos os dias, mas também não era preparado fisicamente para uma pessoa que parecia ter a força de dois dele. Karube não era atlético nem nada, mas até que sabia dá uns socos se precisasse. E Arisu? É... O Arisu era o Arisu.

─ Eu faço isso. ─ Ela ouviu a voz de alguém desconhecido do outro lado da linha. Arisu manteve o botão do rádio ligado, por isso ela conseguiu escutar.

─ Quem é que tá falando? ─ Perguntou curiosa.

─ Não interessa. ─ Retrucou de maneira direta. Era um homem alto, careca e que vestia uma roupa militar. ─ Você quer que pare ele, não é? Vou fazer isso. Mas vê se faz sua parte e acaba logo com esse jogo.

Grosseiro, mas vai ajudar. Alice não tava nem ai se ele era simpático ou não, contato que ajudasse.

─ Cuida do seu que eu cuido do meu. ─ Ela falou no mesmo tom.

Alice desligou o rádio e guardou no bolso do blazer. Ela tirou o celular do outro bolso, na lado esquerdo e verificou quantos minutos faltavam. Seis minutos. Ok, seis minutos era bom. Eles já sabiam a sala, agora só precisavam entrar, achar o símbolo e tocar nele, não é? Exatamente.

Sala 406, ai vamos nós.

Respirando fundo, ela pôs a mão na maçaneta e... Alguém interrompeu.

─ Parece que você ainda é tão inteligente quanto era no colégio, não é? ─ Chishiya apareceu ao lado dela, sorrindo de ladinho. Meu deus, ele se teletransporta? Pensou Alice. ─ Qual é, tá com medo de entrar?

─ Não enche a minha paciência, Chishiya. ─ O chamou pelo sobrenome. Não era comum vê-la o chamar assim no tempo que estavam juntos. Geralmente o chamava pelo nome próprio, Shuntaro.

─ Então entra. ─ A desafiou, ignorando totalmente os seis minutos restantes que eles tinham. Alice até poderia estar preocupada pelo outros, mas ele, não.

─ Você não cansa de ser criança? ─ Resmungou encarando o rapaz. Sua mão apertou a maçaneta um pouco forte, mas soltou logo em seguida. Estava mais com raiva dele a tratando normal, do que se estivesse bravo.

─ Eu? Não. ─ Disse se balançando um pouco para os lados. Eles parecia mesmo uma criança com as mãos no bolso.

Como aquela cara debochada e sonsa lhe dava raiva. Sentiu uma vontade enorme de gritar com ele. Expor seu sentimento mais frustrado e jogar encima dele para vê-lo tratá-la com desdém ─ o que ele normalmente fazia com as pessoas. Mas nada disso resolveria. Nada do que ela fizesse iria causar chateação ou tristeza no em Chishiya. Ele não estava incomodado, nenhum pouco. Na verdade, em tanto tempo, foi a coisa mais esperançosa que lhe aconteceu.

Alice deixou os sentimentos de lado até que finalizassem o jogo e entrou. Shuntaro a seguiu, entrando pela porta logo mais.

Não havia nada demais, apenas um pequeno corredor dando visão a outra porta mais na frente. Os dois caminharam juntos até lá e encararam, tentando abri-la pela maçaneta. No entanto, ela não abria.

─ Droga, essa merda não abre. ─ Alice resmungou mais uma vez, agora, por causa da porta que não abria. Mais logo achou uma solução que poderia resolver aquele problema: o canivete.

Ela tirou o canivete preso entre a bota do pé direito e começou a mexer na maçaneta. Alice já tinha usado grampos de cabelo, pontas de canetas e até clipes para abrir fechaduras, então, sabendo que naquele canivete haviam várias pontas, deveria servir.

E claro, conseguiu, em menos de um minuto.

─ Alice Kobayashi arrombando portas. ─ Chishiya falou a observando. ─ Parece que voltamos ao ensino médio.

Shuntaro estava com o corpo curvado para frente, ainda com as mãos no bolso. Seus olhos penetravam os de Alice, sem se mover nem por um segundo para os lados. Sem distrações, sem nem mesmo piscar. Seus rostos estavam tão próximos que um rubor surgiu nas bochechas agora avermelhadas da Kobayashi. Por alguns segundos o mundo parou. Aquele mundo em que eles estavam não existia ─ apenas, os dois.

Mas mais uma vez o momento foi interrompido, quando eles sentiram alguém se aproximando por trás deles. Era outra 'coisa'. Outra pessoa mascarada e com uma arma em mãos. Antes que o gatilho acionasse, Chishiya foi mais rápido e puxou um taser do bolso do casaco, tocando no corpo da outra 'coisa' e a derrumbando no chão.

─ É, tava muito fácil. ─ Shuntaro deu de ombros, nada abalado. Como sempre. ─ Então, continuando nossa conversa...

O som dos tiros cortando o ar assustaram os dois: a 'coisa' não havia desmaiado de vez e agora estava acordada novamente. Por impulso, Alice empurrou Chishiya para direção da saída e correu para a porta que ela havia aberto, se trancando lá mesmo. O ouviu da mulher zuniu por alguns segundos até que conseguissem se recuperar totalmente. Sua cabeça parecia estar girando e girando, enquanto os tiros atravessavam a porta momentaneamente trancada. Alice pôs as mãos na parede, fechou os olhos e conseguiu recobrar a consciência. E ao olhar para os lados teve uma surpresa: os botões.

Dois botões vermelhos para apertar e finalizar o jogo, mas que estavam em paredes distantes e precisavam ser apertados ao mesmo tempo.

─ Alice, você tá bem? ─ Chishiya perguntou atrás da porta externa do quarto. ─ Ei, dá pra você falar comigo pelo menos agora?

─ Tem dois botões na sala. Não dá para apertar sozinha. ─ Respondeu a Shuntaro. Ela realmente estava tentando pensar em como fazer aquilo sozinha, mas não tinha como. ─ Eles precisam ser apertados ao mesmo tempo.

Se ela apertasse apenas um o jogo acabaria e todos eles morreriam. Se não apertassem eles também morreriam. Que ótimas opções.

─ Ah, que legal, é bom ouvir isso. ─ Ele debochou da situação. Se iriam morrer, pra que ficar se estressando? Não é como se ele estivesse totalmente tristes. Ter visto Alice pela última vez era alguma coisa.

Mas o pior de tudo é que ele acreditava que ela conseguiria achar uma saída.

─ Falta um minuto. ─ Shuntaro continuou falando com ela. Talvez se ela ficasse muito irritada, como das outras vezes, conseguiria pensar em algo. ─ Devo dizer minhas últimas palavras pra você? Sabe, como aqueles casais clichês da televisão fazem.

Mas eles não eram mais um casal.

─ Merda, não tem como entrar pela porta frente. ─ Kobayashi resmungou, realmente irritada com a situação. Ela não queria morrer. Não queria que nenhum de seus amigos morressem. Nem mesmo Chishiya.

Seu olhar percorreu pela sala, atordoado enquanto procurava uma saída... até dar de cara com uma janela. Bingo.

─ Usagi, vem até o 406! Preciso de você pra apertar o botão. Não tem como fazer sozinha! ─ Alice gritou pela janela, esperançosa para que a garota escutasse. ─ Não dá pra vir pela frente, tem que ser aqui por trás! Só temos 40 segundos!

40 segundos, os tiros continuavam.

30 segundos, a porta estava quase sendo derrubada.

20 segundos, a 'coisa' entrou pela porta e a encarou.

10 segundos, Usagi chegou até a sala, mas a 'coisa' começou a atirar.

Alice correu na direção da 'coisa' e pulou encima dela. A garota agarrou-se ao pescoço da pessoa e arrancou sua máscara, revelando uma mulher ─ que parecia eu star tão assustada quanto ela naquela situação.

─ Chishiya, entra aqui e aperta a droga do botão! ─ Alice gritou para o ex namorado, que apareceu na porta assim que ela parou de falar. ─ O que você tá esperando? Ajuda ela a apertar a porra do botão!

5 segundos, o caos estava tomado na sala. Os tiros não eram mais o som predominante, e sim, os gritos de Alice.

3 segundos, Chishiya olhou para ela, caminhou em direção ao botão e levantou o lacre. Usagi, que havia acabado de entrar na sala, correu para ajuda-los.

1 segundo, os botões foram acionados e o jogo acabou.

JOGO ZERADO, PARABÉNS.

O corpo da Kobayashi foi jogado contra a parede, caindo no chão. Exausta, o mínimo que conseguiu fazer foi se afastar da mulher que estava esganando há poucos segundos atrás e se sentir aliviada por conseguirem zerar o jogo.

─ Me desculpem. ─ A mulher falou, antes de sua cabeça explodir, causada por uma coleira que estava usando.

O rosto, as roupas e até o cabelo de Alice estavam cobertos de sangue. Por ter ficado muito próxima, assim que a cabeça da mulher explodiu, sujou boa parte corporal da mesma. Ela? Ficou intacta. Era a primeira vez que passava por aquilo. A primeira vez que estava quase matando alguém. A primeira vez que tinha seu corpo coberto por sangue de outra pessoa. Ficou chocada. Não quis se mexer, pois tinha nojo só de pensar em sentir o sangue de alguém espalhado pelo seu corpo.

Chishiya, percebendo como ela estava, caminhou até Alice. A mão que estava quase sempre dentro dos bolsos do moletom branco se voluntariaram para ajudá-la a se levantar. Ela? Olhou para ele. Não tinha o que falar ou fazer. Sinceramente, não estava com raiva dele, mesmo que quisesse estar ─ já que, involuntariamente, Shuntaro a trouxe para seu passado sombrio mais uma vez. Mesmo que ele fosse a parte boa.

Alice aceitou e segurou na mão dele, mas se soltou no mesmo segundo. Não queria sentir mais nada, pois sabia que isso lhe traria mais problemas. E naquele jogo, a última coisa que ela queria, eram mais problemas.

─ Você tá bem? ─ Yuzuha perguntou a ela, se aproximando um pouco e apoiando a mão em seu ombro. Alice concordou que estava bem. ─ Você nos salvou, muito obrigado. ─ Ela agradeceu, dando um sorrindo meigo, ainda que fosse um pouco triste. ─ Espero te ver novamente, Alice.

─ Também espero ver você novamente, Usagi. ─ Kobayashi respondeu a menina antes que ela fosse.

Usagi olhou uma última vez para Alice, mantendo aquele sorriso triste no rosto e sumiu na escuridão. E Alice, que tenho fazer o mesmo com Chishiya, foi impedida com o rapaz segurando seu braço.

─ Pra onde você vai? ─ Perguntou Shuntaro, sem largar o braço da ex namorada. ─ Escuta, não sei porquê você tá brava comigo ou coisa do tipo, mas eu tenho uma proposta pra você.

─ Eu não tô brava com você. ─ Alice respondeu diretamente, o que não era nenhuma mentira. ─ Só estou surpresa.

─ Então é meio caminho andado. ─ Ele deu de ombros, tentando não mostrar que de certa forma sabia que ela não tinha raiva dele. Modéstia parte.

─ E porquê você não está bravo comigo? ─ A pergunta do milhão foi feita. Era algo que ela ansiava para saber.

─ Esquece o motivo, eu só não estou. ─ E mais uma vez, ele respondeu vagamente. Seria estranho se desse tão na cara que ele sabia os reais motivos pelo término deles e por isso não havia ficado com raiva. ─ Então, voltando ao assunto, quero que venha comigo.

─ Com você? Pra onde? ─ Alice arqueou a sobrancelha. Não sabia o que ele estava aprontando.

─ Confia em mim? ─ Ela diria que sim, mas preferia não responder. ─ Você tá me devendo uma.

─ Só porque chutei sua bunda sem quer nem menos? ─ Tinha um motivo, ela só não queria dizer e se fazer de coitada. Óbvio, Chishiya sabia disso.

─ Mais ou menos isso. ─ Aceitou aquela resposta como uma das opções. Talvez, a mais cruel pelo qual ele já passou. ─ Pode trazer seu irmão.

Claro que sim, Chishiya gostava do ex cunhado.

─ Para onde vamos, Chishiya? ─ Perguntou novamente. Ela não sairia dali até que ele lhe contasse para onde estavam indo.

─ A praia. ─ Respondeu simples. Parecia até que falar aquilo era super normal naquele mundo. ─ Você quer acabar esse jogo, não quer? ─ Ela concordou balançando a cabeça. ─ Estamos tentando fazer isso lá.

Chishiya enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma carta de cinco de espadas. A mesma carta do jogo que eles acabaram de jogar. O rapaz havia achado no canto da parede, logo depois que a mulher havia morrido.

─ Você acha que se juntar as cartas da pra acabar com o jogo? ─ Deduziu Alice ao ver a expressão no rosto dele. Os dois estavam quase sempre em sintonia e não parecia ter mudado mesmo depois de anos. ─ Porquê eu acreditaria em você? Eu fui uma filha da puta e terminei com você sem motivo. Se eu fosse você, não iria me querer viva.

─ Já disse, você tá me devendo uma. ─ Não era só isso, mas como naquele exato momento ela não acreditaria que ele realmente não estava brava com ele, preferia mentir. ─ E nos podemos resolver dois problemas. O meu, porquê você tá me devendo, e o seu que é acabar esse jogo.

Para Alice, parecia plausível. E ela sabia quando Chishiya mentia. Aquele não parecia o caso, ao julgar por suas expressões e a maneira de agir. Ele era calmo e quieto sempre, mas não era indecifrável para ela.

─ E não acabar o jogo não é um problema pra você, idiota? ─ Alice indagou, falando como normalmente falava com qualquer resposta besta de conhecidos. Ele até se sentiu mais íntimo de ser xingado. ─ Acha que essa merda é brincadeira?

─ Faz tempo que não me xingava assim... seria estranho dizer que senti falta? ─ Perguntou aos quatro cantos, fingindo estar pensando filosóficamente sobre esse assunto. Ou seja, debochando.

─ Você tem algum plano, não tem? ─ Ela cruzou os braços, esperando que o resto da cilada fosse contada por ele. ─ Você não jogaria com outras pessoas por vontade própria, só porque acha "melhor" todos se salvarem juntos.

─ Tem razão, eu tenho sim. ─ Admitiu.

─ E não vai me contar? ─ Alice pressionou o lábio inferior com os dentes e encarou os olhos de Shuntaro. ─ Ou acha que eu sou idiota que nem os outros?

─ Te conto no caminho, vamos.

─ Espera. ─ A Kobayashi disse, fazendo o rapaz parar para escutar o que ela tinha para dizer. ─ Posso mesmo levar meu irmão? Se não você sabe que eu não vou ─ Chishiya concordou que sim. ─ E os outros?

─ Você agora faz caridade? ─ A pergunta irritou Alice mais uma vez. ─ Pensa assim: se todo mundo souber, menos chances de você salvar seu irmão.

─ E o Hayato? ─ A última coisa que Shuntaro queria ouvir era sua ex perguntando se poderia levar o noivo junto com ela. E claro, Alice sabia disso e mesmo assim perguntou. ─ Não me interessa se você gosta dele. Ele também é minha família.

Dizer não seria fácil para Chishiya e ele definitivamente diria... Se não soubesse que ela não iria com ele se não levassem Dori e o chato do noivo dela.

─ Tanto faz. ─ Fingiu não se importar.

─ Tanto faz mesmo? Não te incomoda? ─ Fez propositalmente a pergunta. Ela se segurou muito para não rir. Sabia que ele estava incomodado com o pedido, mas era divertido vê-lo negar.

─ Porque me incomodaria? Quem tá carregando o peso morto é você. ─ Disse antes de sair da sala e esperar que ela o seguisse sem fazer mais perguntas sobre o noivo dela.

E então, agora, Alice Kobayashi tinha um novo rumo: ir para a praia e a tentar finalizar o jogo ─ mesmo que fosse ao lado do seu ex namorado irritante.

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CHESHIRE

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