O verdadeiro poder de uma vidente
Dito e acontecido.
No outro dia, era uma segunda-feira, Draco fora atacado por Harry um pouco antes do jantar no banheiro da Murta.
Eu não quis olhar na cara do Snape aquela semana, tão pouco fui visitar Draco. Ele que se dane, eu estava superando tudo que tinha acontecido entre eu e o professor e tendo que estudar e me concentrar para o jogo.
Zyan - quer eu queira ou não - estava se tornando um bruxo incrível e maduro. Eu só poderia agradecer ao universo por ele ter melhorado.
Nosso último jogo, final de Março, iria ser contra a Grifinoria. Um clássico que eu odiava.
- Blasio está na enfermaria. - Informou Medellín na Sala Comunal antes do café da manhã daquele sábado.
- O que!? - Perguntei indignada, no meio da Sala Comunal Comum.
- Sei lá, está com umas alucinações.
Sophia estava sentada no sofá nos observando, o time estava reunido para acertar as posições finais. Eu olhei para ela e ela me lançou aquele sorriso esganiçado que fazia tempo que não dava, infelizmente era gracioso, mas não era seguido por boas ações.
- O que quê foi? - Me perguntou a amiga com um sorriso malicioso. - Todo mundo tem dias ruins.
- A questão é que ele está tendo essas alucinações a semana inteira. - Prosseguiu Medellín. - E agora?
- Cássio? - Sugeri para ela.
- Ele trouxe a vassoura dele. - Disse Jonh pensativo.
- Com certeza ele vai querer jogar. - Disse Sophia.
- É mesmo, Sophia? - Perguntei com ironia. - Já tinha falado com ele?
- Talvez...
- Sophia!
- O que!? - Retrucou ela com cinismo sorrindo abrindo os braços e mostrando os punhos em um falso sinal de conformismo.
Senti voltade de subir em cima dela e beijá-la. Cretina! Ela era incrível, não posso negar.
- Certo. - Me recompus. - John, fala com ele, por favor. Vamos pro café, isso não pode estragar o meu dia.
- Tá bom. - Disse Jonh com firmeza se levantando do sofá. Era realmente muito bom quando alguém fazia o que eu mandava.
- Potter também não vai jogar, - Continuou Medellin. - está na detenção pelo surto contra o Draco.
- Legal, temos mais chance de ganhar. - Torceu John indo pra os dormitórios.
Eu refleti um pouco melhor tomando suco e comendo um pedaço de bolo no café da manhã, eu nunca tinha ganhado a taça, nosso time não ganhava fazia anos, eu estava afim de fazer algo a mais, me dedicar e fazer valer a pena meu título de capitã.
- O que você fez com o Blasio, Sophia?
- Ahhh, o básico. - Respondeu ela mastigando um pão, tentando esconder o sorriso . - Deixa ele fazer xixi nas calças de tanto medo.
- Medo de quê!? - Perguntei intrigada.
- Eu não sei. Vai depender dos medos mais profundos dele.
- Nossa, você é um pouco perigosa mesmo.
- Sou nada. Vingativa? Talvez...
Não julgo, se eu soubesse eu faria igual ou pior.
- Sim, eu aceito substituir o Blasio. - Disse Cássio se sentando à mesa, na nossa frente. - Com muito prazer.
- Achei que a gente não valesse a pena pra você. - Debochei.
- Ah, Jenna, - murmurou ele com leve pesar - meu problema pessoal sempre foi com ele.
Eu tinha dúvidas sobre o que ele achava ser o problema pessoal. Não tive coragem de perguntar a relação dele com Blasio, já que eu comecei a ter receios sobre isso.
No caminho para o campo, Sophia se desviou um pouco conversando com as alunas do sétimo ano e meu irmão apareceu, me parando após me chamar com uma voz estranha.
- Olha ele, sumido. - Brinquei. - Estudando muito pro NOMs?
- Incessantemente, mas não vim falar disso. - Respondeu fechando cara. - Phillip está na ala hospitalar, na verdade faz uns dias que ele não está conseguindo se livrar de umas visões. Acho que ele está com alguma maldição.
- E o que eu tenho haver com isso?
- Jenna, ele está vendo crianças antisemitas por todo lado.
- Antisemitas!?
Gargalhei.
- Isso não tem graça.
- Porque você acha que tenho algo haver? - Perguntei ainda rindo.
- Bom, ele não tem muitos inimigos...
- É aí que você se engana, ele tem muitos. Ele não passa de um esnobe falso e agora... - arfei - me deixe em paz. - Disse eu dando de ombros seguindo meu caminho para o campo.
Crianças antissemitas? Sophia sempre se superava nas maldições dela. Era um milagre ela não ser pega, ruim mesmo era alguém achar que era eu. Sophia raramente era vista com uma "vilã", impressionante o poder dela de sedução e carisma disfarçava todo uma brutalidade cínica que havia por trás. Já eu era surtada então, qualquer absurdo que acontecia sempre tinha alguém apontando para mim.
Fui para o vestiário com uma só certeza mas John que falou por mim.
- Hoje eu quero que ganhemos, será meu último jogo. Precisamos fazer o que for possível! - Exclamou ele se olhando no espelho com o uniforme, todo orgulhoso empolgado.
- Mas é claro, John. - Respondi.
- Tá, mas vamos seguir com aquela estratégia? - Resmungou Med.
- Vamos sabotar..? - Perguntou Binggis.
- Não! - Gritei. - Não seja babaca, joga direito! - Gritei. - Se não soubessem não estariam aqui. Nossas reuniões não serviram de nada?
- Flint tinha algumas estratégias de jogo.
- Funcionavam?
- Quase nunca.
- Então cala a boca, Medellín, façam o seu melhor.
Eu não estava pra estratégia de última hora, na real eu não sabia o que dizer, fingi autoridade. Seis anos eram mais que o suficiente para saber o que fazer e eu ia para o campo contando apenas com meus instintos. Eu era uma péssima capitã mesmo.
- Jenna. - Chamou John ao meu lado após pisarmos no gramado. - Você acha que consegue prever se temos chance?
- Hum. - Era uma boa pergunta, então eu tive que tentar. - Posso? - Perguntei oferecendo minha mão para ele segundos antes de chegarmos no meio do campo.
- O que? Entrarmos de mãos dadas?
- Não seja tolo, só quero tentar... Ver... Esse é o meu jeito. - Respondi sem graça balançando ombros.
Ele levantou a sobrancelhas impressionado mas me ofereceu sua mãos livre, já que a outra carregava a vassoura. Eu a peguei e por um breve segundo eu o vi: John gritava a vitória junto a Medellín e Cássio, que segurava a taça. Foi rápido e o suficiente.
- Hey, Jenna. - Me chamou Cássio me tirando da visão. - Quer fazer o povo achar que vocês estão de caso?
- Não! Claro que não. - E soltei rapidamente a mão do jogador.
- Então vamos logo. - Ordenou ele com uma gentileza no olhar mas autoridade estranha. Eu não era nada mesmo no meu time.
- O que você viu? - Perguntou ele me acompanhando para o meio do campo.
- Que você vai dar o seu melhor. - E lancei a ele uma piscadela.
Ele sorriu com um suspiro e foi para o posto dele. Não quis ser direta e causar nele uma segurança desnecessária. Eu orgulhosamente fui cumprimentar a capitã da Grifinoria.
Gina estava como capitã e algo nada incomum aconteceu quando minha mão tocou na dela, enquanto ela sorria com orgulho, correspondendo ao meu olhar. Ao encarar Gina por alguns segundos eu tive outra visão: Harry em sua sala comunal vibrando com a vitória , recebendo a taça das mãos da Gina que pulava ao seu lado , mas subitamente, a cena mudou : Gina num impulso rápido beija Potter com total felicidade e paixão e é muito bem correspondida.
Tudo fez sentido. Naqueles segundos eu descobri algo que foi um divisor na minha vida. O universo não tinha apenas uma opção, ele tinha mais e cabia a todos se empenhar para dar um destino ao caos de possibilidades. Era assim que minha mãe via as coisas, e agora eu conseguia compreender a personalidade dela, era confuso saber de mais, saber as chances e possibilidades do futuro. Ser vidente era um peso muito maior para ela, a acertabilidade dependedia de muitos fatores.
- Eu torço por todos nós. - Disse Gina com um sorriso enorme espelhanodo no meu.
- Você é maravilhosa, mas eu também.
E ela sorriu com carinho e logo fomos para nossos postos.
- E que comece o jogo! - Ouvi o narrador e o apito da professora Hooch.
Subi em minha firetbolt agoniada. Era Gina ou Jonh. Era Grifinória ou Sonserina, mas afinal, qual era o ponto X do jogo? Onde eu iria me deparar com as chances? Essa com certeza era a pergunta mais interessante do jogo.
Medellín era ótima e Cássio parecia estar dando a vida, ele fez tantos gols que senti as vaias da Grifinória pela primeira vez. Até o taco estava mais leve na minha opinião. Meu parceiro Binggis era bom, mesmo com uma vassoura inferior e confesso que foi um orgulho para mim.ter escolhido ele, mas Harper como apanhador era ruim, ele seguia Gina tal como Draco fazia, era deprimente.
50 para Grifinória e 100 para Sonserina. Parecia mentira um jogo limpo, mas estava acontecendo. Quando Sonserina chegou a 200 eu me empolguei de verdade, mesmo Gina pegando o pomo daria empate. Foi quando o balaço veio em minha direção e Cátia estava perto, muito, o suficiente para eu acertá-la. E ela estava prestes a fazer um gol, e logo abaixo Gina estava quase pegando o Pomo.
Tenho certeza que o mundo a minha volta estava rápido mas para mim tudo parou. Era eu ali, tendo que escolher entre o beijo da Gina e o sonho da taça para Sonserina. Era ver aquela união entre os Grifinorios começar a se formar ou ver Cássio, John e todos nós felizes. Parecia lógica a resposta. Cátia era meu alvo perfeito mas eu tinha menos de um segundo para decidir entre ganhar ou perder...
Entre Gina ou eu.
E eu decidi... perder.
- Jenna Gibbon erra o balaço e acerta o vento, numa tentativa frustrada de acertar Cátia Bell!- Gritou o narrador.
Que ótimo! Minha humilhação narrada e apontada para todos verem! Eu não tive coragem de olhar para ninguém do meu time depois disso, eu não sei bem porque fiz aquilo pela nossa Casa rival.
- E Gina Weasley pega o Pomo de ouro! 210 para Grifinória e 200 para Sonserina...
Eu fiquei ali no ar um tempo ouvindo os gritos de alegria que não eram os nossos. Decidi olhar para o céu: estava azul, um dia claro, poucas nuvens, vento leve. Eu só queria ver o Jorge e o Fred enquanto sentia as lágrimas cairem sutilmente no meu rosto gelado, esfriando ainda mais destoando do meu coração quente e angustiado. Clamei em silêncio por Sophia...
- Jenna Gibbon, desça imediatamente! - Gritou Madame Hooch. E eu lentamente a obedeci.
Acredito que fui a última a sair do campo de cabeça baixa. Mas eu dei uma simples olhada para o grupo da Grifinória que partia aos gritos e vi Neville, com um olhar estranho para mim. Se eu pudesse ler sua mente eu entenderia - "nada mal Neville, se tornou um ótimo Oclumente, que orgulho que tenho de nós. "
Saindo do campo cabisbaixa ignorando o mundo à minha volta, não passei pelo nosso vestiário, fui direto em passos lentos para o castelo ainda contemplando o céu e os gritos dos alunos da Grifinória. Gina estava feliz, hoje alguém iria dormir sentindo borboletas no estômago.
No corredor de entrada eu fiquei surpresa com uma presença. Ava estava com as mãos nos bolsos e com o cabelo solto, com um sorriso tão enigmático quanto do Neville.
- O que foi aquilo? - Perguntou ela com um ar de preocupação.
- O que ? - Perguntei confusa.
- Você não erra aquela garota que foi peguete do seu ex.
- Impressionante como você sabe sobre mim.
- Nunca neguei. - Disse ela dando uma levantada nos ombros e suspirando profundamente. - Você está linda.
- Ahhh, Ava. Seu cabelo também está... incrível. - Conclui suspirando também. A cascata de cabelos castanhos claro realmente me fazia bem, senti até saudade de ver Sophia com o cabelão dela. Tinha um charme nela que me chamava.
- Ah, às vezes eu gosto de solta-los.
As vezes me pegava lembrando dos meus dedos entrelaçando os cabelos da nuca da Ava na sala da professora Minerva naquele dia...
Mas Sophia apareceu de supetão ao meu lado me fazendo sobressaltar, me tirando dos meus devaneios com um imenso susto.
- Jenna, onde você estava!? Eu te perdi da multidão, te procurei no vestiário... - ela parou ao ver Ava. - Ah... E ai? - Tentou fracamente cumprimentá-la.
- E aí, grandona. - Disse Ava em tom de deboche cruzando os braços.
- Qual é a sua? - Perguntou Sophia com desdém e expressão de asco.
- Eu me pergunto o mesmo. Já aprendeu a dar valor nessa maravilhosa? - Disse ela me lançando um olhar.
- O que foi que você disse? - Indagou Sophia arregalando os olhos.
- Pois é, namoradinha da Jenna.- Retrucou audaciosamente Ava jogando os cabelos pro lado levantando levemente o queixo. - Talvez não tanto namoradinha hoje, não é mesmo?
- Jenna, qual é a dela? - Perguntou Sophia com uma expressão de raiva e tom de voz áspero sem me olhar nos olhos, lançando um olhar penetrante em Ava que começou a me dar medo.
- Aaaah, gente. Não! Sem discussão! - Eu não sabia o que responder.
- Eu sei que ela brigou com você por minha causa.
- É mesmo? O que mais você sabe?
- Eu quem que te pergunto. Qual a fruta favorita da Jenna?
- O que?
Essa brincadeira eu não estava entendendo.
- Você sabe? - Intimidou Ava com um sorriso orgulhoso.
- Ah, morango?
Não.
- Não é porque ela gosta dos morangos da avó que é a sua fruta favorita. É maçã.
Meu Deus. Eu concordei com medo olhando para Sophia que me lançou um olhar atravessado.
- E o que isso tem haver, maluca!?
- Você sabe a cor favorita dela?
- Ah... verde?
Roxo.
- Não. É roxo... - Credo. - A primeira cor que a Jenna colocou nos cabelos. Ela ficou dois anos com essa cor e tem algumas roupas com esse tom. Gustav me contou.
- Você é doente.
- Você sabe o livro favorito dela?
- Ela não tem livro favorito. Ela não gosta de ler.
Ah...
- O livro que o ex deu a ela, que pertenceu a Molly Weasley.
- Como você sabe disso? - Dessa vez eu perguntei impressionada.
- Eu te observo. E Gustav disse que você vive com ele nas férias e eu já vi você pelos cantos com ele também. E ela gosta de ler sim, principalmente as revistas O Pasquim! E você ainda acha que é amiga dela?
- Como ousa falar comigo desse jeito!? - Gritou minha amiga se aproximando dela.
- Sophia para! - Alertei me pondo entre as duas.
- Você não acha isso estranho!? - Perguntou Sophia, aparentemente tentando conter sua fúria.
- Ela nunca me ofereceu mal algum, e se fosse eu saberia. Ela sempre foi discreta e eu nunca soube dela.
- Sim, eu achei que nunca teria chance... mas...
- Então fica você com a sua chance! - Gritou Sophia com raiva , saindo e pisando firme.
Tive medo dela fazer mal a corvinea mas acho que não iria. Sophia era vingativa mas ela não maxia com quem eu me importava.
- Ava. - Disse me virando para ela, falando baixinho. - Se você me observa tanto, sabe que Sophia não é uma santa.
- Eu sei. Toda cheia das maldições, não é? Sangue de veela. - Debochou revirando os olhos. - Já li que são hostis, mas tanto faz, eu tenho meus truques também. - Disse ela com aquele sorriso atrevido sacolejando os ombros descruzando os braços.
Em silêncio eu fiquei admirando sua coragem e sorriso. Estava surpresa por quanto ela sabia de mim e eu não sabia nada dela, até uma admiração eu comecei a sentir.
Passando um minuto - imagino - percebendo e ignorando vários alunos que passavam nos olhando, ela foi se aproximando ainda mais e dessa vez ela que pegou na minha mão e me conduziu para em busca de uma sala vazia, eu apenas sorri e admirei. Por um tempo até esqueci do caos e da situação que eu tinha vivenciado em campo.
Entramos numa antiga sala, acho que foi de História da Magia. Eu estava um pouco distante ainda, sem saber ao certo o que estava acontecendo ou fazendo. Mas quando entrei pela porta e Ava me agarrou pela cintura me dando um beijo mais intenso que na última vez eu despertei pro presente.
Acho que ela estava se soltando no tempo dela ou realmente dando valor a um momento especial.
Eu decidi me entregar. Ela parecia mais inexperiente que eu, mas não hoje.
Foi tudo tão rápido. Ela sentou em uma cadeira e me colocou em seu colo apertando minhas coxas e eu acariciando sua nuca, tentando não me perder em seus cabelos quando eu sentia algo, um medo, um sutil medo de algo pudesse acontecer com ela. Obviamente eu fui lançada mais uma vez ao futuro...
Ava estava subindo as escadas do que parecia ser o segundo andar do Castelo, ela levava consigo um livro na mão. Seu semblante era muito sério e parecia pensativa. Foi quando no final do patamar apareceu Crabbe e Goyle rindo com suas varinhas em mãos. Ambos pararam com expressões de deboche ao vê-la.
- Hey. Qual o seu nome? - Perguntou Goyle estupidamente.
- Porque querem saber?
- De onde você veio? - Perguntou Crabbe.
- Da biblioteca. - Respondeu ela dando passos para trás, voltando ao patamar de baixo.
- Você se lembra dela, Crabbe?
- Não. Essa ai deve ter passado batido.
- Do que estão falando?
- Qual é o seu nome!? - Gritou Goyle apontando a varinha pra ela..
- Não interessa!
- Confundus! - Gritou Goyle fazendo Ava cair no chão largando o livro. - Imperiuns. - Sibilou ele se aproximando dela descendo os últimos degraus.
- Cara, isso é necessário!? - Vacilou Crabbe desconfiado.
- Não seja estúpido. Se o Lord souber que deixamos uma qualquer em Hogwarts ele nos mata. - E voltou seu olhar para Ava. - Qual o seu nome?
- Ava Smith.
- Uma mestiça?
- Não. - Murmurou Goyle. - Eu memorizei bem. Essa ai é sangue ruim.
- Tem certeza?- Crabbe passava mais desconfiança do que medo.
- Sim. - Respondeu ele sério, analisando pensativo a situação enquanto brincava com a varinha. Ele estava com uma postura diferente, mais alta e arrogante, o ar de piadista infantil já não estava estampado em seu rosto, ele expressava maldade.- Eu não posso deixar essa passar, vou entregá-la ao meu pai . Ele ficará orgulhoso.
- O que!? Você vai...? - Agora sim se via um certo ar de medo nele.
- É. - Afirmou o sonserino com uma sútil raiva no olhar. - Já está na hora de provar que eu posso. Esse último ano eu vou conquistar o meu espaço.
Ava confusa olhava com lágrimas nos olhos para eles.
- Cara, do que está falando?
Acho que ele sabia.
- Assista. - Disse Goyle com deboche. Após um longo suspiro ele pintou a varinha para Ava e gritou.-Avada Kedavra!
Eu sai daquela visão com um susto saltando para trás me escorando na carteira à frente.
- Jenna! - Gritou Ava. - O que foi que eu fiz!? Te mordi com muita força!?
- Não! - Disse suspirando de tensão. - Ava eu tive uma visão.
- Uau.- Disse ela sorrindo com orgulho. - Que incrível!
- Não, Ava! Não é! - Eu entendi tudo naquele momento. - Você precisa entender uma coisa. Não volte a Hogwarts no ano que vem!
- O que!? - Perguntou ela confusa.
Eu voltei a abrir minhas pernas para sentar em seu colo e segurar sua cabeça com carinho olhando com firmeza em seus curiosos olhos castanhos.
- Você não pode voltar para Hogwarts no próximo ano letivo. - Afirmei com a voz embargada.
- E porque não!?
- Se vier você pode... ser morta. - E quase que a voz não saiu.
- O que!?
- Imagino que você tenha confiança em mim...
- Suas visões sempre acontecem. - Disse ela muito séria e com os olhos ficando marejados.
- Sim. Mas eu sei que posso alterar o futuro.
- Você tem certeza?
- Sim, Ava, eu acabei de fazer isso no jogo. - Ela parecia estar empalidecendo de tensão. - Você não virá ano que vem e eu me certificarei disso. Não sei como vou fazer isso, mas tenho meios para tentar, vou criar um plano. Você vai viver, Ava, - disse com mais força segurando seu delicado rosto - com todas as minhas forças eu vou mudar essa situação.
- Bom, - disse ela pensativa olhando para baixo - posso falar com meus pais, ele querem se mudar para...
- Não, não me fala! Eu posso ser sondada. A sua vida em primeiro lugar. Apenas vá para longe, muito longe.
- Jenna. - Chamou-me ela com um olhar triste mas um sorriso sútil. - Mesmo que seja meus últimos meses de vida, - Eu me murmurei um "não" - saiba que ficar com você e olhar para você... - uma singela lágrima caiu de um dos seus olhos - esse exato momento... com certeza está sendo o mais incrível da minha vida.
- Ava... - eu não sabia o que dizer, apenas limpar as suas lágrimas com carinho.
- A gente não precisa fazer nada demais. - Disse ela sorrindo com os olhos brilhando. - Qualquer segundo te olhando vale mais do que qualquer beijo ou sexo...
- Não fala mais nada. - E dei um carinhoso beijo em seus lábios. - Você terá a melhor noite da sua vida e centenas de milagres depois, não sei se será comigo, mas você terá e a gente vai se ver um dia bem velha em um bar e vamos falar desse dia e reclamar da vida, e de como é horrível ser uma velha sem graça...
- Você nunca será sem graça. - Sussurrou ela olhando para os meus lábios. - Eu acredito em você e...
Eu não deixei ela terminar. Eu lancei um feitiço na porta da sala e ali, na carteira, a gente fez do jeito que eu amava...se aventurando.
Eu sabia, eu tinha certeza mesmo sem saber do futuro que Ava seria a primeira vida que eu estava salvando antes da guerra. Foi graças a ela que tive forças e esperança para acreditar que eu tinha o poder do futuro em minhas mãos, eu... somente eu... mais ninguém. Esse era o maior poder que nós videntes tínhamos.
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