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O último desejo de Alvo Dumbledore

E mais uma vez eu voltando pra Sonserina com um sorriso bobo na cara, pensamentos distantes, com meu uniforme de Quadribol tentando andar em linha reta.

Eu não estava preocupada com ninguém, eu não precisava até eu me deparar com a Sala Comunal praticamente vazia, com apenas Cássio e Draco - que estavam nas poltronas - Medellín e Thayla em um canto nas mesas de estudos, todos me lançaram um olhar torto quando eu entrei.

Eu evitei olhar para elas, mas reparei na expressão pensativa do Cássio. Era bem raro ver ele assim.

- Que cara é essa? - Perguntou ele a mim, sem o ar carinhoso típico, ele estava aborrecido.

- Sei lá, uns amassos me ajudaram. - Respondi me sentando largada na grande poltrona.

- Cretina de sorte. - Falou ele calmamente apático. - Depois desse jogo eu acho que eu preciso também de um... - E sem concluir ele olhou para o lado com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Amassos com quem? - Perguntou Draco virando a poltrona para mim, mas quem respondeu foi Cássio.

- Isso não importa. - Respondeu o amigo chateado. - Porque entregou o jogo, Jenna?

- Ah, não foi bem isso...

- Não minta pra mim. - Pediu ele desanimado.

- Onde está o John?

- Foi para os dormitórios, porque?

- Depois converso contigo, quero falar com ele. - Disse me levantando e me preparando emocionalmente para conversar com colega, eu sentia que devia.

Cássio e Draco me olharam com uma desconfiança, mas eu os ignorei. Fui para os dormitórios e deduzir que o último ano se alocava no primeiro comodo, dado ao dormitório do Draco onde eu já estive.

A chance de ver uma cena desagradável era imensa, mas decidi me aventurar, eu estava muito relaxada e feliz pelo dia, pelo desfecho, descobertas e até pelo sexo.

Chegando no dormitório, só havia dois alunos. Um dormindo no fundo e John deitado de lado voltado para porta. Ele arregalou os olhos ao me ver e se levantou, se sentando em sua cama.

- Jenna?

- Sim. Eu preciso falar com você. - Disse me aproximando.

- Uau . - Murmurou ele confuso mas com a seriedade típica. - Ok .

- Posso me sentar?

- "Uau" de novo. - Murmurou com uma expressão que beirava a submissão e curiosidade, mas eu não tinha tanta certeza.

Eu me sentei descontraída em sua cama e cruzei as pernas, tinha uma energia no John que eu não sentia em nenhum outro aluno da Sonserina: confiança.

- Eu te devo desculpas. - Falei.

- Você deve?

- John, eu acho que te iludi de certa forma.

- Eu fiquei confuso, você parecia certa sobre a conclusão do jogo, não é? O que mudou?

- Você tem razão. Algo mudou. Eu... - arfei - Acho que esse jogo foi muito importante para mim. Eu vi duas possibilidades.

- E isso é normal?

- Não, é super incomum mas... Eu vi você feliz e... - baixei a cabeça. - eu vi outra possibilidade.

- Imagino que não era eu feliz.

- Eram outras pessoas... E...

- Você quis mudar o final?

- Eu quis entender o quanto eu poderia interferir.

Ele me encarou pensativo, parecia impressionado e preocupado ao mesmo tempo.

- Você já foi no quarto de alguém assim?
- Perguntou distraído.

- Já arrastei do Draco pra fora do quarto dele, mas me sentar na cama de outro cara, só na Grifinória mesmo. Aqui é bem mais organizado que o dormitório do Draco... - Parei para observar em volta. - Onde é a cama do Zyan?

- Ele nunca te contou? Ele não dorme aqui.

- Não.

- Existe um quarto para o monitor agora, algo implantado pelo irmão dele. Quando Rachid saiu, Zyan passou a dormir lá depois do quinto ano.

- Ah... É bem coisa deles mesmo. Ele nunca me contou.

- Vocês realmente eram amigos? Namorados?

- Com certeza não éramos nem uma coisa nem outra, mas...

- Acho um desperdício de tempo.

- O que? - Perguntei confusa.

- Você é muito interessante, Jenna.Você se importa com as pessoas, eles são babacas, apesar do Duque ter mudado depois das suas surras, ainda acho ele suspeito. Não se aproxima de qualquer um, não, relacionamento agora só atrapalha os estudos.

- Ah, sei lá. De alguma forma o ofício me puxa pra alguém...

- Ser vidente é um fardo, não é?

- É sim, John.

- Você veio aqui me contar... - Prosseguiu ele sério mas com um leve sorriso. - Isso é muito honesto.

- Eu te devia isso. Algo incomum aconteceu.

- Você ainda está triste.

- É claro, nem você e nem eu estamos felizes porque eu tomei uma decisão... - E suspirei fundo. - Sei lá , eu só queria que alguém fosse mais feliz do que... nós.

- A Grifinória?

- Não exatamente, só a Gina.

Ele me encarou tão sério e apático como sempre, suas piscadas mais lentas não diziam muita coisa e deduzi que ele tenha ficado chateado.

- Você é sentimental. Deveria começar a se presentear, você merece mais. Se dê mais valor , Jenna. Se ficar mudando as coisas esperando agradar sem nem ao menos ser creditada por isso, você não vai suportar o fardo.

Ele estava certo, eu sempre favorecia mais os outros que a mim. Abnegava em diversos momentos minha felicidade por alguém. John também era um cara incrível, ele seria um aliado incrível se eu tivesse notado ele esses anos todos.

- Do que seu pai trabalha? - Perguntei com sincera curiosidade.

- Ah. - Soltou ele relaxando suas expressões sutilmente. - Meu pai trabalha no Profeta Diário, ele organiza as entregas de jornais todas as manhãs junto às corujas. Minha mãe morreu quando eu era pequeno.

- Nossa, eu sinto muito.

- Tudo bem. Minha mãe era ... - ele olhou para o fundo do quarto onde tinha um aluno dormindo e continuou com a voz mais baixa.- um aborto. Papai tentou pedir ajuda ao St. Mungus por ela devido uma doença rara na cabeça e assim como a irmã que era bruxa , que eu costumo mentir dizendo que era minha mãe, faleceram jovem.

- Meu Deus. - Eu fiquei impressionada por ele me contar. - Eu nunca ouvi nenhuma história assim, eu lamento mesmo.

- Pois é. - Se manteve falando sério e baixo. - Eu confio muito em você, mas nunca conto isso, eu tenho medo. Minha mãe tinha um tipo de aneurisma, ela trabalhava no mundo trouxa de anfitriã de um restaurante chique. Eles também não conseguiram salvar ela.

Ele se manteve sério mas olhando para o chão pensativo, eu fiquei mal por ele, ele merecia ser muito feliz e um remorso começou a bater.

- John, o que fará depois quando se formar esse ano?

- Sabe, - prosseguiu ele com um leve sorriso me olhando nos olhos - eu queria ser jogador profissional de Quadridol mas acho que só vou conseguir uma coisa no trabalho do meu pai. E você? Ministério? Você poderia fazer qualquer coisa.

- Você ainda pode ser jogador.

- Não, comecei muito tarde.

Eu me senti muito mal eu não queria ter tirado um troféu dele. Também comecei a me perguntar sobre meus sonhos e metas para o futuro: eu não tinha. A neta era sobreviver.

- É, parece que o ofício dos nossos pais é o que nos resta. Mas eu não tenho ambição alguma.

- Acho difícil, só não percebeu ainda. Você é incrível em defesa, em vidência, em liderar, mudar as regras para melhor, analítica, você ensina tanta coisa, aposto que nem percebe.

- Você acha?

- Sim.

Olhando para ele me esforçando para não ler seus pensamentos eu pude sentir uma pureza incomum, uma sinceridade e bondade atípica, tive até curiosidade para ver o seu futuro mas eu estava começando a sentir dor de cabeça e isso era um sintomas do meu esforço . Um dia cheio de visões era muito comum, de certo estava me sobrecarregando.

- John, eu preciso descansar.

- Claro, desculpa o desabafo, eu sou intediante.

- Você é muito interessante. - Isso fez ele abrir os olhos um pouco mais. - Se cuida, se preserve e... Não deixe de tentar realizar o seu sonho, lembre-se: eu vi você e ganhando um troféu.

Ele sorriu sutilmente e eu me despedi saindo do quarto me sentindo melhor.

Não fiquei na sala comunal comum, fugi de todos, fui para o meu dormitório e fiquei sentada na cama da Sophia olhando para os meus joelhos pensando em tudo que tinha acontecido até ela aparecer um pouco antes do almoço.

- Jenna? - Me chamou com uma voz baixa e eu levantei a cabeça para observá-la, ela estava um pouco preocupada . - Você está bem? Eu fiz merda?

- Senta. - Eu precisava desabafar quer ela goste ou não.

- O que aconteceu? - Me perguntou ela insegura se sentando na minha frente e eu comecei a contar em ordem as visões e fatos que tinham acontecido.

- Crabbe? Vai mata-la? - Me perguntou ela chocada.

- Não vai, eu vou impedir que nascidos trouxas e até mestiços pisem em Hogwarts ano que vem.

- Mas como? Isso é um absurdo.- Indignou-se confusa. - Como pode ser considerado algo normal matar em Hogwarts? O que vai acontecer?

- Sophia, eu não sei, mas se isso tem chances de acontecer sinal que algo muito terrível está para explodir e eu tenho só teorias.

- Teorias? Porque não vasculha o futuro? Agora mais do que nunca é necessário mais visões e ...

- Sophia, não cobre de mim, por favor. - Pedi desanimada. - Snape já fez isso e foi... - Eu abaixei a cabeça e tentei não me emocionar.

- O que ele fez? Porque não me contou?

- Eu tive uma visão com Draco, sabia do ataque do Potter, mas não sabia quando e ele surtou comigo.

- Canalha desgraçado! - Exclamou ela com uma expressão de raiva.

- Tanto faz, eu não quero pensar sobre isso.

Ela me encarou se acalmando, parecia mais conformada do que eu.

- E sobre a Ava... - Introduziu ela o assunto que eu estava com medo.

- É, eu não sei como a gente vai ficar.

- Você diz eu e você?

- É porque... eu...

- Devorou ela? - Perguntou ela de um jeito estranho, meio malicioso.

- Eu não usaria essa palavra mas...

- Vadia de sorte. - Murmurou a amiga olhando para o chão sorrindo.

- Você... - Falei fitando seus olhos. - Não está chateada?

- Já me conformei e ... - Ela me olhou de canto, parecia querer esconder o rosto. - Eu percebi que não preciso me prender a você e... Não estou tão preparada como você para falar dessas fugas e casualidades...

- Não preciso saber com quem anda ficando, se é essa enrolação que está fazendo.

- Uffa... Eu sempre fico com vergonha de dizer porque ...bom, - ela me encarou com um sorriso tímido - eu amo você e quando volto a te olhar eu fico louca de novo e...

- Cala a boca. - Ordenei rindo me lançando em cima dela a beijando com vontade. Havia ainda fogo em mim, e muito.


Bom seria se minhas expectativas fossem alcançadas. Na segunda de manhã tive um tempo de conversa com Cassio nos corredores, antes da nossa primeira aula. Eu até contei por cima o que houve  sobre ter uma nova perspectiva do meu dom.

- Vaca.

- Porque!?

Cassio me xingou calmamente com uma expressão de tédio, ele cruzou os braços bufando, sem o menor sinal de agressividade, elegante, como sempre.

- Eu queria ter esse poder de mudar o futuro, - justificou-se repuxando os lábios para os lados - ou o mínimo que fosse para eu poder controlá-lo. Mas me contento em estudar legilimencia quando eu tiver uma autorização do Ministério. Talvez eu entenda melhor esses caras e a suas maluquices.

Ele estava chateado comigo, era compreensível. Eu só podia pedir desculpas, mas sentia que nem isso eu devia a ele - eu era boba.

Nem depois do fim da detenção do Potter eu quis seguir com as aulas de oclumencia e legilimencia com Snape. Eu sentia que não precisava mais e mesmo que eu precisasse de mais conhecimentos complementares eu não tinha humor para encarar Snape, ele tão pouco parecia preocupado com isso então eu decidi seguir em frente.

A semana do começo de abril não começou bem: dores de cabeça, pesadelos que eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas parecia que algo iria.

- Bom dia, Jenna. - Me cumprimentou Neville num sábado de manhã me vendo sair sozinha da biblioteca antes do almoço.

- Oi, Nev.

Neville por esses dias ficou mais afastado, talvez pelas provas finais , então ficamos de ter a última aula no sábado à tarde.

- Faz um tempinho que não vejo você. - Falou ele com um sorriso gentil.

- Eu ando sumida mesmo, introspectiva. - Falei com a cabeça baixa abraçando um livro avançado de feitiços.

- Foi o jogo? Ou aconteceu algo mais!? - Perguntou me acompanhando pelos corredores com as mãos nos bolsos.

- É, tudo junto.

- Não quer me contar o que aconteceu? - Indagou ele com um sorriso estranhamente confiante.

- Te conto lá na nossa aula hoje e se você tiver sorte , e eu azar, você vai acabar lendo minha mente. - Brinquei sorrindo.

- Verdade. - Respondeu ele com um sorrisinho orgulhoso.

- Hey, você parece feliz.

- Sabe, achei que a maioria das garotas da escola me achassem idiota, percebi que não.

- Aí, Deus, você sabe de tudo agora. - Me lamentei com deboche.

- Não, eu parei quando vi umas intimidades, - ele fez uma careta olhando para o chão - achei desonesto ficar vendo isso, mas confesso que estou mais feliz sabendo que sou mais respeitado e... - Ele parou no corredor com um sorriso contido - percebi que umas garotas são afim de mim...

- Neville! Nem eu tenho curiosidade nessas coisas.

- Ah, Jenna, você nem precisa, qualquer um cairia de quatro por você.

- Aaaãh... - Eu fiquei sem jeito e não soube o que responder.

Foi quando notei uma garotinha da Corvinal com um pergaminho na mão, apareceu ao nosso lado. Ela esticou o braço para mim e entregou a mensagem.

- Você é a vidente, não é? Diretor pediu para lhe entregar isso. - Dito isso ela partiu saltitante para a biblioteca.

- Estranho. - Murmurei.

- É comum ele te chamar? - Perguntou Neville.

- Não, e quando é bronca o Snape me avisa.

Abri o bilhete e nele dizia para eu ir me encontrar com o diretor em sua sala logo após o término do horário de almoço e a senha também estava no rodapé.

- Bom, eu preciso me encontrar com ele depois do almoço.

- Sendo assim, acho que não teremos aula hoje. - Se lamentou levantando os ombros.

- Tudo bem pra você?

- Sim, claro, mas vou ficar curioso sobre tudo.

- Pois é, a gente tem muito que conversar.

Neville sorriu e se aproximou de mim me dando um beijo no rosto, parecia uma despedida mais íntima. Aquilo foi novidade e eu logo deduzi que era uma experiência - pelo menos para mim parecia - só que ele não iria conseguir ler meus pensamentos enquanto me encarava profundamente se afastando. Também comecei a considerar que ele tenha lido minha mente sobre o dia da festa do professor Slughorn - ai eu comecei a sentir uma leve vergonha.

- A gente se vê mais tarde, após sua reunião com o diretor, caso queira conversar comigo ou ...

- Neville?

- Sim.

- Booom... - Murmurei sem saber exatamente o que dizer, mas inventei uma dúvida. - Você ainda tem o duplo com a Sophia?

- Tenho sim, eu até pensei... - ele desviou o olhar - que, a gente poderia ter um.

Não sei porque senti uma dor no estômago, mas confirmei, sentindo meu rosto ficar quente.

- Ok, a gente vê depois, preciso ir. - Me despedi às pressas.

Dei as costas rapidamente para ele para seguir meu caminho para o Salão Principal. Eu não entendi a minha timidez, eu era tão experiente na arte de flertar, me sentia sempre confiante, mas Neville estava estranhamente seguro e pra mim era um máximo, era atraente e eu com certeza estava entrando num terreno de intimidade que ELE não merecia estar comigo- ele merecia bruxas muito melhores.

- Tá estranha porquê? - Me perguntou Sophia no almoço me vendo almoçar rapido.

- Então, o diretor me chamou na sala dele. - Não menti, mas fiquei um tempo gastando energia pensando no que eu tava sentindo nessa semana.

Ava foi uma aventura mas eu não fiquei tão feliz quanto eu achei que fosse, não me sentia bem com isso. Meus relacionamentos estranhos e oscilantes, nada instável machucava as pessoas e eu precisava me decidir sobre quem eu queria ser. Leviana? Poligamica? Monogâmica? Eu não sei, mas eu precisava me encontrar.

- Iiiih, Jenna, o que anda aprontando? - Perguntou a amiga pegando um copo de suco e bebendo.

- Olha só quem fala, - disse para ela observando seu olhar debochado - você que anda fazendo poções escondidas, fora as experiências malucas com elas.

- Se for por isso eu assumo a responsabilidade. - Disse ela largando o copo com mais força na mesa.

- Mas eu não acho que seja. - Respondi voltando a olhar para o prato. - Tem algo estranho no ar, eu não sei bem o que é.

- Intuição.

- Deve ser. Depois da visão com a Ava eu tô com medo até de olhar para o Goyle.

- Desgraçado. Parece uma ameba sonsa.

- Mas ele não é. Ele é mal, toma cuidado.

Concluindo o almoço eu decidi passar no dormitório, deixar o livro e voltar para a sala só direito, no bilhete havia a senha para entrar: bife a cavalo.

Ao subir pela escada da gárgula eu também não me senti muito bem, mas eu já estava me acostumando. Bati na porta uma vez mas andes da segunda batida ela se abriu aparentemente sozinha.

Eu entrei no cômodo desconfiada, o diretor não estava próximo da sua mesa nem na escada que levava ao seu dormitório. Ele estava ao lado, próximo da janela debruçando sobre algo.

Meus olhos foram puxados pra o quadro do antigo diretor Fineus Black, ele me olhou com um sorriso estranho e levantou uma das sobrancelhas. Ele piscou longo em um cumprimento silencioso e eu correspondi assentindo. Eu entendia um pouco da sua simpatia por mim, de certo ele odiava o diretor atual - até brotou um curiosidade em saber mais sobre sua história.

Voltei minha atenção e me aproximei do diretor um pouco insegura, ele parecia estranho.

- Olá. - Cumprimentei.

- Aproxime-se, Srta Gibbon. - Chamou ele sério.

Eu cheguei mais perto e reconheci o móvel com o recipiente que ele estava olhando, era uma penseira. Ele se manteve debruçado sobre sua borda, sem me olhar e continuou seu discurso.

- Estive pensando, - Prosseguiu ele com uma voz baixa e lenta, parecia oscilar entre tristeza de reflexão. - que eu deveria ter te convidado algumas vezes para um chá.

Fiquei olhando para ele e para a penseira sem saber o que dizer, deixei ele terminar seu desabafo.

- Há muito tempo venho analisando meus erros e ser indiferente a você foi um deles.- Ele elevou a cabeça e lentamente olhou para mim, sua expressão era triste. - Eu nunca considerei uma vidente útil para esse Castelo, tão pouco levava vocês a sério. - E deu um suspiro rápido - Evidente que Sibila está no Castelo praticamente por proteção minha, e claro, porque a matéria é obrigatória. - Apontou ele elevando a cheia e emaranhada sobrancelha branca. - Mas imagino que você já saiba disso. - Não eu nunca me importei com ela e me mantive em silêncio tentando não encarar sua longa barba branca. - Videntes de profetisas são instáveis e muitas vezes, perseguidas por seus dons. Acredito que você não seja uma dessas. - Não sabia se era um insulto ou um elogio e ele não podia afirmar quem eu era. - Sendo ou não, agora isso não é mais relevante. - Ele suspirou e me encarou ainda mais sério. - Mas com o tempo eu percebi o quanto é importante alguém com suas habilidades, eu fui um tolo. - Se ele tava falando, eu apenas podia concordar. - Você nos guiou diversas vezes e... me alertou que o ministério iria tentar me prender. - ele abaixou a cabeça com olhar pensativo. - Eu nunca fui grato. - E mais um longo suspiro em silêncio olhando para a penseira. - Eu jamais vou conseguir agradecer, não me resta nem tempo.

- O que o senhor quer? - Perguntei friamente. Ele estava enrolando demais e eu ainda sentia antipatia por ele, não importa como ele se desculpasse ou agradecesse.

- Quero que me diga se Potter tem chances de derrotar Lord Voldemort.

Eu bufei com sarcasmo.

- A por favor. - Debochei. - É claro que tem.

- Você viu?

- Ah, eu vi, ele estava bem, era o casamento dele.

- Quando? - Indagou curioso.

- Faz um tempo mas foi uma visão pessoal com a Gina.

- Gina Weasley?

- É, ela é uma excelente parceira.

Ele sorriu discretamente ainda pensativo.

- Em pensar que eu queria te pedir para ter uma última visão, por mim, por ele. Mas ele já tem um futuro... - ele suspirou satisfeito. - Garota de sorte.

- Nisso o senhor está errado.

Ele me olhou um pouco desconfiado.

- Potter é que tem sorte, Gina é extremamente talentosa em tudo.

- Sim, verdade. - Ele admitiu sorrindo triste.

- Senhor. - O chamei. - está morrendo, não é? O que gostaria de saber?

- Não quero que Potter fique ferido essa noite.

- Essa noite?

- Sim. - Ele assentiu com assombro e preocupação. - Temos muito o que fazer ainda para deter Lord Voldemort, Srta. Gibbon. E logo eu, não tenho o direito de te pedir. Entretanto... Eu preciso que se mantenha nessa missão de coletar...

- Nunca ninguém me pediu, mas eu sempre fui entregue, senhor. - Ele me encarou ainda mais sério. - Voldemort levou meu tio, Snape está corroído, meu avô foi auror ...  Esse desgraçado destrói tudo que se aproxima, corrompe a todos. Ele quer acabar com a humanidade não bruxa. - Eu suspirei desanimada. - Eu nunca fui e jamais serei partidária desses ideias... Eu nem sei o nome dessa coisa... Mas eu estou do lado dos que querem destruir ele. Eu posso ajudar a acabar com isso e provavelmente, eu vou.

- Sei que vai, você já está. Eu vi o que fez esses anos todos. Um pouco agressiva, de fato. - Suspirou ele sorrindo. - Mas eficaz, justa e honesta. Obrigado , Srta. Gibbon.

Eu não esperei ele pedir, então eu me propus a tocar em sua mão saudável afim de ler o seu futuro e rapidamente eu fui jogada para um desfiladeiro de pedras escura em alto mar. Vi o diretor com Potter com um colar nas mãos desaparatando para o Castelo. Foi uma visão estranha , rápida, senti até uma dor no peito e falta de ar, mas eu sabia que era para onde eles iriam ir aquela tarde. Eu me afastei dele e o encarei com curiosidade enquanto ele me observava levemente curioso.

- É assim que você vê?

- As vezes, senhor. Há momentos que eu não preciso tocar, eu simplesmente vejo ou sonho.

- Intrigante e muito útil. Atordoadamente fácil, não acha?

- Isso é ser uma vidente de verdade, senhor.

Orgulho? Sim, eu tinha de mim e do quanto batalhei para descobrir meus dons, entender como funcionavam e como eu poderia controlá-los, eu tinha sim muito orgulho dessa parte da minha história.

- De fato. - Ele olhou para penseira e eu decidi contar, para amenizar a sua angústia.

- Essa missão que busca achar esse colar vai dar certo.

Ele voltou a me olhar mas agora parecia impressionado.

- Eu não falei...

- Não, não precisou, eu consegui ler suas intenções. Potter vai ficar bem. - Eu senti uma leve emoção ao concluir assa minha última frase. - Senhor, parta em paz, Potter vai ficar seguro, ele tem muito apoio, ele não está só.

A frase morreu errada na garganta e me lembrei de como era parte do plano dele de "partida".  Era Snape ou Draco e era muito cruel pensar sobre isso e não aguentei: me emocionei pensando na chance deles terem suas vidas destruídas ainda mais.

- Não é justo com o Severo, diretor. - Desabafei limpando uma lágrima do meu rosto.

- Eu sinto muito. - Murmurou o professor sem me olhar nos olhos. - Voldemort precisa confiar nele... eu não encontro outro jeito. E você? - Ele me encarou emocionado. - Sabe outro jeito, Srta. Gibbon?

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