O nosso karma silencioso
- Eu posso pedir uma "desculpa" vitalícia? - Disse para minha mãe quando papai e Junior nos deixou a sós na sala.
Ela não me matou quando Junior disse o motivo de termos gastado todo dinheiro, mas levou um tempo para começar a falar.
- Hum.- Murmurou ela sem me encarar, com um sorriso arrogante. - Quantas vezes na vida você pediu desculpas?
- Acho que duas.
- É melhor do que nada. - Ela fez uma pausa dramática. - Sempre me culpo por você ser tão agressiva.
- Achava que a culpa era totalmente minha.
- Não totalmente. - Disse ela me encarando. - Eu a rejeitei muito em gestação, imagino que tenha sobrecarregado você de alguma forma.
Era sempre produtivo conversar com a mamãe em uma hora em que ela estava mais calma. Mas não sei bem o que pensar sobre o que ela disse.
- Eu sou filha do papai?
- Mas que pergunta mais estúpida. Mas é claro que é. Porque está perguntando isso?
- A vendedora trouxa tagarela disse que sou diferente do Gustav.
- Ah. - E riu incrédula. - Vou te mostrar nosso álbum, acho que vai entender.
Mamãe se levantou e foi até a estante de livros e pegou um álbum.
- Gustav pai e filho, venham aqui agora! - Gritou ela para a cozinha.
Meu irmão se sentou ao lado da mamãe, que estava ao outro sofá, papai ao meu lado.
Mamãe folheou as últimas páginas em busca de alguém. Ela parou e mostrou uma imagem que não era mais novidade. Uma mulher alta com pele bronzeada e cabelos levemente ondulados com roupas medievais segurava a varinha de maneira debochada.
- Essa é sua bisavó Hannah.
- É. - Quis dizer "eu sei" mas tive medo.
- Não tenho foto das demais, mas conheço nossa árvore genealógica. Somos extremamente parecidas, é algo de família. Sua avó Sosie não era muito diferente também, eu tão pouco sou diferente delas. Veja. - E apontou para um homem extremamente branco ao lado da Hannah. - Esse é seu bisavó Amadeo Sooth. Minha mãe não se parecia em nada com ele.
Definitivamente. Um homem magro com feições rústica de olhos azuis muito claros, rosto alongado, nada atraente. Com certeza minha avó não herdou nenhuma das suas características.
- Ele era búlgaro?
- Não, inglês. Porque a pergunta?
- Ah, não sei. - Menti.
- Hum. - Resmungou desconfiada. - Sua bisavó era búlgara, ela estudou na Durmstrang.
- Que legal! Eu não sabia. - Disse Junior olhando o álbum. - Talvez tenhamos parentesco com o Krun.
- Talvez. - Disse ela indiferente.- Ou o Karkaroff.
- Credo. - Disse Junior desanimado.
- Ou os Travers.
- O que!? - Disse mamãe com os olhos arregalados.
- Nada. Tô chutando palavras.
Ela bufou desconfiada.
- De qualquer forma, é só buscar nossos livros de registros no Departamento de Registro de Nascidos Bruxos. Vai ter provas da nossa consanguinidade e toda nossa árvore genealógica , não tem erro.
Ela se levantou e colocou o livro na prateleira.
- Porque acha que somos tão parecidas?
- Talvez uma praga de família. - Disse ela que parecia chateada olhando para as sacolas.
- Ou uma dádiva. - Me lembrando do que Snape havia dito.
Papai me olhou com carinho e segurou minha mão.
- Eu não me importo de você não se parecer comigo. Eu já sou muito privilegiado por ter vocês.
Fiquei emocionada, como eu sempre ficava a qualquer palavra que meu pai me dirigia. E a minha mamãe provavelmente entendia o motivo.
- Lamento por passar a você esse dom da vidência. Sei que é um fardo muito pesado. Eu preferiria ter só filhos homens para não terem que passar por isso.
Eu não fazia ideia desse sentimento de culpa da minha mãe. Faz todo sentido. Fez eu senti preocupação da visão que tive grávida no futuro, ser vidente não tinha nada de positivo.
- Bom, pelo menos não precisa tirar boas notas, é inato.
Minha mãe riu.
- Faz sentindo. - Disse ela com desagrado mas admitindo.- Minha mãe não era muito habilidosa, não atoa tínhamos uma elfa.
- Sabe, Jenna. - Disse papai. - Temos que parabenizar você pelo NOMs. Poções, Defesa Contra as Artes das Trevas e Herbologia são matérias notáveis de quem tem grandes habilidades protetivas.
- Eu me esforcei em poções atoa, já que Snape não vai dar essa matéria ano que vem.
- Como assim? - Disse papai intrigado se arrumando no sofá. Eu percebi que tinha falado demais.
-Hah... - Me encrenquei.
- O que você sabe Jenna!? - Disse mamãe com um olhar mais severo.- E porquê você sabe?
Junior me olhou com uma expressão semelhante a pânico.
- Então. - As vezes não sei mentir, mas eu tinha que improvisar. - É que eu vi sabe... - Vi nada! - É um tal de Slughorn.
- O QUE!? - Perguntou mamãe indignada se levantando e colocando a mão na cabeça.
- Calma mãe. O que tem ele? Ele é um professor cruel!0?
- Ah... - E quem evitou responder agora foi ela. Ela encarou papai que a encarava de volta com a mesma expressão de surpresa e pânico. - Não... - Disse num tom dissimulado. - Ele é tranquilo... - Disse ela se recompondo. - até demais.
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