A poção do Louco Feliz
Ficamos alguns segundos esperando uma surpreendente catarse, mas nada de imediato aconteceu.
- Não sabia que ele fazia parte da nobreza. - Resmunguei sem pensar muito bem.
- E como é que isso não te deixou interessada? - Disse ele pegando um mini bolinho.
- Não sei. Porque me interessaria por isso?
- Se eu fosse um rico, bonitão e futuro príncipe, eu ia me certificar o tempo todo...
- Ia nada! E você não é feio. Aliás, nem precisa daquelas firulas estilosas, cheia de jóias, você está lindo todos os dias
- Hummm - Murmurou Fred estranhamente cambaleante com o peito estufado - Ia deixar todas pregarem no meu turbante, HAHA!
Aquele com certeza era o momento em que a poção começava a agir nele. Eu com certeza ri muito.
Mas a partir daqui minhas palavras são mais especulações e memórias que fui coletando ao longo do tempo. A poção faz você se esquecer de muita coisa. Também consegui me lembrar de coisas após coletar relatos dos alunos e dos professores que notaram nosso estranho comportamento, mas levou meses para eu recordar por completo.
- Olha pra mim. - Falei pegando no ombro do Fred. - porque...? Porque você está com o mesmo modelo de terno que seu irmão? Vocês não nasceram grudados não, viu!
- Fiquei com invejinha das garotas,
meu irmão não quis vir de vestido, copiei ele.
- Ahh, não me vem com essa.
- Sabe, aquele dinheirinho lá da aposta QUE POR SINAL, DONA JENY - Disse ele beliscando meu nariz. - Você nos ajudou. Compramos com ele. Se você descobrir o ganhador desse torneio você vira sócia da Gemialidades.
- Na-na-na-ni-na não, não quero... - Respondi apertando o pouco de bochecha que Fred tinha. - eu quero você sendo muito rico fazendo pessoas com o Malfoy se cagando por toda escola!
Eu e Fred levantamos os braços pulando, e ele saiu correndo para o grupo que estava gritando alguma coisa na frente do palco.
- TOCA AQUELA DO MERLÍN!
- TOCA NA MINHA VASSOURA!
Acho que todos ficaram nos encarando rindo. Fred imitava o guitarrista e eu acho que eu comecei a pular bagunçando meu cabelo.
- JENNA, OLHA ISSO! - gritou Sophia me puxando pro meio do pessoal, ela estava com a Alice no outro braço. Sophia lascou um beijão em Alice que retribuía dançando sem pudor.
- É disso que eu estava falando! - Disse Fred apontando para Sophia e batendo palma.
- SOPHIA! SOPHIA! - Eu chamei o coro e vários alunos nos seguiram. Sophia estava sendo encorajada e não parecia querer soltar sua parceira.
- Eu quero ir ao banheiro!!! - Gritei pro Fred.
- Cacete, eu também! - Gritou ele.
Não me lembro muito bem de como fomos parar na frente do Banheiro da Murta.
- Você vai entrar no banheiro das meninas!? - Perguntei pro amigo.
- Vou! - Disse Fred sussurrando sem muito sucesso e rindo forçadamente.
- Você é um descarado!
- O máximo que tem aí é uma fantasma, muito broxante.
- Ahhhhh você é louco! ADORO!! - E puxei Fred pra dentro do banheiro. - tive uma ideia. Tira a roupa.
- UUUUUUUUUUUUUi. - Disse ele com um bico enorme me olhando com malícia.
- Não, bestão. Eu quero trocar de roupa com você!
Fred vibrou com os braços para cima, parecia que tinha ganhado um jogo de Quadribol.
- ISSO! Sempre quis usar um vestido! - Disse ele ironicamente rindo.
- QUEM SÃO VOCÊS!? - Disse uma voz raivosa e melindrosa atrás de nós. Murta aparecerá flutuante com uma expressão de raiva.
- Eu te convidaria fácil pro baile. - Disse Fred de um jeito dissimulado mas muito cômico.
- Jura!? Ninguém nunca me convidou... - Disse ela escondendo o rosto com as mãos.
- Hey! Você é linda! E eu sei que fantasmas fazem festas. Você merece estar em todas! - Exaclamei para fantasma que parecia estar se convencendo.
- Desculpa aparecer assim , aqui, do nada, lindeza, mas precisamos fazer xixi... - Disse Fred balançando no mesmo lugar.
- Eeee trocarmos de roupa!!!! - Disse pulando. Fred começou a pular também.
- Hum... - Disse Murta com uma expressão estranha. - Eu acho que nunca vi você por aqui. Você eu já vi. - Disse Murta apontando pra mim.
- Hey! Vai poder ver esse gatão aqui Ó, NU! - Disse Fred alisando o peito estufado.
Acho que vi Murta rir por um momento.
Eu gargalhei. Acho que entramos em banheiros separados, um ao lado do outro e Fred passou por cima da repartição a roupa dele e eu joguei o meu vestido por baixo. Murta tentava não rir da situação mas eu acho que era quase impossível.
Lembro de ter convidado Murta para irmos ao Salão Principal dançar com a gente, mas ela não foi, preferia chorar mesmo, mas parecia mais animada com nosso convite.
Lembro de Fred dizer que Jorge estava na Sala do Relógio dando uns amassos em Angelina, e fomos lá jogar um feitiço de explosão estilo fogos de artifício só que fazendo uma imagem no ar, eu sabia fácil executar esse feitiço, Fred me pediu uma aula.
- Cacete! Um cachorrão! Você fez aquilo explodir! - Dizia ele entrando novamente no Salão.
Chegando lá no Salão ainda tinha uns 50 alunos dançando alguma coisa, que não me lembro, mas a banda já tinha ido embora. Não vi a Sophia. Tinha mais alunos da Lufa-lufa do que qualquer outra Casa. Os alunos riram muito de como estávamos vestidos.
- Jenna! Faz trancinhas em mim! Agora eu sou você!
- Fala a verdade, você só quer ficar com o Zyan! - Ri tanto que me fez ter tosse.
Fred ficou de joelhos, o rosto dele batia um pouco acima do meu umbigo.
- Faz o que o Zyan faria de melhor! - Disse ele não se aguentando de tanto rir. Não entendi na época o que ele quis dizer, mas ri. Ainda que consegui fazer umas tranças bem estranhas no pouco de cabelo que ele tinha.
- Agora você precisa ficar ruiva! - Disse ele apertando minhas bochechas e sacudindo de um lado para o outro. - Vai ficar a queridinha da mamãe! Agora sim, papai vai saber quem é quem, né, Fred!
Eu não sei como tive condições de fazer o feitiço de mudança de cor de cabelo, mas consegui alterar a cor toda do meu cabelo, consegui deixar um tom ruivo escuro. Percebi que um grupo de alunos nos observava surpresos, até Phillip Moore estava chocado.
- Dancinha das cadeiras, GALERAAA!!! - Gritou Fred.
Acho que ele gritou muito mais coisas, mas não me lembro. O que me lembro é de ter suado muito com aquele terno dele. O vestido no Fred ficou muito legal. Também me lembro de conseguirmos criar uma coreografia e vários alunos nos seguirem. Não sei quantas horas durou , mas o suficiente para eu me sentir exausta.
Sei que no final da festa uma música lenta começou a tocar e vários alunos com seus pares começaram a dançar abraçados.
- Hummm.. tão romântico... - Disse ele dançando lento e vindo me abraçar.
Lembro de ter abraçado ele e sentido o som do seu coração. Depois disso eu acho que dormi.
Acordei sem abrir os olhos. Sentia uma dor na cabeça que ia de orelha a orelha, era uma dor fraca mas constante. Algumas partes do meu corpo também doíam mas não ao ponto de me incomodar.
Eu estava de bruços e um cheiro de orquídeas invadia minhas narinas como fumaça em um incêndio, mas não era intoxicante, era prazeroso, eu poderia ficar para sempre assim.
Sophia estava cantando algo em francês. Ouvi Pansy pedir pra ela ficar quieta, mas ela não ficou. Talvez tenha durado uma hora.
Ao abrir um pouquinho os olhos , virei o rosto e vi Sophia sobre a cama de braços abertos com a roupa da festa ainda, ela estava sorrindo bobamente.
- O que..? - Notei que eu não estava com meu vestido, e sim com o terno de veludo do Fred. Olhei para a manga durante um tempo, agora eu entendia porque eu estava sentindo aquele perfume. Meus cabelos estavam bagunçados e com cor de cobre escuro. - O que aconteceu? - Disse pegam nos meus cabelos.
- Não sei gata, mas hoje acordei inspirada. - Disse a amiga começando a cantar alguma coisa novamente.
Nós ainda estávamos sofrendo com o efeito da poção, só que de uma forma diferente, mais lúcida.
Quando consegui me levantar um pouco, eu sentia ainda uma sensação boa, mas com a dor de cabeça. Gostei da cor dos meus cabelos, mesmo não combinando muito comigo. A roupa do Fred era pesada, um tecido bem antigo mas era bonito.
- Acho que sua noite foi tão boa quanto a minha. - Disse Sophia com voz sonhadora.
- Não sei como e quando vim para os dormitórios. Não lembro.
- Eu também não me lembro. Mas tem uma coisa que lembro...
- Quando eu voltei do banheiro você tinha sumido.
- Eu tinha, né! - Disse ela rindo. - Adivinha onde eu estava?
- Aqui?
- Mas é claro que não. Eu estava debaixo da mesa dos professores.
- O QUE!? - Disse eu voltando a me sentar e olhar para ela.
- Doideira, né? Transei com a Alice.
- O QUEEEEE!???? COM UMA LUFANA!!???
- Fala mais alto, que daqui, Snape não conseguiu te ouvir. - Disse ela com um sorriso irônico.
- Seria ruim né, se ele soubesse. - Murmurei com deboche.
- Siiim, - Começou sarcasticamente.- ia saber que eu aos 16 anos fiquei com mais mulheres que ele, aos 40.
Não duvidei. Mas achava que Snape, apesar da cara amarrada, não tinha nem 40 anos. Ri com aquilo mas ao mesmo tempo tentei não pensar nos romances de Snape, minha cabeça estava uma bagunça.
- Ouvi as meninas dizerem que a Sala Comunal Comum ficou parecendo um inferno ontem a noite.
- Como assim? Que tipo de Inferno?
- Do tipo irreconhecível, alunos deitados no chão, dormindo e caindo por todos lados, acho que...depois do vomitasso da Sonserina , VEM AÍ o surubão da Sonserina! - E deu uma gargalhada.
- Isso foi obra sua? - Indaguei rindo.
- Repito Jenna: impossível. Descarta essa possibilidade. Eu disponibilizei só 1 frascos com 5ml. A não ser que alguém potencializou, sei lá. Mas nem imagino como se faz isso.
- Não duvidaria que alguém tenha feito.
Sophia me olhou com preocupação.
- Melhor a gente nem passar por lá.
Decidi me arrumar, me banhar, trocar de roupa e ir tomar café. Ia levar a roupa do Fred, na esperança de ver ele no Salão. Eu não estava nem um pouco preocupada com o vestido. Sophia se levantou e me acompanhou ainda cantarolante.
Ao chegarmos na Sala das Meninas havia umas poucas alunas e Medellín e Thayla tinha acabado de entrar. Med me olhou com raiva e veio rapidamente ao meu encontro me empurrando no chão.
Caí com violência e Medellín subiu em cima de mim, me deu alguns tapas e arranhões no meu rosto. Ouvi Sophia gritando " desgraçada". E outras garotas na sala falando " não faça isso!". Tentei me defender, não tinha a menor vontade de revidar.
Vi Buppah agarrando Medellín e a colando no sofá, tirou sua varinha do bolso e a ameaçou.
- Aqui esse tipo de coisa não acontece, garota!
- Você não está vendo o que ela está fazendo!? Ela amaldiçoou ele! Ele simplesmente não funciona direito... Ela acabou com ele!
- Brigando por causa de garoto? Você é estúpida? - Disse Buppah, revoltada.
Sophia me ajudou a levantar, e pegou a roupa do Fred que estava no chão devido minha queda.
- Como assim não funciona??? - Perguntei.
- Esquece Medellin, é perda de tempo, essa aí é virgem. - Disse Thayla.
Eu não entendi muito bem, mas Buppah pegou Thay pelo braço também e a jogou no sofá.
- Não quero ver mais esse tipo de briga aqui, sempre dá um azar pra todas nós! Quer brigar, vai lá fora, vai fazer essa palhaçada na frente do Diretor. Quem criou a nossa Sala não admite esse tipo de comportamento. Aliás , o que acontece aqui, o que é dito aqui , morre aqui, esse papo ridículo tem que acabar! O Grupo de vocês é muito desunido, isso me irrita tanto...
- Não é só culpa dela. - Comecei a desabafar - Vocês vêm o que ele faz, a conversa dele. Ele também nos desune. Não sei como ele faz isso, mas faz. Ele não me deixa livre. Eu não entendo também...
- Eu sei, Gibbon. Isso não é maldição, mas não precisamos discutir agora, vá fazer seu café da manhã, vai fazer o que tem que ser feito. - Disse Buppah se largando no sofá irritada olhando para a roupa do Fred na minha mão - Vou ter uma conversa com elas, depois falo com você.
Achei muito estranho aquilo tudo, mas preferi sair o mais rápido possível.
- Desgraçada. Olha seu rosto. - Disse Sophia limpando meus braços e rosto. - Vai ficar bem. Você está sentindo muita dor?
Eu me sentia sedada. As agressões não tinham me causado dores até o momento, mas eu me sentia confusa.
- Não, na verdade, não estou sentindo nada.
- Estranho. Deve ser a poção ainda. Mas acho que esse arranhão já vai arder, é melhor ir à Ala Hospitalar.
- Talvez.
Ao entrarmos no Salão vimos um pequeno grupo aglomerado na mesa da Grifinória. Os Gêmeos estavam lá.
- Melhor a gente passar lá primeiro. - Disse pra Sophia que estava sorrindo em direção a mesa da Lufa-lufa. - A tal Alice, Sophia, tomou a poção também?
- Não. Ela é doidinha naturalmente. - Disse a amiga com um sorriso orgulhoso. Ela estava bem contente.
- Nossa, Jenna!? O que aconteceu? - Perguntou Jorge que estava de pé, com olhar de preocupação.
Alguns estavam debruçados sobre a mesa e Fred estava sentado, ao me ver bateu a mão no banco para eu sentar aí seu lado, a expressão no rosto dele era semelhante a da Sophia quando acordou.
- Apanhei , Jorge. - Respondi me sentando ao lado do Fred. - Pelo jeito, dispensar um nobre causa revolta.
Ao me sentar Fred olhou para meu rosto arranhado e disse com um sorriso triste "vai passar", e beijou local com carinho. Achei fofo e engraçado.
- Olha isso, Jenna. - Disse Fred sorrindo me mostrando uma foto. - É a gente. Colin revelou as fotos hoje cedo.
Era nós dançando algum tipo de dança, tipo trenzinho.
- Muito legal, Jenna! - Disse Colin Greevey com um enorme sorriso mostrando várias fotos para alunos da Grifinória e da Lufa-lufa.
- Bom dia, Jenna! - Me cumprimentou uma lufana morena com sardas.
- Bom diiiaaaaa! - Disse outro garoto da Lufa-lufa, branco de cabelo bem cacheado.
- Bom dia? - Não sabia nem como responder.
Fred começou a me olhar com preocupação depois de um tempo, parecia oscilar entre consciência, e euforia. Ele passou a mão no meu cabelo com carinho.
- Sinto muito por isso. Você não merece. - Disse ele me encarando como se tivesse analisando algo. - Você está linda. - E deu um leve riso irônico. - Foi incrível acordar com seu vestido hoje cedo. Ainda bem que já sei fazer uma mágica de limpeza, sabe, precisava ser limpo. - Concluiu pensativo, com um sorriso misterioso.
- Foi legal acordar com seu terno. - Falei um pouco sem jeito. - Você tem um cheiro muito bom.
Fred ficou vermelho e disfarçou olhando uma foto. Do nada ele começou a cantar.
"- Estava eu em meu jardim, vendo um gnomo almoçar, quando olho para o lado vejo uma gata com o nome de....? -"
- Alencar. - Respondi.
- Não, com o nome "JENNAAA".
Rimos um pouco sem graça, percebendo que aquilo não fazia muito sentido. Sophia foi dar uma olhada nas fotografias do Colin, enquanto meu irmão apareceu por trás, tentando ver o que estava acontecendo.
- Jenna, posso dar uma palavrinha com você? - Disse Júnior do outro lado da mesa.
- Bom dia, pra você também. - Disse com ironia. - Agora não Junior, me dá um tempo. - Meu irmão bufou e não se deu como vencido.
Fred ainda ficava olhando meu cabelo.
- Você fez uma magia tão sofisticada. - Me elogiou alisando uma mecha. - Obrigado, Jenna. Foi uma noite bem... - ele suspirou rapidamente - incrível.
Ele sorria com ternura.
- Colin, quero todas as fotos em que eu estou. Pago por elas! - Disse para o Greevey que sorriu empolgado.
- Caramba, Gibbon! Meu primeiro trabalho.
- Olha essa , Jenna. - Disse Soph me mostrando uma foto em que Fred estava atrás de mim em outra dança impossível de entender.
- Você consegue revelar mais cópias? - Disse Sophia rindo para algumas fotos.
- Consigo sim, Rosier. - Disse Colin com orgulho.
- Então também quero todas. E pago por elas. - Disse ela com simpatia piscando um dos olhos.
- Hn-Hn . - Pigarreou Snape atrás de mim me fazendo olha-lo no susto. - Em uma hora, na minha sala. - Ele pediu com frieza. - Rosier, também.
Ele estava sério. Foi rápido e apressada sua saída do salão. Eu e Sophia nos olhamos, ela levantou a sobrancelhas com preocupação.
- Vai ficar tudo bem. Ele gosta de você. - Disse Fred se referindo a Snape.
Decidi tomar meu café na mesa da Grifinória. Foi uma manhã incomum. Duas garotas da Sonserina rindo com alunos de todas as casas. Meu irmão sentou do meu lado e também se serviu de bolo.
- Você não estava normal, não é? - Junior mumurou para mim. - Eu tenho uma teoria, mas não vou nem perguntar. Só acho que mamãe e papai vão ficar bem preocupado.
- Então, tá bom.
- Eu queria participar também - Murmurou com drama. - Poxa, poderia confiar em mim.
- Eu não sei se posso confiar em você, você tem vergonha de mim!
- Jenna, eu sou seu irmão. Eu não vou falar nada pra eles.
- Agora você é meu irmão?? Não tá com vergonha, não!? Derrepente eu fiquei mais popular e interessante?
Junior não respondeu, ele murchou. Deduzi que a festa de ontem fez ele ter uma visão diferente de mim, principalmente porque quase a mesa toda da Lufa-lufa me cumprimentou, muitos alunos da Corvinal também me deram tchauzinho de longe, não conhecia ninguém.
- Tô adorando isso. - Disse Fred. - Isso vai ser o ponto alto da nossa loja, Jenna.
- Fico feliz por você. Você lembra de tudo?
- Não. Depois que voltamos do banheiro eu não lembro de mais nada.
- Nem eu.
- Mas não se preocupe, não. Cuidei bem de você, certeza. - Disse Fred com sarcasmo e um sorriso malicioso.
- Eu confio em você e na gente. Acho que em breve vamos nos lembrar.
- Também acho.
Eu não conseguia me sentir envergonhada com Fred, era sempre divertido conversar com ele.
- Preciso ienfrentar o Snape. - Disse depois de comer bastante.
- Seu vestido está limpo. Te invejo. - Disse ele rindo me entregando o vestido. - A gente se vê por aí...
- A com certeza. Poxa, ainda não sei o feitiço de higienização de roupa. - Disse sem jeito entregando a ele o terno.
- Ah, a gente vai trocar muitas aulas ainda.
- Eu quero...
Ele sorriu sem jeito. A mesa estava ainda muito agitada com o Greevey mostrando as fotografias, Sophia estava debochando de mim para meu irmão mas sempre desviava o assunto quando ele perguntava " porque?".
- Será que o Snape vai nos punir? - Disse Sophia no corredor das masmorras.- Vamos alinhar nossas respostas: não sei de nada.
- E mesmo que ele tente, Sophia, eu alívio nosso lado, ele nunca nos pune de verdade.
- Eu não sei o nível em que chegamos, ou melhor , eu cheguei. - Disse a amiga pensativa tentando se lembrar.
- Não pense, se não isso vai nos denunciar. De qualquer forma, não vai acontecer nada. Olha o Draco, vive fazendo merda contra o Potter e nunca é punido.
- É, se Snape faz vista grossa pra ele, imagina pra você.
- Exatamente.
Bem pensado. Snape raramente me prejudicava.
Ao chegarmos na sala Zyan também estava lá, ele nem se mexeu quando entramos. Ficamos na frente da mesa do professor. Snape me mediu de cima a baixo e observou o vestido que estava em minhas mãos.
- Dois alunos. - Começou ele de maneira indiferente. - Foram para Ala Hospitalar essa manhã com sintomas bem estranhos. Riso constante sem motivo, dor de cabeça, confusão mental e amnésia. Um de treze e outro de quatorze... - E ficou pensativo com as mãos unidas sobre a mesa. O professoer parecia estar fazendo força para não gritar. - Por tudo que vi ontem a noite eu diria que uma poção ilegal foi ingerida por todos, mas os alunos mais velhos... - E olhou para Lammont. - podem ter perdido o juízo naturalmente. Essa madrugada, senhor Lammont. - E Snape se levantou. - Quando entrei na Sala Comunal, eu me deparei com a cena mais incomum possível. Eu não quis atrapalhar algumas manifestações incomuns de intimidade, mas fiquei tentado a tocar fogo em todos.
Eu quase ri. Sophia também segurava o riso mordendo os lábios, Zyan não moveu um músculo, apenas observava o professor que começou a andar de um lado ao outro.
- Senhor Lammont, - Contínuo o professor - devo lembrá-lo que seu trabalho é certificar que os mais jovens estejam seguros, até de coisas... visuais... - disse entredentes com muito desprezo. - Prevejo dezenas de cartas a Dumbledore de pais preocupados com a segurança dos filhos...
- Senhor....- começou a falar Zyan.
- Estou falando! Eu desejo que esse ato não aconteça novamente.
- Está certo, senhor. - Disse o amigo secamente.
- Eu gostaria que vocês duas me dissesse alguma coisa.
- E porque acha que temos algo haver com isso? - Começou Sophia com frieza.
- Não insulte a minha inteligência, Rosier. Se eu chamar a sua tia aqui...
- Não, professor, por favor. - Sophia arregalou os olhos e eu entendi. Sophia ia tomar a poção para fazer o cabelo crescer antes do natal.
Vendo Sophia com medo eu tentei intervir.
- Professor, eu sinto muito pelo meu comportamento... - Comecei a falar.
- Você Gibbon, com certeza estava alterada. Rosier sumiu mas eu deduzi que também estava, dado ao comportamento atípico... - Disse o professor cerrando os olhos como se estivesse lembrando de algo. - Você fica. - E apontou pra mim. - Dos outros eu quero uma explicação individual mais tarde. Eu quero saber porque aconteceu e como aconteceu.
Snape ficou me observando por um tempo, imagino que ficou olhando as marcas no meu rosto, nesse momento notei que Zyan me olhou.
- Quem foi? - Foi a única coisa que ele me perguntou.
- Medellín. - Respondeu Sophia.
O professor mandou ambos saírem e eles foram sem dizer mais nada.
- Eu tenho medo de me decepcionar com você. - Começou o professor se sentando novamente à frente da sua mesa. - O nível de interação entre nós pode prejudicar muito a nossa relação, aluno-professor. Em outras palavras. - Disse ele conjurando uma cadeira e me convidando a sentar à sua frente. - Temo que você abuse e... acabe com o respeito que tenho por você.
- Onde quer chegar? - Indaguei friamente, ficando chateada com a ardência no rosto que começava a dar sinais.
- O que foi que aconteceu?
Me sentei. E simplesmente tive um plano.
- O senhor convocou mais alunos...?
- Apenas os três.
- E porque?
- Porque? Porque Lammont é o monitor e você e Rosier...
- Só nós duas estávamos estranhas ontem?
O professor começou a ficar mais irritado.
- Não.
- Então porque você não convoca todos? Eu pareço ser o resumo da Sonserina?
Snape ficou confuso.
- Não.
- O senhor não acha covardia ameaçar uma aluna como a Sophia que estava apenas se divertindo numa festa que nós nunca antes tivemos? O senhor tem alguma coisa contra adolescentes órfãos?
Snape foi perdendo a cor, soltou uma leve risada nervosa e eu sentia que ele estava ficando enfurecido.
- Você está desviando o assunto para o Potter?
- Quem está dizendo é você. Porque você não pega uma poção da verdade e usa em mim. Pergunta cada detalhe. - Temi que ele realmente fizesse isso.
Ele levantou uma das sobrancelhas e suspirou.
- Queria que você não estivesse me desafiando. Eu deixei você ter esse nível de intimidade comigo, isso é culpa minha. - Snape começou a revelar um lado de vitimismo sentimental que eu até conseguia compreender , mas chamar apenas nós três para o interrogatório, me preocupava mesmo.
- Mas seria imprudente o senhor só querer a visão de nós três. Muito estranho não achar. Uma implicância tendenciosa. Quem estava na Sala Comunal? Malfoy? Zabini? Flint? Pucey?
- JÁ CHEGA! Eu não quero me aborrecer com você! - Exclamou ele se levantando evitando me olhar nos olhos.
- E porque não? Isso é meio covarde da sua parte...
Snape piscou profundamente.
- Estou pensando em dar uma suspensão a você. - Respondeu segurando a raiva. - Se eu fizer isso, suas chances de um emprego no Ministério estarão acabada.
- Eu não me importo! - Me importo sim. - Não traga a tia da Sophia, se não teremos mais um incidente de amnésia semelhante ao do segundo ano. O senhor não vai querer, não é mesmo?
Eu o ameacei sem medo e me arrependi no mesmo momento. Eu não precisava daquele ódio, mas o efeito da poção passou e meus braços, pescoço e pernas estavam começando a doer muito. Meu rosto ardia e Snape não parecia nem um pouco preocupado com isso.
O professor fez um mix de expressão: preocupação, raiva e tristeza.
Vendo seu silêncio de decepção, eu decidi falar.
- Eu não estou bem, meu corpo está doendo.- Concluí.- Vou a Ala Hospitalar.
E sai sem me despedir. Eu fui realmente a Ala Hospitalar consegui ficar um tempo deitada lá, e até dormir, após beber o elixir para dor, que Madame Pomfrey me dera.
Quando abri os olhos já estava escurecendo. Imaginei que Sophia estava me procurando e já tinha conversado com Snape. Não tive coragem de voltar aos dormitórios, meu vestido ficou sobre a mesa ao lado da maca.
- Menina Rosier ficou aqui por algumas horas, foi jantar agora. Vá, vá jantar, com certeza vai se sentir melhor. - Disse Madame Pomfrey.
- Madame Pomfrey , onde está a madame Sofyy, não a vi esse ano.
- Ela chega em Janeiro. Surto de amnésia no St. Mungus. Mas o caso de hoje cedo dos meninos não foi grave, achamos que eles tomaram alguma bebida estranha na Sala Comunal da Sonserina, na festa de ontem. - Ela informou com preocupação.
Mas é claro que tomaram. Fui para o Salão jantar, e me encontrei com Sophia.
- Tive medo, Jenna, de você estar com algum ferimento grave.
- Acho que estou bem.
- Zyan foi ver você. Ele estava estranho, silencioso, não disse nada quando me viu e ficou uns 10 minutos encarando você dormindo. Ele me dá medo. O Fred ou Jorge, sei lá qual deles, foi ver você também, mas até agora não sei quem era.
- Tudo bem Sophia.
- O que você disse ao Snape? Ele disse que não precisava mais falar comigo, e chamou um monte de garotos.
- Eu o ameacei. - Disse olhando meu prato e sem ter coragem de encarar a amiga. - Ameacei fazer ele ter aquele tipo de amnésia do encantamento primordial.
- Você é doida... Mas eu faria pior. - Disse ela rindo de nervoso.
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