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Um retorno retrógrado

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O assunto do mês foi o comportamento brega do Zabine, mas por algum motivo criou uma onda de troca de presente de todo tipo, presente cilada, presente escondido por toda Sala Comunal, ao ponto de criarem um jogo de caça aos presentes e encenações do fato ocorrido, mas sempre em tom de deboche, eu e ele viramos o entretenimento do final do semestre.

Ninguém dava importância se havia coisas estranhas acontecendo no castelo; a morte de Unicórnios na Floresta Proibida foi tratada com maior indiferença quando Malfoy contou para todos do fato. Ele só sabia vibrar pela perda de pontos da Grifinoria , deixando-os em último lugar.

- Todas vão assistir ao jogo hoje?- Perguntou Thay sorrindo, de cima da cama, em uma manhã de sábado ensolarada.- Tomara que Potter caia da vassoura! Nada contra, mas eles vão jogar contra Corvinal, então sabe como é.

- Não sei como é e não me importo. - Respondi emburrada animando minha cama.- Se eu não poder fazer parte do time eu não vou me importar. - Estava cansada de ter pesadelos com Lord das Trevas, isso só estava me atrapalhando a estudar, eu não sabia o que fazer com a visão nem com as piadas sobre mim.

Eu tinha que sair, estudar, almoçar e jantar ouvindo todo tipo se murmúrios : "ta namorando, ta namorando o", "cadê o colar?", "já deu o primeiro beijo?". Foi infernal equilibrar o meu humor; as vezes eu chorava de raiva no banho, ajudava.

- Sabe que a taça da pontos pra Casa, não sabe?

- Pois é, mas não tenho muita esperança. - Falei procurando um suéter bonito no guarda-roupa. - Preciso renovar tudo isso. - Me incomodando com roupas infantis que eu tinha.

- Tem mesmo, ano que vem não vai querer ser vista com essa saia aí. - Disse Medellin rindo apontando para um modelo rosa.

Já havia um tempo que Medellín, Thayla eu e Sophia estávamos mais juntas. Pusey e Jackeline gostavam do grupo da Patrícia do 5° ano. Pedro, Cassio, Blásio e Malfoy estavam andando mais juntos. Malfoy fazia Crabbe e Goyle de capangas apenas, eles realmente não sabiam manter uma conversa formal.

- O que vai fazer com o presente?- Me perguntou Med, vestido um vestido preto longo.- Você não usou o colar e nem comeu o chocolate.

- Vou mandar para minha mãe confiscar, podem ter alguma magia. Mas estou com vergonha de contar o que houve para ela.- Respondi me vestindo.

- Você sumiu da Sala Comunal comum. - Disse Sophia, que estava colocando uma fita verde nos cabelos.

- Vamos indo logo, não quero perder lugar na arquibancada. - Disse Medellin empolgada sapateando na porta do dormitório. - Hoje vamos ficar no meio, das arquibancadas do corredor leste, é bem mais divertido!

- Ah sim, os meninos chamaram a gente pra acompanhar com eles. - Disse Sophia.

Terminar de me arrumar rapidamente desanimada. Mais um dia que eu precisava enfrentar com medo de de deboches.

Saímos pela Sala Comunal comum para acompanharmos os garotos para o campo . Cassio sempre contando dos bastidores do quadribol enquanto Pedro se lamentava por não ter tanto status social. Blásio tentava puxar assunto comigo, mas eu o ignorava. Não queria ser motivo de chacota de novo.

Chegando no corredor das arquibancadas, muitos alunos da Sonserina se reuniram no mesmo local, mas percebi que aquele ambiente era o mais comum da Grifinória. O grupo de sonserinos foi até lá de propósito.

Eu era muito ingênua mesmo.

Encurrala, exprimida no beiral do corredor eu tinha uma visão privilegiada do gramado: foi muito estranho ver que Severo Snape iria apitar o jogo. Ver ele voando era um pouco incomodo, não faria o tipo dele.

- Snape vai apitar! - Exclamou Thay desconfiada. - Nunca o vi voando. Será que quer tentar prejudicar Grifinória?

- Dumbledore está aqui hoje. - Apontou Sophia, observando os professores que estavam em uma arquibancada visível. - Não acho que vai acontecer, acho que serão favorecidos como sempre.

- Ah, espero que demore meses para acabar, eu sonho assistir esse tipo de partida! - Falei empolgada.

Eu já tinha lido no jornal que havia partidas que demoravam dias, e até semanas para finalizar, já que o jogo só acaba quando o pomo é pego.

- Hey, Zabine, me empresta seu binóculos? Ou teremos que brigar antes? - Indagou Med em tom de deboche.

Ouvir esse tipo de insinuação estragava meu dia. Eu ignorava mas era evidente que minha expressão de raiva causava graça em todos.

- Está bem, empresto.- Ouvi ele responder com desânimo. Mas já havia tantos gritos quando Snape apitou que eu não tinha certeza.

Ao meu lado estava Sophia, e ao lado dela Malfoy e seus comparsas bobões. Não demorou muito para eles começarem a gritar insultos nos grifinorios. Tipo de comportamento que me irritava muito.

- Ah, pelas barbas de Merlin! Parem com isso! - Gritei para os meninos. - Eu estou cansada disso. É muito infantil. Vão acabar se machucando de verdade, e a gente vai perder pontos!

- Está se importando muito com a Grifinória, Gibbon, qual é o seu lance com eles? - Começou Crabbe aos deboches falando comigo pela primeira vez. - Deveria ser mais útil como a Sophia.

Eu olhei torto para amiga ao lado, que estava rindo da situação.

- O que ele quis dizer com isso? - Perguntei para ela.

- Não sei, não participo disso. - Ela respondeu desviando o olhar.

Infelizmente consegui enxergar quem Draco estava insultando: O menino Weasley e o Longbottom, ambos do nosso primeiro ano.

- Sophia, percebeu que eles estão avançando no Neville?

- Poxa, a partida deve estar bem desinteressante mesmo pro pessoal ignorar. - Disse a amiga com indiferença a briga.

- Não me importo com com o Draco. - Mas com o Neville eu estava preocupada. - Só não queria que perdessemos mais pontos por causa deles.

Nesse momento Weasley e Malfoy se pegam no tapa enquanto Neville foi afundado ao chão por Crebbe e Goyle.

- Poxa, uma pena Neville se machucar assim. - Disse Sophia apática pegando um saco se bala do bolso.

Alguns meninos mais velhos da Sonserina se aproximaram gritando : "briga! briga! briga!", entre eles, Zyan Lammont.

- Hey Malfoy! Ta com ciúmes do seu namorado Potter com o Weasley!? Quebra a cara dele! - Gritava Lammont fazendo vários colegas rirem. - Esse Malfoy gosta dessa gente. - Disse o jovem se aproximando de mim. - Onde já se viu querer tocar neles. - Concluiu Zyan com olhar de nojo para o pessoal da Grifinoria.

- Hey! O jogo acabou! - Gritou Sophia.

- Quê!? - Exclamei olhando para o campo chocada, onde Potter já estava no chão com pomo de ouro em mãos.

Ouvi Medellin gritando um palavrão olhando para o campo, e outros tanto acompanhando com vaias.

- Eu acho que o verdadeiro show foi a briga. - Disse Zyan com deboche, tomando um gole do suco que carregava. - Hey Gibbon, porque você não está se envolvendo muito nas atividades? Estamos jogando "caça aos presentes" toda as noites, desse jeito não vai se enturmar .- Disse ele me acompanhando para a saida.

Ao longe vi professora Minerva carregando Longbottom pelos braços até a enfermaria, foi uma cena bem ruim.

- Estou com raiva dessas piadas, não quero me meter em encrenca surtando.- Respondi quando estávamos voltando ao Castelo. - Papai me prometeu uma vassoura. Eu tenho um tipo de crise quando fico nervosa, levei meu irmão ao hospital 3 vezes nos últimos 5 anos, ele vivia me incomodando, mamãe também se feriu com minha última explosão de raiva. - Desabafei distraída me lembrando do passado.
Já consegui desaparatar uma vez, quando fiquei enfurecida com uma prima que me insultava, aquilo foi muito perigoso . Então preciso ficar um pouco longe de coisas que me chateiam.

- Mas você só vai aprender a se controlar convivendo, Jenna. - Respondia ele tranquilamente com confiança. - Só ignorar o Zabine não vai te dar experiências enriquecedoras. Se é por uma vassoura que você está se contendo, eu te dou uma Nimbus, ou prefere um colar de ouro? - E vendo minha cara de raiva sorriu concluindo. - Brincadeira. Só pra descontrair. Você poderia rir, sabe, fica tão linda.

Era o tipo de comentario que me deixava acanhada. Zyan era muito interessante, um pouco maduro para um jovem de 15 anos. Imagino que era por sua educação e cultura diferente.

As semanas foram passando e as provas finais chegando. A visão que tive com Lord Voldemort já estava distante, não sabia o que fazer com ela. Comecei a dar " bom dia" ao Blásio quando o via nas aulas, mas era só por educação. Decidi estudar com Zyan e seus amigos na Sala Comunal comum, minhas amigas me acompanharam, até porque havia uma vantagem em tirar dúvidas com os mais velhos . As piadas deram espaço para estudos e exercícios de magia na semana das provas.

- Me lembro das provas finais do ano passado, foi tranquilo. - Se gabava Zyan da sua habilidade em memorizar e entender com perfeição.

- Adoro transfiguração e poções. - Dizia Sophia.

- Feitiços, - dizia Pansy, balançando a varinha no ar sorrindo. - É bem o meu estilo. Eu consegui uns livros do segundo ano que tem vários feitiços de ataque e duelos, seriam bem úteis pro Draco parar de dar tapas por ai e começar a usar a varinha de verdade.

Nesse momento eu tive um vislumbre: parecia que tínhamos ganhado a taça das Casas. A tapeçaria do teto do Salão Principal estava cheia de verde Sonserina, me parecia radiante, mas aos pouco ao mudou, a tapeçaria deu lugar a outro brasão e cor; vermelho Grifinoria. Quando voltei a realidade vi todos me olharem. Fiquei confusa e triste também.

- Você teve uma visão, não foi? - Perguntou Zyan com astúcia.

Eu afirmei lentamente me sentindo incomodada.

- Pode nos dizer? - Indagou Sophia.

- Talvez. Eu... - e suspirei - eu vi a chance da gente ganhar a taça das casas... - Fui interrompida por alguns gritos de alegria, e notei que outros alunos na sala estavam tentando me ouvir, já que perceberam o assunto. - Esperem! - Gritei. - Mas acontece alguma coisa! Fiquem quietos! - Todos pararam enquanto eu insegura, tive que continuar. - Algo vai acontecer, e vai nos tirar o primeiro lugar.

- A cale a boca, Gibbon!- Ouvi um aluno que parecia do terceiro ano, apontar pra mim do meio da sala.- Decide essa merda!

- Hey! Não fale assim comigo assim não! - Exclamei me levantando. - Não sou eu quem decide o futuro! - E apontei minha varinha para ele.

Zyan e Sophia me seguraram e vi Crabbe e Goyle indo pra cima do aluno quando ele quis levantar a varinha também.

- Já chega de briga! Não quero ouvir discussões! - Ouvi um grito vindo do fundo do Monitor Lammont II, que estava em algum canto da Sala.- Vão para seus quartos e terminem de estudar lá, não sabem se comportar? Agora aqui virou uma selva de animais!?- Voltei a me sentar bufando, conseguindo ver o monitor, ele estava gritando com Crabbe, Goyle e o garoto. - Somos superiores, parem de insultar seu companheiro de Casa! Vocês estão ao lado de quem!? - Ele suspirou e tirou a varinha do bolso, fazendo vários alunos mais velhos se assustarem e se encolherem.- Burke, pede desculpas a ela e suma da minha frente! - Ordenou o monitor com tanta imponência que a sala pareceu escurecer.- Crabbe e Goyle vão procurar um chão pra limpar, saiam da minha frente!

- Que seja.- Murmurou Burke com ódio, se levantando do chão. - Me desculpa... amiguinha da Casa. - Disse ele pra mim de má vontade. Pisando firme e raivoso, ele saiu da sala, voltando para o seu dormitório.

Crabbe e Goyle foram para um canto rir com Malfoy.

Nesse momento, Lammont II cuspiu no chão, e saiu da Sala Comunal também.

- Rachid está cada dia mais rabugento. - Desabafou Zyan que estava sentado ao meu lado. - Ele já matou, sabia? Super comum no meu país quando alguém quebra as regras. - E sorriu gentilmente.

Eu nunca soube se Zyan estava zombando, ou tentando intimidar os alunos que ouvia ele, ou se era verdade, eu não tive interesse em perguntar.

Os últimos dias em Hogwarts foram estranhos, sombrios pra mim e irritante para muitos. Parecia que era apenas pela ansiedade em esperar as notas, não percebia que aquela semana algo bizarro iria acontecer e que iria marcar o futuro de todos.

Em uma das noites que senti necessidade de ir à Sala das meninas, Patricia conseguia a atenção de todas, contando sobre um incidente entre Harry Potter e o professor Quirrel, onde o mais velho, acabou morrendo. Os professores apenas diziam ter sido um infeliz acidente.

- O professor morreu assim, - Perguntei desconfiada, me aproximando da Patrícia, cruzando meus braços.- sem mais nem menos? Potter estava presente?

- Sim, Jenna.- Respondia Patrícia pensativa com as pernas cruzadas no sofá coçando o queixo. - Porque? Previu alguma coisa?

- Não!

- Que bom. - Murmurava ela distante. Não deve ser agradável prever a morte de alguém.

- Sempre tem mortes estranhas perto desse moleque, credo. - Disse Sabrina ao lado da amiga, aparentemente temerosa.

- Dumbledore sempre coloca a culpa em você-sabe-quem. - Disse Latrinda andando de um lado ao outro da sala. - Qualquer fato estranho que acontece mundo bruxo ele sita O Lord das trevas, e bla bla bla.

- Muito velho mesmo. - Bufou Sabrina.

- Como assim o Lord? - Indaguei para Latrinda.

- Nada não, garota, vá dormir.

Achei melhor mesmo, uma sutil dor de cabeça começou estranhamente a me incomodar.

No último sábado de aula, o contador de pontos estava marcando Sonserina em primeiro, Corvinal em segundo, Lufa-Lufa em terceiro e Grifinória em último, uma diferença de 150 pontos da Sonserina. Eu estava ficando nervosa com isso, tive medo de errar minha primeira vidência falada.

O fato com o Potter parecia mais um boato sem sentido, mas aos poucos notamos que não era. A ausência do professor Quirrel, e uma notícia no Profeta Diário, confirmou o fato misterioso. Naquela época, uma morte sem sentido não tinha tanto impacto nas nossas vidas, principalmente na minha com meus 14 anos, pouco me importava com um professor estranho, mas não era um fato que iria cair no meu esquecimento.

À noite, todos os alunos estavam vibrando para o banquete de encerramento, com as bandeiras lindas da Sonserina espalhadas por todo Salão, mas eu não estava nada alegre. Sophia, Medellin e Thayla pareciam confiar em mim, talvez por simpatia, já que eu não havia provado nada.

Dumbledore mandou todos se sentarem e se calarem após a janta. Deu os parabéns à Sonserina que estava em primeiro lugar, porém, na última hora ele disse que precisava recontar uns pontos, - não me diga? - meu coração ficou acelerado. A mesa da Sonserina ficou em silêncio absoluto.

O Diretor deu pontos ao Potter por serviços prestados a Escola ; a Granger pelo uso da lógica; e ao Weasley por uma partida de xadrez. Até Longbottom receberá 10 pontos por enfrentar amigos ou sei lá o que. Coisa que não fazíamos ideia do que se tratava. Eu comecei a rir de nervoso, Sophia deu pequenas palmas para Neville, mas parou ao olhar para os colegas de Casa que a encarava com raiva.

- Ah, desculpa. Foi espasmos.- Justificou ela ficando ruborizada, disfarçando olhando para mesa dos professores.

Com um passe de mágica do diretor, as bandeiras que estavam verdes ficaram vermelhas, com os brasões da Grifinoria.

- Maldição!- Gritou uma aluna que era do 6° ano ao longe. Ela se levantou como se quisesse fazer algo, mas suas amigas o puxaram para baixo.

Os gritos e vaias enfurecidas da mesa da Sonserina só não foram tão altos quanto os da mesa da Grifinória, que ovacionava e aplaudia o trio Potter.

- Foi tudo em vão o que eu estudei! - Se lamentou Medellín com voz de choro cruzando os braços e abaixando a cabeça. Vi Pansy e Jack engolir o choro com os olhos vermelhos de raiva.

- Velhote maldito. - Dizia Malfoy a dois colegas de distância, com o rosto vermelho. - Privilegiando o Potter e sua maldita Casa.

Era uma forma de privilegiar a própria Casa sim, mas aposto que todos professores faziam isso.

- Nem os pontos idiotas que Snape te deu, Jenna, apenas por respirar, ajudaram - Dizia Blásio em tom de deboche.

E ele confirmou algo que eu estava pensando, o problema é que não tinha notado esse privilégio.

- Sabe, Blásio, o seu desdém é patético.

O coitado não conseguiu rebater minha frase, Crabbe levantou e deu um soco na orelha do Blásio que caiu de lado sobre a mesa com as mãos na cabeça. Eu não entendia muito bem esse interesse do Goyle de não perder a oportunidade de socar alguém, mas chegava a ser assustador.

- Não tenho mais nada a perder mesmo, tava precisando tirar essa raiva de mim. - Gritou Goyle voltando a se sentar.

Ninguém pareceu se importar com soco que o Blásio levou, ele ficou um tempo de cabeça abaixada choramingando e eu senti pena e culpa.

Uma garota alta e bonita com vestes da Corvinal, se aproximou da mesa da Sonserina e colocou corajosamente uma bandeja com bolinhos com um grande bilhete na frente escrito " fracasso", e saiu gritando : "depois me contam do sabor".

Ela saiu correndo. Duas garotas da Sonserina sentadas no fundo entaram alcançá-la, mas 5 garotos da Grifinoria se levantaram para defender a garota. Uma confusão comum entre as casas. Dumbledore parecia rir dessa rivalidade, ou eu estava apenas nutrindo raiva contra ele e vendo uma perversidade nele que não existia.

- Sabe, Draco. - Falava Medellín com um olhar aborrecido - minha mãe diz que existe uma filosofia antiga que fala da "Lei do retorno", se é que você me entende.

- Eu quero que se dane você, essas palavras de merda e porcaria da sua mãe da Corvinal. - Retrucou ele com extrema raiva se levantando e saindo do salão

Era fim de jantar, vários acabaram saindo também, indignados.

Foi com certeza a pior noite de todas na nossa Sala Comunal. Uns fazendo discurso de ódio contra Potter, outros contra Dumbledore, outros contra qualquer coisa. Alunos pelo chão desolados e cansados de reclamarem. Nem Patrícia nem as meninas mais velhas conversadeiras pareciam querer comentar sobre o caso. Quando eu cheguei, todos olharam pra mim e ouvi alguém dizendo " acho que era isso que ela estava tentando dizer". Não respondi, achei melhor não alongar a conversa e ir para o dormitório, já que eu estava deprimida.

No penúltimo dia em Hogwarts eu fui andar sozinha pelo castelo a tarde, tentando memorizar tudo: o cheiro, a textura, as centenas de escadas, as salas e quadros engraçados. Conversei até com um senhor num quadro: ele me contou que foi um dia aluno da Sonserina quando estava vivo no século 16. Perguntei pra ele como ele foi parar num quadro e ele não sabia responder. Fiquei curiosa para entender mais sobre esse assunto.

Fui para o jardim norte, vi a casa que eu sabia pertencer ao Guarda Caça Hagrid, e logo sai rumo ao sul, ver o Lago Negro. Pensei em patinar no próximo inverno, o lago ficava lindo congelado. Continuei minha caminhada e fui para o leste, vi que havia uma ponte que eu não sabia para onde levaria, mas por hora éramos proibidos de ir. E ao oeste vi montanham até o sol se por. Os alunos já estavam em seus aposentos quando eu decidi parar para contemplar a Lua. E me lembrei do vislumbre com Snape, tinha Lua cheia naquela visão, era interessante lembrar dos detalhes.

Sentada no chão das margens do Lago Negro, vendo a lua refletir na água, eu tive uma visão muito intensa que fez eu sentir o clima mudar: eu não estava de corpo presente nessa visão, apenas vi dezenas de pessoas vestindo preto reunidas em volta de um caixão. Era um velório, mais ao certo um sepultamento em um cemitério. Minha mãe vestia um vestido, um óculos e um chapéu preto , todos estavam em luto pelas expressões tristes, inclusive meu irmão. Eu o reconheci bem mais velho, mas ainda não tinha barba. Ele apontava sua varinha para o alto criando chamas verdes que desciam sobre o caixão formando um nome: " Gustav Hernesto Gibbon ".

Gritei.

Gritei mais do que eu pude me ouvir, ao ponto de eu colocar as mãos na cabeça tapando os ouvidos; eu precisava sair daquela visão. Fiquei de joelhos gritando e sem entender ao certo, chamas vermelhas aparecerem em círculos em minha volta : aos poucos se tornaram uma grande espiral de 10 metros de diâmetro, deduzi, que me cercava. Aos poucos o fogo começou a subir formando uma imensa parede. Não sei quanto tempo durou aquela dor, quele pânico que eu sentia, que não era nem das chamas, só me lembro que pareceram eternas para mim.

Não pude acreditar no que eu vi, meu pai ia morrer.

Chorando, perdendo a consciência, eu senti um braço me suspendendo pelos ombros, e me levantando para ficar de pé.

Sei que parei de gritar...

... e desmaiei.

Quando abri os olhos eu olhei para o lado; estava deitada em um sofá grande marrom esverdeado, todo de couro de dragão.

- Onde estou? - Perguntei olhando para o teto, me sentindo tonta.

- Nos meus aposentos. - Ouvi a voz de Snape responder. Olhei para o outro lado e vi ele tomando chá sentado a mesa. - Semana difícil... Muito difícil. - Murmurou ele com olhar distante. - Eu acho que é culpa minha também. Eu deveria ter previsto esse tipo de reviravolta vindo dele. Isso também deve ter sobrecarregado você.- O professor olhou para mim com uma expressão que misturava raiva e angústia. Eu não fazia ideia do que ele estava falando. - O que houve com você? Qual o motivo de você conjurar tanto fogo? Quase me queimei , mas consegui achar um contra feitiço para resgatar você.

- Me perdoa, professor. - Disse me sentando com dificuldade. - Eu não sei como eu fiz. Mas foi porque eu vi o velório do meu pai. - Respondi rapidamente começando a chorar em silêncio, olhando para ele.

Snape lentamente pegou um cadeira e colocou na minha frente para se sentar.

Não era mais fácil sentar no sofá ao meu lado?

- Eu lamento. - Começou ele olhando para as mãos.- Infelizmente, perderemos pessoas a qualquer momento. A morte é inerente a todos. - Dizia ele sem muito jeito para conselhos. - Compreendo como é difícil vivênciar esse tipo de visão tão jovem. Mas você não é a única... - e ele começou a olhar perdido para sua sala - que vai enfrentar... ou ... que já enfrentou... O luto. - Ele parou , cerrou os lábios, respirou fundo e continuou. - Eu acho que uma penseira poderia lhe ser útil. Posso ensinar você a tirar suas visões e as rever, analisar o que pode acontecer e tirar o melhor proveito dessa experiência.. ou... só lamentar. Ainda sim, eu posso ajudar. - Ele deu um discreto sorriso sereno, se levantou, levou a cadeira de volta para mesa e ficou parado ao lado dela.- Não fale tudo isso com seus pais agora. Vou conversar com Dumbledore, é claro, e entender as possibilidades, depois eu envio uma carta. - E fez cara de desdém para o chão. - Eu lamento pelo seu pai.

- Porquê me trouxe cara cá? - Perguntei pensativa.

- Quis checar se não havia alguma maldição ou algo... - e ele levantou uma das sobrancelhas - dentro de você.

- O que poderia ter dentro de mim?

- Não importa. - E ele desviou o olhar.- Foi só uma explosão de magia, incomum para sua idade, mas não impossível para uma bruxa. Se levante e vá para seu dormitório arrumar as suas coisas para voltar a sua casa. - Concluiu ele com a voz mais enérgica.

- Muito obrigada, senhor. - Agradeci com a voz baixa, me levantando. - Espero que suas férias sejam maravilhosas.

Ele me encarou com um leve sorriso forçado, olhou para a porta e para mim, me fazendo entender o recado.

Voltei da Sonserina limpando os olhos com lágrimas. Precisava ser forte. Talvez no próximo ano eu aprenderia algo além das aulas , próprio para mim, assim eu esperava. Mas parar de ter esse tipo de visão, provavelmente eu não iria conseguir. Eu só precisava aceitar.

Na manhã do retorno tive que me esforçar para ser uma das últimas a sair da Sala Comunal Comum. Eu tive uma vontade, uma preocupação, um impulso me tomou naquela manhã.

- Sophia. - A chamei de canto no dormitório em um momento sozinhas.- Posso te pedir um favor estranho?

- É, claro Jenna. - Ele afirmava sorrindo. - Se for muito estranho é melhor ainda.

- Preciso ser a última a sair. Se alguém desconfiar, diz que me viu sair primeiro, por favor.

- Hum. - Ele murmurou pensativa. - Legal. Seja por qual motivo for, tente não morrer porque...

- Preciso por uma mensagem no quadro de avisos.

-Ah! Só isso? Nossa, que anticlimax. - Ela respondeu rindo de nervoso. - Tudo bem, eu vou fazer isso. Mesmo assim, tome cuidado.

Me senti mais confiante com o apoio dela. E assim foi feito. Eu esperei o silêncio aumentar, por mais irônico que seja, para sair do banheiro do dormitório. Fui para a Sala Comunal, que era linda vazia, e me dirigi ao quadro de avisos que não havia mais nada exposto, e coloquei uma frase. Uma frase que eu sei que seria importante não para os alunos. Com a ponta da varinha eu escrevi " O Lord das Trevas Retornará".

***
Fim

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