ㅤㅤAgora Min-ho se encontrava sentado em um dos bancos da praça, cheio de chamego com Tzu-yu, beijinhos para lá e para cá. Poderiam até dizer que estava feliz, quem não o conhecia, mas só quem conhecia de verdade poderia dizer no que estava pensando... Felix, ele não saía de sua cabeça. E olha que ele nem o conhecia!

ㅤㅤ— Gatinho, vou ter que ir pro treino agora... Rola aqueles cinquentinha? — Esfrega a mão em seu peito com carinho, um sorrisinho de quem queria alguma coisa e nem tinha vergonha de esconder.

ㅤㅤ— Claro, meu amor. — Tira uma nota novinha do bolso e coloca na sua mão de unhas lilás com prazer.

ㅤㅤ— Obrigada! — Deixou um beijo na sua bochecha, tirando as pernas de seu colo. — Te ligo mais tarde. — Mandou mais um beijinho no ar. Mas que garota que gosta de beijinhos, mas nenhum deles eram na boca de seu namorado.

ㅤㅤE agora Min-ho estava sozinho, com um sorriso idiota no rosto, jurando coisas de amor que qualquer um viria que eram só alucinações.

ㅤㅤ— "Cinquentinha"? — Ji-soo aparece. — Fala sério, Min-ho! Você tem que fazer alguma coisa!

ㅤㅤ— Fazer o quê? Ela é o amor da minha vida... — falou todo bobo, como aqueles adolescentes que se apaixonam pela primeira vez.

ㅤㅤ— Amor da sua vida?! O amor da sua vida é o Felix, por que não consegue enxergar isso?!

ㅤㅤ— Ele foi embora. — Sua expressão mudou um pouco ao tocar no assunto. — A Tzu-yu ainda tá aqui...

ㅤㅤ— Enquanto der cinquenta reais na mão dela pra gastar com o garotão, vai ser assim mesmo. O que é? Ficou cego de repente? Chae-young, fala alguma coisa!

ㅤㅤ— Hmm, picolé de limão!

ㅤㅤ— Argh, por que eu fui me casar...? — a pergunta que se fazia todos os dias. — Por que não vai atrás dela e tira a prova você mesmo?

ㅤㅤ— Boa ideia. — Ficou de pé. — Vou te mostrar que ela é fiel.

ㅤㅤ— Ah, isso vai ser engraçado. — Jogou o picolé pelos ares, mais empolgada com a ideia de ver Min-ho se ferrar... Mais uma vez.

ㅤㅤO garoto começou a andar atrás de sua namorada, sem ela nem mesmo suspeitar de sua presença ou das duas fadinhas atrás dele. Nada mais normal, não é mesmo?

ㅤㅤFoi quando chegou a uma outra praça, mais distante daquela. Não precisa ser muito inteligente para saber o que ele viu... Tzu-yu sentando no colo de um loiro musculoso que ele conhecia na escola por ser Bang Christopher, o mais popular com as garotas. E pelo visto seu título continuava intacto.

ㅤㅤPara falar a verdade, Min-ho não estava surpreso. Espera, o quê? Você não achou que ele seria tão burro a ponto de não desconfiar que ela o traía, não é?

ㅤㅤ— Agora você tem a prova com seus próprios olhos. — Ji-soo disse, colocando a mão no seu ombro.

ㅤㅤ— Eu já sabia disso, Ji-soo. — Se virou para trás, conversando como se as outras pessoas não fossem achar que ele é um maluco que fala sozinho. — Eu não sou tão idiota assim, sabia?

ㅤㅤ— Não parece. — Chae-young comentou, chupando outro picolé. Mas onde essas fadas estão achando tanto picolé na praça?!

ㅤㅤ— De qualquer forma, eu tenho que voltar ao trabalho. — Suspirou, virando as costas e começando a andar. Algumas pessoas se perguntaram quem era aquele homem conversando com uma árvore.

ㅤㅤOk, ele achou que seria fácil. Mas quando viu Felix na sua frente, depois que tudo aconteceu, o tempo parou apenas na sua cabeça. Seus olhos se encontraram, parecia cena de filme. Mas Felix desviou o olhar, porque não conhecia aquele homem que estava lhe olhando tanto. Talvez, se eles tivessem alguma história, ele teria uma chance.

ㅤㅤE isso doeu. Min-ho quis dar meia volta e voltar para casa, esquecer que trabalhava ali, esquecer que conhecia Felix, e nada mudava isso. Nenhum pedido ia tirar ele de sua cabeça, isso era impossível.

ㅤㅤ— Aposto que quer esquecer ele, não é? — Ji-soo perguntou baixinho em seu ouvido.

ㅤㅤ— Você pode fazer isso? — Engoliu em seco.

ㅤㅤ— Não, mas queria ver você admitir. — Deu uma risadinha. Às vezes, ela poderia ser bem pior que a Chae-young...

ㅤㅤUma lágrima ameaçou cair do seu olho direito, mas ele impediu, limpando rapidamente. Voltou para seu lugar, onde podia observá-lo de longe, pensando em todas as possibilidades que eles poderiam ser. Isso era tortura demais!

ㅤㅤ[...]

ㅤㅤQuando chegou em casa, se jogou na cama, abraçando um travesseiro. Aproveitou que estava, entre aspas, sozinho e soltou um grito no travesseiro que foi abafado pelo mesmo. Virou o corpo de lado e começou a chorar, lembrando de todas as vezes que viu Felix.

ㅤㅤÉ engraçado como nossa mente pode nos pregar peças. Tudo se junta em uma memória só, exatamente no momento em que ele só queria chorar. Por que ele tinha que ir embora? Quando estava com ele assim pertinho, sentia que finalmente estava em casa de novo. Nunca se sentiu assim com ninguém, e provavelmente não ia se sentir nunca mais.

ㅤㅤ— Ei, já chega... — Ji-soo apoiou a mão em seu ombro, vendo-o desidratar de tanto chorar. — Você é um garoto cabeça-dura, sabia? — Ele finalmente desenterrou a cabeça do travesseiro para ouvi-la. — Está pronto para desfazer o pedido?

ㅤㅤPor incrível que pareça, Ji-soo se assemelhava como uma mãe para ele. E Chae-young... Bom, um pai irresponsável, mas o dele já era mesmo, então essa visão paterna caía bem. Esperava que não fosse assim quando tivesse filhos, se é que Felix ia querer ter um filho com um idiota como ele. Mas ele era o único que poderia.

ㅤㅤ— Estou. — respondeu em meio aos soluços. Parecia que finalmente tinha aprendido sua lição.