ㅤㅤSana era o tipo de garota "menininha". Seu quarto era todo decorado de rosa e branco, enquanto sua irmã, Tzu-yu, tinha o quarto mil vezes mais descolado, com azul. E tudo que ela fazia, eram coisas de menininha, como escrever cartinhas para a pessoa que amava. Essa pessoa era Na-yeon.

ㅤㅤSim, ela sabia que ela era uma em um milhão, mas isso não era capaz de mudar o que sentia. Desde o momento em que conheceu Na-yeon, ela sabia que era ela.

ㅤㅤ"Querida Na-yeon

ㅤㅤNão sei como começar a escrever isso, é a primeira vez que vou falar sobre meus sentimentos com alguém. E estou escolhendo falar com você. Você sabe por que? Por que você é a minha pessoa favorita, e eu poderia falar de qualquer coisa com você.

ㅤㅤVocê viu minha tatuagem nova? Me disseram que mudar o visual fazia com que você chamasse a atenção de quem você ama. Então, funcionou? Você reparou em mim?

ㅤㅤTenho tentado criar coragem desde que te conheci, mas você sempre pareceu tão distante, ao mesmo tempo que tão próximo, que eu jamais conseguiria falar. Estava sempre cercado de garotas querendo ser sua namorada... Não me leve a mal, eu amo a Kyung-wan, mas acho que eu poderia ser uma namorada melhor que ela. Posso contar um segredo? Estou feliz que terminaram.

ㅤㅤEu me sinto uma boba pensando no que você vai dizer quando ler isso... Eu quero que seja na minha frente, quero ser a primeira a te abraçar quando você perceber que sou tudo que você precisa.

ㅤㅤCom amor, Sana!"

ㅤㅤ— O que significa isso? — Ji-soo entrou no quarto, pegando-a de surpresa. Tentou esconder rapidamente, mas falhou quando Park a pegou.

ㅤㅤ— É uma carta de declaração pra Na-yeon... — falou baixinho, como se sentisse que seria julgada.

ㅤㅤ— Aish... Você sabe o que eu penso. — disse séria.

ㅤㅤ— Sim, eu sei. Mas eu amo ele, ele precisa saber disso! — Um sorriso surgiu no seu rosto.

ㅤㅤ— Não vou te impedir. Na verdade, vou na cozinha ver a Tzu-yu. — Deixou a carta na cama sob sua responsabilidade, levantando as mãos para cima em sinal de rendição.

ㅤㅤ— Falando nisso, acho que vocês duas deveriam ficar juntas. — sugeriu inocentemente.

ㅤㅤ— O quê? Eu e Tzu-yu? O que te deu pra pensar isso? — Ria, como se fosse a ideia absurda que nunca passou pela sua cabeça.

ㅤㅤ— Nada, não... — Deu deu ombros.

ㅤㅤJi-soo suspirou exageradamente e abriu a porta do quarto, deixando sua pequena estrelinha sozinha para seus planos de amor.

Sana: Ei!

Podemos nos encontrar?

ㅤㅤNa-yeon: Claro.

ㅤㅤLanchonete?

Sana: Lanchonete!

ㅤㅤEsse era o momento em que ficaria toda linda apenas para ele. Sendo sincera, todas as vezes que se arrumava na intenção de "encontrar os amigos", era só para ver ele. E sempre pensava se ele tinha gostado depois, porque nunca pode perguntar pessoalmente. Esse era o dilema de sua vida.

ㅤㅤQuando terminou de se arrumar, pegou sua bolsa e descer as escadas.

ㅤㅤ— Onde está indo desse jeito? — Tzu-yu perguntou, tomando um café passado na hora pela mãe das duas.

ㅤㅤ— Encontrar a Na-yeon! — falou com um sorriso gigantesco no rosto. Era tão ingênua que ninguém tinha a coragem de dizer a verdade na sua frente.

ㅤㅤ— Sana, Sana... Ah, Sana, Sana, Sana... — Balançava a cabeça várias vezes seguidas em sinal de negação.

ㅤㅤ— O que é? — Cruzou os braços, franzindo o cenho. Ai daquele que falasse mal do seu príncipe encantando.

ㅤㅤ— Ela vai acabar quebrando seu coração, maninha. Evite isso, por favor. — pediu, mas sabia que não valeria nada quando ela passasse por aquela porta.

ㅤㅤ— Estou indo. Tchau, mãe! — gritou, abrindo a porta.

ㅤㅤE assim ela foi andando até a lanchonete combinada. Sana estava tão nervosa que tinha medo de amassar a carta em sua mão, aquela que ela fez com tanto carinho e dedicação, com enfeites cor-de-rosa e desenhos fofos.

ㅤㅤQuando ela apareceu, o brilho no olhar de Sana foi intenso, mas desapareceu completamente quando o viu de mãos dadas com Chae-young. Isso queria dizer o que ela achava? Só podia ser isso.

ㅤㅤ— Oi, Sana! — Chae-young acenou.

ㅤㅤ— Oi... Vocês vieram juntos? — perguntou com um nó em sua garganta, torcendo para não desabar a qualquer momento.

ㅤㅤ— Na verdade... Nós estamos namorando. — Na-yeon contou com um sorriso bobo, como se fosse a melhor coisa que poderia lhe acontecer. Isso machucava. — Por que você me chamou aqui?

ㅤㅤ— Na verdade, eu... Eu nem me lembro mais! — Se levantou da cadeira, amassando a carta em sua mão como se não fosse importante a alguns minutos atrás. — Acho que vou indo. Foi bom ver... vocês.

ㅤㅤE saiu de lá antes que eles pudessem responder ou julgar. Parecia como a primeira vez que recebeu a notícia que ela e Kyung-wan estava juntas. É como uma facada no peito, toda vez que isso acontecia.

ㅤㅤNão conseguia mais segurar as lágrimas de descerem e parou perto de um rio, debruçando seus braços no mesmo, enquanto chorava. Por que o amor tinha que ser tão difícil para ela? Por que tinha que amar justamente uma pessoa que não sentia nada por ela? Por que?