𝐗𝐈𝐈𝐈. | ...ℰ 𝒫 ressentimentos ℛuins 𝒮 ignificam 𝒜 lgo 𝒜 𝒜contecer...
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̶ Faye...acorda...
Suas pálpebras revelaram suas íris vibrantes lentamente, ocultas pelos braços que apoiavam sua cabeça, os resquícios de magia iluminada, provinda de seu ser tremulando sobre elas imperceptíveis ao olhar, a luminosidade escassa do ambiente ainda sim a incomodou, seu cenho se franziu delineando em seus traços a pouca felicidade em estar desperta, pelo contrário, uma ponta de irritação se tornou aparente em suas feições sobretudo, por ainda se sentir entregue ao sono e cansaço que inebriava seus sentidos, mesmo que seus olhos estivessem abertos e vigilantes, permaneciam pousados sobre a arte grafitada que a parede a sua frente portava, enquanto sua mente buscara lembranças turvas em seu mar revolto.
Sonhos, projeções...
O rosto conhecido de Evie assim como o toque leve e cuidadoso para não assustá-la em seus braços a fez despertar em seu estado de inércia após longos segundos encarando ao nada e quase ser arrastada para adormecer novamente por culpa de suas pálpebras cansadas, a voz aveludada e o sorriso sutil ao rosto da amiga, como se quisesse demonstrar conforto de alguma maneira. Ao afastar-se, lhe dando o espaço necessário para se erguer.
Um suspiro pesado saiu por seus lábios entreabertos, como provavelmente estavam enquanto adormecera.
Guiou suas pernas de encontro ao próprio peito, seguradas por seus braços, seu corpo encolhido para si como sempre fazia de maneira inconsciente desde suas primeiras lembranças; as quais adormecera sem sequer perceber seu ato frágil de proteção quando algo a assombrava ou quando o temor se mostrava presente dentre as seus sonhos infantis, as lembranças tornavam a martelar em sua mente como as pontadas de dor regulares em suas têmporas e o incômodo em sua nuca pela má postura ao dormir, isso fez sua expressão fechada readquirir o toque de desconforto que houvera desvanecido, com o mínimo movimento fora exercido por seu corpo, as lembranças eram pouco nítidas mas bastante exploradas e revividas conforme voltara a funcionar, se recordava de partes específicas enquanto outras ainda pareciam emergir conforme pensava e avaliava. Conforme seu estado consciente retornava.
O ruído reconfortante da quebra das ondas e o assobiar dos ventos ainda lhe eram lembrandos com perfeição.
Cada pequena parte era lembrada com carinho, a mesma medida que estranhamento e temor.
Esfregou as mãos em seu rosto tenso e olhos exaustos com pouca delicadeza em busca de verdadeiramente afugentar a sonolência, ofertando um olhar prévio para a garota a sua frente sem grandes sentimentos evidenciados por através de suas íris azuladas, seus lábios se abriram, prestes a questioná-la para que talvez, sua voz ainda não estabelecida e as palavras proferidas pudesse distraí-la de seus pensamentos.
̶ Os meninos já chegaram?
̶ Ainda não, mas acho que logo.
Apenas assentiu positivamente, murmurando algo que ao certo não poderia ser assimilado a vocábulo algum, mas interpretado como algo positivo conforme o seguir de seus movimentos com a cabeça, os olhos azuis cintilando em alívio assim como o pequeno resquício de alegria que surgiu, uma gentil resposta ao pensamento inesperado de que, ao menos, obtinha o conhecimento de que seu melhor amigo estaria bem e que logo tudo acabaria, um sorriso leve delineou seus lábios delicados por míseros segundos, poderiam voltar para Auradon...
...Esquecer parte de tudo e abandonar todos aqueles jovens condenados injustamente ali, naquele lugar enquanto voltariam a desfrutar da utopia que significava sua majestosa origem, como lhe diziam, se comparado aquela localidade onde se encontrava.
Retorno...
Isto poderia significar uma infinidade de possibilidades interessantes, talvez houvesse ali um certo exagero por sua parte, provindo do medo gélido que se manifestara em seu peito naquela altura, ao fundo daquele pensamento sussurado em sua mente e aprofundado em seu coração, mas principalmente, significava que estaria atada e presa em não utilizar sua magia, a uma punição de uma regra que por uma vez descumpriu por um deslize inconsequente e impensado, a proibição estaria ainda pesando sobre si em qualquer hipótese, se é que naquele momento não estivesse a tempos a puxando insistentemente para um estado ao qual odiara estar; era visível o quão aquilo a afetara e a fizera conter suas emoções afloradas pela injustiça, baní-las ao fundo de seu âmago para não causar mais impecilhos do que viu acontecer por consequência de suas atitudes, e poderia afetá-la ainda mais se a fizessem o questionamento correto.
E acima de tudo, houvera magoado e obscurecido a muitas pessoas próximas à si. Se soubessem de algo mais, a punição poderia ser irreversível; definitiva, e a magia que recém demontrara sua existência teria de ser cortada pela raiz, como um pássaro a perder sua capacidade de voar. Suas falhas nunca deveriam ser rotuladas suas propriedades, nunca deveriam representar quem era.
A constatação lhe soava terrível, era algo que a pertencia, algo que desde seu nascimento e talvez, antes dele a acompanhou, algo que herdou de sua afetuosa mãe. Era seu e ninguém deveria sequer cogitar retirá-lo sem que pudesse desejar, sua magia, suas asas eram partes que amava, Fayrie amava suas origens e adorava ser quem era, independente dos pesares que tais dons lhe traziam, ela amava ser apenas quem era.
Suas falhas, seus erros nunca foram ela, não eram um retrato seu. Suas falhas eram o que a fazia aprender e melhorar. Ser melhor.
Eles não poderiam julgá-la por isso.
̶ Faye?
Dessa vez, a voz que lhe chamou era demasiadamente séria, um fundo confiante fazia-se altamente presente mas acima de tudo; lhe parecia menos ríspida e desinteressada do que quando antes dialogou com a garota de cabelos arroxeados, Mal finalmente percebera o quão sua maneira de agir havia mudado - de maneira negativa - em uma tentativa de retornar ao que passou a crer serem suas raízes, resumindo sua consciência e seu ser a mera sombra obscura que Malévola lançou sobre si desde tão nova que mal poderia se lembrar com exatidão, a percepção da péssima maneira com a qual se comportava houvera sido mostrada para si em palavras e no momento em que olhou verdadeiramente para si mesma pelas lentes da reflexão, percebeu que sua identidade não era mais a mesma de quando partiu. Ela havia evoluído e melhorado; amadurecido era a real palavra que deveria ser utilizada. Não o suficiente para sanar seu ódio e competitividade relacionados a Uma, mas para perceber que na realidade, seu âmago já não lhe aparentava estar tão podre por dentro como antes.
Bem, já era um bom início.
̶ Desculpe, eu não funciono bem quando acabo de acordar. ̶ Pediu, voltando a encarar as duas que agora pareciam estranhar seus devaneios momentâneos e imersivos, suas íris azuis atentas a elas, erguendo seu corpo levemente dolorido do móvel, retirando o pouco conforto que o estofado lhe trazia para aproximar-se da dupla. ̶ O que vamos fazer?
̶ Temos que voltar no salão, ter certeza de que tudo vai dar certo. ̶ Evie esclareceu, atraindo um olhar aprovador da filha de Malévola, como uma forma de demonstrar concordância com as palavras que proferira. ̶ Depois disso temos que ir até os meninos, e então...
̶ Vamos até a Uma.
Seus olhos se fecharam no exato instante em que algo aflorou em seus piores sentidos, a dor intensa e repentina em suas têmporas a cegara por instantes, obrigando-a a levar sua destra em direção ao rosto ansiando para que o pressionar de seus dedos sobre o local pudesse atenuar o terrível sintoma, um suspiro pesado saiu de seus lábios entreabertos após um sussuro inaudível, inclinando seu corpo contra uma das pilastras espalhadas pelo ambiente enquanto seus dedos exerciam um movimento circular sobre a região dolorida.
Aquele pressentimento somente aparentava estar piorando. Talvez...
Talvez não fossem apenas coincidências.
̶ Meninas...tem algo que preciso conversar com vocês antes.
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𝔄𝐒 𝐌𝐀𝐎𝐒 𝐄𝐒𝐆𝐔𝐈𝐀𝐒 de Dizzy trabalhavam com rapidez em seus cabelos enquanto distraidamente observara as amigas um tanto distantes de si, seu rosto apoiado nas mãos como um sinal sutil de sua atenção pouco atrelada ao que seus olhos pesados poderiam ver, sentia os dedos da mais nova capturarem pequenas mechas após desfazer as tranças antigas e os pentear com cuidado para não machucá-la, a ponto de que seu toque suave quase a fazia se entregar a sonolência de seus sentidos - talvez acentuada pela falta de cafeína a afastar seu sono excessivo. - a ação da menina fazia com que Fayrie pudesse ser aquecida com uma tamanha satisfação, vez ou outra seus lábios formavam um sorriso singelo com um pouco de timidez envolvida por detrás de seus pensamentos, era uma sensação agradável e lhe remetia tanto a mãe que a trazia empolgação, talvez contagiada pela provinda de Dizzy que parecia ser enérgica como ela sempre foi. Talvez por isso se encontrara tão apegada por ela em um período de tempo tão curto, por se ver refletida em certos aspectos seus.
Era uma pena não poder a levar consigo.
Percebeu-a vir a sua frente, reorganizando com cuidado as poucas madeixas soltas, um sorriso incrivelmente lindo e iluminado surgira no rosto da mais nova que juntamente aos pulos curtos indicava que toda sua atenção e tempo investido haviam resultado no que imaginava, permitindo então que a fada procurasse por seu próprio reflexo para se observar.
Dizzy havia amarrado seus cabelos médios em um rabo de cavalo alto que portava duas tranças laterais entrelaçadas em seu redor, além da única que caia por seus ombros, o azul vivo portado pelos poucos fios em meio ao acastanhado predominante lhe pareceu mais evidente naquele momento, mas o destaque a agradou e a beleza do penteado simples que com toda certeza, não conseguiria concluir com perfeição como a garotinha loira a fez virar-se de costas para poder vê-lo em sua totalidade, a alegria radiante que já tomava seu rosto apenas se intensificou conforme seus lábios estenderam ainda mais o sorriso que já os delineava, por um momento seus olhos azuis aparentavam verdadeiramente corresponder a ele, não cedendo mais ao cansaço ou a culpa transparecidos.
Suas mãos tocaram as ondas abertas, as envolvendo em dedos com certo carinho e a partir de seu tato notou as delicadas correntes que pendiam ali, presas por presilhas prateadas cujo os elementos que não conseguiria descrever com exatidão, mas não recordara ser seu.
̶ Você gostou? ̶ A escutou exclamar, as mãos unidas a frente de seu corpo além inquietude em seus movimentos sem que Faye sequer precisasse concluir o óbvio; esperava ansiosamente por uma resposta positiva, a percebeu se inclinar levemente em sua direção enquanto manteve sua feição feliz.
̶ Eu adorei Dizzy, você tem mãos de fada. ̶ Brincou, então encarando a mais nova, a expressão radiante ainda jazia em seu rosto observando como a garotinha permanecia agitada. ̶ Mas...sabe que não poderei devolver o-
̶ Na verdade, é seu! ̶ Iniciou, sua voz baixa com leves ondulações para tons agudos e eufóricos, enquanto seguiu para o lado da mais velha, tocando suas próprias mãos em frente ao corpo. ̶ Eu sempre quis conhecer alguém de Auradon e bem, eu conheci...te vi durante a coroação do Ben e pensei...Uau! E olha onde estamos agora!
Seus olhos azulados pousaram afetuosos sobre ela, a expressão em seu rosto bonito tomou um ar carinhoso e terno, ao mesmo passo em que concluiu o quão valiosa aquela menina era a seus olhos, o quão merecia algo melhor do que ser obrigada a trabalhar a todo tempo sendo tão jovem - Evie comentara sobre Lady Tremaine e sua ambição doentia em relação ao talento de sua neta. - Dizzy merecia uma vida boa e próspera que pudesse lhe oferecer oportunidades a altura de sua pessoa tão amável e iluminada, merecia estar junto a Evie, que era sua irmã de coração assim como sempre pôde estar ao lado de Benjamim ao oposto da barreira, Fayrie desejara profundamente lutar para que crianças como ela pudessem vislumbrar o mundo utópico que os contos de fadas insistiam em os mostrar, não para impor uma punição que não lhes pertencia; mas para apresentá-los a um mundo que realmente seguia seus próprios conceitos de perdão e amor, independente de sua origem, todas elas mereciam ter a felicidade e satisfação aquecendo seu coração.
E tal percepção concluída em sua mente a fez se direcionar a garota, pondo-se frente a frente, envolveu as mãos menores da mais nova entre as suas com firmeza, seus dedos acariciavam a pele pálida em relação a tonalidade alva que a sua portava; era como uma demonstração sutil de carinho, a encarando com muito mais do que um simples gostar. Ela realmente havia se vinculado profundamente a Drizella.
Merecia que cada sonho que desejasse pudesse se realizar.
̶ Dizzy, eu posso te dar um abraço?
Seu tom transbordara o calor de suas emoções mais puras em relação a garotinha, a percebeu apenas assentir com a cabeça, suas bochechas tomando um tom de fundo avermelhado, rosadas pela timidez de sua personalidade natural após um risinho nervoso abandonar seus lábios, seus braços a envolveram e a abrigaram calorosamente em seu abraço, não o suficiente para torná-lo sufocante, apenas confortante, enquanto sua destra pousou sobre os cabelos dourados da mais nova.
̶ Eu adorei conhecer você, a Evie sempre teve razão em insistir que queria te levar... ̶ Sussurou separando-se do enlace e então, suas mãos novamente envolveram as dela, ofertando nada mais do que um sorriso largo em seus lábios que era refletido ao rosto da menina, acentuado pelo toque do indicador a ponta de seu nariz além de seu olhar e expressão comedidas. ̶ Eu te prometo que um dia você vai conhecer Auradon, ok? E eu nunca descumpro nenhuma promessa que faço.
Selou aquelas palavras em um sussurro ainda menos elevado, como se um segredo de grande importância estivesse, naquele instante, sendo revelado por sua voz pacífica, entre as duas.
̶ Estou vendo que vocês se deram bem, como eu imaginava. ̶ Ambos os olhares foram direcionados a azulada que acabara de chegar ao ambiente, seus passos despreocupados a levaram para perto de Fayrie e Dizzy, abraçando a garota mais nova de forma sutil.
̶ Conseguiram terminar?
̶ Ainda não.
Respondeu de imediato, um sorriso simples demonstrara seu agrado sobre a maneira com a qual Faye lidava com sua quase irmã mais nova, enaltecendo a alegria em suas feições ao pontuar a gratidão com o sussurro sem ruído algum que abandonou seus lábios, movendo-se em um "obrigada" que fora correspondido com o mover de seus olhos e o suavizar de seu olhar, inclinado a alegria e ternura que dominou seu coração e seu âmago por aquele momento tão doce, o entendimento tornando-se visível aos olhos claros de Fayrie, que apenas apagou o sorriso largo em suas feições por instantes, restando o delinear de seus lábios e em um sinal discreto que apenas uma a outra poderiam discernir e compreender, observando o ponto oposto a ambas. Aquela era a hora.
Inconscientemente, o aperto dentre os dedos de Evie que estavam sobre os ombros da mais nova tornou-se pouco mais intenso e logo foram afrouxados, seus lábios estreitados pela preocupação não se moveram, mas seus olhos ofertaram a aprovação necessária.
Precisava confiar.
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𝔒𝐒 𝐒𝐀𝐋𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 suas botas eram o único ruído ao qual realmente se atentara naquele momento, reproduzidos a cada pequeno passo ágil seu pelas ruas confusas e apertadas da ilha, ignorando o vulto dos corpos movendo-se ao seu redor e o despertar das lembranças recentes em sua mente, o caminhar interrompido ou olhares lançados pelas poucas pessoas a se locomoverem por aqueles mesmos caminhos que percorria, sua face abaixada estava escondida pelo capuz e pela postura retraída que conservara, não apenas pela simples descrição que nunca fora seu forte principal - era uma fada, com asas altas e reluzentes que sempre foram marcantes mas ali não poderiam estar presentes.. - mas pela alarmante sensação ignorada a retornar seu insistente chamado, reverberando por cada pequeno resquício de sua consciência, de seu pensar e de seu respirar desordenado, a temperatura elevada e a tensão em seu corpo correspondendo altamente ao que sentira.
̶ Então, enquanto você dormia, você teve uma dessas projeções? ̶ Mal indagou, beirando a incredulidade ao escutar cada uma das palavras que a constatação realizada com êxito em sua mente a obrigou proferir por sua própria voz, a revelação de que, a magia contida no núcleo mágico da fada ultrapassara a barreira consigo intacta, sem nenhum abalo pela maldição anti-magia era algo incrível, não inesperado talvez, mas incrível. ̶ E nela, você estava no barco da Uma, viu e conversou com o Ben, além de descobrir o interesse que ela teve em você?
̶ Basicamente. ̶ Respondeu, suas íris azuis afundadas em seus sentimentos mais profundos fitavam a única garota além de si mesma e Evie naquele ambiente, esta que por sinal estava ao seu lado, sentia as mãos carinhosas em seus braços, ofertando um apoio sutil e necessário, o aperto de seus dedos sobre o tecido que cobria seus braços a cada vez que a notava fraquejar ou relutar em revelar seus próprios pesares. ̶ A magia da barreira é a mesma que existe em mim, elas são capazes de se corresponder, mas não se anulam e nem podem ser destruídas uma pela outra, é a magia da minha mãe. Já a a criação da barreira é fruto de uma benção da estrela.
Naquele simples percurso, já houvera esbarrado - não de forma literal. - com um vilão de aparência duvidosa, mas apenas continuara sem hesitar, sem sequer desviar seus olhos azuis a ele em um olhar de relance, como era melhor e mais prudente; dado ao fato de que afirmar que sua altura era consideravelmente maior do que a de si mesma era um eufemismo evidente.
̶ Desde que o Ben foi...sequestrado e até mesmo antes disso, você teve negativos pressentimentos sobre?
Fayrie apenas assentiu sem que uma palavra sequer escapasse por seus lábios já que, naquele momento sua mente divagava, imersa em todos os caminhos que percorrera em sua vida, formulando explicações e raciocínios que seu próprio ser parecia desejar, mergulhada dentre o explorar que percebera nunca realizar sobre algo que era seu. A fizeram criar um medo inconsciente sobre si mesma, sobre o que era e representava aquelas dádivas que lhe foram dadas ao nascer. Suas mãos trêmulas invadiram seu campo de visão, permitindo-a observá-las atenta.
Ela nunca deveria temer seus próprios poderes.
Somente deveria procurar seu objetivo, não instigar alguma maneira de conflito.
Seus passos desaceleraram, permitindo com que o oxigênio pudesse circular em seus pulmões com mais facilidade e menos rapidez, sobretudo para que as batidas intensas de seu coração ainda alteradas pela descarga de adrenalina que fluía por seu corpo pudessem alcançar seu compasso rotineiro, por debaixo do capuz seu rosto franzido desvaneceu, cedendo seu lugar a uma expressão compenetrada ao observar o espaço vazio e coincidentemente em seu caminho, por uma única vez na qual seu queixo se ergueu desde que se afastara de seu espaço conhecido, seus olhos azuis semicerrados ataram-se a algo que poderia vislumbrar com afinco e sem o mínimo temor a prendê-lo sobre o solo, a pequena e reconhecível figura ilustre pairava nos ares por nada mais do que si mesma; sua forma natural, o contorno brilhante abandonado a cada bater de suas asas esbranquiçadas, os pequenos feixes de brilho reluziam mesmo a falta de luminosidade ali, provando que para existir, a magia era seu próprio combustível. Era a base de sua criação.
A borboleta branca.
Suas mãos que se abriram, seus dedos esticados e palmas direcionadas para cima lentamente foram tomadas pelo surgimento da névoa etérea e cintilante, percorrendo seus pulsos, mãos e dedos como se originada do próprio sangue que corria por suas veias; algo que era real de certo ponto, os reflexos azulados com leves requintes de opalescência provindos da magia em sua maioria tomada pelo esbranquiçado cristalino, refletido por seus olhos azuis intensos que obtinham um brilho incomum a rodear suas íris, o tilintar de luminosidade surgido em correspondência que ondulava conforme a obstinação atingia seus sentimentos mais profundos, era celestial em sua estética e uma das primeiras vezes que a viam ser abertamente utilizada, os pequenos resquícios se unindo, formando a partir dos contornos indefinidos e imateriais uma espada prateada de lâmina longa que logo pairou sobre suas mãos, sendo segurada com convicção entre seus dedos quando a força da magia cedeu, assim que suas mãos exerceram o movimento oposto.
̶ Meus poderes tem uma extensão muito diferente, não são apenas pura magia que pode ser manipulada em encantamentos, maldições ou desejos, a maioria daqueles que já se manifestaram por alguma vez são poderes definidos. ̶ Concluiu, uma pequena curiosidade pairou sob seus pensamentos, uma pequena centelha de dúvida sobre o porquê de sua magia aparentava ter a pouca influência com algo que se encaixasse com os desejos que poderiam ser realizados, como sempre sua mãe tivera, abençoada pela estrela. Talvez a ausência de tal bênção em seu caso, resultasse naquela pequena questão. ̶ Empatia, projeção astral, telecinese, conjuração, magia pura...esses pressentimentos estranhos, eu senti quando você não estava em Auradon, percebi que havia algo errado, eu senti quando no dia da família, tudo daria errado, eu sinto que tudo iria ceder desde a nossa primeira conversa. E eu não fiz nada sobre isso, estava presa demais em apenas não fazer nada que pudesse me prender de volta em problemas.
As palavras soaram mais desesperadas do que desejara, deturpando seu próprio entendimento sobre o que escapou através de sua voz pacífica, pela primeira vez, estivera se percebendo como mais do que apenas uma ouvinte como sempre lhe instruíram ser melhor, ser o correto conforme o que sua mente obtinha como seus princípios, se sentira escutada, sem o receio de deixar com que tudo o que guardou em seu peito pudesse escapar e apenas a permitir sentir o peso de suas emoções atingir-lhe, recair-lhe sobre seu corpo, seu coração e sua mente que sempre os suprimiu para o canto mais escuro, o que por mais que lhe aparentasse ser assustador, era necessário.
̶ Desde que o Ben foi sequestrado, eu sinto que há alguém me observando constatemente, imaginei que estivesse sei lá, enlouquecendo ou algo parecido, afinal eu realmente tinha os olhares de todos sobre mim a maioria do tempo. ̶ Explicou, a ponta afiada da arma fora posta contra o chão e seu ruído metálico fora o único a prevalecer ao ambiente, o limite do cabo onde suas mãos gentilmente pousavam uma sobre a outra lhe serviram de apoio, com seu corpo inclinado para frente e queixo apoiado sobre elas, continuou a pensar, seus olhos fixos sobre o nada insinuavam a profundidade de seu torpor e a concentração encrustada em seus sentidos. ̶ Mas não era isso, enquanto eu conversava com o Ben dentro da consciência, ele comentou que a Uma havia aparentado interesse em mim por mais de uma vez, não sei o porquê exato, mas é como se ela estivesse avaliando o que poderia conseguir caso eu fosse importante, o que não é caso. E eu avaliei cada informação que havia em minhas mãos.
Movendo-se sem perceber, guiada pela sensação de familiaridade que a inundou por completo, a abandonando imersa pelo momento vivenciado, ao pequeno animal que tanto sentira falta.
Quase irreal fora a sensação sentir o inseto pousando sobre seus dedos com graciosidade, a névoa ondulando sobre seus dedos e seu colar reluziu fraco por através do grosso tecido que o cobrira, após meses sem que sequer seus olhos pudessem vê-lo em meio as flores em seu pleno desabrochar, ato que de maneira inconsciente realizava, reconhecendo a presença de quem tanto guiou até ali, nem percebera o fato de que o local ao qual dessa vez o fizera era pequeno, um vago lugar em meio as várias construções apenas inebriada pelo brilho que emitia. Pelo calor da magia correspondente. E isso era algo que nunca havia sentido ao estar próxima do pequeno animal.
̶ Como você...?
̶ Não é o caso? Você é filha da criadora e tem a magia da barreira no seu sangue, isso é importante. ̶ Afirmou a primogênita de Malévola, chegara a demonstrar uma certa indignação em sua voz com a afirmação, Fayrie apenas sorriu, um sorriso mínimo, não demonstrando felicidade genuína, mas divertimento momentâneo.
̶ Não é o caso. Ela não sabe a história inteira, todos pensam que a Fada Madrinha arquitetou tudo sozinha, os únicos que sabem...bem, a boa parte do povo de Auradon sabe, mas o povo da ilha desconhece esse "pequeno" fato. ̶ Simbilou desconfortável, a ironia de suas palavras demonstrara a pequena aversão que as palavras lhe deram, um gosto ruim que dominara seu paladar depois de tudo o que pôde vislumbrar, um suspiro cansado, apenas o que lhe restou para acalmar a tempestade em seu peito, além de retornar ao apoio a suas costas. ̶ Eles não sabem, e eu não vou me atrever a revelar isso, mas eu preciso encontrar seja lá o que esse pressentimento signifique.
Sua mão livre, que não agarrava-se ao cabo da lâmina com uma força intensa e quase descomunal que lhe marcava a cerne, fora posta a lateral de seu rosto, apoiando-o, mais uma das heranças que ganhara; a tonalidade de seus olhos e seus traços marcantes, refletidos a superfície polida eram encarados com exatidão, Fayrie sempre vira a beleza e familiaridade dos mesmos quando precisara continuar, e em todas as vezes, um sorriso e alegria revivera em suas expressões, sua ternura e gentileza renascendo como os raios de sol em sua glória e esplendor após um longo e rigoroso inverno, ofertando seu calor para cada pequena superfície coberta pelo gélido frio, lhe lembrava sobre sua mãe e cada uma das palavras carinhosas enraizadas em suas profundas lembranças, até mesmo o cantarolar da música e voz que mais escutou, desde seu primeiro respirar. Em suas duas versões.
"O destino intervém e te acompanha.
Quando você deseja a uma estrela."
Uma resposta sutil a sua dúvida. As asas da borboleta retornaram a seu uso, Fayrie mal acreditou em sua própria visão quando a viu, mesmo que com certa dificuldade, voar e atravessar a cúpula dourada como se nada houvesse ali, a magia sequer havia tremulado ou exercido quaisquer bloqueio contra o pequeno animal e atuado como um obstáculo. Apenas o concedera sua liberdade. Quando sua mãe lhe explicara, nada poderia sair ou entrar livremente por através da barreira dourada, menos ainda algo fruto de magia pura, onde sua existência seria uma dádiva inconcebível em seu interior.
"...elas são capazes de se corresponder, mas não se anulam e nem podem ser destruídas uma pela outra, é a magia da minha mãe."
̶ É a magia da minha mãe...
̶ Eu preciso saber o que vou encontrar, talvez...talvez isso esteja acontecendo por ser algo que possa atrapalhar o plano e o curso no qual as coisas devem seguir. Se há alguém me seguindo, é melhor que vocês não estejam próximos. Isso pode estragar tudo o que planejamos, cada passo poderá se tornar em vão. ̶ Concluiu, o sorriso confortante ressurgido em seus lábios, finalmente desviando seu olhar de algo que fosse o seu próprio, para apenas procurar por uma resposta positiva por parte da garotas a sua volta, para apenas procurar por entendimento.
Embora, a certeza de que faria aquilo já estivesse cravada em seus pensamentos, seguiria apenas o que desejara.
A dor fraca outra vez pulsou, atraindo suas mãos situadas ao exato local anterior, seus dedos sobre as têmporas em busca de diminuí-la, um indicativo do atiçar perigoso de seus sentidos aguçados sobre o eminente acontecimento, algo errado, ou talvez correto conforme o tecer de seu destino desconhecido a ocorrer.
Seja lá o que fosse, confiar em si própria seria sua única saída. Precisava se salvar sozinha.
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Eita eita, apareci de novo aqui! Akalakakakak Bom dia/tarde/noite meus amores, como expliquei nos avisos, estou encaminhando e reorganizando os futuros capítulos, inclusive os do ato 3 que, por sinal, irá finalmente selar as conclusões sobre tudo o que já foi mostrado e como estamos nesse caminho que irá resultar em um final um tanto diferente; os acontecimentos de certa forma irão mudar, o final será o mesmo do filme é claro, mas as intervenções para pavimentar o caminho da Fayrie serão muitas e bem...profundas. Apesar de ser uma fanfic, a história que criei para a Fayrie é complexa e interessante demais para não ser explorada.
Sabem que não dou ponto sem nó e não iria deixar a Faye ignorar o pressentimento que ela sente desde o início; desde que pisou na ilha, eu precisava dar um certo contexto a isso para trazer uma certa consequência futuramente, e a aparição ilustre da borboleta não fazia parte do capítulo original, entrariam cenas diferentes que serão mostradas no próximo e último capítulo que selara o arco da ilha e ainda nos dará migalhas de um certo parzinho (é óbvio que vocês sabem quem é.) Só garanto que serão migalhas bem...conturbadas, mas não a ponto de se tornar um "enemies to lovers" na minha opinião, apenas estão em lados opostos, mas a minha fadinha é incapaz de odiar alguém, ainda mais sabendo...(a partir daqui teriam spoilers demais akakakaakakakak.)
Enfim meus amores, não garanto uma volta completa, maaaaasss....eu vou tentar aproveitar meus surtos ao máximo!
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