58- Survivor-Destiny's Child
⚠️ aviso ⚠️
Este capítulo contém cenas de quase estrupo e assassinato.
Quem não conseguir ler é só passar para o próximo.
»»——⍟——««»»——⍟——««»»—
Isso não vai parar, ele nunca vai parar de me chantagear. Vou mandar a Marie para a cama, preciso de pensar.
Envio uma nova mensagem ao Shane.
"Ele voltou a chantagear-me. Agora quer o triplo."
Não demorou muito até o Shane me responder:
"Eu sabia, não confiei nesse russo."
"Agora ele quer o triplo do dinheiro, tenho que pedir clemência ao Reddington, senão vou à falência."
"Mas é ele quem está a mando disso? Porque raio é que ele iria fazer isso? Eu não o conheço, mas ele não tem ar de quem precisa de chantagear uma mulher para ter dinheiro."
Embora não tivesse certeza da veracidade da situação, questionei-me quem seria capaz de traí-lo. A verdade é que a minha mente não estava habituada a tais situações, por isso sentia-me completamente desorientada.
Na manhã seguinte, ao acordar, resolvi contactar o FBI, pois não dispunha de meios para o contatar diretamente. Vasculhei as coisas da Marie, mas não encontrei nada que pudesse contactar ele.
Agora, apercebi-me de que nunca o procurei, mas sim, era ele quem me procurava. Ou melhor, costumava procurar-me, uma vez que já passou um ano desde que fui sumariamente descartada e abandonada, à mercê dos caprichos do destino.
"Eu disse a ele para não me procurar mais, que estava num relacionamento, mas não precisava levar tudo tão a sério. Será que arranjou outra vítima? Ele deve estar se divertindo muito..." - penso, enquanto olhava para o relógio, tentando lembrar da diferença de fuso horário entre a Suíça e os EUA.
Depois de alguns minutos de cálculos, percebi que eram 13h na Suíça e que, portanto, deveria ser cerca de 8h da manhã em Washington. Decidi arriscar e liguei para o FBI, pedi para falar com a agente Elizabeth Keen, na esperança de que ela soubesse alguma informação sobre Reddington. Como ela não estava deixei recado e não demorou muito até me ligar.
— recebi um recado para ligar lhe Cristina?
— Sim, eu pedi para me ligar.
— Olá, Cristina. Sou Elizabeth Keen. Desculpe-me pela demora em entrar em contato, tive alguns assuntos urgentes a tratar. Em que posso ajudá-la?
— Preciso de falar Reddington.
— e porque você quer falar com ele ?
— desculpe mas não vou lhe dizer, sei que você deve conseguir contato com ele, então ponha me em contato com ele também.
— Lamento, Cristina, mas não é assim, você não pode exigir nada. O que quer o reddington?
— posso sim, salvei a vida ao seu marido, então Elizabeth você me deve uma, peça ao reddington para ligar me. — eu não queria acreditar que tava a falar daquela maneira, mas tinha que ser assim.
— Cristina, eu entendo sua frustração, mas não posso simplesmente passar seu contato para o Reddington sem motivo aparente. Se você puder me dizer qual é o assunto ou a informação que deseja compartilhar com ele, posso ver se é possível agendar um encontro.
— Elizabeth, eu entendo que você está apenas fazendo o seu trabalho, mas este é um assunto muito delicado e urgente. Não posso divulgar mais informações agora, mas peço que confie em mim quando digo que é extremamente importante que eu fale com Reddington. Posso confiar em você para passar a mensagem?
— A semanas que não sei dele, então depois entro em contacto. — ela desliga me o telefone na cara.
Era tão difícil falar com ele que foi mais fácil falar com o presidente da República da Suíça do que com Reddington. Eu sou a mãe da filha dele, por isso deveria saber um número para ligar.
Eram duas da manhã e meu telemóvel toca de um número privado.
— Estou? — Eu estava com medo que fosse o chantagista, mas não era, e respiro de alívio.
— Minha doce e querida Cristina, saudades minhas? — perguntou Reddington.
— Não, não sinto saudades suas. — reviro os olhos com a conversa dele. — Preciso falar com você.
— Oh, Cristina, sempre tão direta. Bem, o que posso fazer por você hoje?
— Foi você que está a pedir aquele russo com dentes de ouro para me chantagear? Agora quer dinheiro meu?
— Cristina, não sei do que está a falar. Eu não tenho nada a ver com essa história do russo.
— Não me faça de tola, Reddington. Eu sei que você é capaz de muitas coisas, e eu não vou deixar que me chantageie. Eu já te dei um milhão, para receber o triplo terá que ser você a vir buscar...
— Cristina, não estou envolvido nesse assunto do russo, eu juro. E não quero o seu dinheiro.
— Você mandou ele tomar conta de mim ou mandou roubar-me tudo o que tenho?
— Também não é assim tanto dinheiro. — disse ele arrogantemente. — Não tenho nada a ver com isso, mas vou tratar disso. É para dar o dinheiro quando?
— Sexta-feira. — Digo enquanto caminho para a cozinha e pego um copo para beber água. Enquanto bebo, ouço Reddington a falar do outro lado da linha:
— Certo, vou tratar disso. Mas diz-me, não tens saudades minhas?
Eu engasgo com a água e começo a tossir, deixando Reddington preocupado.
— Ai, para com isso e resolve isso rapidamente, por favor. — digo, tentando mudar de assunto e recuperar o fôlego.
Ele dá uma risada fraca e eu sinto as minhas bochechas a aquecer enquanto me sento na bancada da cozinha.
— Sim, querida, vou tratar disso. As pessoas desiludem-me. — desabafa ele.
— Eu desiludi? — pergunto, sem entender o motivo do desabafo.
— Nunca me desiludes. Eu estava a falar sobre outra pessoa. Às vezes, o dinheiro sobe à cabeça das pessoas e elas mudam de lado... — ele engole em seco. — Desculpa, Cristina pelo que está a passar.
— você arranja me muitos problemas, minha vida tornou se um inferno.. resolva só! — murmuro. — não devia confiar em ti mas…
— Eu oiço bem Cristina. — ele ri. — como está vestida? Camisa de noite preta?
— Está doido? — estranhei a mudança de assunto brusca.
— Aí já deve ser tardíssimo, então consigo imaginar você de camisa preta de seda com o seu cabelo apanhado, seu pescoço visível… — ele ri. — até consigo sentir o aroma do ylang-ylang do seu gel de banho. Que delícia!
— Eu vou desligar. — falo envergonhada. — eu não estou de camisa de noite, estou de pijama mesmo com ursinho à frente…
— É, acabou com a minha fantasia. — ele solta uma gargalhada. — eu trato disso, tenha cuidado, ele é um baratinha mas tenho medo na mesma, bem medo por si… você é tão indefesa.. até breve!
— Espera red, me dê um contacto… — digo.
— Eu entro em contato. — ele desliga a chamada.
— Como ele sabe que estou de camisa de noite preta?! — arrepio-me. — Eu estou cheia de problemas e ele a falar desse tipo de coisa.
Faço um coque no cabelo e vou até ao espelho para observar o meu pescoço. As minhas mãos acariciam-no suavemente e sinto uma onda de excitação percorrer o meu corpo. Olho para o meu reflexo e percebo que estou a sorrir, talvez involuntariamente. É então que me apercebo de que caí no jogo de sedução de Reddington. A forma como descreveu o meu aroma, imaginando-me com uma camisa de seda preta, fez-me sentir desejada. Deveria estar louca por me deixar levar por ele, afinal, estava a ser chantageada. Mas ultimamente, Burke não me preenchia.
Fujo para a cama e tento dormir.
Decidi deixar Marie na casa de Shane, já que estava com medo de alguém aparecer em casa. Burke também não falava comigo há tanto tempo e estava magoado. Resumindo, eu estava sozinha e precisava resolver a questão do dinheiro. Shane não queria que eu levantasse, mas eu sabia que precisava fazer isso.
Quando finalmente cheguei em casa, recebi uma mensagem no meu telemóvel. Achei que fosse do chantagista, já que era quinta-feira e ele costumava entrar em contato para saber novidades.
Pego meu telefone e vejo uma mensagem anônima. Meu coração bate mais rápido quando percebo que é de Reddington. Leio a mensagem e um sorriso bobo surge em meu rosto.
"Estimada Cristina, mal posso esperar por entregarmos o dinheiro juntos na sexta-feira. Mantenha-se calma e siga a sua rotina normal para não levantar suspeitas. E, sinceramente, eu sei que você não estava vestida com um pijama de ursinho! Não faz parte do seu estilo, minha querida. Mas confesso que fico imaginando o que está vestindo agora... Enfim, até sexta-feira. Abraços, Raymond Reddington."
Agradeço mentalmente por ele estar me ajudando amanhã e torço para que tudo corra bem. Tiro os sapatos, coloco minha mala e o dinheiro em cima da mesa e me preparo para descansar, esperando que sexta-feira chegue logo.
Alguém bateu à porta e eu não estava esperando ninguém. Quando me aproximei para colocar a corrente na porta, um homem loiro com dentes de ouro a empurrou e entrou sem pedir licença.
— Decidi vir mais cedo! Acho que não vale a pena esperar até sexta. - disse ele sorrindo.
— Pode levar! - peguei a mala com o dinheiro e entreguei a ele.
Foi então que ele agarrou meu braço e encostou seu corpo no meu.
— Larga-me! - pedi.
— Dra, você é muito gostosa. Não é à toa que Reddington fica louco por você e me colocou para tomar conta de você. - ele agarrou meu pescoço e me beijou à força.
Eu tentei resistir e consegui morder o lábio dele, mas ele acabou me empurrando para o chão.
Quando tento me levantar, ele volta a me atacar.
— Sua boca é gostosa mesmo. Mostre lá o que anda a fazer ao Red, Dra.! — Ele agarra meu cabelo com força.
— Eu, se fosse a você, teria cuidado, porque ele está a caminho daqui, e sabe o que pode acontecer. — Tento manter a calma e cuspo em cima dele.
— Vadia, fez queixa a ele? — Ele aperta ainda mais meu cabelo. — Então agora você vai ver o poder de um homem.
Desesperada, começo a ver o ele abrir o cinto das calças e começo a gritar por ajuda, mas a casa tinha paredes grossas que abafavam o som.
— Eu dou mais dinheiro, por favor não faça isso. — imploro, desesperada.
— Eu estou condenado, mas você também está. — ele começa a colocar a mão no meu peito. — Quando ele chegar aqui, vai ver a sua amada arregaçada.
Nesse momento, consigo dar uma joelhada nas partes íntimas dele e consigo escapar. Ele corre atrás de mim e tento me defender jogando uma jarra na cabeça dele, mas era um vidro fraco que não fez nada. O agressor me empurra para a mesa e tenta me agarrar novamente.
Sinto-me impotente enquanto as mãos dele percorrem o meu corpo. Já não tenho forças para lutar e o meu corpo fica dobrado sobre a mesa, à mercê daquele homem. Ele morde o meu ombro como um cão raivoso.
Até que alguém o puxa pela blusa e acerta-lhe uma cabeçada. Ele cai no chão e finalmente consigo levantar-me e olhar para o meu salvador. Era o Shane. Ele estava fora de si, nem dava para reconhecê-lo. Ele consegue desarmar o homem e pega numa pistola que tinha trazido.
— Não, Shane! — grito para que ele não arruíne a sua vida, mas ele estava cego de raiva e dispara contra o homem caído no chão. Depois, vem abraçar-me com força.
— Está tudo bem, eu estou aqui agora. Ninguém vai voltar a machucar-te. — diz ele, com a voz trémula.
Sinto-me aliviada, mas ao mesmo tempo confusa e com medo. Não sabia o que ia acontecer agora. Shane havia matado um homem e isso teria consequências graves.
— Shane, o que vamos fazer agora? — pergunto, com a voz falhando.
Ele olha-me nos olhos e diz:
— Agora vou entregar-me à justiça.
Continua…
"O medo não é real, é apenas a criação da mente que nos aprisiona. O único lugar onde o medo pode existir é nos nossos pensamentos sobre o futuro. É um produto da imaginação, causando-nos preocupação desnecessária em relação às coisas que geralmente não existem e que, mesmo que existam, provavelmente não serão tão ruins quanto imaginamos." -
Will Smith
Notas da autora : comentem muito para que seja contratada pela shonda... Prometo que a vida da nossa deusa irá melhorar muito ❤️❤️❤️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro