38- I'm Yours -Jason Mraz
Burke olha-me surpreso e começa a rir do nada, como se eu tivesse dito alguma barbaridade, ele não estava a entender o que eu estava a dizer.
— Esteve a beber ? Ou tirou a noite para brincar com a minha cara ? — Ele fecha a porta.— Como assim, falta o ar? Estamos a namorar a sério a quinze dias, nunca lhe proibi de nada, só porque disse que o hospital não é muito humanizado, já quer acabar ?
— Não, eu quero acabar porque você invadiu a minha vida e está a roubar-me tudo. Rouba o respeito que os funcionários tem por mim, chega a minha casa e começa arrumar as minhas coisas, pior põe a minha filha arrumar também.. Depois tenta educar a minha filha ao teu jeito, você tem duas filhas eduque elas não a minha ! A minha filha não é sua filha para você tratar assim!
— É normal, fui eu que construí isso aqui, não se esqueça quem lhe deu! É normal que os funcionários respeitem-me, porque eu trato eles como pessoas! E não como aberrações! — ele dá um suspiro.— E trato a sua filha como trato as minhas, com o carinho que uma criança precisa!
— Eu não necessito de si, fique com isso tudo então, fique pegue tudo de volta ... — Começo atirar as pastas que tenho em cima da secretária, até o copo das canetas atiro contra ele, os dossiês da prateleiras tambem são atirados ao chão. — Quer a minha filha ? Também fique com ela, fique com tudo, é só isso que você sabe fazer, roubar-me tudo ! Até a minha dignidade, você tirou-me.
Às coisas vão caindo ao chão, sem dó nem piedade enquanto o Burke tenta controlar-me, vou atrás do armário e pego nos quadros que eram dele e estavam escondidos, e atiro eles ao chão partindo o vidro deles.
Burke segura-me por trás para que eu não parta mais nada daquele escritório.
— Calma, calma, olha para mim Cristina! — dizia ele, obrigando me a olhar .— Eu não quero nada teu, além de ti mesma. Eu não quero roubar-te nada, só quero acrescentar, eu sei que fui um imbecil no passado e estou aqui para refazer tudo, mas se achas que estou a ser invasivo, eu afasto-me para teres espaço para respirar. — após eu ficar mais calma, ele beija-me a cabeça.— mesmo que não seja isso que queira, eu quero fazer parte da sua vida, por isso eu vou ter paciência! Mas não fuja de mim outra vez. — eu limpo os olhos e olho para ele .
— Não fui eu que fugi, você é que fugiu!
— Não vamos mais falar disso, ok ? Nem terminar nada, você só se sente pressionada... — Eu deixo de responder porque estava a sentir-me exausta, ele beija-me, correspondo ao beijo mas logo lembro que acabamos de discutir.
— Estamos no local de trabalho! — Ele ignora e continua beijar-me o pescoço. — Mas eu acho melhor parar por aqui.
— A essa hora não tem ninguém, aqui nesse piso, e todos estão a ver a Hanh a acabar a cirurgia. — Ele tira-me a blusa e faz me sentar da secretária, enquanto me beija o peito por cima do sutiã.
— Não faz isso aqui Burke! — tiro-lhe a blusa, enquanto começo a enroscar nele. — A Marie tá com Shane, temos a casa livre... — ele tira-me as calças, enquanto me beija por cima da roupa interior.
— Não vamos parar para ir para casa! Dá para notar tua excitação.— Os lábios dele sobem pelo meu corpo, enquanto ele usa os dedos para que eu não consiga pensar em mais nada. — Além do mais, eu se não tivesse seguro não iria fazer aqui, você já me devia conhecer! Descontrai, você está muito nervosa! — os dedos dele sai dentro do meu fio dental e ele acaba por rasgar o mesmo.— acho que alguém vai sem nada por baixo ! — Ele ri e sua boca apodera-se da minha zona íntima, não havia zona onde não passa-se, eu tentava por tudo não descontrolar, mordendo o meu lábio mas, mesmo assim não consegui aguentar muito, lá fora Érica ouvia os pequenos gemidos vindo da minha sala e acaba por ir espreitar o que se passava, ela desencosta a porta que esquecemos de trancar e vê a gente em pleno sexo.
— Acho que ouvi alguma coisa? — Ele vai espreitar mas não vê nada, Érica tinha se escondido debaixo da secretária da Francesca e no ângulo que Burke estava não dava para ver e ele não estava motivado para ir a procura.
— Foi impressão amor! —Ele volta para junto de mim e começa a beijar esfregando a sua ereção, enquanto acaricio o seu rosto, beijando, ele solta o meu cabelo, penetrando sem dó nem piedade. — Cristina... — não deixo ele acabar de falar prendo ele com as minhas pernas.
Lá fora Érica contorcia de raiva sem saber o motivo, ela desce as escadas, vai para o vestuário, batendo com as portas todas até lá e liga para alguém.
— Eu sei que você quer-me aqui para ser mais fácil para o nosso namoro mas eu não aguento mais estar aqui... Aquela porca, não respeita nem o local de trabalho.
— Érica, eu não gosto desse palavreado, o que Cristina fez dessa vez ? O que proibiu dessa vez? — perguntava a outra pessoa no outro lado da linha.
— O que se chama a uma mulher que em vez de estar em casa a dormir vem para o local de trabalho fazer sexo?
— Como assim ?
— Exatamente isso que você ouviu! — Érica começa a contar tudo, mas a outra pessoa desliga o telemóvel na cara dela.— Eu quero ir embora daqui ! Ouviu? desligou outra vez ?— Ela suspira.— Esse namoro também não corre bem... Sorte a minha !
»»——⍟——««»»——⍟——««»»—
— Sério que não estava ninguém ? — digo preocupada.— Se não fosse vergonhoso até dormia aqui, mas temos que ir para casa, não é?
— Eu por acaso nunca dormi, sempre sai a horas!
— Dás-me boleia? Ou melhor hoje não tenho filha podemos aproveitar para dormir, sem preocupações de alguém acordar às 6h00. — Sorrio.—Estar sem cuecas é esquesito!
— Marie não me incomoda, desde que tu deixes a gente ser uma família. — ele beija-me.— Mais dia, menos dia vais conhecer as minhas... Mas isso claro quando estiveres pronta... — lanço-lhe um olhar fulminante.
— Essa coisa do namoro tem que ser com a familia a mistura ?
— Cristina, é a minha família, são as minhas filhas ! Se eu respeito a tua filha, tens que respeitar as minhas ! —
Acabo de vestir as minhas calças, achei a conversa do Burke muito preocupante, eu lembro me que ele é viúvo mas nunca em momento algum pensei nas filhas.
— Burke, não podemos ser amigos coloridos apenas ? Se nem para mãe sirvo, quanto mais para madrasta! Eu não quero conhecer suas filhas ...
— Se você quer uma vida comigo, terá que incluir elas na sua, da mesma maneira que irei incluir a sua !
"Mas eu não quero incluir-me na vida de ninguém, será que não vê isso ?"
— Eu quero ir para casa...
Acabamos por ir para casa dormimos juntos sem fazer mais nada, só dormir... Até o dormir estava a fazer-me confusão, decididamente o Burke invadiu a minha vida sem dar espaço para fugir, eu amava ele mas, não havia necessidade de ser tão colado a mim e a minha filha.
»»——⍟——««»»——⍟——««»»—
— Fico contente de ter arranjado um namorado.. — Dizia o meu psiquiatra.
— Mas ele invadiu a minha vida, eu tentei falar com o Shane mas ele está mais interessado no filho dele. — levanto-me do sofá e começo andar de um lado para o outro. — felizmente passado uma semana, ele foi para Milão ver a família ! Marie também foi para um acampamento escolar nos Alpes, e eu comecei a respirar !
— O seu amigo teve um filho ?
— sim, um menino sem graça nenhuma, quase já não me ajuda com a Marie, há pessoas que esquecem os outros após terem filhos .
— É normal é uma fase nova na vida dele!
— Mas porque estamos a falar do Shane ? Eu estou bem com ele, só acho que ele não deve apegar-se tanto ao filho e esquecer de tudo ao redor. Ainda para mais nessa altura da minha vida tão complicada ! Eu namoro ! — o Dr só olha para mim sem dizer nada. — Isso não é ciúmes, mas nós somos deixados de lado pelos filhos, olhe o caso da Marie com o tio Burke ? Como ela diz, quase já nem me liga...
— Mas não era isso que você queria, que Marie fosse independente... ? — Eu olho para ele, não tinha mais nada a dizer ao Dr, pego na minha mala e vou sair do consultório.— Segunda feira a mesma hora dra Yang?
Eu digo que sim, e saiu do consultório, saiu e vou caminhando pelas ruas movimentadas da cidade, tinha vindo a pé, era mais fácil para jantar e ir para casa, quando sou parada pelo Dembe.
— O que faz aqui ?
— Vim a ver ! — ele sorri. — Venho a convidar para um passeio... Vamos ?
— Claro que não vou ... Tá doido? — Ele agarra o meu braço e leva-me até a um carro e põe me no banco de trás, ainda tentei sair mas, ele olha para mim. — Matem-me logo ! Eu recuso-me a fazer outra cirurgia, aliás a namorada do seu dono é cirurgiã então ela sabe fazer essas coisas.. —Dembe suspira sem dizer uma palavra. — Eu tenho uma filha, já viu ela ficar sem mãe ? Você tem filhos ? Fale alguma coisa homem !
— Bem que o Red, disse que você era melodramática dra... Não vai fazer cirurgia nenhuma, é só um jantar!
— Eu tenho que ir buscar a minha filha a escola e ainda é muito cedo para jantar! Pare o carro!
— São 19h, essa hora a menina Marie deveria, já estar em casa, além do mais ela está num acampamento escolar! Então nada impede de ir jantar fora, o seu namoradinho também está em italia a essa hora então está desimpedida ... Vamos só passar numa loja para lhe comprar um vestido...
— Um vestido ? Isso é de loucos certo ?
— Reddington foi bem explícito, não quer você mal vestida no jantar. — O sinal fica vermelho, eu pego na minha mala e dou com ela na cabeça de Dembe várias vezes sem que ele tenha tempo de pensar em trancar as portas que por desleixo dele, deixou aberta e fujo a correr por aquela rua que não sabia onde ia dar, Dembe ainda sai dentro do carro mas eu já estava no meio da multidão, então não foi atrás. Ligou para reddington.— Aquela cabra deu-me com a mala e fugiu! Agora não vou correr atrás dela...
— Como deixou ela fugir, Dembe? — Ele suspira. — Já lhe disse, que não quero que chame ela assim, eu posso chamar você, não!
— O não poder agredir deu nisso, ela sentiu confiança e eu por lapso deixei o carro destrancado a mercê disso. Red o que faço agora?
— Estacione o carro e vai andando a procura dela! De certeza que não vai longe! Leve Cristina para casa , eu vou desmarcar a mesa do jantar, já não há clima para isso e vou lá ter!
Corria sem destino, passando por pessoas que me devem ter achado que era louca, parei perto de uma esquadra da polícia.
"O que vou dizer, que tenho um maluco a perseguir-me? Se a FBI não o apanhou, quem vai acreditar em mim."
— Vamos embora ! Já chega de figuras tristes, Dra Yang ! — Dizia Dembe atrás de mim.
Contínua...
Você não pode fugir de si mesmo, mudando de um lugar para outro.
Ernest Hemingway
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro