A primeira vez que Max e eu nos vimos, tínhamos sete anos e ele tinha sido escrito na academia de futebol que meu pai dava aulas.

Lembro que sua primeira fala foi algo como:

— Meninas também jogam?

Eu fiz seis gols no time dele para o tirar aquele sorriso idiota de quando perguntou.

A tia Sophie-Marie o obrigou a me entregar um bombom por sua falta de educação.

Seu primeiro bilhete para mim, foi em um papelzinho da sua agenda escolar e escrito por sua mãe.

"De Verstappen, que aceita jogos onde meninas e meninos jogam juntos".

Talvez eu devesse saber que meninos não escrevem ou entregam bilhetes desse tipo para uma menina idiota que tinha acabado de o detonar no futebol. Mas nós dois, no fundo, sabíamos que futebol não era o esporte que preenchia seu coração.

Qualquer pessoa sabia disso.

Max nunca fez o tipo "jogador caro".

Mas ele sempre fez o meu tipo.

Quem sabe esse fosse o erro.

De qualquer forma, eu só estou escrevendo isso, porque preciso me lembrar de como tudo aconteceu e também entender como chegamos na situação atual.

Espero que ninguém leia isso... 

Espero que ele ainda lembre disso.