03. MĪSIO
MĪSIO (alto
valiriano)
I. PROTETOR (a)
BAELYS TARGARYEN
Baelys havia escapado novamente.
Não que tenha sido difícil, os soldados da Casa Royce pareciam patinhos perdidos tentando a acompanhar enquanto ela corria e fugia deles.
Era deveras divertido na opinião de Baelys, os ver correr atrás dela.
A mãe da menina havia a repreendido imensamente após o desentendimento que Baelys teve com o herdeiro do Norte, aquele garoto insuportável e covarde.
Baelys não havia o visto depois disso. Ou qualquer pessoa.
A mãe a proibiu de ir no primeiro dia de torneio, já que ela não havia se comportado bem.
Baelys achou uma grande estupidez e injustiça, e não havia fugido pra assistir, porque a mãe a deixou praticamente trancada nos aposentos que Lorde Manderly arranjou para ela.
Agora, no dia seguinte, o segundo dia de torneio começaria em algumas horas.
Baelys ouviu as servas fofocando sobre um cavaleiro andante dornês que venceu todas as justas que participou no dia anterior, derrubando vergonhosamente o herdeiro da Casa Karstark e praticamente humilhando um Glover que havia pedido para batalhar com espadas após ser derrubado do cavalo pelo dornês.
Baelys estava levemente curiosa para assistir esse cavaleiro andante lutar.
Mas ela não se aguentou e teve que fugir dos guardas.
Era divertido demais para ela se negar a fazer isso.
O vestido dela provavelmente ficaria amassado e levemente sujo, assim como o véu que escondia seus cabelos prateados, mas a garotinha não se importou.
Ela estava sentada no pátio naquele momento, brincando com uma pedrinha no pátio, quando ouviu o rastejar de uma criatura.
Ela olhou ao redor, tentando localizar a fonte do som.
Seus olhos se arregalaram ao ver uma cobra deslizando pelo chão, aproximando-se lentamente.
Uma cobra grande, a pele levemente colorida e as presas claramente visíveis.
Gotejando o que só poderia ser veneno.
O coração de Baelys bateu mais rápido, o desespero tomando conta dela.
Baelys poderia ser atrevida, egoísta e mal educada.
Mas ela ainda era uma garotinha. Uma criança.
E ela não sabia o que fazer.
Era assim que ela morreria? Picada por uma cobra, no Norte de todos os lugares?
De repente, um cavaleiro apareceu, Baelys não viu de onde ele veio, mas percebeu que ele estava vestindo uma armadura com um sigilo que ela não conhecia – uma espada sobre algo que parecia uma estrela, ele usava roxo.
Baelys não ousou se mover, mas ela foi capaz de ver que o cavaleiro tinha a pele bronzeada, cabelos castanhos e olhos azuis claros, em um tom que quase lembrava o violeta da casa Targaryen.
Ele parecia jovem, apesar de ser um homem adulto.
ㅡ Não se mova ㅡ disse ele, a voz firme mas suave, com um sotaque diferente. ㅡ Ela é venenosa.
Baelys congelou ainda mais, os olhos saindo do cavaleiro e fixos na cobra.
O cavaleiro moveu-se lentamente, sua mão alcançando uma adaga presa à cintura.
Ele esperou um momento, como se calcula-se a distância e a posição da cobra.
Então, com um movimento rápido e preciso, que Baelys mal acompanhou, ele lançou a adaga.
A lâmina atravessou o ar e cravou-se na cabeça da cobra, que se contorceu várias vezes antes de ficar imóvel.
Baelys soltou um suspiro de alívio, os olhos ainda arregalados.
ㅡ Obrigada ㅡ disse ela, olhando para o cavaleiro com uma mistura de admiração e curiosidade.
Raramente Baelys era educada de forma genuína. Raramente alguém a impressionava.
ㅡ Não precisa me agradecer, garotinha. ㅡ respondeu ele, enquanto pegava a adaga da cabeça da cobra, limpando o sangue no tecido das roupas. ㅡ Apenas fazendo o que é o dever de um cavaleiro.
Baelys franziu o cenho, intrigada. Ele não sabia quem ela era, e nem havia olhado nos olhos dela para suspeitar.
Ele a salvou sem saber que ela era uma princesa.
A maioria no Norte já sabia que uma princesa vestindo bronze Royce estava em Porto Branco.
A não ser que ele não fosse dali, ou de perto.
Baelys se levantou com olhos ainda mais arregalados.
ㅡ Você é ele. O cavaleiro dornês de que todos estão falando. O que venceu todas as justas ontem.
O cavaleiro sorriu, um sorriso que parecia carregado de histórias não contadas.
ㅡ Sor Arthor Dayne, ao seu serviço.
Dayne.
Essa era uma casa de Dorne.
Ele era realmente dornês.
Baelys inclinou a cabeça, estudando-o por um momento.
Ele não parecia um selvagem cruel, como falavam que os dorneses eram. Como a septã sempre dizia.
Ele a salvou.
Por que ele a salvou?
ㅡ Por que você me salvou? ㅡ ela perguntou à ele.
ㅡ Porque era o que precisava ser feito, fiz um juramento ao ser consagrado cavaleiro, eu tendo o seguir fielmente. ㅡ respondeu ele, a simplicidade em suas palavras contrastando com a profundidade de sua voz.
Baelys não sabia o que responder, pela primeira vez em muito tempo ela estava sem palavras.
Lutando para entender esse estranho que acabara de salvar a vida dela.
A vida de uma garotinha qualquer, porque ele não sabia quem ela era.
Quando alguém foi gentil com ela sem saber quem ela era?
Nunca.
Ela quase podia sentir algo diferente naquele cavaleiro, ele parecia....bom.
Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, vozes familiares soaram atrás dela, passos pesados.
Os soldados Royce.
Com um último olhar sem encontrar os olhos do cavaleiro com os dela, Baelys Targaryen correu sem olhar para trás.
ARTHOR DAYNE
Arthor Dayne havia se acostumado com os olhares desconfiados.
Os olhares que seguiam seus passos, os olhares que não eram apenas de curiosidade, mas de cautela.
A forma como alguns levavam suas mãos às espadas ao vê-lo aproximar-se, como se a mera presença dele fosse uma ameaça.
Eles não confiavam nele.
E, na verdade, por que deveriam? Dorneses não eram bem vistos fora de suas próprias terras ensolaradas e arenosas.
Mas no Norte, estranhamente, não parecia tão ruim. Não como nas sedes de algumas das Grandes Casas.
O frio cortante do Norte era uma mudança drástica do calor escaldante que ele cresceu sentindo, mas Arthor se adaptou, como ele sempre fez desde que deixou sua casa.
Abandonar Starfall, o lar ancestral de sua família, havia sido a decisão mais difícil que ele já tomou.
Deixar para trás seus irmãos mais velhos, cujo um herdaria tudo, além de deixar sua irmã mais nova, cujo sorriso sempre lhe trazia paz, pesava em seu coração todos os dias.
Mas ele sabia que não poderia ficar.
Arthor sempre soube, mesmo muito jovem.
Ele era o terceiro filho, destinado a não herdar nada.
A ser um estorvo.
E a ideia de depender de seu irmão mais velho para sustento era insuportável para ele.
E Arthor, desde que conseguia se lembrar ansiava por um propósito, por algo que fosse verdadeiramente seu.
Ele sempre quis encontrar seu próprio caminho, sua própria razão de existir, além das muralhas familiares que o cercavam por toda a vida.
Ele havia ido embora de casa há oito anos, assim que ele atingiu a maioridade aos dezesseis.
Ainda assim, a ausência de Dawn pesava sobre ele.
Arthor sempre se ressentiu por não ser digno de empunhar Dawn, a lendária espada de aço valiriano da casa Dayne, que só era passada para aqueles que realmente a mereciam, e não para o filho mais velho, como era costume em Westeros.
Mesmo sendo um espadachim habilidoso e um mestre na lança, Arthor sabia que ser digno de Dawn exigia mais do que apenas perícia. Exigia um coração puro e uma alma nobre, qualidades que ele temia não possuir.
A lâmina de aço valiriano, passada apenas para os verdadeiramente dignos da Casa Dayne, era um símbolo de honra e responsabilidade que Arthor sentia que nunca possuiria.
A forma brilhante da espada que tantas vezes vira pendurada na parede em Starfall, era uma lembrança constante de sua própria inadequação.
E assim, ele partiu em busca de algo que o definisse. Viajou de lugar em lugar, competindo em torneios para se sustentar.
Arthur era hábil o suficiente com a espada e a lança, com adagas longas também. Sua técnica e precisão sendo aperfeiçoadas em incontáveis duelos e torneios.
Ele vagava de lugar em lugar, competindo por prêmios e sustento, vivendo da glória momentânea que suas vitórias lhe proporcionavam.
Cada torneio e duelo era um passo mais longe de Starfall e um passo mais perto de descobrir quem ele realmente era, o que ele deveria fazer com sua vida.
Agora, suas viagens o haviam levado ao Norte, à Porto Branco, onde Lorde Manderly estava organizando um torneio em celebração ao aniversário de seu herdeiro, que estava próximo de se tornar um homem adulto.
O Norte era diferente de qualquer outro lugar que ele havia visitado.
As pessoas eram duras, moldadas pelo frio e pelas dificuldades da vida em um clima implacável.
Mas havia uma honestidade em sua desconfiança, uma clareza em seus sentimentos que ele quase podia respeitar.
Ao contrário de outras regiões, onde os preconceitos contra os dorneses eram mais evidentes e mais rudes, aqui era como se as pessoas simplesmente esperassem para ver do que ele era capaz antes de julgá-lo completamente. Ele apreciava isso.
Pelo menos, foi o que ele pensou.
Arthor estava prestes a ter uma mudança drástica de vida e mal imaginava isso.
Poucas horas antes do segundo dia de torneio começar, enquanto caminhava pelos pátios de Porto Branco procurando pelo garoto que contratou como escudeiro, e pensando na garotinha vestida de cobre que fugiu correndo. A garotinha que ele salvou de uma cobra venenosa poucos instantes antes de soldados Royce virarem a esquina como se procurassem por algo.
Arthor Dayne sentiu a presença antes de ver os homens.
Seis cavaleiros do Norte, de casas nobres, Karstark e Glover.
Dois dos cavaleiros que ele venceu no dia anterior estavam entre os homens. Os cavaleiros que ele humilhou com sua habilidade.
Os seis surgiram do nada, bloqueando a passagem de Arthor em um beco estreito nos pátios dos fundos da fortaleza.
Eles o cercaram com intenções claras de violência, suas espadas reluzindo sob a luz fraca do sol, que nada aquecia.
Arthur sabia que essa era uma emboscada, os dois cavaleiros se sentindo humilhados por perder pra um dornês, queriam revidar naquele instante.
Provavelmente o matar.
Ninguém se importaria.
Arthor era nobre sim, mas era dornês, era de uma casa menor.
Eles o culpariam. E todos acreditariam.
Arthor empunhou sua espada, pronto para defender-se.
Os primeiros golpes foram trocados rapidamente, e Arthor mostrou a destreza que o tornara famoso nos torneios, a habilidade que o fez vencer aqueles cavaleiros no dia anterior.
Em pouco tempo, três dos cavaleiros estavam no chão, nocauteados, mas não mortos.
Arthor se conteve, consciente de que matar homens do Norte poderia trazer consequências que ele não estava preparado para enfrentar.
Mas os outros três eram mais persistentes e coordenados.
Um deles, um homem robusto da casa Glover, conseguiu agarrar Arthor por trás, imobilizando-o enquanto outro se aproximava com uma lâmina apontada para seu pescoço.
Arthor sentiu a lâmina fria encostar em sua pele, começar a o ferir, manchar a lâmina com sangue carmesim. E por um momento, o peso de todas as suas escolhas pareceu cair sobre ele.
Esse era o destino dele?
Morrer tão longe de casa? Nessa "batalha" sem honra alguma? Morto em um beco de uma fortaleza no Norte?
Foi então que uma voz clara e autoritária, soou como um trovão no silêncio tenso:
ㅡ Afastem-se dele!
A pequena figura que apareceu na entrada do beco parecia quase deslocada, como se não pertencesse naquele mundo, véu cor de cobre nas mãos, cabelo prateado como a lua que brilhou no céu na noite anterior balançando com o vento.
Havia algo nos olhos dela – um olho violeta e outro verde, quase brilhando com seriedade, com fogo e sangue – que fez os cavaleiros hesitarem.
O soltarem.
Arthor percebeu que era a garotinha que ele havia salvado mais cedo naquele dia, de uma cobra venenosa.
A garotinha que ele finalmente olhou para ela o suficiente para saber quem ela era.
Targaryen.
ㅡ Afastem-se dele, ou seu senhor Stark saberá exatamente o que aconteceu aqui. ㅡ ela avisou, com uma imponência que parecia pertencer a uma mulher adulta.
Os cavaleiros se entreolharam, raivosos e hesitantes, envergonhados que uma princesa do reino houvesse os visto em tal empreendimento.
A autoridade na voz dela era inegável.
Lentamente, eles soltaram Arthor e recuaram, ainda mantendo os olhos nele com raiva.
Eles carregaram os três outros cavaleiros para longe do pátio dos fundos.
Arthor ficou sozinho com a garotinha.
A princesa.
Ele olhou para a menina, sentindo uma estranha mistura de alívio e gratidão.
Ela o salvara. Como ele a havia salvo mais cedo.
E naquele momento, Arthor pensou que sua busca por propósito poderia ter encontrado um novo rumo.
ㅡ Obrigado, princesa. ㅡ disse ele, sua voz carregada de sinceridade.
Ela balançou a cabeça, os olhos brilhando com algo que parecia além de sua idade.
ㅡ Não precisa me agradecer. Estou pagando o que fez por mim mais cedo.
Arthor sentiu uma nova determinação crescer dentro dele.
Esta menina, esta pequena princesa Targaryen, tão jovem e espirituosa salvou a vida dele quando ela não precisava, ela não fez juramento nenhum ao ser consagrado cavaleiro, ela não era um cavaleiro.
Ela era uma garotinha.
Uma garotinha que o salvou, que se arriscou para pagar por uma dívida que pra ele não existia.
Ela se arriscou para o salvar.
Poucos na nobreza eram assim, pouquíssimos se importavam com aqueles abaixo deles.
E simplesmente havia algo nela.
Arthor nunca foi muito religioso, mas desde que ele abandonou Starfall, ele rezou para os deuses o mandarem um sinal, o fazerem encontrar um propósito, um caminho, uma chance de ser honrado. De ser um verdadeiro cavaleiro.
Não um cavaleiro de torneio. Um cavaleiro andante. E sim um cavaleiro de honra, daqueles que os contos contariam sua jornada, que as músicas cantariam sobre seus feitos.
Então ele percebeu.
Ela era o sinal que ele pediu aos deuses.
Ela era o caminho.
A chance de Arthor ser honrado, de proteger alguém que necessitava de sua força e habilidade, e não apenas lutar para entreter senhores que o repudiavam por ser dornês, e conseguir algum sustento.
Ele se aproximou e se ajoelhou diante dela, com o coração cheio de propósito, a espada oferecida para ela.
ㅡ Juro lealdade à você, princesa. Serei sua espada e seu escudo, guardarei seus segredos, cumprirei suas ordens e a protegerei com minha vida, em retribuição pelo que fez por mim. Se assim você aceitar.
Ela arregalou os olhos.
ㅡ Você está louco? ㅡ ela parecia tão surpresa, parecia a criança que ela era. ㅡ Não preciso de uma espada juramentada.
Antes que Arthor pudesse responder, uma figura alta e imponente apareceu na entrada do pátio.
Lady Rhea Royce, a mãe da pequena princesa, com seu rosto severo e seus olhos avaliadores, observou a cena com atenção. Com confusão e cansaço, como se perguntasse no que a filha havia se metido daquela vez.
ㅡ O que está acontecendo aqui? ㅡ ela perguntou, sua voz firme ecoando nas paredes.
Arthor levantou-se, sentindo a força de suas palavras ecoar em seu coração.
ㅡ Lady Rhea ㅡ disse ele, fazendo uma reverência ㅡ, desejo servir à sua filha, a princesa. Ela salvou minha vida hoje, e quero retribuir essa honra protegendo-a com minha vida se for preciso.
Rhea olhou para a filha com exasperação, como se perguntasse como diabos ela conseguiu que um cavaleiro dornês quisessese se tornar sua espada juramentada, era quase ultrajante, um dornês, servir uma princesa Targaryen?
Ele havia se esquecido seu lugar? A forma que a falecida Rainha Conquistadora Visenya em pessoa queimou Starfall com seu dragão nas guerras dornesas?
Ele havia se esquecido do rancor entre os dorneses e os Targaryen?
O que esse homem dornês estava pensando?
A garotinha travou o olhar com a mãe.
E lady Rhea pensou que o marido dela enlouqueceria quando descobrisse que um cavaleiro de Dorne queria jurar à Baelys.
Lady Rhea suspirou e então voltou seu olhar para Arthor. Após um momento de silêncio, ela finalmente falou:
ㅡ Muito bem, cavaleiro. Mostre-se digno de lealdade e de nossa confiança e permitirei que se torne o escudo juramentado de minha herdeira.
Sob o céu cinzento do Norte, Arthor Dayne finalmente encontrou aquilo que passou oito anos procurando – não apenas um caminho, mas um destino, entrelaçado com a vida de uma jovem princesa, que precisaria dele tanto quanto ele precisava dela.
I. Oie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Eu amo a casa Dayne, muito mesmo, e Arthur Dayne é um dos meus cavaleiros preferidos de asoiaf. Então eu tive que colocar um Dayne na minha fanfic. Gosto de pensar que aqui no meu universo o Arthur Dayne (amigo do Rhaegar e um dos maiores cavaleiros que já existiu) foi nomeado em homenagem ao Arthor da minha fanfic kkkkk.
III. Arthor vai ser um personagem muito importante aqui. Adoro a dinâmica 'princesa e sua espada juramentada'. Principalmente no caso da Baelys e do Arthor, um dornês e uma Targaryen.
IV. Eu gosto de adicionar personagens originais que não sejam Targaryen, acho que deixa a fanfic mais viva, além disso, a vida da Baelys nos primeiros anos é mais focada em ela se sentir deslocada da própria família e fortaleza (Runestone), e acho que o Arthor entende isso como ninguém.
V. Próximo capítulo teremos um pequeno salto temporal e narração do nosso querido Daemon Targaryen.
VI. Por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee ♡.
05.07.2024
Duda.
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