52. ᴍᴀʀᴄᴀs ᴅᴇ ɢᴜᴇʀʀᴀ
CARL GRIMES
A festa na casa de Deanna estava chata. Pessoas forçando felicidade, só por conta de uma bebida, esquecendo que o mundo lá fora está uma merda.
Rosita estava com Judith no colo, então peguei um suco e me sentei no último degrau da escada. Ron e Enid se aproximaram de mim. O garoto se sentou ao meu lado, como se fossemos velhos amigos, enquanto ela me cumprimentou com um sorriso tímido.
一 Onde está a Natálie? - arqueei a sobrancelha e o olhei com desdém.
一 A minha namorada já deve estar chegado. - digo com ênfase, vendo o sorriso dele sumir, e a garota reprimir uma risada.
一 Ah claro... - ele força um sorriso. 一 Você bebe? - Ron mostra seu copo, onde tinha cerveja.
一 Não, obrigado. - nossa conversa foi interrompida, com a porta da casa sendo aberta.
Minha atenção foi toda para Natálie. Ela estava linda usando um vestido azul claro, com estampa florida e a saia rodada. Seus cabelos soltos, com alguns fios nas mãozinhas de Jeffery, que estava em seu colo. Nossos olhares se encontraram, e eu sorri.
一 Vocês têm um filho?! - Enid pergunta surpresa.
一 Não exatamente. - dou uma risada fraca. 一 A Nate adotou ele.
一 Oi galera. - ela chega até nós, deixando um beijo em meus lábios, e um sorriso para os outros. 一 Tudo bem?
一 Tudo. Carl estava contando sobre ele. - Ron se intromete, e aponta para o garotinho.
一 Ele é muito fofo! Posso segurar?! - Enid pergunta animada.
一 Pode. - Nate entrega Jp para ela, e volta a ficar do meu lado. 一 Eu vou pegar alguma coisa para beber e já volto. - assenti para ela, que se virou para ir em direção a mesa.
一 O que são aquelas marcas nas costas dela?! - Ron questiona baixo para mim. Olhei para minha namorada, que estava de costas para nós, e suspirei.
一 Passado. - respondo, sem querer prolongar o assunto, já que era algo pessoal.
一 Isso não é resposta! - ele diz contrariado, e eu perco a paciência. Mas, antes que eu pudesse responder alguma coisa, Natálie volta.
一 'Tá tudo bem aqui? - ela questiona, com seu sotaque arrastado, igual ao do Daryl. 一 Vocês 'tão discutindo?
一 Não é na...
一 O que são essas marcas em você? - Ron me interrompeu e fez a pergunta. O sorriso de Nate sumiu, e noto todo seu corpo ficar tenso.
一 Não quero falar sobre isso. - ela responde baixo, desviando o olhar.
一 Ah qual é?! São apenas marcas! Conta para a gente vai. - Ron insite, fazendo os punhos de Natálie se fecharem com força. 一 O que você tanto esconde?
一 Já falei que não quero falar! Isso também não é da sua conta! - ela rebate nervosa, mas tentando se controlar.
一 Eu só...
一 Deixa ela Ron! - Enid fala em repreensão, se afastando um pouco com Jp, sabendo que aquilo não acabaria bem.
一 Não! Ela poderia falar, somos amigos! - Nate começa a ficar vermelha de raiva. 一 Não somos? Amigos contam segredos um para os outros. Até os piores. Qual o seu, Natezinha?!
Após ele acabar, Natálie levanta a mão e deposita um soco no rosto dele, fazendo seu copo cair no chão, e a mão ir massagear o local. Enid fica surpresa e segura o garoto contra seu corpo. Nate ia avançar em Ron outra vez, mas eu a segurei.
一 Já falei, isso não te interessa. - o corpo dela estava próximo ao dele. Sentia seus braços tremerem de raiva em minhas mãos. 一 Não somos amigos, e nunca mais me chame assim. - sua respiração estava pesada e descontrolada. 一 Nunca mais fale comigo ou chegue perto do meu filho. - ela diz com raiva, e o encara da mesma forma. 一 O recado foi dado!
Natálie se virou, andando apressadamente até a porta. Todos da casa tinham parado de conversar, e estavam virados para o local da pequena discussão. Antes de ir atrás dela, me virei para Enid.
一 Pode ficar com ele? - me refiro ao bebê. 一 Peça para Maggie levá-lo para casa depois. - ela concorda com a cabeça.
Passo correndo pelas pessoas, avisando rapidamente meu pai e a Maggie, e depois saio da casa. Corro pela rua, procurando pela Natálie. A vejo no campo de Alexandria - em frente à casa que estávamos -, andando de um lado para o outro, enquanto passava a mão pelos cabelos descontroladamte.
一 Ei... - toco seu ombro, fazendo ela parar e me olhar. Seus olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas. 一 Vem aqui. - a abracei, ficando com o queixo apoiado em sua cabeça. 一 Eu estou aqui. - sussurro, ouvindo seus soluços contra o meu peito.
一 Apenas me tire daqui. - ela pede, entre o choro.
(...)
Levo Nate para minha casa, e subimos para meu quarto. Ela se jogou na cama, se encolhendo, e continuando com o choro. Não sabia o que falar, muito menos o que fazer, então apenas me deitei ao seu lado e a envolvi em meus braços.
Comecei um carinho em seus cabelos, e logo ela se acalmou. Natálie se virou, ficando de frente para mim e abraçando minha cintura. Sabia que ela não queria conversa, então apenas respeitei seu silêncio.
一 Eu exagerei? - ela pergunta de repente.
一 O que?! Não! - a olho, e seguro seu rosto entre minhas mãos. 一 Você fez certo, não deve satisfação para as pessoas, ainda mais para ele. - ela me ouvia em silêncio, apenas com algumas lágrimas escorrendo silenciosamente em suas bochechas.
一 Mas, você não sente nojo pelas minhas cicatrizes?
一 Nunca mais diga isso! - digo seriamente. 一 Nate, você é a mulher mais forte que eu conheço, não é atoa que te chamamos de guerreira. Suas cicatrizes são apenas a prova disso. Elas são suas imperfeições que te tornam perfeita. - ela sorri triste e volta a me abraçar.
Passo a mão pelo decote em suas costas, onde podia sentir as marcas. Comecei a desenhar cada uma em meus dedos, fazendo Natálie tensionar os músculos. Eu sabia que minha garota não gostava daquelas marcas, mas queria provar a ela que isso não a fazia ser imperfeita.
一 Apenas relaxe... - peço baixo, e ela concorda com a cabeça. Continuo os carinhos, sentindo ela relaxar por fim. 一 Você é perfeita. - digo, fazendo Natálie me olhar. 一 Não importa se digam o contrário, eu estou dizendo que você é. - falo com ênfase e ela sorri. 一 Eu te amo! - aproximo nossos lábios para um beijo, que logo ganhou um ritmo diferente.
A puxei para o meu colo e segurei em seus cabelos, dando profundidade ao nosso beijo. Seu vestido subiu um pouco, deixando metade das suas coxas a mostra. Sorri e levei minhas mãos até lá, subindo o pano lentamente pela sua cintura.
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