006 ;𝘸𝘦𝘭𝘤𝘰𝘮𝘦 𝘵𝘰 𝘤𝘰𝘣𝘳𝘢 𝘬𝘢𝘪.
─ O que você acha de tatuagens? - O garoto de moicano exclamou quando fechou a porta do carro, acompanhando Juniper enquanto ela andava.
─ Já tenho uma. - Ela deu de ombros andando, mas parou ao ver o garoto parado no caminho. - O que? - Ela franziu a testa confusa.
─ Como assim você tem uma tatuagem e não falou? - Ele a olhou com os olhos arregalados, tirando uma risada da loira.
─ Não é nada demais. É apenas um desenho de Júpiter, por causa do meu nome, sabe? - Ela revirou os olhos rindo do próprio trocadilho.
─ E onde é? - Eli perguntou interessado.
Sem dizer nada a garota tirou o cabelo que escondia a própria orelha, virando para o garoto poder observar o pequeno desenho tatuado atrás da orelha da loira.
─ Se quiser te passo o contato do cara que fez. - Ela ofereceu, recebendo um sorriso do amigo.
Esquecendo do assunto tatuagem, os dois continuaram o pequeno caminho até o destino deles. Antes de entrarem, Juniper parou o garoto, olhando nos olhos dele ao ajeitar a postura dele e dar dois tapinhas no ombro dele enquanto sussurava um "boa sorte". E então eles entraram.
─ Bem vindo ao Cobra kai. - O loiro mais velho exclamou, fazendo com que todas as cabeças virassem na direção da dupla.
─ Eli, o que aconteceu? - Miguel perguntou preocupado, passando o olhar dele para Juniper em seguida. - Junie?! - O garoto sussurou confuso. Ele não esperava vê-la no dojô tão cedo, principalmente depois da confissão dela sobre o problema de socialização.
─ Estou mudando o roteiro. - Juniper soltou um sorrisinho ao ouvir o amigo.
─ Ei, é o garoto do lábio? - Johnny pareceu se lembrar dele. - Belo corte, mano! Estão vendo? Não importa se você é um perdedor, um nerd ou uma aberração. O que importa é que você se torne durão O do moicano. - O olhar do homem foi para a loira, que acenou levemente para ele. - Veio participar, Davis?
─ Apenas vim assistir. - Ela disse, incomodada com os olhares focados nela. - Claro, se você permitir! - O homem riu ao ouvir a frase.
─ Relaxa, loira! Não brinquei quando disse que meu dojô estava de portas abertas para a filha de um amigo antigo. - Ele afimou, fazendo a garota sorrir tranquila. - Em formação. - Eli se juntou aos amigos, deixando Juniper encostada na porta apenas observando.
Enquanto ela passava o olhar pelos amigos, ela mandou um beijinho para Ethan. O garoto sabia a ideia da dupla, e por isso veio mais cedo para deixar eles decidirem o que iriam fazer. Juniper olhou Miguel ─ que já a olhava ─ e sorriu acenando para ele. O latino retribuiu o ato, não passando despercebido por Johnny, que encarou os adolescentes antes de continuar.
─ O medo não existe neste dojô, existe? - O loiro passou por Eli, que novamente ajeitou a postura ─ como Juniper o ensinou ─ encarando o próprio reflexo.
─ Não, sensei!
─ A dor não existe neste dojô, existe? - Dessa vez o homem passou por Aisha, e Juniper não deixou de sorrir com a reviravolta na vida da garota.
─ Não, sensei!
─ A derrota não existe neste dojô, existe? - Ele passou por Miguel, que encarou o próprio sensei por alguns segundos antes de responder.
─ Não, sensei!
─ Turma, estão prontos para aprender o método do punho? - Ele perguntou para a turma.
─ Sim, sensei!
E Juniper quase respondeu com os amigos. Ela sabia que aquele era o seu lugar. A garota apenas sentia. Porém ela não podia começar um novo ciclo sem terminar o seu antigo.
• • •
Alguns dias passaram e com eles Juniper se encontrou mais focada no caratê do que nunca. Além de Miguel, agora ela tinha Ethan para ajudar ela a se encontrar no meio das lições do sensei Lawrence sem estar nas aulas. Já era quase uma rotina para os alunos verem a loira sentada no canto da sala conversando com Johnny sobre as histórias dele e do pai da garota, enquanto Miguel e Aisha cuidavam da sala.
Além do caratê, Juniper ajudou Eli ─ agora Falcão ─ a se encontrar e mudar o seu estilo. A loira até o acompanhou ao estúdio do tatuador que ela conhecia, e lá o garoto teve a brilhante ideia de ficar horas na cadeira para ter um grande falcão com um moicano azul ─ assim como ele ─ tatuado nas suas costas. Juniper apreciou o amigo, pois ela não teria essa coragem.
As aulas daquele dia passaram rápido, mas para Miguel o dia passou lentamente com a ideia que tinha em mente. E, obviamente, ele puxou Juniper com ele para ajudá-lo.
─ E se ela não aceitar? - Miguel disparou preocupado.
Sua nova preocupação era se Samantha Larruso aceitaria sair com ele. O sensei do garoto disse para ele atacar primeiro, o que ficou preso na cabeça do garoto. E logo quando Juniper soube ela se voluntariou para ajudá-lo. Ela gostava de ser prestativa para os amigos, e o seu ótimo repertório de filmes românticos dava a ela um roteiro perfeito para Miguel e Sam
─ Só cala a boca, e vai! - Ela revirou os olhos e empurrou ele na direção do armário da Larruso.
Para fingir que nada era planejado, a loira saiu de perto do lugar. Sentando no começo da escada, onde tinha total visão da conversa dos dois, menos a audição. Em alguns minutos Sam apareceu, o que deixou Miguel nervoso com a aproximação. Eles trocaram algumas palavras, e quando Samantha fez uma leve careta a loira quase riu.
Miguel virou depois dos dois sorrirem. Ela não aceitou. Foi o que ele sussurou de longe para a Davis. A amiga mexeu as mãos o apressando para tentar novamente e, mesmo decepcionado, ele voltou. O que resultou em um encontro marcado para o latino.
─ Você ajudou ele? - Demetri perguntou confuso, olhando entre Juniper e Miguel com as sobrancelhas levantadas.
─ Sim. - Respondeu simples, recebendo um sorriso do Diaz.
─ Isso é novidade. - Ele murmurou, e antes que um deles pudesse perguntar o motivo, Serena apareceu no meio deles em um salto, com Falcão atrás de si com um sorriso leve nos lábios.
─ Vamos logo pro shopping, por favor! - Ela pediu, passando o braço pelo ombro da loira, que retribuiu passando o braço pela cintura da morena. - Ou vocês vão se atrasar para a aula de caratê.
Mesmo com as tentativas falhas de não ir, o pequeno grupo foi obrigado a almoçar com elas. Tendo a carona até o dojô como presente, e Demetri um sorvete, já que ele não participava mais do dojô.
• • •
Já era de noite e Juniper se preparava para assistir um novo filme de terror. Os Campbell foram para uma socialização com os sócios da empresa e, por pedido da loira, ela preferiu tirar a noite para descansar. Miguel estava em um encontro, e pelo o que ela sabia estava dando certo.
O celular dela fez um barulho avisando que chegou uma notificação. Quando ela levantou a tela para observar, seu corpo deu um salto ao ver o nome "Trey" estampado na tela. Juniper as vezes esquecia da existência do antigo trio.
Ela abriu a conversa, vendo a última mensagem. Era uma foto da fachada da empresa do Daniel LaRusso, pai da ─ quase ─ namorada do Miguel, com uma legenda.
"Seus novos amigos vão
ter prejuízo pela manhã."
Quando ela terminou de ler a mensagem sua respiração falhou. Eles eram tão burros assim? Ela pensou. Antes de cometer alguma burrice a loira tentou ligar para Miguel, e avisar ele sobre os idiotas que iam tentar roubar a loja do pai da namorada dele. Não queria que o encontro dele fosse estragado, mas o que ela poderia fazer?
Era claro que o latino não atendeu. Ela também não atenderia se fosse ela no lugar da Sam. Enquanto resmungava e xingava os idiotas a cada passo que dava, a loira pegou a chave do carro e saiu na direção da garagem. Antes de sair ela mandou uma mensagem para Serena, avisando que teve que ajudar o Miguel com alguma coisa sobre o encontro, e que logo voltaria. Ninguém precisava saber a besteira que ela ia fazer.
Juniper sabia onde era o local. Anos antes ela e o pai vieram comprar um carro novo para a coleção dele, antes de descobrirem a verdade sobre o seu negócio. Por isso ela não precisou pesquisar, e em poucos minutos ela chegou na rua certa.
Quase em total silêncio ela saiu do carro, se apoiando nas árvores próximas a entrada para poder observar a pequena confusão. Robby Keene estava lá. O moreno disse algo que os outros dois delinquentes não gostaram, o que resultou na tentativa de Cruz em bater no rosto de Robby. Apenas uma tentativa, pois o garoto conseguiu bloquear perfeitamente o golpe do outro. Juniper quase soltou um gritinho ao ver Trey e Cruz se juntarem para bater no jovem, empurrando ele com força até a parede, fazendo o garoto soltar um resmungo de dor.
─ Não tem pra onde fugir. - Trey exclamou, se aproximando do garoto jogado no chão. Aquela foi a deixa para Juniper se aproximar, as mãos cerradas em punhos enquanto andava.
─ Olha pra cima, idiota! - Ela quase gritou irritada, os três olharam para ela como se estivessem vendo um fantasma, logo subindo o olhar para a parede e encontrando a câmera de segurança do local.
─ É bom ficar esperto! - Trey apontou para Robby, passando pela loira enquanto ambos se encaravam. Ela odiava eles, e parecia ser recíproco.
─ Seu namoradinho 'tá morto. - Cruz disse quando passou por ela, quase a fazendo socar o rosto dele, mas logo eles estavam longe do lugar.
Juniper passou as mãos no rosto tentando controlar a própria respiração. Era aquele tipo de situação que ela esperava não ter que passar depois do reformatório.
Um suspiro pesado lembrou a garota do moreno, e de imediato ela se irritou.
─ Sério, Keene? - A garota gritou se aproximando do moreno jogado no chão. - Depois de ter uma nova chance para mudar você ainda ouviu eles? Qual é a porra do seu problema? - Ao perceber o tom raivoso da garota aumentar, Robby levantou rapidamente.
Os olhos do moreno passearam rapidamente pelo rosto da menor. Ele percebeu a mudança no cabelo dela, e quase sorriu por saber que ela sempre quis fazer aquela mudança.
─ Junie, eu... - Ele tentou se justificar, mas a mesma o impediu de continuar.
─ Não me chama assim! - Ela apontou o dedo no rosto dele, seu olhar focado nos olhos do garoto como sempre. - Eu vim aqui, porque pensei que aquele idiota do Trey tava mentindo! Mas parece que ele é o mais verdadeiro entre nós, certo?! - Ironizou a loira respirando fundo devido ao nervosismo, e logo o garoto desviou o olhar dela.
─ Me desculpa, Junie. - Ele insistiu voltando a encará-la, mas quando ela se aproximou dele o garoto recuou. - Eu mudei de ideia quando vi a merda que ia fazer! - A garota mal prestava atenção nas palavras dele, sua raiva a impedia de pensar direito
─ Você só me decepciona, Keene. - Ela sussurrou próxima a ele, quase sentindo a respiração descontrolada dele bater em seu rosto. - Espero que o senhor LaRusso descubra sobre essa armação sua e te jogue na rua novamente. - Com a acusação o jovem se irritou.
─ Não esquece que você já esteve lá, Davis. - Ele afirmou com o mesmo tom de voz da garota.
─ Eu nunca vou esquecer. Principalmente quando isso tudo me levou para o reformatório. - Ela riu ácida, encarando ele a cada palavra que ela sussurrava próxima a ele. - Eu não me arrependo dessas besteiras que a gente fazia. Eu apenas me arrependo de ter confiado em você. - O olhar de Robby caiu com a afirmação, e Juniper jurou que quase podia escutar os batimentos acelerados do garoto.
Juniper entendeu que aquele era o ponto final que ela precisava para seguir em frente. Sem aquele drama dos roubos ou das péssimas influências. Por isso ela saiu, sem se despedir ou olhar outra vez para o Keene. Todo o seu caminho até o carro foi acompanhado pelo olhar de Robby. Se não fosse o caminho curto, ele teria criado coragem para correr até ela e pedir desculpas até ela perdoar ele. Mas ele não fez isso. Quando o carro da garota saiu pela rua, ele pôde respirar. Sua cabeça agora só o lembrava do olhar decepcionado da loira. Um gosto amargo surgiu na sua boca com o arrependimento batendo em seu peito.
Robby se odiava por ter machucado ela. E Juniper odiava ele por ainda ter poder sobre ela.
Durante o caminho ela não pôde pensar sobre outra coisa além da cena anterior. Seu descontrole quando o assunto era Robby Keene era palpável para qualquer um. Ela não sabia como agir agora que o garoto voltou para sua vida em um piscar de olhos. Ela melhorou, e fez com que o tempo na casa dos Campbell a fizessem uma nova pessoa. Mas e se aquela Juniper antiga não pudesse ser controlada?
A loira sentia sua cabeça doer com os pensamentos vindo a tona, e o principal sempre era a certeza de que ela tinha que tomar um novo rumo. Mesmo que esse rumo fosse entrar em um dojô antigo, o qual seu pai fez parte durante anos. Juniper tinha que fazer algo para manter tudo sob controle.
I. O capítulo indo de zero a cem em segundos KAJAKAKAK falei que a gatinha precisava de um gatilho pra entrar no cobra kai, e entreguei o que eu prometi.
II. Não sei se gostei muito, mas senti que essa cena deles era necessária pro começo da história, então tive que escrever.
III. Junie muito people pleaser sim! Amo esse jeitinho dela de sempre ajudar os amigos, então aproveitem o momentos deles.
IV. Me falem o que vocês acharam desse capítulo, preciso da opinião de vocês pra saber se o plot vai agradar vocês ou não!!
V. E OBRIGADA PELOS 2K DE LEITURA EM THE LONELIEST!!!! AMO VCS
VI. Não esqueçam de votar e comentar!! Até o próximo capítulo <3
capítulo não revisado.
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