❪08❫ chapter eight
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Derek havia me deixado na porta de casa e não disse nada, mas também não foi embora até eu estar em casa e ter trancado a porta. Achei fofo, independente da sua carranca mal-humorada, do seu jeito como se não fosse nada de mais e não importasse. Como eu disse, fofo.
Antes de ir tomar um banho, fui ao quarto de Megan para certificar-me de que ela estava bem e segura. A mesma está dormindo e pude até mesmo escutar um pequeno ronco, que com certeza eu faria piadas depois, apenas para lhe envergonhar. Após tomar um banho e vestir uma roupa confortável, me dirige até o quarto de Megan novamente, decidida a dormir com ela, já que não queria me sentir sozinha como todas as noites. Sorrateiramente, me esgueirei por entre as caixas de papelão — que por alguma razão, ela não havia se livrado ainda, algo como "talvez nós precisemos depois", ou como eu gosto de chamar "acumuladora compulsiva" — e me sentei em sua cama, calma e lentamente para não acordá-la. Megan remexeu-se um pouco me fazendo paralisar no lugar até ela voltar a dormir novamente, quando tive certeza disso, me deitei. Após alguns segundos olhando para o teto sem sono, Megan se mexeu mais e logo senti um dos seus braços por cima do meu corpo, me abraçando.
— Você não é meu travesseiro. — ela resmunga com a voz rouca me apertando e tateando um pouco para se certificar da sua indagação, solto uma risada fraca e baixa. — Ele não respira.
— Tem razão, eu não sou seu travesseiro. — sussurro começando a fazer carinho em seus cabelos. Ela sempre amou cafuné. — Agora volta a dormir, tudo bem?
— Você está bem? — perguntou aos sussurros, sua voz sonolenta sendo o único som do quarto escuro. Escuto um bocejo de sua parte e sorrio. Ela é tudo para mim.
— Sim.
— Sabe que não precisa mentir para mim. — suspirou bocejando novamente, logo resmungando algumas coisas incompreensíveis. — Você está bem?
— Não. — quando respondi, ela já havia dormido novamente, e foi melhor assim. Em um determinado momento, o sono chegou e eu me entreguei a ele com prazer, porém o medo também estava presente devido à possibilidade de haver pesadelos, estes que eu não aguentaria ter mais.
Quando acordei — sem pesadelos, graças aos deuses —, Megan já não estava mais na cama, e sorte a dela, pois eu iria dizer algumas coisas sobre ter me deixado dormindo no loft de um estranho. Levantei-me após olhar as horas e ver ter tempo para me arrumar devidamente, me espreguiço sentindo todos os meus ossos se estralarem. Arrumo-me um pouco mais rápido que o normal e logo desço as escadas me deparando com Megan sentada na mesa tomando o seu café. Paro em sua frente e cruzo os braços a olhando questionadora. Não precisaria dizer nada.
— É que você estava em um sono tão bom... — ela resmunga quando vê meu olhar, seu tom de voz saiu como um pedido de desculpas, ao mesmo que na defensiva. — Fiquei com pena de acordar você.
— Fala sério, Megan. — resmungo revirando os olhos enquanto me sento ao seu lado.
— Estou falando. — ela retruca e eu a olho entediada. Passamos alguns minutos em silêncio apenas comendo, até ela quebrá-lo curiosa. — Vem cá, quem te trouxe?
— Derek. Quem mais me traria, se tinha somente ele? — respondo terminando de comer e arqueio as sobrancelhas com sua expressão surpresa. — Porque a surpresa?
— Não sei, só não imaginei que ele te traria. — deu de ombros se levantando da mesa. — Apesar da cara de rabugento, ele é gostoso, não é?
— Isso eu não posso negar. — sorrio maliciosa e desvio do pano que ela jogou em minha direção, indignada. Começamos a rir igual duas idiotas, até ela olhar para o relógio preso a parede.
— Aí meu Deus! Estamos atrasadas! Scarlett, corre!
Dez minutos atrasadas não é uma coisa para se morrer, mas para Megan, com certeza sim. Seu desespero chegou a ser engraçado, vê-la correndo desengonçada pelo corredor a procura da sua sala foi a melhor parte do meu dia. Estava tanto afobada, que nem notou quando não fui em direção a minha sala, e sim, para o campo de lacrosse. Torcia para não haver nenhum aluno, ou até mesmo o professor Finstock em alguma aula prática onde ele tortura os jogadores. Minha sorte parecia ao meu favor nesta manhã, constatei ao ver o campo deserto.
Caminhei lentamente até às arquibancadas e me sentei no mesmo lugar que na vez anterior. Deitei o meu corpo desajeitadamente, com minhas pernas esticadas e os cotovelos apoiando o peso do meu corpo. Levantei um pouco minha cabeça e fechei os meus olhos sentindo a luz solar bater contra o mesmo. Após alguns minutos, a minha paz e tranquilidade acaba quando escuto passos se aproximando, e de forma automática, me sento corretamente, ajeitando minha postura para uma rígida e com todos os meus sentidos em alerta, na defensiva para qualquer movimento suspeito que possa me ferir de algum modo. Ao avistar a figura masculina, relaxo e reviro os olhos sentindo-me tola por pensar que alguém me atacaria em pleno dia, no meio do colégio — apesar disso ser completamente possível.
— Bom dia para você também. — o garoto
disse quase ofendido pela minha reação, também se sentando do mesmo lugar que da vez anterior.
— Desculpa... É só... Instinto. — me embolo um pouco para me explicar a ele. De alguma forma, eu sabia que ele me entenderia, talvez por saber que ele é um lobisomem, ou algo do tipo. — Bom dia.
— Tudo bem, eu entendo. — ele diz e eu sorrio olhando em sua direção, sendo retribuída, mesmo que tenha sido meio desajeitado. Parecia que ele não sabia como ser assim, como se não tivesse costume com pessoas sendo gentis.
— Então... Theo, não é? — pergunto voltando para minha posição anterior, deitada meio desajeitadamente. Pude sentir seus olhos em mim, curiosos por eu estar puxado assunto. — Qual é a sua história?
— Qual é a sua história? — ele rebateu. Estava claro que ele não queria responder, por isso optou por reverter o assunto para mim. Não me deixei abalar por isso e sorri.
— Se eu te contar a minha, você me conta a sua? — encaro o céu azul completamente limpo, sem nenhuma nuvem, esperando por sua resposta.
— Talvez. — respondeu e pelo seu tom de voz, parecia estar com um sorriso de lado.
— Resumidamente?
— Resumidamente.
— Tudo bem. — me sento em um pulo, virando o meu corpo para ficar cara a cara com ele. Vejo-o fazer o mesmo, parecia interessado pelo que via a seguir. — Pais adotivos mortos na minha frente, por minha culpa devo ressaltar, pais biológicos pelo mundo, tenho somente minha melhor amiga, já matei mais vezes do que posso contar, por enquanto, é somente isso que posso dizer. Vai saber o que você pode fazer com essas informações, não é?
Meu tom brincalhão o fez rir.
— Olha, em um tempo distante, você deveria mesmo se preocupar. — ele solta um riso sem humor e eu arqueio as sobrancelhas indicando que já poderia começar a falar. — Sou uma quimera, matei a minha irmã para que os Doutores do Medo pudessem transplantar seu coração para mim. Voltei para Beacon Hills com a intenção de matar Scott para me tornar alfa e quando meu plano não funcionou, resolvi que seria uma ótima ideia roubar o poder de La Bête du Gévaudan com uma alcateia de quimeras. No fim, tudo falhou quando Deucalion, sob o pretexto de me ajudar, manipulou-me para matar meus membros restantes da alcateia, fiquei tão irado que tentei matar todos, mas Kira Yukimura me parou, abrindo um buraco no chão, ameaçando-me mandar para minha irmã.
Ele despejou todas as informações em cima de mim e não me olhou hora nenhuma. Ficamos em silêncio alguns segundos e parecia que ele estava a espera de julgamentos ou coisa parecida.
— Bom... Todo mundo erra, não é? — comento distraidamente e ele me olha franzindo a sobrancelha. Seguro a risada e ele parece fazer o mesmo. Em questão de milésimos, estamos os dois rindo para o campo de lacrosse.
— Nunca imaginaria que eu pudesse ter um momento descontraído assim. Sabe... Depois de tudo o que eu fiz. — após pararmos de rir, ele comentou olhando para suas mãos, e logo depois, para mim. — Obrigado.
— Pois se depender de mim, terá muito mais. — sorrio em sua direção vendo-o me olhar um pouco surpreso, e, ao mesmo tempo, feliz, mesmo que tentasse não demostrar tanto. — Amanhã, no mesmo horário?
Ele concorda com a cabeça, em simultâneo, que o sinal bate, fazendo assim, nos dois levantarmos para irmos em direção as nossas próximas aulas. Tive aulas bastante irritantes, outras completamente desnecessárias, mas consegui sobreviver.
Agora, após comprar o livro igual ao que queimei noite passada, eu me encontro indo para o loft com a intenção de entregá-lo para Derek. Foi difícil convencer Stiles de descobrir qual era para mim, pois o mesmo é tão desconfiado, me lembra alguém...
Balanço minha cabeça disposta a não me deixar levar por pensamentos e lembranças, me foco somente em não errar o caminho para o loft. Odiava dirigir, pois, conseguia me distrair com tamanha facilidade. Se Megan estivesse aqui, estaria rindo de mim.
Ao chegar no local, estaciono perfeitamente bem, até sair do carro e ver que, na verdade, estava completamente torto. O analiso mais um pouco e dou de ombros, não iria demorar muito mesmo. Subo as escadas cantarolando uma música qualquer e ao chegar na porta, vejo que a mesma já está aberta. Entro calma e lentamente, observando tudo ao redor, mas não havia ninguém em meu campo de visão, mas pude escutar um coração batendo.
— O que faz aqui? — Derek surge de repente, de um canto escuro. E mesmo que eu já tenha o analisado de cima a baixo diversas vezes, é inevitável não fazê-lo novamente. Coço a garganta levemente, focando no que eu vim fazer.
— Se a sua intenção era me assustar, não funcionou. — comento entendiada e ele ignora ainda me encarando, esperando por uma resposta. — Vim trazer o seu livro, o que mais me traria aqui?
Estendo o livro em sua direção vendo sua sobrancelha se arquear.
— O quê foi? Você disse querer um novo, aqui está.
— Como sabia qual era? — questionou sem expressão, mas dava para perceber o quanto estava curioso. Abaixei minha mão cansada, já que ele não havia pegado o livro.
— Tenho os meus truques. — sorrio convencida o vendo me olhar debochado.
— Foi o Stiles, não foi? — questiona.
— Foi. — respondo emburrada, mas logo me recomponho e caminho em sua direção lhe entregando o livro. — Mas o livro está aqui, lobo mau.
— Do que me chamou?! — pergunta incrédulo, e diga-se de passagem, bastante indignado. Sorrio com essa reação.
— Lobo mau, algum problema?
— Não me chama assim! — retruca irritado, com sua carranca mal-humorada.
— Tudo bem... Lobo mau. — não espero para ver sua reação, saio do loft rindo. Ainda pude escutar alguns resmungos.
.𑁍ࠬ¸𓍢 NOTAS FINAIS
.𑁍ࠬ¸𓍢 AAAAAA capítulo cheio de mimos!! quem amou?
.𑁍ࠬ¸𓍢 Sejam sinceros, o que estão achando? Está melhor do que a versão anterior?
.𑁍ࠬ¸𓍢 Enfim, votem e comentem, xoxo.
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