
ᥫ᭡ 026
UMA MAQUIAGEM CARREGADA, roupas justas e identidades falsas é tudo o que nós precisamos para nos divertirmos neste clube noturno. Hoje não existe Yang Jiyoon, sou apenas Kim Chaeyoung, uma jovem estudante de história no auge dos seus 21 anos. Embora o meu verdadeiro eu, a Jiyoon, seja maior de idade, sempre quis fazer isso, me faz sentir o perigo e tira o foco das coisas as quais não quero mais ter que pensar.
Usar de identidade falsa é um crime? É claro que sim. Mas se formos presas, seremos juntas, depois de uma noitada bem divertida.
Assim que as garotas e eu entramos, vamos para uma mesa na parte superior do clube. A parte de cima é como uma área vip, foi ideia de Joy e ela disse que conseguiria nos colocar ali como um presente de término para mim, já Yeri encarregou-se das identidades falsas. Ela conhece um cara.
O bom de estar no vip é que você pode relaxar enquanto conversa com as suas amigas, ao mesmo tempo em que escuta uma musica animada e tem sempre alguém para te servir. Começamos a noite pedindo algumas bebidas. Mojito com limão para mim, Marguerita para Yuna, Sweet Mimosa para Sooyoung e Piña colada para Yerim. Decidimos pedir bebidas diferentes para provarmos umas das outras e a que mais gostássemos tomaríamos pelo resto da noite. Talvez nossos disfarces possam ir por água baixo, parecemos adolescente que nunca beberam nada mais forte que soju — o que é uma verdade.
— Meninas... — Yeri chama a atenção. — Agora que vamos começar oficialmente a noite, eu gostaria de propor um brinde — ela diz, erguendo sua taça. — Um brinde a nossa amiga Chaeyoung, que está livre outra vez — ela diz meu nome falso, entra no personagem. — Que você continue sendo uma gostosa. À Chaeyoung!
— À Chaeyoung! — juntamos nossas taças neste brinde.
É uma iniciativa bacana, digo sobre tentar me animar trazendo-me aqui. As garotas e eu costumávamos ser mais próximas, íamos à casa uma da outra com frequência por morarmos perto antes, mas desde que mudei para a casa do meu pai, isso ficou difícil.
Não nego que também me afastei dos meus outros amigos este ano, o único a quem me agarrei de verdade é Yongbok — e Seungmin que não larga o meu irmão —, os outros eu me distanciei. Não é que eu tenha me intrigado de algum, é apenas natural que, com o tempo, algumas amizades irão ficando para trás. Apesar disso, é ótimo saber que, mesmo não conversando todos os dias, as meninas ainda estarão por mim em momentos assim.
Eu preciso mesmo dar uma espairecida. Terminar com Chan também me deixou muito questionadora, em relação à absolutamente tudo. Começando com as perguntas mais simples, como "Estou mesmo tomando uma boa decisão?", à perguntas que evito, como "Se eu não consegui dar certo nem com alguém perfeito como Chris, existe mesmo um amor para mim?".
Será bom se eu conseguir sobreviver esta noite com as perguntas que me faço. Contanto que a polícia não nos pegue, ou que nenhuma de nós fale mais sobre Chan ou terceiros, ficará tudo bem.
Depois de brindarmos, chega a hora de beber. Eu dou um gole grande no meu Mojito com a esperança de ter acertado no meu drink e o tiro foi certeiro. As meninas provam o delas e pareciam ter gostado também, exceto por Yuna que faz uma careta engraçada. Ela diz "Que troço horrível" e nós rimos da sua careta. Eu a ofereço um pouco do meu e ela bebe quase todo, diz que está limpando as papilas gustativas. Shin Yuna e eu decidimos que ficaremos nos Mojitos de limão pelo resto da noite.
— Então Ji, como você se sente agora que terminou o namoro? — Sooyoung me pergunta depois de terminar sua bebida em um gole só. O meu plano de ocupar a mente para não pensar mais sobre o que aconteceu vai pelo ralo.
— Eu estou bem... — mas nem tanto. —Mas talvez seja momentâneo e depois a depressão me consuma — não sei se é um enorme exagero. — Mas foi a minha escolha, boa ou ruim.
— E já está pronta para outra? — Shin pergunta. — Você sabe que, agora que está solteira, vai ter uma fila no seu pé.
— Você está me superestimando, continue — eu rio. — Mas acho que vou evitar relações românticas por enquanto. Ainda é muito cedo, envolver-me com mais alguém me faria pensar que estou sendo insensível com ele; desrespeitosa.
— Como diz a sua mãe: "Vai, pelo menos, deixar o lugar esfriar" — Yuna cita a voz da experiência, mamãe.
— Exatamente! — eu concordo. — Foi boa a experiência de namorar, mesmo que curta. Todavia, para agora eu quero focar em colocar a cabeça no lugar, tenho algumas questões para resolver comigo mesma.
— É uma pena, porque aquele cara na mesa de trás não para de te olhar — ela aponta discretamente com os olhos. — E ele é bem gatinho.
— Ele é bonito, mas eu não vim aqui hoje para isso, vim para me divertir com as minhas amigas — eu termino meu Mojito. — Além disso, aquele cara deve ser, no mínimo, cinco anos mais velho que eu.
— Já que você veio para se divertir com as suas amigas, nós vamos dançar agora! — Yeri comenta, completamente animada. — Mas antes... uma rodada de tequila, por favor! — ela pede ao barman.
Nossas bebidas rapidamente ficam prontas e chegam até nossas mesas. É quando surge a ideia de virarmos juntas e de uma vez só. Nós pegamos os copos pequenos, o limão e o sal, colocamos o último entre o polegar e o indicador, levantamos os copos e fazemos o ritual mexicano da tequila, dizendo: "Arriba, abajo, al centro y adentro!". Nós lambemos o sal e tomamos tudo em um só gole, chupando uma fatia do limão em seguida, para neutralizar o sabor. Que ideia. Fazemos caretas engraçadas, largamos os objetos vazios na mesa e em seguida descemos para a pista de dança.
A música é alta e eletrizante. Tanto que, a cada batida, eu sinto meu corpo reagir da mesma forma, como se o meu coração palpitasse mais instantaneamente e ao ritmo da música. Possa ser que seja o álcool falando. Nunca tive o costume de beber, não é do meu feitio, por isso tenho medo de acabar ingerindo mais do que o meu corpo consegue aguentar. Vou parar enquanto estou apenas felizinha e não bêbada.
Parece que o DJ advinha os meus pensamentos quando coloca a mesma música que tocava na minha mente. As quatro conhecemos, é quando começamos a dançar feito as loucas que somos. A esta altura já não nos importamos mais com os olhares julgadores caindo sobre nós, denominando-nos infantis ou esquisitas. Esta noite estamos apenas aproveitando ao máximo cada milésimo de segundo.
Fico absurdamente feliz. Danço, me movimento e sorrio. Yeri diz algo engraçado que me faz quase fazer xixi. As luzes brilham e me deixam um pouco incomodada, a visão torna-se sensível. Eu fico muito agitada e esbarro em alguém, sua bebida derrama um pouco no chão. Viro-me e peço desculpas, ele não diz nada e segue seu caminho. Me sinto desnorteada, pisco os olhos e vejo nele Hyunjin.
Congelo automaticamente. Me questiono se estou alucinando ou se é realmente ele aqui? Não, não deve ser.
O cara para de andar, um pouco mais na frente, ele vira outra vez na minha direção e eu posso finalmente o enxergar claramente, não é quem eu pensava. Suspiro aliviada. Não sei o motivo pelo qual eu vi Hyunjin. Olhando agora, eles não compartilham absolutamente nada. Devo parar de pensar nestas coisas, mas para piorar, a música de antes acaba e o dj a remixa com outra que eu lembro — e não deveria — mais ainda.
É a exata música que tocou na festa de Changbin, quando Chan e eu nos beijamos pela primeira vez. Me embraveço, fecho a cara assim que entendo a primeira batida. Chateio-me, nunca desejei ficar assim por causa de uma musica comum, e não ficaria se houvesse bebido apenas uma água ou algum suco, mas o álcool tem alguns efeitos esquisitos no meu organismo que eu ainda desconheço.
— Meninas, eu vou pegar mais uma bebida, já volto — eu anuncio, indo de volta para o lugar de antes. Retiro o que disse sobre parar, preciso mudar o foco.
As demais continuaram lá embaixo e eu paro no bar, é exatamente de frente à nossa mesa, mas eu resolvo me sentar em um dos bancos e pedir por algo um pouco mais forte que um Mojito. Insisto nas tequilas, mas desta vez sem limões ou sal.
Se Hyunjin não quer sair da minha cabeça, eu irei lavá-lo com álcool. É estranho de mais encontrar um desconhecido na balada e confundir com ele, um rosto tão marcante e único — se não considerar que sua gêmea é a cara dele. Não vejo motivos para ficar me seguindo assim, como um espírito obsessor. Ele está por toda parte.
É difícil de compreender o que está acontecendo comigo esses dias, tenho me sentido tão confusa em relação aos meus sentimentos. Houve a fase em que eu gostava dele, a fase em que eu o odiei e a fase em que estamos agora. Eu não sei nada sobre o ponto em que estamos. Nós conversamos e eu passei a enxergar um lado dele que eu não conhecia antes, eu simpatizo com ele. Não o odeio, mas isso não quer dizer necessariamente que eu voltei a ser apaixonada por ele. Seria muita gadisse da minha parte já ser completamente rendida por ele outra vez.
Nem uma, duas ou três bebidas foram suficientes para tirar ele da minha cabeça. Acho que penso tanto sobre ele por medo de perdê-lo novamente, queria que ele me consolasse nesse período pós termino. Mesmo que eu não fosse apaixonada por Chris, essa situação me magoa, porque me faz sentir como uma pessoa ruim ao ter feito isso com ele. Mas sei que é impossível que Hyunjin me entenda, quando fui eu quem partiu o coração de seu melhor amigo.
— Olá, eu posso me sentar aqui? — um homem jovem pergunta, sentando-se ao meu lado antes que eu me dê ao trabalho de dizer não. Eu já estou meio alta, mas permaneço sóbria o suficiente para perceber a maneira como ele me olha de cima a baixo. — O que uma moça bonita como você faz aqui sozinha?
— Estou bebendo, não vê? — o álcool me torna rude. O ignoro.
— É triste beber sozinha — ele continua falando, mas eu não quero papo. — Você não quer companhia? — ele é insistente. O que preciso fazer para que entenda que estou muito bem sem a sua presença?
— Não, não quero — falo curta e grossa, mas caras como ele nunca entendem. — E eu não vou beber sozinha, não se preocupe, estou esperando o meu namorado.
— Ele é mesmo um bom namorado se te faz esperar? — eu odeio o seu tom de voz, o seu sorriso sugestivo e o seu olhar para mim.
— Ele é o melhor de todos! — exclamo como se realmente tivesse alguém, mas estou sozinha novamente. — Ele só é muito ocupado. Na verdade, é por isso que eu o amo, ele está sempre cuidando de todos. É uma pessoa muito altruísta. Ele é sargento militar!
Assim que ouve a minha última frase, o cara dá uma desculpa qualquer e se manda de volta para a mesa de onde saiu. Eu sabia que iria funcionar. Esta história já me salvou algumas vezes.
— Me dá uma bebida bem forte, por favor! — peço ao barman.
— É para já! — ele assente e começa a preparar. Eu me divirto com a maneira como ele brinca com a coqueteleira, acabo rindo quando ele a joga de uma mão para a outra. Cara, estou mesmo bêbada. — Dia difícil? — ele pergunta, reabastecendo minha taça.
— Você não faz ideia... — suspiro dando um gole na minha bebida. — Terminei com o meu namorado ontem, mas não conta para o maluco de antes não — e aqui estou eu, abrindo-me sobre a vida amorosa com um estranho.
— Eu não irei falar nada, prometo — me garante. — O meu nome é San — ele se apresenta.
— Como as montanhas? — pergunto, a voz um pouco mais fina. Outro efeito da bebida.
— Sim, sou um ponto de conforto para os solitários — ele diz. — E o seu?
— O meu nome é... — eu vacilo, por pouco não digo o meu verdadeiro nome, mas me recupero e respondo: — Chaeyoung.
— Muito prazer, Chaeyoung. Sinto muito que seu relacionamento tenha acabado. Pela sua carinha, você parece gostar muito dele — diz o moço gentil.
— Eu não gostava, foi por isso que terminamos — o explico. — Eu achei que o que sentia por ele algum dia pudesse se tornar algo grande, mas não rolou. É bem complicado.
— Parece muito drama — ele concorda. — Você está arrependida?
Eu suspiro.
— Eu sou muito impulsiva, San. Ajo quando tenho vontade, faço besteira e me arrependo — digo. — Meu arrependimento não é que acabou, eu não queria machucá-lo mais. A coisa que me perturba é a maneira como aconteceu, eu disse algumas coisas que agora não teria dito — me embraveço comigo mesma. — Sabe qual é o lance de ser super competitiva? — pergunto, mas eu mesma respondo: — É que quando você encontra algo em que completamente é ruim, que é a pior das partes, você tenta arrumar uma justificativa que culpe outra coisa ou pessoa pelo seu fracasso.
— Chaeyoung, acho que você não deveria pensar em um relacionamento como uma competição — ele me aconselha. — Em uma relação não existe essa de ser o pior ou o melhor, ninguém sabe muito o que está fazendo.
— Eu não acho nem que eu deveria estar mesmo em um relacionamento — falo. Meus olhos ardem levemente, sinto uma irritação. — Eu acabei de largar uma pessoa incrível, ele sempre fez tudo certo, fui eu quem estragou tudo. Eu o magoei.
— Você tem que ver a situação como um todo — ele tenta me defender quando nem eu consigo. — Se tivesse continuado, você estaria infeliz, então ele também ficaria. Acabando, vocês dois tem a oportunidade de serem felizes com outras pessoas.
— Mas se eu não dei certo nem com o cara perfeito, você acha que eu ainda conseguirei encontrar alguém à altura?
— É claro que sim! — ele tem mais confiança nisso do que eu. — E não existe essa de "cara perfeito". Ninguém é perfeito.
— Ele era — eu digo. — Você não o conhece, se o conhecesse me entenderia. Eu não deveria ter entrado nessa, mas se você pudesse ver os olhinhos dele quando me pediu em namoro... — eu sorrio relembrando a cena. — Nem você conseguiria dizer não. Achei que eu seria feliz com ele, mas o meu coração é burro e não atende ao meu cérebro.
— Chaeyoung, você precisa parar de se martirizar por isso — ele diz. — Você vai encontrar alguém tão bom quanto ele algum dia, talvez melhor. Mas, se não acontecer, está tudo bem também.
— Você acha que eu vou? — o interrogo. — O mais perto que alguém já chegou dele foi... bom, isto não importa.
— Me deixe adivinhar, tem uma terceira pessoa envolvida? — ele pergunta. — E você sente algo por essa pessoa ou ele quem sente? — ele é prestativo com um toque de curiosidade. Gosto dele.
— Eu. Na verdade, costumava ser. Não é bem assim, já faz algum tempo. Só estou um pouco confusa porque uma pessoa me disse algo ontem que me deixou intrigada, é só isso.
— E você já tentou falar com ele? — San me pergunta enquanto prepara uma bebida para outra mulher. — Se conversarem, as coisas podem ficar mais claras.
— O cara que eu namorava é justamente o melhor amigo dele.
— O melhor amigo? — ele se surpreende, sente pena da situação que me envolvi. Até eu sinto. — Caramba, de tantas pessoas no mundo... sinto muito, de verdade.
— Eu sei, eu ferrei com a minha vida — me lamento. — Mas quando eu comecei a namorar com o amigo, ele era um completo babaca, eu não sabia que, em um futuro, minha cabeça se perderia assim. A irmã dele disse uma coisa ontem que pareceu um "ele gosta de você", mas eu posso ter interpretado errado. Por que ela disse isso para mim? Eu estou um caos.
— O que você acha que ele sente? — San me pergunta.
— Acho que deve me achar uma imbecil, eu parti o coração do melhor amigo dele — respondo, é o que penso. — Nós não nos falamos desde o termino, ele ficou com Chan e não apareceu mais na minha janela.
— Na sua janela? Como nos filmes?
— Oh, não. É uma metáfora, uma piada entre nós dois — minto, não posso dar esse tipo de informação. Vai que ele tenta invadir a minha casa. — É que nós não conversamos mais, porque Chan pensa que eu terminei com ele por causa do amigo.
— E não foi por isso?
— Eu estou confusa com os meus sentimentos, é verdade, mas tomei a decisão sobretudo para não feri-lo mais. Independentemente se eu goste do amigo dele ou não, não é de Chan que eu gosto, não seria justo com ele.
— Você está correta, não seria justo — ele concorda comigo. — O que você pretende fazer agora? — pergunta.
— Eu não faço ideia — respondo. Estou perdida. — O que eu devo fazer?
— Você tem o número dele? — ele pergunta enquanto trabalha. Eu confirmo que sim. — Então liga para ele.
— Ligar? — penso sobre a sugestão. Não sei se falar por ligação é o melhor no momento, mas a ideia de falar com ele olhando nos seus olhos me apavora mais que tudo. Ainda estou com medo então peço a San: — Me faz outra bebida bem forte? Dose dupla. Melhor, tripla.
— Não acha que já bebeu o suficiente por hoje? — noto seu tom preocupado.
— Por favor, me dá logo o que pedi. Eu preciso de mais uma para criar coragem. Além disso, estou com as minhas amigas, se eu desmaiar elas me socorrem — exagero.
San não gosta da ideia, mas concorda e prepara uma bem forte. Tem que fazer, é o seu trabalho. Eu não perco tempo e viro tudo de uma vez. Minha cabeça gira mais ainda, sinto como se não tocasse o chão, como quem pode flutuar. E, se já não fosse o bastante, eu "roubo" as doses de whisky que iria para alguma das mesas e viro tudo, como se estivesse competindo com alguém.
— E você vai ligar para qual dos dois? — o barman me pergunta.
— Para o príncipe — respondo. Sou a única que entende.
Sinto as coisas girarem e fico um pouco enjoada, já não sinto as minhas pernas e tenho com uma súbita vontade de rir e chorar, simultaneamente. A minha língua embola e eu mal consigo me concentrar no que tem na minha frente. Pego meu celular da bolsa, toda desajeitada e procuro o nome de Hyunjin na lista de contatos, quando acho e ligo, a chamada acaba caindo. Ele não me atende.
Eu tento outra vez, mas ele só aceita a chamada na terceira.
— Jiyoon, você faz ideia de que horas são? — ele me pergunta e eu caio na gargalhada. — Você está rindo da minha cara? — ele fica bravo. É normal, eu estou certa de que o acordei. — Que música alta é esta? Não estou te ouvindo.
— Hyunjinnie... eu já te disse que você fica lindo quando está bravo? — pergunto, a voz toda manhosa, carregada de muito álcool.
— Ya, você está bêbada!? — ele fica furioso.
— Só um pouquinho — gesticulo com os dedos. Por algum motivo, eu não consigo controlar a minha risada.
Escuto um silêncio do outro lado. Ele não diz mais nada, talvez tenha desligado. Fico triste com o pensamento de que estou sozinha novamente, mas ele retorna.
— Onde você está? — ele pergunta, parece muito preocupado comigo. Talvez eu ainda não tenha o perdido.
— Eu não sei... — falo, meus olhos ameaçam fechar. Esqueço até o meu nome, quem dirá o endereço. Agora quero chorar. Tenho mudanças de humor, como se estivesse grávida, mas o boato já foi desmentido. — Tem muita gente aqui.
— Você está bem?
— Estou com sono — respondo. Abro a boca e deito a cabeça na bancada do bar. — E aquele cara chato parece estar percebendo que eu não tenho namorado coisa nenhuma. E se ele vier aqui?
— Cara chato? — ele se espanta. — Que cara chato?
— Ele está na mesa da ponta. Hyunjin, eu não gosto do jeito que ele me olha.
— Eu já estou indo, okay? Se ele tentar chegar perto de você, chama a policia! — ele pede com pressa na sua voz.
— Não posso chamar a polícia, eu estou usando uma idade falsa — falo baixinho, para que ninguém me escute. — Posso ser presa.
— Meu Deus! Jiyoon, que ideia é essa? Você nem precisa disso. Que merda que tem passado na sua cabeça esses dias? — ele questiona, me acha inconsequente. Eu sou, só faço besteira. — Você está, no mínimo, acompanhada?
— Agora não, as meninas estão longe. Eu estou conversando com o barman, quer dar um oi?
— Quero, me passa o telefone pra ele — Eu afasto o celular do rosto, para entregá-lo a San, mas volto para pertinho de mim quando ainda consigo escutar Hyunjin dizer algo mais. — Jiyoon, me desculpe, eu não queria ser grosso. Você não precisa ter medo, tá? Eu já estou chegando.
— Você me odeia outra vez, Hyunjin? — pergunto baixinho.
— Nós conversamos quando eu chegar — ele é vago. — Eu estou indo até você. Não importa quantas bobagens você faça, como o seu príncipe, eu sempre irei salvá-la do perigo.
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