
𝐏𝐚𝐮 𝐂𝐮𝐛𝐚𝐫𝐬𝐢 🇪🇸
𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎.: Iara_Loureiro
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𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄.: Uma vitória amarga
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐍𝐒.: Pau Cubarsí ¡×! Maya García
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O apito final ecoou no Signal Iduna Park e, apesar do placar adverso, os jogadores do Barcelona ergueram os braços: 5-3 no agregado, estavam nas semifinais da Champions. Cubarsí, no entanto, mal conseguiu forçar um sorriso. Sentia-se pesado, irritado, quase como se a vitória não lhe pertencesse.
No túnel, o burburinho da comemoração dos colegas parecia distante. Cada golo sofrido, cada erro cometido, tudo isso lhe pesava no peito como uma âncora que o puxava cada vez mais para baixo. E, quando viu Maya à sua espera, com aquele sorriso esperançoso, algo dentro dele simplesmente... quebrou.
Ela estava ali, usando o cachecol do Barça que ele mesmo lhe dera meses antes. Olhos brilhantes e comemorativos.
— Cuba! — ela chamou, estendendo os braços para o abraçar.
Ele parou diante dela, rígido, o olhar escuro e duro.
— Não me venhas com esse sorriso — soltou, a voz baixa, cortante. — Não há nada para comemorar.
Maya piscou, confusa, os braços ainda a meio caminho.
— Vocês passaram, Cuba... foi um jogo difícil, mas passaram — tentou justificar-se, o sorriso a vacilar cada vez mais.
Ele riu, um riso falso e amargo.
— Difícil? — repetiu, quase desacreditado. — Foi vergonhoso. E eu fui uma vergonha. Todos nós, na verdade. — Deu um passo para trás, como se o simples facto de ela estar ali o irritasse ainda mais. — Nem sequer consegui fazer o básico em condições.
Maya engoliu em seco, sentindo o coração apertar. Aproximou-se devagar, tentando tocar no braço do moreno.
— Estás a ser muito rígido contigo mesmo... Cuba, vocês passaram. É isso que importa, não é?
— Importa? — repetiu mais uma vez. — Levar três golos importa? Quase deitar tudo a perder importa? — Passou a mão pelos cabelos, claramente agitado. — Podíamos ter sido eliminados hoje, Maya. E tu achas que está tudo bem?
Ela franziu o sobrolho, magoada pela dureza do tom dele.
— Eu só estou a tentar apoiar-te — respondeu, tentando manter a calma e a sanidade. — Não estou a dizer que foi perfeito, mas... conseguiste. Conseguiram.
Aproximou-se devagar, tentando tocar no braço do moreno, mas ele afastou-se do toque dela como se aquilo o pudesse queimar ou ferir.
— Pára, Maya — a voz dele subiu, mais áspera do que pretendia. — Não precisas de fingir que fui bom. Não fui. Eu não preciso que mintas.
Ela recuou um passo, como se ele a tivesse empurrado.
— Eu não estou a mentir — murmurou, sentindo os olhos começarem a arder. — Eu só queria... apoiar-te.
Por um instante, o olhar de Cubarsí vacilou. Viu a dor nos olhos dela, a maneira como mordia o lábio inferior para não chorar ali, no meio de toda a gente. E então, como se todo o peso da noite o esmagasse de uma só vez, suspirou, passando as mãos pelo rosto.
— Desculpa... — disse, a voz baixa. — Eu não devia estar a descarregar em ti. Eu só estou frustrado.
Maya olhou para ele, o coração dividido entre a vontade de o abraçar e o impulso de se afastar para se proteger.
— Eu sei que estás frustrado e que é uma situação complicada... mas porra, Cubarsí, eu não sou o teu saco de pancada — respondeu, a voz trémula.
Ele fechou os olhos, castigado pelas próprias palavras, pela própria raiva que o cegava.
— Eu sei, desculpa... — sussurrou. — Eu sei. És a última pessoa com quem devia estar assim.
O silêncio instalou-se entre eles, pesado e desconfortável. O barulho ao redor parecia muito longe, como se o mundo tivesse parado ao redor deles.
E, após alguns minutos agonizantes de silêncio, Cubarsí estendeu finalmente a mão, hesitante.
— Por favor... não te afastes de mim.
Maya olhou para a mão dele, para os olhos agora tão cheios de arrependimento, e respirou fundo antes de entrelaçar os dedos nos dele.
— Só não me faças sentir que estou aqui a mais — pediu, num sussurro frágil.
Ele puxou-a para si, apertando-a contra o peito, como se a própria vida dependesse disso.
— Nunca. — a voz dele quebrou. — Nunca estás a mais.
E naquela noite fria de Dortmund, em meio a uma vitória amarga, Cubarsí percebeu que, por mais que o futebol lhe tirasse tudo, Maya era a única coisa que não podia — e não queria — perder.
FIM ♡
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