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𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄 ⚡️ 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀

Um suspiro aliviado deixa meus pulmões e eu sorrio abertamente ao ver que tinha concluído muito bem o meu serviço. Não tem terapia melhor do que fazer uma boa faxina. O cheiro forte de produto de limpeza, pra mim, é melhor do que qualquer incenso forte.

Encaro o relógio preso na parede, vendo que já estava na hora do almoço. Vou até o banheiro, tomando uma ducha longa e de temperatura fria e logo saio enrolada na toalha, pegando meu celular que havia deixado em cima da pia. Ao acender a tela, sorrio com a visão da minha foto de bloqueio, que era Hannah e eu. Tínhamos mesmo uma genética abençoada.

Já faz alguns dias desde os dezoito de Hannah. Desde que, ela começou à deixar sua adolescência e caminhando pra se tornar uma mulher. Passou tão rápido que chega à ser arrepiante. Lembro como se fosse ontem quando fazíamos cabanas dentro do nosso próprio quarto, com cobertores presos na parede e tudo mais. Levávamos refrigerante, pipoca e muitos doces. A mamãe enlouquecia pois nunca gostou que nos entupíssemos de açúcar. Já meu pai, sempre foi bem mais liberal e se arriscava até mesmo a se juntar à nós algumas vezes.

Deixo meus pensamentos de lado ao sentir minha barriga roncar. Comi pouco no café da manhã e passei a maior parte do tempo limpando todo o meu apartamento até que estivesse brilhando. Então, direciono meus passos até a cozinha e solto meus cabelos do coque firme que, até então, eu estava usando para não me atrapalhar.

Meu foco de qual seria o prato que eu prepararia pro almoço é interrompido pelo meu celular tocando, indicando uma ligação. Atendo, colocando no viva-voz e o deixando de volta na bancada, me direcionando até a geladeira.

— Bella — A voz de Hannah preenche meus ouvidos.

— Bom dia, princesa. Dormiu bem?

— Sim, demais. — Ela fica quieta por alguns segundos. — Quer almoçar comigo? Preciso falar com você.

Mais uma vez no dia, suspiro de alívio por não ter o trabalho de cozinhar.

— Claro, vamos sim.

— No restaurante italiano perto da cafeteria daqui a pouco, tudo bem?

— Te encontro lá. — Respondo, enchendo um copo com água e logo desligando a chamada.

Bebo todo o líquido e deixo o recipiente de vidro na pia, indo até meu quarto para vestir ao menos uma roupa decente. Escovo meus cabelos, trajo um vestido tubinho branco e calço meus tênis da mesma cor. Ponho argolas pequenas da cor prata e guardo meus pertences na bolsa, borrifando uma pequena quantidade de perfume pelo corpo e logo mais, eu já estava dentro do elevador. Minha irmã avisa que já havia chegado na porta do restaurante e eu confirmo, respondendo que logo chegaria.

A chegada de uma nova mensagem vibra meu telefone nas mãos e eu abro um sorriso com um áudio de Nathan. No mesmo, ele me desejava bom dia e contava sobre um sonho bizarro que teve. Isso me arrancou boas gargalhadas até eu conseguir pegar o táxi. Ainda assim, cumprimentei o porteiro e logo, eu já estava sentada no banco do passageiro.

Cantarolo baixo a música do Bruno Mars que toca na rádio e imediatamente, as lembranças daquele bendito show invadem minha cabeça. Naquela noite, eu tinha perdido completamente qualquer estribeira e fiquei cega. Cega pelo álcool, pela luxúria e mais do que qualquer coisa, pelo tesão. Pensar nas consequências que toda essa história causou me arrepia por inteiro.

Eu nunca vou negar do quanto é bom, mas tenho a plena certeza que jamais deixarei acontecer de novo.

Estar dentro de um jogo de prazeres é errado, atraente e enche os olhos. O pecado sempre atiçou demais as pessoas. Todo mundo se atrai pelo erro pelo simples fato de te proporcionar sensações e momentos que você provavelmente nunca viveria numa relação estável.

A tranquilidade é boa demais, mas o pensamento de algo errado ser tão bom, vira sua vida de cabeça pra baixo.

Eu só percebo que estou pensando demais quando o motorista para o carro em frente ao tal restaurante. Rapidamente efetuo o pagamento e saio do veículo, adentrando o grande e bonito estabelecimento e procurando minha irmã com os olhos. Um pouco afastada da entrada, ela está sentada na mesa e acena pra mim. Ando calmamente até ela e beijo sua bochecha antes de me sentar.

— Estava com saudade. — Confesso, pousando minha mão sobre a sua em cima da mesa.

— Eu também. — Dá um sorriso torto.

Tento ignorar sua estranheza e abro o cardápio, passando os olhos por todo o menu e tentando decidir o que eu pediria. Deixo o mesmo de lado quando já tenho certeza do que quero e observo Hannah, notando que seu olhar está perdido. Ela não ficava assim com facilidade.

— Nana, o que está acontecendo? — Ela tira os olhos de algum ponto aleatório e me encara, logo abaixando a cabeça.

Ainda tentando decifrar o que passava pela sua cabeça apenas pela sua expressão, eu levanto os olhos, ficando totalmente confusa ao ver Nathan passando pela porta do restaurante e andando em nossa direção. Assim como eu, ele também franze a testa quando me vê.

Ele cumprimenta Hannah, beija meu rosto e se senta ao meu lado. Nós três ficamos em silêncio e logo Nate toma a partida de usar a voz para quebrar todo aquele gelo.

— Isso tá parecendo um velório, porra — Cruza os braços em cima da mesa. — O que tá acontecendo?

— Você não matou ninguém, não é? Não seria burra ao ponto de me contar. — Eu ergo a sobrancelha e ela nega com a cabeça.

— Não, mas você vai me matar — Hannah deita as mãos na mesa novamente e nos encara. Mas rapidamente, seus olhos fixam em Nate. — Eu tô grávida, Nathan.




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feliz natal

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