𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄 ⚡️ 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀
Meu quarto está bem iluminado, por isso, não enrolei tanto para despertar. Me sento na cama, coço meus olhos, bocejo e fico alguns segundos com as pálpebras fechadas. Espero um pouco para poder fazer mais alguma ação, então, pego meu celular em mãos, vendo que o relógio marca exatamente nove da manhã.
Respiro fundo e assim que leio os números da data, meus olhos se arregalam. Dezenove de junho, aniversário da Hannah.
Pulo da cama no mesmo segundo, correndo pra dentro do banheiro e fazendo minhas higienes na velocidade da luz. Eu tinha apenas uma hora para me arrumar e dirigir até a casa dos meus pais. Havia combinado com seus amigos de andar com ela pela rua o dia inteiro, para quando chegasse um certo horário, levasse ela direto pra toca do lobo, onde aconteceria sua festa surpresa. No caso, era o pessoal da sua escola e outros da vida. Por sorte, não era muita gente, pois tinha certeza que meus pais teriam um ataque cardíaco se a casa ficasse destruída.
Tomo um banho rápido, visto meus jeans rasgados e uma blusa cortada branca e calço meus vans pretos, apenas penteando o cabelo e pegando minha bolsa. Borrifo um pouco de perfume e guardo meus pertences inseparáveis, correndo desesperada pra fora do meu apartamento. Opto em descer pelas escadas mesmo, não estava com saco pra esperar elevador. Assim que chego ao térreo, desejo um bom dia e bom trabalho pro porteiro e apresso os passos pra calçada, entrando no primeiro táxi que dou sinal. Então, posso suspirar de alívio após dar o endereço à ele e sentir o carro começando a andar.
Entro nas mensagens do meu celular e a primeira que encontro é a de Nathan me desejando bom dia. Sorrio, digitando de volta e também o dizendo para ter um dia ótimo. Nos últimos dias, ele tem sido adorável. Finalmente tudo estava em seus devidos lugares.
Hannah tinha até mesmo feito teste para entrar na equipe de líderes de torcida. Nem eu sei o quão animada ela está com isso. Ela chegou a me ligar um dia antes do mesmo, me pedir colo e palavras de reconforto. E, definitivamente, esse sempre foi o meu melhor papel como irmã mais velha.
Quando o táxi para em frente à casa dos meus pais e minha antiga morada, efetuo o pagamento e praticamente voo pra fora do carro, indo até a porta e batendo repetidamente. Espero alguns segundos e abro um sorriso deslumbrante ao ver a figura menor, coçando os olhos e de pijama.
— Oi, Bella. — São as únicas coisas que ela consegue dizer, pois imediatamente, eu a envolvo num abraço sufocante.
Mesmo escutando seus gemidos de dor, aperto cada vez mais seu corpo contra o meu, só a soltando quando reclamou que estava ficando sem ar. Ainda assim, encho seu rosto de beijos, a mimando como se estivesse completando seu primeiro aninho de vida. Meu Deus, a minha garotinha.
— Dezoito anos, garota. — Seguro seu rosto nas mãos e ela faz uma careta.
— É sério que está chorando? — Seu cenho está franzido.
Faço um biquinho e seco a única lágrima que ousou escorrer. Hannah sorri, colocando suas mãos sobre as minhas e mantendo contato visual. A minha garotinha estava se tornando mulher. Isso ainda me assusta horrorosamente.
— Entra, o pai e a mãe estão no trabalho. — Ela solta minhas mãos e aponta com a cabeça pra dentro de casa.
Eu concordo, abanando meu rosto antes de adentrar o lugar. Permito-me dar um sorriso sem mostrar os dentes. Ainda estava tudo como antes de eu ir embora. Quer dizer, papai tinha feito alguns ajustes, como pôr mais iluminação e comprar uma televisão maior. Mas, ainda assim, o cheirinho de família pairava. Nunca mudou desde o dia que eu nasci.
Caminho até seu quarto, onde Hannah rapidamente se direciona até o guarda-roupa enquanto eu observo todo o cômodo. Na cabeceira de sua cama, ela tinha um mosaico de fotos impressas, com seus amigos e família. Novamente, sorrio boba vendo que eu estava no meio.
— Já comeu alguma coisa? — Ela pergunta, dedilhando pelas suas peças no armário.
— Não. Vim correndo pra cá. — Hannah me olha por cima do ombro com ar de reprovação.
— Sabe que não pode começar o dia sem um bom café da manhã. — Ela tira do seu guarda-roupa um vestido soltinho azul, o estendendo sobre a cama. — Vem, vou fazer um lanche pra gente. Eu também acabei de acordar.
Estendo minha mão pra ela, que sorri e me puxa pra levantar. Andamos até a cozinha, onde ela logo começa à preparar um pouco de café preto e eu opto em ajuda-la, montando dois sanduíches naturais pra nós.
— Pra onde vamos? — Ela se vira pra mim assim que a cafeteira começa à coar seu líquido.
— Podemos começar pelas compras, o que acha? — Seus olhos brilham e eu rio fraco.
— Depois, encher o buxo e cinema. — Concordo.
— Exatamente, maior idade. — Ela revira os olhos pelo apelido.
Coloco as mechas que caíam sobre meu rosto atrás da orelha e pego dois pratos para colocar nossos lanches sobre os mesmos. Percebo que a garota estava me encarando. Assim, a olho e ergo a sobrancelha.
— E o Nate? — Suspiro. — Como ele está?
— Quer mesmo falar sobre ele? — Assim que acabo de montar os lanches, me encosto na bancada e cruzo os braços. Ela move os ombros.
— Só curiosidade. — Diz baixo.
— Ele está bem — A analiso de cima à baixo. — Espero que você também esteja.
Hannah morde o interior da sua bochecha e abaixa a cabeça, brincando com as próprias unhas.
— Sinto falta dele. — Tombo minha cabeça pro lado levemente. — Não é como se tivéssemos vivenciado muita coisa, mas um lance que nunca chegou a virar uma relação, sempre mexe mais com a gente.
Ela ri fraco e desvia o olhar, fixando agora em algum ponto da cozinha. Sua frase me fez estalar a língua no céu da boca. Logo, me aproximo dela e ergo seu queixo com o indicador.
— Nana — Ela faz beicinho pelo apelido velho. — Você acabou de completar dezoito. Você é jovem, linda, muito gostosa e tem um coração enorme. Não deve e nem precisa se preocupar em buscar sua "alma gêmea" agora — Faço aspas com os dedos. — Ainda há tempo. É hora de curtir, comemorar pela nova fase da sua vida e fazer o que sempre fez de melhor, aproveitar sua adolescência que está chegando ao fim.
Aperto levemente seu queixo e ela ri.
— Na sua vida, haverá muitas pessoas que te farão pensar que vai ser pra sempre. Mas nada é pra sempre. Somos feitos de momentos, somos instantes. Por isso, se um momento foi embora, aproveite cada segundo do que está vivendo agora, porque o próximo pode nem sequer chegar. — Ela concorda. — A vida é tão bonita pra você desperdiçar se lamentando por coisas que já deveria ter deixado pra trás.
A garota dos cabelos escuros bufa, me puxando pelos pulsos pra um abraço. Aperto minha menina em meu colo, passando ali, todo o conforto que ela precisava. Eu estava decidida à deixar toda essa história pra trás e queria que ela fizesse o mesmo. Ela foi a que mais sofreu com todo esse jogo bobo, nunca mereceu passar por nada disso.
— Eu amo você — Ela olha em meus olhos. — Eu não poderia ter uma irmã melhor.
Sorrio abertamente, mas ele foi se desmanchando aos poucos quando meu coração palpita. Não dava mais. Eu precisava ser sincera com ela. Deitar a cabeça no travesseiro todo santo dia com medo de acordar e receber a notícia que tudo tinha chegado aos ouvidos da minha irmã sem ser pela minha boca arrepiava todos os meus pelos. Então, eu expirei e encarei seu rosto.
— Preciso te contar uma coisa. — Ela assente.
— Claro, pode falar.
Mordo meu lábio inferior, totalmente insegura. Então, abro minha boca para jogar tudo pra fora e no mesmo instante, a cafeteira apita. Meus ombros murcham e Hannah sorri.
— Vamos comer!
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bom dia minha rapaziadinha do bem
uma ótima semana pra todo mundooo!!
MURRO NO CORONA
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