
♛ Chapter 49♛
"Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos no começo. Já era amor antes de ser."
Thalia Ronda
Nesse momento estava no castelo redecorando o quarto que dormiria com o meu marido.
Fiz questão que tudo ficasse ao meu gosto, mas parei ao ouvir o meu celular tocando, era o meu filho.
Quando meu filho contou toda a história que a princesa Analice armou para conseguir se casar com ele.
O meu sangue ferveu, não acredito que uma pessoa tão bem educada, armaria todo esse complô.
Precisava falar com o meu noivo sobre toda essa situação e tentar resolver tudo discretamente.
Fico feliz que tudo tenha sido esclarecido, não queria ver o meu filho se casando com quem não ama.
Foi um grande sofrimento pra mim, ver o amor da minha vida se casando com outra mulher que não o amava metade do que eu.
A falecida rainha pagou caro por ter ficado com o Rei, ela foi infeliz por não ter conseguido ter um herdeiro e vivia insegurança todas as vezes que ele vinha ver o nosso filho.
Apesar de nunca termos ficado quando eles estavam cansados, ela vivia acusando ele de adultério.
Segui em direção ao escritório do meu noivo, na porta como era de costume havia dois guardas bem armados.
Eles liberaram a minha passagem e vi que ele estava discutindo com o seu secretário real os detalhes do casamento do meu filho com a princesa.
— Amor — o chamei.
— Oi, minha querida — respondeu.
— Será que podemos conversar a sós, por um momento? — perguntei.
Ele apenas fez um sinal para que o seu secretário fosse embora.
Me sentei numa cadeira que havia de frente para o meu marido.
Ele me encara com uma expressão divertida, mas ao mesmo tempo com um belo sorriso.
É engraçado pensar que se passaram anos e ainda sou apaixonada pelo mesmo homem.
— O que aconteceu, minha querida? — perguntou.
— Melhor avisar aos jornalistas que o casamento do nosso filho não irá acontecer e que no lugar vai ser o nosso — respondi o encarando.
Ele não disse nada, apenas me encarou confuso, talvez pense que eu estava brincando com a sua cara e esperando que a qualquer momento caia na risada.
— Isso mesmo que ouviu, desde do começo a princesa trapaceou para ficar com o nosso filho e ele não a ama — expliquei.
— Como assim? — perguntou confuso.
Contei tudo que o meu filho havia dito, ele me encarou incrédulo e para a minha felicidade me apoiou.
Imaginei que ele iria surtar, mas ao contrário, ele agiu muito melhor do que imaginava.
— Iremos tomar providências quanto tudo que aconteceu, não se preocupe, meu amor — falou beijando a minha testa com carinho — Falarei com o meu secretário, por enquanto peça para o meu filho e a Valentina ficarem na encolha, porque quando a bomba estourar será um caos — avisou.
— Pelo o que ele me falou, está indo passar um dia com a Valentina na nossa casa de praia e levou o guarda Gustavo com ele — falei.
Ele chamou o seu secretário pessoal, sabia que agora ele começaria a dar ordens.
— Mande o Marcos pra casa dos Zenere's — falou vendo ele anotar no bloco — Selecionei três guardas da sua confiança e uma cozinheira e manda eles pra casa de praia da minha noiva — avisou, ele anotou rapidamente — E depois peça para chamar a princesa Analice e o seu representante — ordenou.
Ele pegou o celular e começou a fazer as ligações para que todas as ordens do meu marido fossem cumpridas.
Algumas horas depois...
Meu marido com auxílio do secretário e o Marcos a mando do meu filho conseguiu reativar os documentos da Valéria.
Queria tanto dar um abraço forte na minha afilhada, apesar de não ser uma madrinha presente.
Fiquei muito triste com a morte dela e agora que Valentina irá se tornar a minha nora, tenho certeza que agora terei ter um pouco mais de contato com a Valéria.
Nesse momento, estou no escritório do meu noivo à espera da princesa Analice.
Optei em conversar com ela em particular, mas pedi pra deixar uma câmera gravando tudo para minha segurança.
Precisava discutir com ela sobre o que ela fez, defenderia o meu filho e a filha da minha melhor amiga com unhas e dentes.
Ela estava usando um vestido branco que vinha até na altura dos joelhos e um sapato de salto alto da cor creme.
Seus cabelos estavam soltos valorizando o formato ondulado.
— Oi sogrinha, mandei o Agreste fazer o desenho do meu vestido bem exclusivo — falou com um sorriso sínico nos lábios.
— Oie Analice — falei com uma voz ríspida, ignorando o que havia acabado de me contar — Sente- se por favor — mandei, apontando pra cadeira vazia na minha frente.
Ela ficou confusa, mas fez o que havia pedido.
— Já estou ciente de todas as pilantragens que fez dentro do concurso — falei, vendo ela desfazer o seu sorriso imediatamente — Você é muito inteligente, pena que deixou muitas pontas soltas e no final elas se amarram num perfeito nó conta você — falei lhe encarando com uma certa superioridade.
— Não sei do que a senhora está falando — falou se fazendo de desentendida.
— Você armou um plano com uma garota que fingiu ser a princesa Margareth e envolveu um guarda real que jurou servir a família real — falei, vendo ela me encarou surpresa — Além do mais, ao saber do engano do hospital, chantageou a Valentina pra que ela saísse do concurso em troca de dizer a localização da sua irmã — falei a encarando com uma expressão decepcionada.
— Não fui a única que usou truques pra ficar nesse concurso — falou se levantando da cadeira toda irritada — Valentina desde do começo do concurso, fez tudo para que as coisas saíssem ao seu favor e caísse na graça do público — falou com a voz num tom mais alto.
— Não venha falar alto comigo, estamos conversando numa boa — mandei.
— Não me diga que a senhora prefere uma nora sem educação e que veio praticamente do lixo do que uma mulher de classe como eu — falou, fazendo um sinal com a mão direita mostrando o seu visual.
Realmente Analice era bonita, mas não tinha o que era mais importante para se tornar uma rainha, que é a empatia.
— Você despreza tanto a família Zenere por ser pobre, mas esquece de onde veio a linhagem Singer, ambas são de origem humilde e fizeram de tudo pra não morrer de fome — a lembrei — América se tornou uma ótima rainha, pena que tendo o mesmo sangue não é metade da mulher que era ela — falei.
Ela me olhou com tanta raiva que parecia que a qualquer momento pularia em cima do meu pescoço.
Em seguida, saiu sem dizer nenhuma palavra e bateu a porta com a maior força.
Me senti aliviada por meu filho ter se livrado de uma boa cilada, aquela garota não serve pra ele.
No fundo, fiquei feliz em saber que ele gostava da Valentina, era engraçado quando eu e as minhas amigas eram mais novas, dizíamos que se caso elas tivessem filhas, uma delas estaria destinada ao meu filho e foi isso que justamente aconteceu.
Algumas horas depois...
Valentina Zenere
Em poucos minutos havíamos chegado numa bela mansão de vista pra praia.
A garagem foi aberta por um dos guardas que não estava de uniforme e sim de terno, reconheci ser um, porque tinha o visto no concurso.
Era de se esperar que seus guardas viriam pra cá, afinal a vida na realeza era resumida em estar sempre acompanhado.
A partir do momento que colocar a aliança no meu dedo, a minha vida será assim também.
— Esse lugar é muito lindo — falei, enquanto descia do carro.
— É sim — concordou — Venho com a minha mãe em todo feriado de fim de ano — falou com um sorriso nostálgico nos lábios.
— Podemos manter essa tradição, depois de nos casar — propus.
— Sim — falou me dando um beijo na bochecha.
Entramos dentro da mansão, ele foi até a cozinha pra tomar um pouco de água e eu fiquei na sala, vendo as fotografias.
Me surpreendi ao ver uma do Michael criança abraçado com a mãe dele, era o garoto da caminhonete vermelha do semáforo, foi ele que me deu aquele sanduíche e alguns trocados.
Parece que não nos conhecemos na minha festa de formatura e sim exatamente a doze anos atrás.
Peguei a foto nas minhas mãos e encarei com um sorriso, me pergunto se ele havia me reconhecido, mas acho que não, ambos mudamos muitos.
Ele me ajudou muito naquele dia, aquele dinheiro deu pra mim comprar os remédios da minha irmã que tinha nascido a poucos dias.
— O que aconteceu, meu amor? — perguntou, surgindo por trás de mim.
— Foi você que me ajudou a doze anos atrás no semáforo, eu estava com muita fome naquele dia e precisava de dinheiro para os remédios da minha irmã, você foi um verdadeiro anjo naquele dia — respondi.
— Sério? Então era você mesmo? — perguntou me encarando surpreso.
— Peraí, você já sabia? — perguntei.
— Na verdade, naquele dia que te vi na porta da boate, me lembrei desse dia, de alguma maneira lhe achei familiar — respondeu.
— Parece que o destino, sempre quis nós juntos — falei.
— Sim, meu docinho — falou me dando um forte abraço.
Aspirei o cheiro do perfume masculino no momento do nosso abraço.
Foi ali que percebi que escolhi o homem certo pra chamar de "marido".
Nós nos separamos do abraço e ele segurou na minha mão com carinho. Encostei os meus lábios nos dele, ficando em um selinho carinhoso por alguns segundos.
Mas eu esperava um pouco mais, então entreabriu os lábios, sentindo ele fazer a mesma coisa, então com suavidade ela explorou a boca do moreno, sentindo a língua dele dançar no mesmo ritmo da sua, se separaram pela maldita falta de ar.
Em seguida, nos dirigimos até a cozinha, onde nos servimos com suco natural de limão e sanduíche natural.
Ficamos comendo em silêncio, até que um dos empregados trouxe duas sacolas de papel e entregou ao príncipe.
— O que é isso? — perguntei curiosa.
— Mandei trazer roupas de praia, vamos dar uma volta — respondeu.
— Ah, que incrível — falei toda animada.
Sempre gostei muito de praia, me lembro de todas as vezes implorar pra viajar com a família da Karol, quando eles iam.
— Onde fica o banheiro? — perguntei.
— Irei levar a senhorita — a empregada respondeu.
Me levanto da mesa e vou em direção ao banheiro, vi que era um biquíni simples verde e uma mini saia rodada branca.
Sabia que a cor verde foi escolhida de propósito, ele insistia em dizer que eu era a docinho do desenho "As meninas super poderosas".
Quando fui até a sala, Michael estava me esperando com uma camiseta simples branca e um short pano mole azul claro.
Um dos guardas nos levou até a praia e vi que havia tudo preparado com guarda chuva e uma toalha estendida.
Nos sentamos até lá e ficamos observando a vista do mar.
Vi que ele estava com uma cesta de coisas na mão e de longe havia dois guardas nos observando.
Por sorte, o lado da praia que estávamos era bem afastado e não tinha ninguém à vista.
— Posso lhe perguntar uma coisa? — perguntei.
— Pode sim — respondeu — A minha vida é um livro aberto pra você — falou, fazendo um carinho em meus cabelos.
— Quando era cantor, você tinha alguma meta que não conseguiu realizar? — perguntei.
— Sim — respondi — Queria ter gravado um videoclipe musical, sabe? — revelou.
— Isso é bem fácil de se resolver, tenho alguns contatos do meu antigo colégio, eles podem organizar tudo o mais rápido possível — falei toda confiante.
— Não precisa fazer isso — falou sem conseguir conter o seu sorriso.
— Assim como eu, você precisa realizar os seus sonhos também — falei, acariciando o rosto dele com carinho.
— Obrigada por tudo que está fazendo por mim, meu docinho — falou beijando a minha testa — Devemos definir a nossa situação — falou se ajeitando na toalha.
— Bom, vamos dizer que somos noivos e daqui um ano nos casamos — propus.
Eu queria muito me casar com ele o mais rápido possível, mas o certo era nos conhecer melhor, antes de dar um passo tão grande.
O sol começou a se pôr, o céu estava num tom alaranjado, a vista ficou ainda mais linda ao ser refletida pela água da praia.
Se fosse a antiga "Valentina" faria de tudo pra se casar com ele nesse mesmo instante, mas aprendi que não deve ser guiada pela sua conta bancária e sim pelo coração.
— Eu te amo, Michael Ronda — me declarei.
— Eu também te amo, Valentina Zenere — se declarou.
Ele se aproximou de mim e me deu um beijo apaixonado.
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