"O que está se passando nessa mente linda
Estou passando pelo seu mágico mistério
E estou tão confuso que não sei o que me atingiu
Mas eu vou ficar bem"
— All Of Me — John Legend.

Alguns dias antes....

Valéria Zenere

Passei mal no dia que me apresentei no programa de TV local, tive que passar por uma cirurgia às pressas.

Mas por sorte tudo ocorreu bem, mas teria que ficar internada e sem ter contato com o mundo exterior.

Nem mesmo acesso a TV, revistas ou jornais eu tinha, por sorte as enfermeiras me traziam vários livros de romance pra que eu pudesse passar o tempo.

Tudo pra que minha recuperação fosse rápida, nem sei como meus pais conseguiram pagar um hospital tão caro.

Tenho certeza que é o príncipe, melhor dizendo o meu futuro cunhado está bancando tudo.

As pessoas aqui me chamam de "Sabrina Luna", várias vezes já os corrigi dizendo que o meu nome é "Valéria Zenere".

Eles disseram que por causa da anestesia podia ter ficado um pouco confusa.

Como sabia que esse hospital era particular e o pai da Karol trabalha aqui, insisti todos os dias pra que me deixasse falar com ele.

O quarto que eu estava era digno de uma patricinha, as paredes pintadas tudo de rosa claro.

Vejo a porta do meu quarto sendo aberta, dessa vez não era nenhuma das enfermeiras ou o médico que me atende e sim o Dr. Sevilha.

Ele estava usando um jaleco branco, blusa azul claro e calças preta e um sapato marrom.

— Oie tio — falei o encarando.

Ele me analisava e me encarava espantado, parecia não se lembrar de mim, é natural isso, afinal a última vez que me viu, tinha 5 anos.

Desde de então, ele não estava mais na minha casa e não nos vimos mais.

— Como se sente, Valéria? — perguntou se aproximando de mim e pondo uma luz em meus olhos.

— Apenas estou com um pouco de dor de cabeça — respondi.

— É normal, após os primeiros dias da cirurgia, mas logo estará bem — falou indiferente.

— Onde estão os meus pais? — perguntei, vendo ele me encarar sem nenhuma reação — Todas as vezes que pergunto a eles, me dizem que tenho que ficar tranquila e me concentrar na minha recuperação — desabafou.

— Não se preocupe, em breve, irá se encontrar com eles — avisou, tocando a minha testa e saindo do quarto.

Preciso me recuperar logo, para estar no casamento da minha irmã e poder aplaudir de pé o casal que eu juntei dando certo.

Tempos atuais....

Valentina Zenere

Algumas horas depois....

O dia foi bem tranquilo, meu almoço foi servido no meu quarto, por causa do encontro com o príncipe Michael e a princesa Analice.

Depois que me alimentei, resolvi tentar tirar um cochilo, pra tentar esquecer um pouco de tudo que estava acontecendo.

Acordei só quando a Annabelle me acordou pra tomar um banho e que logo uma equipe de profissionais veio me arrumar.

Algumas horas depois....

O dia foi bem tranquilo, meu almoço foi servido no meu quarto, por causa do encontro com o príncipe Michael e a princesa Analice.

Depois que me alimentei, resolvi tentar tirar um cochilo, pra tentar esquecer um pouco de tudo que estava acontecendo.

Acordei só quando a Annabelle me acordou pra tomar um banho e que logo uma equipe de profissionais iria vir me arrumar pra grande noite.

Me levanto indo em direção ao banheiro, tomo um banho rápido por estar em cima da hora, mas aproveitei pra lavar os meus cabelos.

Ao terminar o meu banho, limpo o espelho com as palmas das mãos e encaro o meu reflexo.

Meus cabelos estavam desbotando a tinta rosa, meus cabelos haviam voltado a ficar mais ondulados.

Respirei fundo, vesti o meu roupão branco e vi que três moças com malas estavam à minha espera.

Pelo o que me lembro uma era cabeleireira, manicure e maquiadora, película jeito hoje a Annabelle realmente estava ocupada.

Horas depois....

Me olho no espelho e vejo o quão perfeita estava, usando um vestido tomara que caia azul claro longo, salto alto azul combinando com o tom do vestido e os meus cabelos estavam num coque alto e alguns fios caindo no rosto ondulado.

A maquiagem era neutra, mas ao mesmo tempo valorizava perfeitamente o meu rosto.

Estava muito parecida com a "Cinderela" quando a fada madrinha a levou para o baile.

Já estava pronta, senti um frio na minha espinha por tudo que estava por vir, mas não poderia voltar atrás da minha palavra.

Era a vida da minha irmã que estava em jogo, mesmo que eu parta o coração do príncipe, sabia que estava fazendo por uma boa causa.

Afinal se não fosse por ela, não teria conhecido o amor da minha vida.

Marcos me levou até o estádio de carro, no caminho todo não falei com ele, apenas observei a janela em silêncio.

— Porque está tão calada? — perguntou preocupado.

— Só estava pensando na minha vida, fiz muitas maldades com certas pessoas e agora estou pagando por tudo isso em dobro — desabafei, tentando não chorar.

— Como assim? O que está acontecendo? — perguntou preocupado.

— Não é nada — menti — Marcos me desculpe por tudo que lhe disse, aquela Valentina que você conheceu, morreu junto naquele dia que recebemos a notícia da morte da minha irmã — falei me lembrando daquele dia horrível.

— Me prometa que quando esse concurso acabar, vai me ajudar no que precisar — pediu.

— Como havia prometido a sua irmã, irei ajudar você no que precisar — falou fazendo um carinho nos meus cabelos.

Ele me levou até os fundos do estádio, era o local onde fiquei na primeira apresentação do concurso.

Vejo a Analice se encarando no espelho, ela estava muito extravagante, como era de se esperar.

Era um vestido de seda roxo, tinha um enorme decote e na perna um grande fecho.

Seu cabelo estava apenas escovado, mas usava um conjunto de joias caras (brinco, pulseira e colar).

— Espero que cumpra o combinado e não dê uma de esperta — falou enquanto mexia em seus próprios cabelos.

— Não farei isso, não arriscaria a vida da minha irmã por uma maldita coroa — falei raivosa.

Analice nada disse, apenas me encarou com um sorriso vitorioso.

— Quando você for anunciada a nova rainha, por favor devolva a minha irmã, juro que não chegarei perto do príncipe e nem do castelo — falei abaixando a minha cabeça, não queria que ela visse a expressão derrotada que eu estava no meu rosto.

— Ok — concordou indiferente e saiu de lá.

Não vi a hora que tudo acabasse, só queria ter a minha irmã nos meus braços novamente e tentar seguir em frente.