" O amor, disse ela, nem sempre é perfeito. Nem sempre é como você quer que seja. Mas, uma vez que o sente, é impossível controlá-lo."
— Uma ideia de você — Robinne Lee.

No dia seguinte...

Michael Ronda

O relógio despertou 7 horas da manhã,minha mãe solicitou tomar café da manhã comigo, ia ser bom falar um pouco com ela.

Fazia alguns dias que não a via, por causa do que a filha Agreste fez no concurso, ele desfez o contrato de anos com a fábrica dela.

Ele era o principal cliente da confecção dela, então soube que por causa disso, ela fechou por alguns dias.

Me levantei com uma certa preguiça, então resolvi ir tomar um banho pra poder me despertar.

Tomei um banho rápido e escolhi uma camiseta azul claro com estampa de uma surfista, bermuda jeans num tom claro e um all star preto.

Fui até a sala de jantar, minha mãe já estava sentada à mesa e percebi que havia sido posta.

Na mesa havia pão de forma com três tipos de queijo, bolo de cenoura com cobertura de chocolate, café e caixinha de leite com achocolatado.

— Bom dia, mãe — falei, lhe dando um beijo na bochecha.

— Bom dia, filho — falou me dando um outro beijo na bochecha.

Me sentei na mesa ao lado dela, dispensei os empregados e pedi para os guardas ficarem na porta vigiando, pra não deixar ninguém nos incomodasse.

— Sei que você odeia acordar cedo, mas precisava conversar urgentemente — falou.

— O que aconteceu, mãe? — perguntei preocupado.

— Estou muito preocupado com as pessoas que trabalhavam na minha confecção, há muitas famílias de extrema pobreza — desabafou.

— Irei pedir para doar cestas básicas, até em 24 horas — falei.

Desde que conheci a Valentina, percebi que o reinado do meu pai, não tem ajudado tanto quem realmente precisa de seu auxílio.

— Filho, isso resolveria o problema um pouco, mas a longo prazo não, eles têm contas a pagar — me lembrou.

— Então no que a senhora estava pensando? — perguntei.

— Não sou de me meter no que remete às candidatas, mas uma delas me chamou muito a atenção,Isabelle tem um talento incrível para desenhar roupas, então pensei em usar os desenhos dela e abrir porta para novos estilistas — explicou.

— Mas ela já sabe disso? — perguntou.

— Sim, conversei com ela e concordou — respondeu.

— Parece que mais uma irá sair do concurso, daqui a pouco vou achar que o problema sou eu — falei com um sorriso debochado.

O concurso está cada vez chegando ao fim, não sei se ainda estava pronto pra isso.

Teria que finalmente começar a lidar com as coisas oficiais do reino, fazia tempo que não sabia do meu pai, segundo ele estava fazendo alguns exames.

— Filho, não se preocupe com isso, tenho certeza que com o Rei Maxon, muitas garotas saíram e houve grandes problemas — falou tocando no meu ombro.

Isabelle era uma garota muito legal, ela havia desenhado o terno que usei na sessão de fotos, admito que ficou muito lindo.

Fico feliz que a minha mãe conseguiu reviver o negócio dela e com isso dará novas oportunidades a jovens talentos.

Valentina Zenere

Acordei que o relógio marcava 9 horas da manhã, achei estranho a Annabelle não ter me acordado pra dar o meu café da manhã.

Me levanto e coloco as minhas pantufas de panda e visto o roupão por cima do meu pijama.

Começo a caminhar pelos corredores da mansão, quando passo pelo quarto da Isabelle vejo que a maioria das empregadas estavam embalando as coisas dela, parece que aconteceu algo e ela foi eliminada.

Fui até a cozinha, vejo Michael sentado comendo um pedaço de bolo de prestígio.

— Será que ainda tem um pouco pra mim, príncipe? — perguntei, chamando a sua atenção.

Ele olhou pra mim com um sorriso, mas parecia estar preocupado com algo.

Colocou o prato no meio com uma colher, resolvi me sentar de frente pra ele.

— Gostei do seu novo visual, está ainda mais linda — me elogiou elogiou.

— Obrigada, Michael — agradeci sorrindo pra ele — Porque está tão pensativo? — perguntei, pegando uma bela colherada do seu bolo.

— Isabelle vai sair do concurso para ajudar a minha mãe com a fábrica, apesar de eu não ter interesse amoroso por ela, acho que não pega bem, tem candidatas saindo — respondi.

— Está preocupado pelas saídas repentinas da Margareth e da Karol, né? — perguntei, vendo ele concordar com a cabeça — Eu tenho um prazo para concluir o concurso, mas parece que não vou conseguir cumprir — contou.

— Olha, pra mim esse concurso já tinha que ter acabado a muito tempo, não gosto nada da ideia do meu homem falando com outras — falei, arrancando um sorriso dele.

— Eu assinei um contrato com o meu pai, se não, ele não vai deixar fazer o que pretendo fazer — desabafou.

Pra ele se empenhar dessa maneira, deve ser algo muito importante, no fundo queria saber o que era, mas deixei a minha curiosidade de lado.

— Quando você se tornar rei, sua palavra será uma ordem, você não será controlado por ninguém — o lembrei.

Me levantei da cadeira que estava sentada, segui em direção a ele, o abracei de costas e lhe dei um leve beijo atrás do seu pescoço.

Automaticamente vejo os pelos do seu corpo arrepiar por completo.

Do nada escuto uma pessoa forçando um tossir, olho e vejo que era Marcos que tinha acabado de entrar na cozinha, ele estava usando o seu típico uniforme de guarda.

Marcos se curvou para o Michael, fazendo o seu típico sinal de referência e em seguida direcionou o seu olhar para mim.

Eu sabia que teria que sair dali, pelo olhar do Marcos, queria poder falar um pouco mais com o Michael.

Desde que voltei ao concurso, não tivemos a oportunidade de conversar a sós.

— Bom dia, majestade e senhorita Zenere — desejou.

— Bom dia, Marcos — eu e o Michael falamos em um perfeito couro.

— Senhorita Zenere, deve se arrumar para próxima fase do concurso — me lembrou — Sua empregada estava lhe procurando — avisou.

— Tá bom, obrigada Marcos — agradeci forçando um sorriso.

Peguei um pedaço de bolo com a mão mesmo e dei uma bela mordida.

— Até logo, príncipe Michael — falei saindo sem me curvar pra ele.

Marcos se curvou novamente, não sei porque essa necessidade toda essa obediência perto da realeza.

Não gosto de ficar me humilhando para as pessoas, sinto que isso é uma forma de eu me rebaixar ainda mais.

Como a minha avó me disse uma vez: "Não devemos nos rebaixar a ninguém, Valentina, sempre ande de cabeça erguida"

— Valu — Marcos me chamou.

— Sim, Marcos — respondi.

— Sabe que devia se curvar para o seu príncipe toda a vez que ver ele, né? — me lembrou

— Não tem necessidade disso, somos amigos— falei sorrindo sapeca nos lábios.

— O que você está tramando, Valentina ? — perguntou me encarando.

— Nada — menti.

— Lhe conheço muito bem você, sei que está tramando algo — falou.

— Bom, irei me arrumar mais, até logo — falei, indo até o meu quarto.

Ao entrar no meu quarto, vejo que Annabelle arrumou a minha cama e estava preparando a minha roupa e em cima da mesinha havia o meu café da manhã.

Na bandeja havia uma caneca de café com leite e mini pão de queijo recheado com presunto e frango.

Ao terminar de comer, fui diretamente para o banheiro e escovei os meus dentes.

Percebi que a Annabelle havia preparado um banho de banheira com muita espuma do jeito que gosto.

Fechei os meus olhos por alguns segundos, veio a imagem da Valéria na minha mente, ela estava com o típico sorriso lindo.

— Por você a partir de agora, irei jogar limpo concurso — falei, não consegui conter as minhas lágrimas.

Alguns minutos depois....

Respirei fundo, me levantei da banheira e me enrolei na minha toalha.

Vou até o meu quarto e vesti a roupa que estava em cima da minha cama.

Era uma blusa de cor preta de mangas longas, havia uma estampa de caveiras brancas, shorts jeans num tom escuro e as minhas pantufas de panda.

Annabelle chegou com uma enorme maleta nas mãos, isso significa que era dia de me arrumar.

A primeira coisa que ela fez com a minha unha das mãos, foi apenas um esmalte transparente com uma francesinha sorriso da cor preta.

E a dos meus pés foi apenas um preto básico, sem nenhuma decoração em especial.

Enquanto ela fazia as minhas unhas, ela me contou que andou saindo com o Marcos e que finalmente ele começou a gostar dela.

Realmente fico feliz em saber que ele finalmente está seguindo em frente.

— Valu, hoje não farei o seu cabelo, virá uma equipe profissional para isso — avisou.

— Ah, isso é bom — falei — Estava precisando fazer uma hidratação no meu cabelo, depois da pintura, não foi possível — falei.

— Tenho certeza que ficará ainda mais linda — falou toda sorridente — Boa sorte, Valu — desejou.

— Obrigada, Ana — agradeci, segundo em direção ao salão de festas.

Vi que tinha vários profissionais de cabelo andando pelo local, no meio do salão vejo a princesa Analice conversando com a Malena.

Ambas pareciam muito animadas olhando para uma folha de papel enorme, não sei do que tanto ela falava.

Resolvi ignorar esse fato, a cabeleira estava lavando os meus cabelos com shampoo e depois colocou uma máscara de hidratação com ampolas de vitamina.

Estava sentada terminando de ler o livro "Tudo Mudou", até que Analice se aproximou jogando a foto no meu colo.

Era uma foto dela aos beijos com o príncipe Michael, naquele momento senti o meu estômago revirar como se eu tivesse com vontade de vomitar.

Resolvi ignorar isso, não queria dar esse gostinho pra ela.

Não importa se ela beijou ele, no final sei que sou a única que ele realmente ama.

" Mas será que no tempo que estive fora, ele acabou se interessando por ela?" me perguntei mentalmente.

Sai de lá, sem dizer nenhuma palavra, resolvi ir falar com o Michael, meu cabelo estava na toca e demoraria pra lavar mesmo.

Fui em direção a ala real, por sorte nenhum guarda me barrou, já que eu tinha passe livre para ir até lá.

Vi que ele estava na piscina tocando violão com um amigo dele que eu não me recordo o nome dele, mas o reconheci da banda que a minha irmã amava.

— Michael, será que podemos conversar? — perguntou.

— Pode ser — concordou — Esse é meu amigo Gaston, não sei se lembra dele — falou todo sorridente.

— Lembro sim, ele faz parte da Roller Band — falei me lembrando do show.

— É prazer revê-lá, Valentina — Gaston falou com um sorriso — Sinto muito por sua irmã, ela era uma garota incrível — falou.

— Obrigada, Gaston — agradeci forçando um sorriso, odiava esse clima triste que ele havia estabelecido.

— Vou indo agora, até logo — falou pegando o seu violão e saindo de perto de nós.

Me sentei numa cadeira ao lado dele, a que o Gaston desocupou.

— Porque você beijou a Ana? Você gosta dela? — perguntei indo direto ao assunto.

— Ciúmes de mim, por acaso, Valu? — perguntou com um sorriso irônico nos lábios.

— Não — menti — Só estou um pouco curiosa — falei.

— Não se preocupe, só foi um beijo sem significado nenhum pra mim — respondeu.

— Você ainda me ama, Michael? — perguntei com um certo receio na voz.

— Não se preocupe, o beijo que aconteceu entre mim e ela, foi totalmente diferente dos nossos — respondeu, tentando me confortar.

— Diferentes como? — perguntei preocupada.

— Diferentes apenas, não sei como explicar — respondeu.

— Você tem o poder de me confundir — falei chateada.

— Porque está dizendo isso? — perguntou confuso.

— Esquece, nem sei porque vim aqui falar com você — respondi me levantando da cadeira.

Mas ele foi bem mais rápido, ele puxou o meu braço fazendo com o que nossos corpos ficassem bem próximos.

Fiquei perdida nos seus lindos olhos castanhos, tentei me separar dele o mais rápido possível, sabia que não iria resistir e beijá-lo.

— Eu gosto muito de você, por favor nunca duvide disso — falou.

Me afasto dele, respirando fundo, eu o amo tanto e não queria vê-lo perto da princesa Analice.

Sinto que se ele acabar gostando dela, vai fazê-lo sofrer, ele é um bom rapaz, merece uma garota que o ame, além do título, só espero que ele não se apaixone pela pessoa errada.