
♛ Chapter 17♛
"Dizemos que somos amigos, mas eu estou te olhando do outro lado da sala
Não faz sentido, porque estamos brigando por causa do que fazemos
E não tem como eu acabar ficando com você
Mas amigos não olham para amigos desse jeito."
—That Way — Tate McRae.
Michael Ronda
Era nessa noite que iria me apresentar ao Reino como o príncipe herdeiro, infelizmente agora é essa realidade, ainda faltam poucas horas.
Estava me encarando no espelho, estava usando um terno azul claro com detalhes dourados, neste momento estou tentando dar um nó na minha gravata, já perdi a conta de quantas vezes já tentei.
Fui disperso dos meus pensamentos ao ver Ruggero entrando no quarto, ele deu apenas três leves tapas em meus ombros.
Me surpreendi com a presença dele, afinal ele andava ocupado gerenciando uma nova cantora teen.
Ele estava usando um terno preto preto, sapato social preto e uma gravata azul marinho.
— Antes que você fale algo, tirei folga do meu trabalho por uns dias para lhe ajudar com o concurso — falou.
— Obrigado — agradeci — Você não sabe o quanto precisava da sua ajuda — falei com um certo alívio na voz.
— Sabe que quando o assunto é mulheres, sabe que estou dentro — falou com um sorrisinho de lado.
— Achei que estava saindo com a Karol — falei o encarando com um sorriso debochado.
— Eu gosto dela, mas não quer dizer que não posso cogitar outras opções — falou.
— Você nunca muda, né? — o questionei com um sorriso.
— E você muda? — zombou.
— Eu não — falei arrancando uma risada dele.
Gostava da minha cumplicidade com o Ruggero, ele era o meu melhor amigo e espero que continue sendo mesmo após eu ser o Rei.
Vejo a minha mãe entrando no meu quarto, um forte cheiro de perfume doce invadiu as minhas narinas.
Ela estava usando um vestido da cor azul escuro, era num modelo tomara que caia com longas longas e um comprimento longo.
Tinha alguns detalhes com glitter que o deixava ainda mais elegante.
Seus cabelos estavam soltos ondulados, uma sombra dourada e um gloss rosa nos lábios.
— Filho — me chamou — Você já está pronto? — perguntou.
— Estou quase — respondi.
Minha mãe se aproximou de mim, dando um nó na minha gravata, como ele fazia nos velhos tempos.
— Oie Ruggero — o cumprimentou.
— Oi, tia — ele a cumprimentou.
— Agora o nosso Rei está pronto — Minha mãe falou beijando a minha bochecha com carinho.
— Não me sinto assim ainda — desabafei.
— Se achar que não está pronto, posso falar com o seu pai e mudamos o dia — falou tentando me confortar.
Eu sabia que não era possível, o concurso já estava acontecendo e não poderia evitar mais o que estava por vir.
— Não precisa, irei aceitar o meu destino firmemente — falei suspirando.
— Vamos, Michael, se anime, você é o nosso rei e estará rodeado de belas mulheres — Ruggero falou tentando me confortar.
Me despedir da casa que morei durante anos, está sendo difícil pra mim, mas sabia que uma hora ou outra isso aconteceria, então sou grato por tudo que vivi aqui.
Alguns minutos depois...
Fomos de limousine até onde seria a minha apresentação, seria em um dos estádios de futebol do Reino, estava muito lindo e iluminado por ser noite.
Era de se esperar, estava muito lotado e tinha vários jornalistas e a TV estava pra cobrir aquele evento em primeira mão.
Eu, minha mãe e o Ruggero entramos numa parte dos fundos, onde não tinha nenhum movimento.
Minha mãe foi guiada por um dos guardas pra ficar numa área vip, para sua total segurança.
— Ruggero, será que você poderia abrir o evento cantando com a banda ? — sugeri.
— Se tivesse falado antes, traria a banda, mas se quiser posso fazer uma apresentação solo — falou.
— Tá bom — concordei.
Ruggero pediu para que as pessoas organizassem o palco para ele se apresentar.
Enquanto fui ficar ao lado da minha mãe, percebi que em poucos segundos, ele estava animando as pessoas, era bom ver ele cantando novamente em um palco, parecia que nada havia mudado.
Percebi que o meu pai chegou ao lado dos seus guardas reais, ele fez um sinal para que fossem embora.
Meu pai estava fazendo tudo em total sigilo dos seus guardas, poucas pessoas sabiam do nosso parentesco.
Ele estava com um terno preto que tinha alguns detalhes azul claro brilhante.
— Oie filho — me cumprimentou, eu apenas dei um sorriso forçado — Você está pronto? — perguntou num tom animado.
— Estou sim, pai — menti
— Foi você que mandou ele cantar, né? — perguntou curioso.
— Foi sim — respondi — Achei que seria legal ele inter o público animado até a sua chegada, sei o quão horrível está o trânsito hoje — falei.
— Você que não parece nada animado — Meu pai falou me encarando.
— A verdade é que ainda não gosto dessa ideia e nem queria estar aqui — desabafei.
— Me lembro que me senti assim na época que assumi o reino, me senti da mesma maneira, mas ao longo do tempo tudo irá melhorar — falou tocando no meu ombro.
— Estou cansado de todos ficarem me dizendo a mesma coisa — falei irritado.
Meus pais me encararam com uma expressão surpresa, mas ao mesmo tempo decepcionados.
— Filho, estamos aqui pra lhe ajudar — Minha mãe falou com uma voz calma.
Não queria discutir, então sai pra poder tomar um pouco de ar, como andava meio que sem rumo.
Parei ao sentir que havia esbarrado com alguém, me deparo com um belo par de olhos azuis.
Me surpreendi ao ver que se tratava da Valentina, seus cabelos estavam num tom loiro platinado e usava uma maquiagem bem gótica.
Estava com um vestido branco regata com um decote em formato de V todo rendado, no cumprimento estava extremamente curto com poucas camadas, parecia que tinha sido rasgado.
Me perguntei mentalmente o motivo dela estar ali, mas senti que não era o momento indicado pra isso e resolvi focar no quão linda está.
Fazia poucos dias que não nos viam, mas parecia que foram meses, acho que pelo fato de tanta coisa ter acontecido, tenho essa sensação.
— Valu? — a chamei surpreso.
— Oi,Michael — falou surpresa com um sorriso — Parece que o destino sempre nos faz nos encontrar, né? — falou ironicamente, me dando um forte abraço.
— Parece que sim — falei forçando um sorriso — Mas ultimamente ando odiando essa palavra — revelei.
— Ainda não resolveu as coisas que me contou? — perguntou curiosa.
— Infelizmente não tem jeito e vou aceitá -lo, tentar conciliar com as coisas que amo, assim como me aconselhou — respondi.
— Tenho certeza que você irá conseguir, estou torcendo por você — falou tocando no meu ombro.
— Obrigado de verdade pelo conselho, Valu — agradeci.
— Não precisa agradecer não, sabe que viramos bons amigos — falou sorrindo pra mim.
Na verdade, não a considerava como minha amiga, não a olhava como um, mas tenho certeza que ela percebeu muito bem isso,infelizmente nunca poderei saber o que aconteceria se desse uma chance pra ‘’nós’’.
— Queria ter lhe contado exatamente o que estava acontecendo — falei com um certo receio na voz.
— Então me conte, estou ouvindo — pediu com um sorriso.
Queria contar pra ela que era o Rei, antes que soubesse junto com todos, mas fomos interrompidos com a chegada do mesmo rapaz daquele dia que levei ela e a irmã na sua vila.
Me lembro que ele foi escalado para ser um dos guardas reais da seleção, meu pai fez eu decorar o rosto de todos pra minha segurança.
Estava com os seus cabelos perfeitamente alinhados com gel, usava uma camiseta branca lisa, jaqueta de couro preta, calças jeans num tom escuro e um coturno preto.
Ele retirou a sua jaqueta e colocou nela, ela vestiu sem tirar o olho de mim.
O rapaz apenas acenou pra mim em forma de cumprimento e ficou de frente com ela.
— Valentina, sabe que não pode ficar andando por aí sem a minha companhia — falou a puxando pelo braço delicadamente.
Nem deu tempo da gente ao menos se despedir direito, ela apenas me lançou uma piscadela e seguiu com ele.
Tenho que admitir que senti uma pequena pontada de ciúmes naquele momento, mas de nada adiantaria aquilo, afinal tenho que encontrar a minha garota no meio de 15 e torcer pra tomar a decisão certa.
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