
♛ Chapter 11♛
" Aquela imagem não me sai do pensamento
Foi um selinho mais não paro de pensar
Ah se eu pudesse dar um jeito de voltar o tempo"
— Selinho —Turma do Pagode.
Valentina Zenere
Queria ter beijado o Michael mais intensamente, mas como estou com um plano de conquistar ele, resolvi apenas dar um selinho pra que ele pense em mim.
Ele é um homem rico, tratou eu e a minha irmã como verdadeiras princesas, sinto que ele é ideal pra me casar e me tirar desse maldito lugar.
Retirei os meus sapatos e corri pra ir na frente do Marcos, para poder abrir a porta pra ele.
Abri a porta e acendi a luz, seguimos até o meu quarto, ele deixou a minha irmã na cama.
Retirei os sapatos dela e a cobri, Marcos depositou um beijo na testa dela.
Saímos do meu quarto, indo até o corredor da vila, que era em frente da minha casa.
— Quando você voltou? — perguntei sem o encara-lo.
— Eu voltei faz pouco tempo — respondeu olhando em minha direção — Queria te encontrar, conversar e explicar algumas coisas — falou me deixando surpresa — Senti sua falta, sabia? — me perguntou com um belo sorriso no rosto.
— Eu sei que não lhe mandei nenhuma carta nesses últimos três anos que esteve no colégio militar — falei o encarando meio envergonhada, na real eu não tive nenhum motivo pra não ter feito isso, mas algo em mim queria desprender da antiga eu e sabia que ficar longe dele era o primeiro passo.
— Eu também não mandei cartas, mas isso não significa que parei de pensar em você — falou desviando o olhar para o céu — As circunstâncias foram difíceis, mas agora que estou de volta, quero consertar tudo — falou como se fosse algo simples.
— Não queria aumentar as suas ilusões que iria lhe esperar voltar, como aquelas mulheres de antigamente que esperavam o companheiro no período de guerra — falei indiferente.
— Você nunca precisou esperar por mim, mas agora que estou aqui, estou disposto a lutar por você e provar que posso ser o que você precisa — falou pondo a mão no meu rosto e colocando a mecha atrás da minha orelha — Por favor,me dê essa chance — pediu.
— Eu.. — tentei falar algo, mas não consegui, havia sido completamente pega de surpresa, então ele começou a falar.
— Eu não prometo esperar, mas estou disposta a conversar e ver como as coisas se desenvolvem entre nós novamente — falou.
Pisquei várias vezes tentando similar a situação que estava, não acredito no que ele estava dizendo.
— Amanhã iremos conversar melhor, apesar de tudo que aconteceu, não quero perder a sua amizade— falou acariciando o meu rosto com carinho.
— Claro, amanhã conversamos, também não quero perder sua amizade — falei, retirando a mão dele do meu rosto.
— Percebi que você não usa mais o colar que lhe dei — falou olhando diretamente o meu pescoço.
— Não precisava perceber isso também,né? — falei o encarando — Mas é verdade, deixei de usar o colar, as vezes, é difícil lidar com as lembranças, e aquilo me trazia muitas lembranças suas — respondi desviando o meu olhar novamente.
Havia deixado bem guardado na gaveta do meu quarto, nunca consegui desfazer do seu presente, era a única maneira de me sentir perto dele.
— Já está tarde, melhor você ir dormir — falou ficando sem reação.
Ele se virou pra ir embora, mas me lembrei que precisava agradecer ele.
— Ah, Marcos — o chamei, vendo ele voltar a me encarar — Obrigada pela ajuda com a Valéria — falei rapidamente sem dar a oportunidade pra ele dizer algo, entrei dentro da minha casa.
Ver o Marcos novamente, trouxe à tona todos os antigos sentimentos que eu tinha por ele.
Não tivemos um final digno, me arrependo de não ter ido lhe visitar ou responder às suas inúmeras cartas.
Ele sempre protegeu a mim e a minha irmã, mas no dia que ele foi embora, não consegui me despedir dele por falta de coragem.
Até agora não acredito que dei um selinho no Michael, nunca fui de tomar iniciativa com os homens, sempre deixava eles fazerem isso e ainda me fazia de difícil.
Não sei o porquê fiz isso, nunca sucumbi os meus desejos dessa maneira, parei de pensar neles e fui tirar a minha maquiagem do rosto do água micelar e vesti o meu pijama que era uma regata cropped preto e um short curto branco com estampas de planeta preto.
Precisava tentar dormir, já eram mais de 3 horas da manhã, tinha que tentar descansar, afinal ainda precisava estudar pra tentar entrar na faculdade.
Deitei na minha cama e tentei relaxar a minha mente para dormir.
Michael Ronda
Ela me beijou.
Valentina Zenere acabou de me dar um simples selinho, mas mesmo assim ela conseguiu me deixar sem reação.
Nesse momento estou parado aqui ainda, vendo ela entrar na vila que mora ao lado de um rapaz que carregava sua irmã.
Parei de pensar nisso, fui até o carro dirigindo pra minha casa, por sorte sabia que esse horário a minha mãe estaria dormindo e não teria nenhum interrogatório.
Sei que teria que enfrentar a minha situação, não daria pra fugir pra sempre da minha nova realidade.
Retirei os meus sapatos e fui dormir, pensando na bela loira que havia se tornando dona dos meus pensamentos.
No dia seguinte.....
Acordei ouvindo alguém chamar, ao abrir os olhos me deparo com a minha mãe, que abria as cortinas do meu quarto.
Olho no relógio da minha escrivaninha marcava 10:30 da manhã, percebi que ela não estava tão arrumada quanto costumava estar.
Minha mãe sempre gostou de se vestir elegantemente pra ir em qualquer lugar, até mesmo dentro de casa era difícil não vê-la perfeitamente arrumada.
Ela estava com um coque mal feito, camiseta branca que era enorme, parecia ser um vestido de tão grande e nos pés sua pantufas rosa.
Me sentei na cama com um pouco de dificuldade, ainda estava morrendo de sono.
— O que aconteceu com a senhora? — perguntei surpreso.
— Nada filho — respondeu, se sentando na beira da minha cama — Eu sei que você está chateado pelas atitudes do seu pai, mas ele só quer o melhor pra você e principalmente ao Reino — falou — Ele não quer passar o reino para um dos seus de terceiro grau primos, mas ele sabia que um deles não daria um conta por ser rei de outro lugar e o segundo da linhagem ainda tem 14 anos — revelou.
— Mas, mãe... — quando ia dizer algo fui interrompido por ela.
— Eu conversei com o seu pai, a seleção irá prosseguir do jeito que desejar, mas tem o prazo de pelo menos durar um mês — avisou.
— Mãe, meu problema não é a seleção em si, e sim encontrar ela — falei sem querer.
— Por acaso você está apaixonado por alguém? — perguntou.
— Não, mãe — menti, vendo ela me encarar desconfiada — Me refiro a ela como se fosse a futura mulher da minha vida como tanto dizem — falei tentando convencê-la.
— Filho, você vai encontrar a mulher certa — falou tocando no meu ombro gentilmente — Todas as seleções que aconteceram, encontraram o amor, tenho certeza que a sua não irá ser diferente — falou tentando me confortar.
Valéria Zenere
Acordei era uma hora da tarde, ontem foi um dia incrível, achei que poderia ter sido até um sonho.
Nem me lembro como cheguei no meu quarto, olho para o lado da cama da minha irmã e percebi que ela ainda dormia.
Me aproximo sem fazer tanto barulho, dou um beijinho na testa dela e fui arrumar uma roupa pra tomar um banho.
Abri o guarda roupa pra poder escolher uma roupa pra vestir, optei por uma camiseta preta da Roller Band que ficaria parecido com um vestido em mim e short jeans num tom claro.
Quando fui pegar as minhas roupas íntimas, caiu a carteira da minha irmã com os documentos, uma ideia veio à minha mente.
Inscrever a minha irmã no concurso " Tudo Pela Coroa", quem sabe ela não ganha e finalmente consegue sair daqui como tanto ela desejava.
Peguei os documentos dela colocando na minha bolsa e fui tomar um banho.
Alguns minutos depois....
Tinha terminado o banho, comi somente um pão com manteiga acompanhado de um leite com achocolatado.
Deixei um bilhete pregado na geladeira pra avisar da minha saída.
Resolvi que iria na casa de uma vizinha que tinha um computador, não podia usar o da minha irmã se não ela iria me descobrir.
Eu ia lhe inscrever em segredo para não levar bronca, se caso desse certo tenho certeza que iria me agradecer no final.
Ao ir na casa da minha amiga, percebi que ela não estava, fui andando pelos corredores da vila, até que vi o Marcos, ele estava um pouco diferente do que me lembrava a três anos atrás.
Ele era o namorado da minha irmã na adolescência, pelo o que me lembrava ela tinha 11 anos quando começou a namorar com ele e foi até os 15 anos.
Me lembro que quando era menor ficava no meio deles, segurando ambas as mãos e dizia ser filha deles.
Corri até os braços dele, lhe dando um forte abraço, ele me pegou no colo, me girando no ar.
— Ah, que saudades estava de você, Valéria — falou me colocando no chão e me dando um beijo na bochecha.
— Quando você voltou? — perguntei, quando ele me deixou no chão.
— Ontem a noite — respondeu — Sua irmã não lhe contou? — perguntou curioso.
— Ela ainda não acordou ainda — respondeu.
— Eu te carreguei ontem a noite, você dormiu no carro do cantor Michael — contou. — Não sabia que ela estava namorando com ele — falou com um olhar distante.
— Ele é só um colega da minha irmã — contei, vendo ele me encarou meio desconfiado — Se viu a Clarinha ou a mãe dela? — perguntei, mudando de assunto.
— Não vi elas hoje — respondeu, vendo o encarar decepcionado — Têm algo em que posso lhe ajudar? — perguntou.
— Precisava de um computador para pesquisar um trabalho do colégio — menti.
Por causa da greve dos trabalhadores, as minhas aulas iam acabar um pouco mais tarde esse ano.
— Tenho um tablet na minha casa, poderá usar até a noite, irei me encontrar com a sua irmã — falou enquanto íamos em direção à sua casa.
Ele pegou o tablet e em seguida agradeci indo até a aérea e comecei a inscrever a minha irmã, com a esperança que daria tudo certo.
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