" Eu te quis sem nem saber teu nome
Quis te namorar
Estranho que isso quase me consome
Vim desabafar
Saber que talvez faça minha chance de amar
Ter alguém em minha vida que mereça este ficar"
— Ananda e Donato - Quero Agora.

Valentina Zenere

Fui tomar o meu banho rápido, não podia me dar o luxo de me atrasar.
Não quis lavar os meus cabelos, afinal de madrugada lavei os meus cabelos e agora iria só finalizar eles seco mesmo.

Ao sair do banho, vejo a minha irmã tentando fazer uns cachos no seu cabelo, mas pelo o que vi ela não obteve sucesso.

O cabelo dela é muito liso assim como o meu, então as ondas são difíceis de fazer, mas ver a minha irmã sorrindo tudo valeu a pena.

O look ficou perfeito como imaginei pra ela, estava usando a minha camiseta que parecia ser mais um vestido branca com estampa do rosto do elenco de Gossip Girl.

— Você está ficando tão linda — falei tocando o ombro da minha irmã com carinho — Deixa eu te ajudar com o cabelo — pedi, vendo ela concordar com a cabeça.

Fiz um rabo de cavalo no cabelo dela alto e fiz um babyliss nas pontas do seu cabelo.

— O que achou ? — perguntei.

— Ficou muito lindo — agradeceu olhando no espelho o penteado que acabei de fazer.

— Que bom — falei lhe dando um leve beijo na sua bochecha.

Fui até o nosso guarda roupa, peguei um vestido azul claro com renda e flores bordas espalhadas pelo meu look, optei por calçar um salto preto.

Val apenas fez um delineado gatinho fininho branco e um gloss com glitter colorido.

Fui em direção ao espelho e fiz um sinal pra ela, sair da cadeira.

— Poderia me emprestar o seu celular? —  perguntou.

— Olha se carregou e aí você pode pegar — avisei.

O celular da minha irmã tinha estragado, então de vez em quando, emprestava pra ela atualizar as redes sociais.

Val retirou o meu celular da tomada e começou a tirar suas fotos.

Parei de prestar atenção nela, peguei a minha paleta de sombra da Ruby Rose e optei por uma sombra preta carregada e um batom nude rosado.

Quando terminei de me arrumar, percebi que a Karol havia chegado, ela estava parada na porta do carro nos olhando atentamente.

Ela estava usando um vestido vermelho cheio de glitter e um coturno preto para finalizar.

Seus cabelos estavam soltos naturalmente ondulados, usava uma sombra marrom e um batom claro rosa.

— Oi Karol — Eu e a minha irmã falamos ao mesmo.

— Oi meninas — Karol nos cumprimentou.

— Entra aí, a Valu está terminando de se arrumar já — Minha irmã falou toda animada.

— Estão todas tão lindas — Karol nos elogiou.

— Você está maravilhosa, Karol — eu e a minha irmã falamos ao mesmo tempo.

Terminei de ajeitar o meu cabelo, dei um pequeno volume, usando o babyliss só em algumas mexas.

Finalmente estava pronta, não podia me atrasar ainda mais, se não a minha irmã poderia perder a chance de tirar a foto.

Pelo o que sei, os cantores gostam de tirar fotos antes dos shows para que quando encerrar possam ir embora tranquilamente no final.

— Vamos tirar uma foto juntas? — Val propôs toda animada.

— Sim — Eu e a Karol falamos em perfeito couro.

Por ser mais alta que elas, peguei o celular da mão dela e nós três nos posicionamos para tirar uma selfie.

Me surpreendi que na primeira foto tinha dado certo e ambas estávamos radiantes.

Deixei as coisas pra guardar mais tarde, teríamos que sair agora pra não pegar muito trânsito.

Saímos do quarto e já estávamos em direção à cozinha,vejo a minha mãe se aproximando de nós, percebi que estava de camisola rosa bebê pelo jeito já estava pronta pra ir dormir.

Pelo jeito hoje ela não iria trabalhar no restaurante, porque os donos estavam de luto.

Ela e o meu pai trabalhavam lá praticamente todas as noites, era uma forma deles arrumarem um dinheiro extra pra casa.

— Bom show pra vocês meninas — Minha mãe desejou — Estão todas muito lindas — nós elogiou.

— Cuide bem da Valéria — Minha mãe pediu.

— Ok, mãe — concordei.

Ela não precisava nem pedir isso pra mim, desde que a minha irmã nasceu, eu cuidei dela, eu era uma garotinha de 7 anos de idade e já tinha essa tamanha responsabilidade.

Na época ela teve uma forte depressão pós parto, meu pai ficou com ela no hospital e a mãe do Marcos me ajudava cuidar da minha irmãzinha, na época ela tinha se acidentado no trabalho e não podia trabalhar.

Me lembro perfeitamente que eu e o Marcos saímos pedindo pelas ruas, foi um período muito difícil na minha vida.

Onde não tinha o que comer, por sorte Marcos e a mãe dele cuidavam de nós.

Minha irmã chegou até me chamar de "Mãe" até os seus 8 anos, foram longas sessões pra ela parar de me chamar assim.

— Mãe, ninguém precisa cuidar de mim, já sou bem grandinha — Minha irmã falou num tom irritado, cruzando os braços na altura dos seus seios.

A porta foi aberta e vi que era o meu pai que tinha acabado de chegar, ele estava todo sujo de graxa.

Já eram mais de 7 horas da noite, ele ainda estava com um belo sorriso mesmo estando todo cansado.

— Oi pai — Eu e a minha irmã falamos ao mesmo tempo.

Por ele estar todo sujo, não deu pra ele nos abraçar ou beijar a nossa testa como de costume.

— Olá senhor — Karol o cumprimentou.

— Boa noite meninas — Meu pai nos desejou — Filhas e Karol vocês estão lindas — nós elogiou.

— Obrigada — Nós três falamos ao mesmo tempo.

Meu pai se aproximou da minha mãe dando um beijo leve no rosto.

Nós três nos despedimos deles e saímos, os vizinhos da vila nos observavam e cochichavam, todas as vezes que ela ou a mãe dela vinham, a vizinhança fazia isso.

Edu é um homem negro, terno cinza e um sapato preto.

Ele estava sentado na frente do carro elegante Fiat prata, ele estava fumando o seu cigarro despreocupado.

Entramos no carro da família da Sevilha, era muito espaço e luxuoso, afinal era um dos modelos mais novos.

Karol se sentou no banco da frente e eu e a minha irmã nos sentamos no banco de trás.

— Poderia colocar uma música da Roller Band? — Karol pediu ao seu motorista.

Ele ligou o rádio colocando um pendrive e uma música deles começou a tocar, não sabia o nome, mas me recordo de ter ouvido antes.

Minha irmã vivia colocando as músicas dele no rádio, mas toda vez mandava desligar, afinal sempre estava estudando.

As duas cantavam animadamente a música deles.

Pra mim era uma simples boy band, apesar que não cheguei a ver fotos deles pra dizer se eram bonitos ou não.

Fiquei imaginando como seria viver a vida da Karol, ela sempre estava rodeada de luxo, mas mesmo assim gostava de viver as coisas mais simples.

Percebi que tínhamos chegado no local que seria o show era no parque de exposições, havia três tipos de entrada comum, vip e camarote.

A entrada comum era para todos os plebeus que incluía a pista e a arquibancada, já a vip era somente para a família real e o camarote para as pessoas ricas.

Por sorte o que a minha irmã ganhou era o camarote e não tinha nenhuma fila no momento, então entramos direto.

Foi a primeira vez que ia ficar num camarote, Val ao mostrar o cartão dourado aos seguranças, eles nos encaminharam até o camarim.

Éramos as únicas na fila, assim que saiu duas moças, nós três entramos.

Val soltou um pequeno gritinho de felicidade ao ver um rapaz de pele bronzeada e cabelos e olhos castanhos.

Estava usando uma camiseta social branca com alguns detalhes de pequenos pontinhos pretos, calças jeans num tom claro e um coturno marrom.

— Ruggero — Minha irmã falou toda animada, se aproximando dele e dando um abraço.

Por sorte ele correspondeu o abraço, fico muito feliz por ele não ter desfeito da minha irmã.

Num canto estava a Karol o encarando meio abobada, nunca tinha visto ela assim na frente de um garoto.

Pelo o que me lembro Ruggero era o empresário da banda, mas olho para o lado vendo que eles não estavam.

" Será que chegamos tarde demais? " me perguntei mentalmente.

Ruggero aparentava não ter menos de 20 anos, minha irmã o enchia de perguntas e ele respondia alegremente.

Fui dispersa dos meus pensamentos ao ouvir uma voz rouca sussurrando bem no meu ouvido.

— Nós nos encontramos novamente, meu docinho — sussurrou, automaticamente sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

https://youtu.be/z7tYtX8uFrs

PS: Esse vídeo foi feito por mim, espero que gostem.
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