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Capitulo 3 - Filho da Mãe de sorte

1224 palavras

O final de semana tinha passado voando e a maldita segunda tinha chegado tão depressa que mal tinha conseguido dormir.

Falando assim, até parece que tentei dormir.

A verdade é que meus bocejos incessantes e minha cara de bunda naquela manhã não eram apenas culpa do final de semana corrido. (Mas, por justiça, quero deixar registrado que o cansaço e a total ausência de diversão contribuíram bastante para isso.) O verdadeiro culpado foi meu cérebro sem limites, que achou uma ótima ideia maratonar Once Upon a Time a madrugada inteira. Resultado: zero horas de sono e uma inevitável caminhada até o ponto de ônibus, torcendo para não desmaiar de sono no meio da rua.

Mas só pra me gabar, já que nem tudo são espinhos, serie terminada com sucesso!

Poderia faltar à escola? Poderia. Mas minha mãe estava de folga hoje, e isso tornava a missão impossível. Ela jamais permitiria que eu ficasse em casa sem um motivo válido - e, com certeza, "fiquei acordada assistindo série até o amanhecer" não entrava na sua lista de desculpas aceitáveis. Aos olhos dela, qualquer motivo não relacionado a febre alta, braço quebrado ou apocalipse zumbi era pura irresponsabilidade adolescente.

Então lá estava eu, largada no ponto de ônibus, com o humor oscilando entre um sono esmagador e uma irritação crescente. O ônibus parecia decidido a nunca aparecer, e eu me sentia cada vez mais tentada a simplesmente largar tudo e voltar para casa. Mas, por mais que meu corpo implorasse por uma cama, minha mãe imploraria ainda mais alto - e a bronca que eu levaria não valeria o esforço.

Só me restava rezar para a divindade dos ônibus (caso existisse) e implorar para que o meu viesse vazio, permitindo que eu dormisse até chegar na escola. No entanto, meu desespero pelo sono era tanto que não percebi de imediato a presença de alguém ao meu lado.

Foi só quando ouvi uma voz levemente debochada que me dei conta.

- Então você ainda é uma colegial?

A princípio, a voz não me pareceu familiar. Da última vez, ele sequer tinha falado algo, então não havia como eu reconhecer. Mas bastou um segundo para eu erguer os olhos e encarar aquelas íris de um verde tão escuro que quase puxava para o preto. Foi como se as memórias explodissem na minha mente, me fazendo lembrar dele.

Dessa vez, reparei melhor. Ele era mais alto que eu, o cabelo cacheado um pouco bagunçado, e o sorriso carregava um ar irônico que me fez estreitar os olhos. Vestia uma blusa branca, calças pretas e um coturno já um pouco desgastado. Era desleixado, mas tinha uma boa aparência, o que só me fez arquear a sobrancelha e responder ao seu olhar com um sorrisinho desdenhoso.

Instintivamente, olhei para minhas próprias roupas logo em seguida. Meu uniforme era simples, composto por uma calça vermelha de moletom e uma blusa branca com listras nas mangas. No peito, destacava-se a logo da escola: um triângulo vermelho com os dizeres Escola Domenico Andrade em dourado. Nada de muito impressionante, mas ao menos confortável o suficiente para enfrentar aquele dia infernal.

- Gostaria de não ser. - Respondi brevemente, sem humor. O sono pesava nos meus olhos, e a última coisa que eu queria era conversar. Mas, por alguma razão, as palavras simplesmente escaparam. - O que faz aqui?

Ele arqueou a sobrancelha, um meio sorriso brincando no canto dos lábios.

- É um ponto de ônibus, o que acha que faço aqui?

Devia ter previsto uma resposta assim. Bufei, revirando os olhos, e me arrependi de ter tentado puxar assunto. Se ele queria bancar o engraçadinho, que ficasse ali se divertindo sozinho. Não tinha energia mental para brigar ou ameaça-lo mentalmente de arrancar seus cabelos para vender no centro... Estava exausta e preferi fingir que não ouvi e que não tinha ninguém carrancudo e sem educação do meu lado.

Ficamos assim, parados um ao lado do outro, cercados por um silêncio desconfortável, carregado de palavras que nenhum dos dois parecia disposto a dizer. De vez em quando, eu o encarava de canto de olho e, para minha surpresa, ele fazia o mesmo. Quando nossos olhares se encontravam, eu rapidamente desviava, sentindo um calor idiota subir para o rosto. Que droga. Eu não tinha paciência para esse tipo de coisa antes das oito da manhã.

O tempo parecia se arrastar, mas felizmente não demorou muito para que ele erguesse a mão e sinalizasse um ônibus. Assim que as portas se abriram, ele subiu sem nem olhar para trás, sem despedidas ou qualquer tipo de cerimônia. Nem um aceno, nem um tchauzinho. Nada.

Não que eu me importasse, claro. Estava feliz de finalmente ele ter ido embora.

Ou pelo menos achei que não me importava... até o meu ônibus chegar alguns minutos depois, completamente lotado.

Como pode uma cidade pequena ter um ônibus lotado aquela hora da manhã? Quer dizer, eu estava atrasada, fato... Mas todo mundo também? E ainda por cima indo pro mesmo local da cidade? Gente, nunca pensei que isso era possível.

Eu quis e muito esperar o próximo, mas já ia perder a primeira aula, se esperasse o próximo não iam me deixar entrar e ai já viu né... A minha mãe ia me descascar e eu tinha recém saído de um castigo, não podia entrar em outro. Restava apenas aceitar e suportar o tormento.

Foi impossível não me lembrar de como o ônibus dele estava quase vazio. A inveja bateu forte, me fazendo morder a língua ao passar pela catraca e esbarrar naquele mundaréu de gente. Mal coloquei o pé dentro e já estava sendo esmagada entre mochilas, cotovelos e o cheiro de café misturado com perfume barato. O ar parecia rarefeito, e eu já podia sentir o suor se acumulando na nuca antes mesmo do motorista arrancar.

Ele tinha sorte. E eu? Bem, podemos ver que isso nunca foi o meu forte.

Me equilibrei como pude, segurando no ferro acima da minha cabeça, tentando não tombar para cima de um senhor de terno que já me lançava um olhar irritado. O ônibus arrancou e eu fui junto, quase batendo o rosto no ombro de alguém. Segui viagem espremida entre dois outros adolescentes que falavam alto demais e uma mulher que mascava chiclete no meu ouvido.

Tentei encontrar um canto para encostar e fechar os olhos por um instante, mas era impossível. Cada curva era um novo desafio de sobrevivência, um novo tropeço, uma nova tentativa de manter o equilíbrio.

O cara da livraria provavelmente estava esticado em um banco agora, com os braços cruzados atrás da cabeça, as pernas ocupando dois assentos e o semblante tranquilo, como se tivesse acabado de ganhar na loteria. O ônibus dele devia estar silencioso, fresco, com uma brisa suave entrando pela janela aberta, enquanto ele aproveitava o balanço suave do trajeto, quase como uma rede balançando preguiçosamente ao vento.

Talvez estivesse ouvindo música, batucando os dedos distraidamente no joelho, sem a menor preocupação no mundo. Ou pior: dormindo, sem medo de ser acordado por freadas bruscas ou por uma senhora pedindo licença para passar.

Quando dei por mim, estava pensando demais naquele homem. Balancei a cabeça tentando botar os pensamentos no lugar, antes que me tornasse uma pessoa amarga e invejosa. E mesmo assim, o pensamento de que eu merecia aquele ônibus e ele não, sobrevoava em cima da minha cabeça.

Maldito de sorte aquele.

No fim, tive que me conformar em cochilar na aula de química, tentando não babar no caderno.

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