Passo III - Faça a besteira de olhar pra boca dele.
Amor, nós temos história
E não podemos negar a nossa química Então por que somos tamanho mistério? Vamos nos aprofundar com a nossa conexão
Me dê a sua afeição
Você só é corajoso à luz do luar
Então por que você não fica até o amanhecer?
Seu corpo está tão lindo esta noite
Eu estou achando que é hora de cruzar a linha
Vamos acabar com a amizade
Fazer todas as coisas que imaginamos Por que estamos demorando tanto Vamos acabar com a amizade
Demi Lovato - Ruin the Friendship
♡
Eu não sentia o chão.
Meu coração acho que nem batia mais, ou batia, mas a adrenalina não me permitia sentir nada. Encarei-o sem conseguir processar aquela pergunta. Oi? Estava acontecendo algo ali? Eu estava deixando passar algo?
Que eu saiba estava acontecendo apenas comigo, surtando como uma louca por ele, meu corpo chorando, literalmente, por ele. Latejando como se eu precisasse do seu toque para sobreviver.
— Não... — Minha voz saiu tão fraca que parecia que faziam anos que eu não falava. Dei um pigarro desajeitado, olhando para a mão dele em volta do meu pulso. — Não sei do que... Não sei do que você está falando. — Consegui concluir a sentença. Ele sorriu minimamente de uma forma tão sacana. Caramba, dava para entender perfeitamente porque as garotas imploravam por ele, ligavam o tempo todo, assediavam-no e não o deixavam em paz, ele era mesmo muito bonito e, com essa cara de sacana, só deus sabe das coisas que ele era capaz.
Tudo nele era injustamente bonito. Cada traço e eu sempre soube disso. Enquanto crescíamos, a puberdade fora muito generosa com ele, dando-lhe traços tão perfeitos que pareciam surreais. Para mim, Tae sempre tinha sido um cara bonito, eu só nunca tinha notado como cada traço dele também era extremamente sensual e envolvente. Até a pinta fofa na ponta do nariz dele era sexy quando a segunda vertente dele aparecia. Kim Taehyung e essa maldita dualidade.
Eu estava fodida!
— Sabe... Cenas de sexo só são interessantes de assistir com uma garota se for pra fazer depois... — Novamente falou como se me desejasse um bom dia, só que sua voz grossa atravessava minhas entranhas e me acertava em cheio, amolecendo minhas pernas. Imagina isso ao pé do ouvido? Nossa... — Eu pensei que você tinha entendido o que eu quis dizer com isso — falou. Pisquei confusa.
— Você mudou de canal... — Observei.
— Sim...
— Não sei o que esperava que eu pensasse — rebati, sendo sincera com ele, afinal eu não sabia mesmo o que pensar, tudo nesse momento na minha vida se resumia a uma confusão que tinha o cheiro dele, a aparência dele e o mesmo nome que ele.
— Não consigo assistir a essas cenas com você ao meu lado... — Puxei minha mão para que ele soltasse. Ok, eu tinha entendido agora. Ele queria assistir sozinho? Então eu iria embora e resolveria esse problema rapidinho. — Sem querer reproduzir cada uma dessas cenas com você. — Sua mão não soltou meu punho, pelo contrário, apertou com mais força, fazendo-me soltar um gemido involuntário. Ele afrouxou o aperto percebendo, mas não me soltou. — Eu pensei que você tinha entendido isso...
— Não sei do que você está falando — repeti sem pensar, aliás eu não sabia o que pensar.
Eu não sabia o que pensar.
— Vai fingir que nada aconteceu naquele dia até quando? Eu pensei que... Pensei que a gente ia se resolver sobre o que rolou naquele armário naquele dia — falou e soltou minha mão.
— Eu não lembro direito o que aconteceu naquele dia! — menti. Mas eu lembrava, ôh se lembrava. Ele ficou em pé, sendo muito mais alto que eu, seu corpo muito mais robusto que o meu, aquele calor conhecido que emanava dele e me fazia perder o fio da meada em questão de segundos me invadiu. A sensação de tê-lo tão perto, fazia minhas mãos formigarem.
— Você... — Seu rosto ficou bem próximo do meu, tentei dar um passo para trás, esbarrando na mesinha de cabeceira. Merda. Eu não ia me controlar desse jeito. — Mente muito mal. — Um sorriso brincou no canto dos lábios dele e eu caí na besteira de olhar para a sua boca. Ele, percebendo que eu estava vesga enquanto olhava para os lábios dele, entreabriu-os e eu pude ver sua língua escorregando por entre seus dentes como se me convidasse. Filho da puta!
Ele me conhecia muito bem. Anos de convivência dava nisso.
— Eu lembro — admiti. — Mas achei que não tinha significado nada. — Minha fala foi quase como um choramingo. O cheiro que emanava dele me fazia sentir da mesma forma como me senti dentro do armário do Hoseok e, de repente, o ar-condicionado no máximo não era mais suficiente para aplacar o calor que percorria todo o meu corpo.
Os lábios dele brincando sobre os meus, nós dois meio bêbados, brincando de sete minutos no paraíso. Antes de entrar no armário eu queria que o Jimin tivesse sido o escolhido, mas, depois de dois minutos, eu sequer lembrava quem era Jimin. Tudo passou a ser sobre Kim Taehyung e seu corpo colado no meu, e suas mãos passeando por meu corpo, sua língua tocando o céu da minha boca e me arrancando suspiros e gemidos involuntários. Foi insano, eu nunca senti o que eu senti naquele dia.
Aqueles minutos no armário do Hoseok literalmente foram no paraíso, eu conheci o paraíso chamado Taehyung e a forma como ele era inebriante. Depois que saímos dali e literalmente fingimos que nada tinha acontecido, eu conheci o inferno, o doloroso inferno da ausência dele e do desejo por mais. Passei uma semana nesse inferno doloroso até estar aqui de novo de frente para ele, sentindo todo seu corpo próximo ao meu novamente, mas ainda era dolorido, tudo pulsava pedindo por ele.
— Achou? — perguntou curioso. — E por que você achou isso? — Sua voz era rouca e grave e deixava meus pelos eriçados, a sinergia dele passando para mim e tornando tudo ainda mais difícil.
— Porque somos amigos? — Não era uma resposta porque sinceramente eu apenas achava que não tinha significado nada, porque ele agiu todo esse tempo como se nada tivesse acontecido. Meu amigo se afastou de mim e ligou a luz do quarto, a luz forte doeu um pouco nos meus olhos acostumados com o escuro do quarto.
Kim Taehyung continuou olhando para mim sem dizer nada, sua expressão era indecifrável, ele sabia jogar com expressões e sabia muito bem esconder as coisas quando queria. Então ele cruzou os braços e me encarou, seus cabelos dourados quase cobrindo os olhos que me fitavam misteriosos. Encarei-o de volta, assistindo-o morder o lábio inferior e, juro, eu queria bater nele, porque aquela imagem era perturbadora demais, sexy demais. Tae não tinha direito de fazer isso comigo.
— Vamos arruinar nossa amizade! — Não era uma pergunta. Era uma constatação. Pisquei atônita. — Foi bom enquanto durou, mas eu definitivamente quero cruzar a linha hoje — ele falava calmamente, como conseguia se manter calmo enquanto eu permanecia uma confusão? Meu estômago revirou com milhões de borboletas atônitas com suas palavras.
— O... que...? — Precisava perguntar. Eu tinha de saber se ele estava dizendo o que eu achava que ele mesmo estava dizendo. — O que você quer dizer com isso? — perguntei, por fim.
— Quero dizer que, desde aquele dia no armário, eu apenas constatei aquilo que já sabia, que te queria. E te chamei aqui hoje porque não aguento mais me torturar pensando no que poderíamos fazer ou ser, e sinceramente? Eu só quero fazer o que eu tenho em mente, e tudo envolve você, beijar você, tocar você e... — Engoli em seco, sua voz era sensual, baixa e puta merda! Era recíproco mesmo? — Vai me dizer que você não sentiu também?
Era minha hora de admitir que eu estava subindo pelas paredes por causa dele, mas cadê a coragem? Ele queria mesmo chutar o pau da barraca e fazer a cagada de estragar nossa amizade? Porque eu queria. Muito. Muito mesmo.
Ah, dane-se amizade!
— Senti — falei, por fim. E, no segundo seguinte, suas mãos estavam em volta do meu rosto, obrigando-me a olhar nos olhos dele, que eram tão intensos e misteriosos. De repente, percebi que eu não conhecia esse Kim Taehyung, aqueles olhos nunca olharam para mim daquela forma, nunca tinha visto aquele brilho antes. E, ao mesmo tempo em que era estranho estar diante de um Taehyung que eu não conhecia, era gostoso saber que aquele não era o meu amigo Tae.
— Você sente essa conexão? O que isso significa? — Ele divagava em pensamentos enquanto me encarava. — Eu acho que estou ficando louco...
— Não está não — assegurei. Sabendo que sentia exatamente as mesmas coisas.
— Não? — questinou-me em confusão. Era fato. Isso não devia ser coisa de agora, não tinha como todo esse desejo reprimido ser uma coisa que surgiu do nada, não tinha! Ele estava sempre ali, em todos os momentos da minha vida, lembro que eu morri de raiva porque ele não foi meu par no baile e não foram nem uma nem duas as garotas com quem ele saiu que eu impliquei. Talvez aquela raiva que sentia das garotas fosse, na verdade, ciúmes e a satisfação quando ele dava prioridade para mim em algo fossem, na verdade, sentimentos reprimidos.
Eu estava lá quando ele quebrou o braço e ele estava lá por mim quando meu cachorro morreu, eu dormi no ombro dele naquela noite e eu nunca vou esquecer como aquilo foi um alento para o meu coração. Kim Taehyung fez parte de toda a minha vida e eu fiz parte de toda a vida dele.
A gente tinha uma coisa especial, havia algo ali, eu tinha certeza.
— Não. Talvez aquele momento no armário só tenha servido para despertarmos coisas que sentíamos, mas negamos para nós mesmos. Pelo menos comigo. — Suspirei, olhando em seus olhos negros. — A gente tem uma história e uma conexão absurda... Acho que isso sempre esteve aqui. — Era a verdade, olhei novamente para sua boca, desejando-o com tudo o que eu tinha. Merda, como eu o queria.
Não sei quem tomou a decisão, só sei que, no segundo seguinte, seus lábios estavam sobre os meus, suas mãos apertavam minhas bochechas e o deixava no controle total. Apenas fechei os olhos e deixei que sua língua invadisse minha boca, sendo recebida com calor, enquanto seu corpo se colava ao meu. Eu estava mole em suas mãos, quase em estado líquido, completamente entregue à realização do meu desejo mais ardente, ter seus lábios devorando os meus e, céus!, era bom demais. Como era bom!
Até o hálito dele me deixava excitada, meu corpo todo pegava fogo. Eu ardia por Kim Taehyung.
— Verdade... — Ele disse ofegante de olhos fechados, ao separar seus lábios dos meus. — Eu acho que sempre esteve aqui. — Enquanto falava, seus lábios roçavam nos meus e foi tempo suficiente apenas para que eu suspirasse, pois seus lábios já corriam pelos meus, de novo, com intensidade, paixão, desejo e devolvi com as mesmas emoções. O prazer da reciprocidade.
Simplesmente não podia acreditar em como era bom, quente e real. Melhor, era surreal!
Tae me empurrou totalmente contra a mesinha de canto, encuralando-me, suas mãos desceram do meu rosto e percorreram minhas costas até encontrar minhas nádegas, onde ele apertou possessivamente ainda por cima da saia jeans que eu usava, arfei com o contato, eu estava mesmo prestes a fazer isso? Estava mesmo prestes a arruinar uma amizade de uma vida toda apenas porque não conseguia controlar meu desejo por ele?
Seus lábios trilharam uma linha descendo pelo meu queixo, meu ex-amigo depositou uma mordida ali e eu tombei a cabeça para trás, seus lábios desceram pelo meu pescoço mordendo, chupando, lambendo, causando-me arrepios e uma ardência tão gostosa que eu estava prestes a implorar por mais assim que ele parou. Mas Taehyung parou apenas para dar atenção ao outro lado do meu pescoço, fazendo o mesmo e a ardência de suas mordidas era tão gostosa que eu não conseguia controlar meus gemidos. Minhas mãos agarraram seus ombros buscando apoio. Quando ele voltou a beijar meus lábios foi minha vez de fazer algo que desejei muito, depositei mordidas e chupões em seu pescoço, mas eu sabia que não se comparava ao que ele tinha feito em mim, tentei o meu melhor com a língua, arrancando um gemido grave dele, que me umedeceu toda. Puta merda, que gemido gostoso. Kim Taehyung era todo gostoso. E ele ainda não tinha nem tirado a roupa!
— É isso — ele falou em meu ouvido enquanto eu ainda distribuía mordidas e chupões em seu pescoço. — Vamos logo arruinar essa amizade de uma vez por todas. — Arranquei um rosnado dele quando o mordi com mais força. Sorri satisfeita.
Concordo, eu pensei. Que se dane nossa amizade!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro