24 - Matemática tem sido meu problema.
☆Foi difícil trazer esse capítulo para vcs. Hoje eu não estou em um dia bom... Enfim.. tenham uma boa leitura, aproveitem.
"Cartas na mesa,
Nós dois estamos mostrando corações.
Arriscando tudo, embora seja difícil.
Porque tudo de mim.
Ama tudo de você.
Ama as suas curvas e seus contornos.
Todas as suas imperfeições perfeitas.
Me dê tudo de você.
Eu darei tudo de mim para você.
Você é o meu fim e o meu começo.
Mesmo quando eu perder estarei ganhando.
Porque eu te dou tudo de mim.
E você me dá tudo de você."
John Legend - All of me.
As coisas soaram mais complicadas do que deviam. Eu nunca tinha visto uma semana tão desencontrada como essa, eu estava tendo aulas extras, o Jungkook estava chegando tarde todos os dias, eu saía cedo antes de ele acordar e ele chegava tarde, depois que eu, já vencida pelo cansaço, tinha ido dormir. Dessa forma nossa conversa ia sendo adiada dia após dia.
Meus sentimentos eram uma confusão só, eu me sentia quente só de pensar que ele realmente tinha me beijado e que existia alguma coisa ali, mas sequer tinha a oportunidade de vê-lo acordado, a única coisa boa de tudo isso era que toda noite ele estava vindo dormir na cama comigo, e isso era tão fofo, todas as manhãs quando eu acordava e via ele lá, ao meu lado, o dia ficava automaticamente melhor, qualquer mal humor ia embora com a sua imagem dormindo perfeitamente tranquilo. Ele estava lá, mesmo que estivéssemos tão ausentes na vida um do outro, ele ainda estava lá.
Cansei de contar as vezes em que fiquei apenas deitada ao seu lado olhando para seu lindo rosto, tão jovial, enquanto dormia, eu estava mesmo encantada com ele e sentia tanta vontade de toca-lo, mas até conversarmos e eu entender quais eram os limites desse relacionamento, me limitei apenas em desejar. Eu não sabia se ele estava gostando de mim, ou se me beijou porque tinha bebido, ou se eu forcei o beijo, eu não me lembrava de todos os detalhes, portanto não podia dizer ao certo o que se passava.
Era difícil pra mim imaginar o Jungkook apaixonado por mim, era difícil de imaginar o coração dele tão desregulado como o meu ficava todas as vezes em que nossos olhos se cruzavam. Suspirei tirando mais um gole do meu leite de morango, enquanto o horário do almoço não acabava.
- Olha só se não é a srta. casada. - Uma voz grave e de certa forma familiar soou de detrás de mim. Me virei para encarar Kim Taehyung.
- Não tenho te visto muito por ai. - Falei sorrindo para ele, me sentindo mais a vontade do que realmente deveria com ele.
- Ocupado - ele sentou ao meu lado no banco, o jeito largado dele era extremamente curioso, porque soava como um tipo de charme.
- Eu entendo, essa droga de semana parece que não acaba. - Mesmo sabendo que hoje já era sábado e enfim a semana corrida tinha acabado eu não podia não deixar de reclamar.
- Então... você foi ao encontro dele? - Ele sorriu calorosamente para mim, passando o braço por detrás das minhas costas no encosto do banco.
- Não, mas ele veio naquela noite - falei feliz.
- Ah sem chance! Que romântico! - Debochou.
- Eu descobri que estou apaixonada por ele. - Eu continuava e continuava soltando as coisas para ele sem me preocupar. Taehyung parecia ser uma pessoa de confiança.
- Olha só, que avanço desde a nossa última conversa hum? Mas quer saber? Pelo que eu vi ele deve gostar de você também - soltou.
- Como assim pelo que você viu? - O encarei curiosa.
- Na ópera, eu também estava lá. Yah! Eu realmente gosto de música clássica, eu vi ele enxugando suas lágrimas e depois que você saiu ele não parava de olhar pra porta... - ele pegou a caixinha de leite de morango da minha mão, virou o canudo e tirou um gole da bebida. - Ele parecia preocupado com você.
- Você estava lá... Quer dizer... Você é família rica? - Indaguei de forma descuidada.
- Hum - respondeu. Apesar de ele ter aparência de príncipe, ele parecia uma espécie de príncipe desleixado.
- Por que então ... Você... Anda de metrô? - Minha curiosidade pelo assunto estava maior que que minha vontade de continuar falando sobre o Jungkook nesse momento.
- Porque eu quero viver livremente, fazer as coisas do meu jeito - ele sorriu. - E você devia logo se confessar e acabar com isso, afinal vocês estão casados. - Deu de ombros, fazendo tudo soar tão ridiculamente simples. Eu ri. Não era tão simples assim. Ele se levantou me devolvendo a caixa de leite de morango. - Tenho que voltar. Depois a gente se vê por aí. - Ele me deu as costas dando alguns passos em direção às salas de aula, se virando quando estava a uns 10 metros de distância de mim. - Não se preocupe seu segredo esta a salvo comigo. - O tom da sua voz chamou a atenção de alguns alunos a nossa volta, Ele abriu um enorme sorriso pegando seu rumo de volta.
No final das contas eu tinha ganhado um amigo. Kim Taehyung parecia ser esse tipo de pessoa descomplicada. Diferente do Jungkook, tão complicado. Por Deus!
Às 7 da noite a aula acabou, porém fiquei carregada de atividades extras para levar pra casa, esse período estava me matando e eu estava indo muito mal em matemática, dado a todos os últimos acontecimentos em minha vida, a escola não estava sendo a prioridade que deveria ser, e minha mudança súbita tinha dificultado tudo de forma que eu estava atrasada e agora tinha que correr para acompanhar os outros alunos.
Ao chegar em casa e constatar que novamente o Jungkook não estava lá, joguei minhas coisas na sala, indo tomar um banho, comi um ramyeom rapidamente e espalhei meu material sobre a mesa de centro, eu iria esperar ele chegar, enquanto eu esperava iria fazer as atividades atrasadas, já que não eram poucas.
Me espreguiçei algumas vezes tentado me recompor já que eu estava morrendo de sono já, fui até a cozinha fazer uma xícara de café quando ouvi o família som do elevador chegando. Despejei meu café na xícara e fui ate a sala, onde o Jungkook estava segurando o Aiseu e beijando ele, em uma semana esses dois estavam se apegando muito, que surpresa!
- Oi. - Eu falei, me sentindo extremamente estranha, eu quis tanto ver ele que agora não sabia muito bem o que fazer, o que falar, como agir. Ele sorriu para mim, com o terno na mão e a gravata frouxa, tão bonito que parecia estar em um photoshoot de um k-idol.
- Oi, ocupada? - Ele apontou para os livros soltando o Aiseu. Sorte a dele que podia estar nos braços do Jungkook quando bem entendesse.
- Sim - respondi caminhando vagarosamente até meus livros. Fiquei olhando para ele, meu coração palpitava tão rápido que parecia querer sair pela boca, ah Deus, como eu estava gostando dele!
- Eu vou... Tomar um banho - ele falou vagarosamente, que clima estranho era aquele? Parecia que faziam séculos que não nos víamos e que agora éramos quase dois estranhos. Sentei no chão novamente, me estapeando mentalmente, por que eu não conseguia ser natural? Até parece que eu nunca estive apaixonada antes!
Idiota.
Encarei meus livros sem ver, ótimo, eu nem conseguiria conversar com ele, nem conseguiria me concentrar nas atividades. Eu era uma inútil mesmo!
- Você esta tendo alguma dificuldade? - O Jungkook falou bem ao meu lado, sentando de pernas cruzadas olhando para meus livros. Percebi que tinha ficado tempo demais encarando o vazio dando tempo assim de ele tomar banho. - Está parecendo meio perdida. - Ele sorriu minimamente. Sim, eu estava perdida, sequer lembrava meu nome nesse momento diante desse sorriso lindo e iluminado.
- Matemática tem sido meu problema. - Soltei.
Jeon Jungkook também. Pensei.
- Hum, quer ajuda? - Perguntou. Desvei os olhos dele para conseguir me concentrar.
- Se você puder...
- Eu não sou o melhor em matemática, mas deixe-me ver. O Jin-Hyung é ótimo nisso. - Ele riu analisando meus livros. Deus! Céus! Alguém? Como ele podia ser tão bonito? Chegava a doer em mim, sua figura imóvel sentando de pernas cruzadas no chão analisando meus livros tão concentrado. - Que foi? Quer falar algo? - Ele perguntou sem tirar os olhos do livro, me assustei de imediato ao perceber que eu o encarava sem nem pestanejar. Eu era muito óbvia mesmo. Uma tonta.
Endireitei minha postura, sentido todo meu corpo nervoso, essa era a deixa para eu perguntar o que eu quisesse, mas de repente eu estava oca, tão nervosa que não conseguia pensar em nada. Nada mesmo! Que idiota! Eu continuava e continuava sendo idiota.
- É... - pigarreei.
- Você esta muito calada para quem tinha muito para falar naquela noite hum? - ele me encarou e deve ter visto o pânico em meu rosto, pois ele sorriu. - Não vai dizer que você não lembra! - ele abriu a boca parecendo ofendido. - Yah! Você realmente não lembra?
- Não é assim! Eu só... Gostaria de ter minha memória refrescada, parece tanto tempo já... - Na verdade parecia mesmo.
- Você não lembra mesmo? - ele me encarou sério se virando para mim.
- Claro que eu lembro, você pediu pra Samgyeopsal pra gente comer, eu bebi a primeira garrafa rapidamente, daí a gente começou a conversar... - Minha memória era meio turva nessa parte - Sobre...
- Hya-ah - ele completou.
- Coisas triviais - rebati. - Eu fiquei... Brava?
- Ficou! E...? - Uma espécie de ânsia se de apossou de mim. Eu sabia aonde ele queria chegar. Jeon Jungkook estava me testando.
- Estava chovendo... Estava frio pra caramba - falei.
- É estava frio e...? - a voz dele não era mais que um sussurro enquanto seus olhos prendiam os meus, eu não conseguia sair da hipnose do seu olhar.
- E... Você... - soltei o ar que eu prendia me sentindo desesperada com toda a tensão que existia entre nós nesse momento.
- Eu...? - Insitou. - Te beijei? - perguntou, arregalei os olhos não esperando que ele falasse assim tão despreocupadamente sobre isso.
- Por quê? Você... Me beijou? - perguntei. Não sei se isso era a melhor coisa para dizer nesse momento, mas era o que eu queria realmente dizer.
- Vamos dizer que eu queria. - Respondeu apoiando as mãos atrás do corpo e relaxando a postura. Olhando por um segundo para o teto, mordendo o lábio inferior antes de me encarar de novo.
- Se você responder assim eu vou entender tudo errado - alertei.
- E se eu quiser que você entenda errado? - Ele se inclinou em minha direção, ficando bem próximo a mim mesmo.
- Eu... Eu... Eu vou achar que você... - As palavras não queriam sair simplesmente porque eu não achava possível ele estar gostando de mim. - Eu vou achar que você está gostando de mim.
- E se eu quiser que você ache isso? - arqueou uma sobrancelha.
- Você quer? - Soltei. - Que eu pense assim?
- Talvez eu queira, talvez eu queira que você pense isso e talvez eu queira que você acredite nisso. Eu talvez até queria que voce saiba que eu estou louco pra beijar você de novo... - Ele invadia minha alma através daqueles olhos negros e minha mente não acompanhava o que os meus ouvidos ouviam.
- Jeon Jungkook... - soltei.
- Eu talvez até mesmo goste do jeito que voce fala o meu nome - ele sorriu ladino terminando de destruir minha sanidade. O idiota sabia que me atingia, estava na cara que ele sabia e fazia aquilo de propósito, sorria daquela forma injusta de propósito só pra me ver sofrer. Porque ele sabia que eu estava gostando dele. - Talvez... Eu goste mesmo de saber que você de alguma forma é afetada por mim. - Ele sussurrou próximo ao meu ouvido confirmando minhas suspeitas, seu hálito quente me fez estremecer.
Seus olhos saíram dos meus e foram direto para a minha boca, deixando claro o que ele queria, meu coração estava a mil, minha respiração tão descompassada que com um olhada rápida podia-se ver meu peito subindo e descendo rapidamente, os efeitos colaterais Jeon Jungkook em mim eram mortais, mas eu estava gostando, o rosto dele se aproximou minimanente do meu criando aquela expectativa, minha cabeça estava uma bagunça de pensamentos, mas eu ignorei tudo e fechei os olhos. Sim eu estava dando a ele permissão para naquele momento me beijar e se havia algum resquício de dúvida entre nós iria ser sanado nesse exato momento, assim que seus lábios tocassem os meus.
A aproximação dele era dolorosamente lenta, talvez ele próprio estivesse se divertindo me vendo tão entregue de olhos fechados, apenas esperando seus lábios encostarem nos meus, mas eu não podia abrir os olhos para ver, ia ser estranho se agora eu abrisse, então resolvi esperar o tempo dele. Não devia mais ser tão longo porque agora eu podia sentir a sua respiração, perto da minha bochecha. Cerrei mais os olhos em expectativa.
Eu podia ouvir a respiração pesada dele também, saindo pelas narinas, o que me gerava mais ânsia. Quando eu finalmente pensei que o momento chegaria o celular dele tocou. E era o toque conhecido por nós dois, era o avô dele. Ele suspirou pesado.
- Preciso atender. - Se justificou de forma lamuriosa e eu abri os olhos, o rosto dele tão bonito permanecia á centímetros do meu. - Eu realmente preciso atender. - Soava como um pedido de desculpas. Tudo bem, o avô dele era um velho doente e eu tinha que entender. Passei a mão no cabelo enquanto ele pegava o celular para atender. - Alô, vô? - uma pequena pausa e ele encarava sério o nada, de repente ele se levantou, me assustando. - Quê? Aish... - Ele quase gritou, fiquei em pé também o encarando cheio de expectativa. - Tudo bem, eu... Tudo bem, vou para lá agora mesmo! Tá! Eu entendi - ele encerrou a ligação - Ah! - soltou em forma de desabafo.
- O que... O que houve? - Perguntei à ele, enquanto o mesmo massageava o cenho de olhos fechados.
- Parece que houve um roubo na empresa... Não sei direito o que aconteceu, mas eu preciso ir. - Ele me encarou sério. Acenti com a cabeça.
- Não é perigoso? - Bens materiais não importavam, apenas a sua vida me preocupava.
- Não a polícia já está lá. - Ele catou a chave do carro. Enfiando o celular no bolso do jeans que usava. O encarei ansiosa sem saber o que fazer para ajudar. Há um segundo tudo estava indo bem e agora tudo era caos.
- Toma cuidado - eu falei quando ele terminou de catar as coisas que precisava. Ele veio a passos largos e se colocou bem em minha frente.
- Tudo bem, eu vou e... Mando notícias hum? - Ele era tão mais alto que eu e sua figura, tão próximo a mim, soava tão protetora. Ergui meus olhos para olhar para seu rosto. Suas mãos grandes vieram de encontro ao meu rosto e antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa para falar ou fazer, os lábios dele encontraram os meus.
Seu toque sutil e delicado, era carregado de sensações, era como se fogos de artifícios explodissem dentro de mim ao mesmo tempo em que uma sinfonia sem harmonia tocava, fechei os olhos e deixei que nossas bocas se conversassem , fazendo algo que certamente almejavamos há algum tempo. Jeon Jungkook também gostava de mim, se preocupava comigo e estava deixando claro que definitivamente o que tinha passado, tinha passado, que agora poderíamos começar algo novo aqui. Pousei minhas mãos em sua cintura agarrando a blusa dele enquanto seus lábios macios se movimentavam sobre os meus.
Cedo demais, para o meu gosto, ele encerrou o beijo, deixando um pequeno selar, com suas mãos ainda em meu rosto.
- Não se preocupe hum? Não deve ser nada demais. - Ele manteve meu rosto ali, preso em suas mãos, segurando seu olhar no meu, sua voz grossa e rouca soava tão confiante, me fazendo sentir como se eu pudesse simplesmente acreditar em tudo o que ele dizia. Eu concordei. Ele soltou meu rosto e segurou minha mão, me dando um sorriso ladino de tirar o fôlego, antes de sair e entrar no elevador.
Fiquei encarando a porta de ferro do elevador, levei minha mão ao peito, me sentindo tão feliz e tão assustada ao mesmo tempo, Jeon Jungkook realmente gostava de mim! Não parecia real, mas era. Eu me sentia como se em meio a um dia nublado o sol tivesse resolvido aparecer, agora era torcer para que as nuvens escuras não ofuscassem esse sol que me trazia calor e vontade de viver intensamente de novo.
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