23 - Um lindo sonho
☆Oie, com muito custo eu consegui finalizar a revisão do capítulo de hoje. Hehehehe. Não deixem de votar por favor, é importante para mim. Tenham uma boa leitura amores.
"Apenas não desista,
Estou me esforçando.
Por favor, não desista,
Não vou te decepcionar.
Fiquei confuso, preciso de um segundo para respirar.
Só continue se aproximando.
Ei, o que você quer de mim?
O que você quer de mim?
Encarei o teto após abrir os olhos."
Adam Lambert - Whataya Want From Me.
Eu tinha tido um lindo sonho, um lindo e perturbadoramente real, sonho. O tipo de sonho que você deseja desesperadamente sonhar de novo após acordar. O tipo de sonho que poderia durar para sempre que eu não ia reclamar.
- Foi tão real - falei pra mim mesma sentando na cama, minha cabeça girou doendo. Me joguei na cama de novo. Deve ter sido a bebida, eu sequer me lembrava como tinha vindo parar na cama, não tinha como ter sido real. Fechei meus olhos tentando organizar meus pensamentos.
Foi real demais. Eu era capaz de inventar tal coisa sozinha? Quer dizer eu já tinha tido um baita sonho real com ele, mas... Eu não me lembrava direito do que tinha acontecido e em que momento em perdi o controle sobre minhas ações. Levei meus dedos até meus lábios. A sensação dos lábios do Jungkook sobre os meus era quente, quase como se eu pudesse sentir agora, sua lingua tímida invadindo minha boca, suas mãos grandes em meu rosto, a chuva doce entre nossos lábios...
Eu tinha inventado mesmo Isso?
Eu tinha que ter inventado, porque se não fosse um sonho então o Jungkook teria me beijado de verdade e precisaria de uma explicação para isso e eu não tinha uma explicação para isso! Ele não me beijaria, não mesmo! Ok, era oficial, tinha sido um sonho.
Convencida de que era um sonho levantei da cama, só então me lembrando do Aiseu, será que o Jungkook tinha visto ele ontem a noite?
- Aiseu-ah? - O chamei assobiando e logo ele apareceu. - Aí esta você. Dormiu bem Hum? - sentei no chão passando a mão nos pêlos endurecidos do cachorro, não tinha sido uma boa ideia lava-Los com shampoo natural. - Você já conheceu seu papai? - definitivamente eu teria que leva-lo em um petshop para um banho e tosa adequados e dignos.
Mas antes de fazer tal coisas tive que limpar as surpresinhas que o Aiseu tinha espalhado pela casa, mas não achei ruim, fazia parte da vida de um dono de animal limpar as surpresinhas no meio da casa. Limpei tudo, descartei adequadamente o lixo, tomei um banho e sentei para comer uma tigela de cereal com leite.
Enquanto eu mastigava minha comida, me sentia incomodada, meu coração batia tão rápido e meu estômago se revirava naquela ansiedade já conhecida. Tinha sido um sonho tão real, será que era efeito do álcool? Eu não conhecia os efeitos do álcool no meu corpo, portanto estava muito confusa sobre tudo.
Fui até o escritório atrás de uma caneta para escrever as recomendações para o petshop que viria buscar o Aiseu para um banho, verificação médica e afins, abri a primeira gaveta do enorme móvel de mogno que o Jungkook tinha no escritório, aquela coisa devia ser velha, porque nem combinava com o resto da casa com decoração contemporânea, revirei alguns papéis sem achar uma caneta, abri a segunda me deparando imediatamente com a foto que tinha sumido, o Polaroid do beijo que o Jin tinha feita a gente dar. Sentei na cadeira escura encarando a foto.
O que aquela foto fazia ali no meio das coisas do Jungkook? Peguei a caneta que eu precisava e escrevi as anotações para o petshop. Assim que levaram o Aiseu me joguei no sofá encarando a foto que eu tinha achado nas coisas do Jungkook, o que aquilo significava? Tinha alguma chance de...
- Hey, impossível - falei para mim mesma. - Totalmente impossível. - Sim, a ideia do próprio Jungkook ter guardado aquilo ali era perturbadora e não soava real, quer dizer, por que ele manteria uma foto nossa nas coisas dele? Eu sabia o porque que eu mantinha a nossa foto nas minhas coisas, mas ele? Não... Não podiam ser pelos mesmos motivos, não tinha como. Não mesmo.
Podia ter sido o avô dele, apesar de desde o infarto ele mal estar aparecendo aqui, ele vinha vez ou outra e talvez tenha colocado a foto lá em uma tentativa de fazer o Jungkook gostar de mim, bom as tentativas do velho estavam funcionando comigo, mas com o ex Mr. Picolé supremo?
Levei minha mão à boca lembrando de algo da noite passada! As lembranças me enchendo a mente... Eu gritei com o Jungkook, chamei ele Mr. Picolé em voz alta, ah não! Não acredito que eu fiz isso? Aish que vergonha! Agora sim eu tinha certeza que ele não tinha me beijado, como me beijaria depois de eu ter apelidado ele em voz alta? Ah Eun Bin parabéns! Você é a melhor! Joguei meu corpo no sofá chutando o ar com as pernas, chateada demais com toda essa situação. Droga. Eu queria tanto que fosse real! Agora minhas chances tinham se esgostado.
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Passei o restante do meu sábado e toda a manhã do domingo chateada com essa história do beijo, eu queria tanto que fosse real e apesar de já ter me convencido que era um sonho, as sensações não saiam mim. As imagens do Jungkook me beijando continuavam e continuavam me atormentando como mariposas nas lanternas, insistentes, mesmo sabendo que era idiotice. Que raios de sonho ficava cravado na sua memória dessa forma?
Passei o domingo pesquisando truques para ensinar o Aiseu, o Jungkook chegava hoje e veria ele, e apesar do Aiseu ser a coisa mais fofa do universo, depois de um banho descente, eu tive medo do Jungkook vetar ele, eu já estava apegada! Ele era lindo e esperto, parecia o pai. Levei minha mão à boca reprimindo o riso bobo que se formava em meu rosto, Aiseu era meu filho com o Jungkook, mesmo se ele não quisesse ter um filho.
Quando o crepúsculo iluminava toda a casa, deixando-a com tons alaranjados o sinal do elevador soou, corri para a sala e me joguei no sofá ligando a TV, tentando parecer o mais natural possível, mesmo meu coração estando a mil com a possibilidade de enfim ver seu rosto novamente e todos os detalhes que eu realmente gostava. Coloquei o Aiseu ao meu lado no sofá, queria que parecesse que ele sempre esteve ali.
O Jungkook passou pelas portas do elevador, usando uma jaqueta de couro preta que o deixava absurdamente bonito, tentei controlar minha respiração, tentando desesperadamente soar calma, ele parou em pé aonde estava e me encarou, sentada aonde eu estava o encarei de volta, não entendendo muito bem o que aquilo significava, um mínimo sorriso brotou em seus lábios, daí eu que já era um caos perto dele, me transformei em tormenta... Meu Deus como podia ser tão lindo? Como eu não tinha notado antes o quão lindo ele era?
- Ah... - resolvi falar - Você chegou? - Minha voz saiu mais tímida do que eu queria. Ele deu dois passos em minha direção e parou, suas sobrancelhas praticamente unidas, foi então que eu vi que o Aiseu tinha pulado do sofá e corria na direção dele. Congelei.
- O que...? - ele respirou. - Sua mãe que deu? - sua expressão relaxou e para minha surpresa ele se abaixou e fez um carinho no pequeno filhote de poodle, sorrindo para o cachorrinho. Me levantei e fui até eles colocando o Aiseu no braço.
- Não - respondi.
- Então... quem...? - ele inclinou rapidamente a cabeça tentando entender. Sua imagem tão próximo a mim me fez perder a fala por alguns segundos, fui tomada por uma saudade sem nome e uma vontade enorme de abraça-lo.
- Eu... Achei ele na Rua! - Eu não ia mentir, não tinha motivos para isso.
- Na Rua? Quando você saiu? - questionou quase como se eu fosse uma prisioneira.
- Na verdade não foi bem na rua... - me afastei dele indo sentar no sofá de novo com o Aiseu no braço, eu precisava manter o foco e sentindo o seu perfume eu não estava conseguindo. - Foi na estação de metrô, ele estava com frio, com fome e chorando...
- Metrô? - me interrompeu. - Quando você andou de metrô?
- No dia do meu aniversário - respondi calmamente.
- Sozinha? - ele soava quase desesperado.
- Não, com o Kim Taehyung - ele agora parecia bravo, soltou uma lufada de ar em forma de riso levando as mãos a cintura.
- Quem no mundo é Kim Taehyung? - questionou parecendo realmente bravo.
- Meu... colega de classe... - os questionamentos dele soavam como se eu tivesse feito algo realmente horrível.
- Pera... Por que você estava por aí andando de metrô com um desconhecido no dia do seu aniversário?
- O motorista ligou dizendo que o carro tinha dado problema que ele estava preso no trânsito, me pediu para pegar um táxi, mas o Taehyung me chamou pra voltar de metrô e eu aceitei e se não fosse por isso eu não teria achado o Aiseu-ah...
- Quem? - Questionou-me. Eu apontei pro cachorro.
- Aiseu... É o nome dele...
-Que nome estranho pra se... - ele balançou a cabeça - Não importa. O que importa aqui é que eu pedi mais de uma vez pra você não andar sozinha por ai que podia ser perigoso Eun Bin-ah. - Meu meu nome sendo proferido por ele soava tão bonito, mesmo que agora ele parecesse bem chateado comigo.
- Mas não aconteceu nada - aleguei.
- Mas podia ter acontecido - sibilou.
- Mas não aconteceu - assegurei.
- Você não entende! - Ele respirou fundo soltando o ar. - Você realmente não parece entender meus alertas! O que eu vou fazer com você? - Me questionou. Eu deveria estar arrependida de ter ignorado os alertas dele? Se eu não tivesse feito isso não teria encontrado o Aiseu.
- Não sei o que dizer - respondi, não era assim que eu queria que as coisas entre a gente tivessem sido depois de ele chegar de viajem, após uma semana sem nos vermos, apenas com uma pequena excessão para sexta a noite. Me senti triste, eu não queria chatea-lo, queria oferecer algo para ele comer, sugerir que assistissemos a um filme, queria ficar perto dele, perguntar como tinha sido a viajem, porque não tive oportunidade de fazer antes, mas todos meus anseios foram jogados fora no momento em que percebi que ele estava realmente bravo comigo, ali não haveria brecha pra nenhuma das minhas idéias.
- Você é inacreditável - ele pegou a sua mala e saiu marchando a passos pesados rumo ao quarto, estremeci o corpo ao ouvir o ruido da porta sendo fechada com força.
É ele estava bravo.
Definitivamente esse Jungkook nunca teria me beijado, portanto a hipótese de ter sido real estava mais do que descartada.
- Aiseu-ah - abracei meu cachorro querendo chorar, eu não queria brigar com ele, eu só queria... Respirei fundo tentando conter as lágrimas, a melhor forma de resolver isso seria tentando concertar o estrago e o clima estranho. Fui para a cozinha fazer o que inicialmente eu tinha pensado, não costumávamos comer comida feita em casa, mesmo a ahjumma sempre deixando algo na geladeira para a gente comer e as refeições quase nunca fazíamos juntos também, eu queria desesperadamente mudar isso, primeiro porque queria um motivo para estar mais tempo com ele, segundo porque eu queria mesmo não precisar comer sozinha sempre.
Fritei uma cavalinha, fiz arroz na panela de arroz, que era mais gostoso, esquentei o caldo de lula que tinha na geladeira e coloquei o kimchi em uma vasilha junto com os demais acompanhamentos. Eu não era expert na cozinha, mas sabia me virar já que minha mãe era péssima com isso e nas folgas das funcionárias se não quiséssemos morrer de fome eu tinha que fazer ou tínhamos que pedir. O Jungkook demorou a sair do quarto, comecei a pensar que ele queria me evitar depois de ter ficado bravo, mas quando me preparei para ir enfrentar a fera e chama-lo para comer, ele apareceu na cozinha, usando seus habituais moletons cinzas e uma blusa branca, com uma das mãos no bolso.
Ele olhou para a comida na mesa e depois para mim, tornando a olhar para a comida na mesa.
- O que...? - começou a falar, mas eu o interrompi.
- Já comeu? Fiz pra gente, porque eu estava com fome e pensei que você talvez... - Eu não precisava deixar 100% claro que tinha feito pra ele, precisava? Quer dizer, deu pra entender.
- Desde quando cozinha? - ele perguntou ainda parado no mesmo lugar.
- Ah, eu não cozinho - enfatizei a última palavra - Mas sei me virar na cozinha. - Ele deu de ombros sentando na cadeira de frente para a que eu iria sentar. Ok, ele ainda estava bravo. Ele serviu um pouco de arroz para si e levou a boca, parando por um segundo e em seguida voltando a mastigar, seus olhos que estava focados na comida vagarosamente subiram até mim, que o encarava ansiosa. Eu queria saber se estava bom, mas não me atrevia a perguntar, preferi pegar uma colherada eu mesma e experimentar.
Não era a comida de um chefe de cozinha profissional, mas... Era comestível. Comemos a maior parte do tempo em silêncio, vez ou outra meus olhos iam de encontro a ele que comia com vontade a comida, eu tinha feito muito porque sabia que ele costumava comer bem. Ele era bonito até mesmo comendo, seus cabelos castanhos lisos caiam sobre a testa até a altura dos olhos e suas pintinhas o davam um charme único, principalmente a de debaixo do lábio inferior.
- Eu sinto... - falamos ao mesmo tempo, eu ri. Isso sempre acontecia, a gente sempre falava ao mesmo tempo. Gesticulei com a mão para que ele falasse.
- Fala você primeiro - ele disse limpando o canto da boca com o polegar de uma forma tão sensual que parecia de propósito, desviei os olhos para conseguir manter uma linha de raciocínio. Ele me atingia de tantas formas. Era injusto.
- Eu sinto muito... Se eu te deixei chateado, eu não pensei em nada, eu só estava chateada e quis sair um pouco. Essa casa pode ser muito sufocante sabia? - Era verdade, eu não estava pedindo desculpas pelo que fiz, mas estava pedindo desculpas pela forma como ele ficou, já que eu não queria que ele ficasse chateado comigo. Ele me encarou por um momento pousando o jeotgarak sobre a mesa.
- Eu fiquei realmente chateado - afirmou - Mas eu não queria parecer tão rude, por isso eu... - aparentemente ele tinha muita dificuldade de se desculpar e externar seus pensamentos, por isso mesmo que ele se transformava em uma incógnita muito maior para mim.
- Tudo bem. E quanto ao Aiseu eu não pretendo leva-lo para lugar nenhum... - assegurei.
- Eu não ia pedir para você fazer isso - falou me surpreendendo. - Eu gosto de cachorros, só nunca tive a oportunidade de ter um e talvez ele seja uma boa companhia para você. - O Jungkook tinha tantas formas de me surpreender, ele era mesmo um mistério. - E sobre a conversa que eu te prometi a gente pode tê-la outro dia? Eu estou realmente cansado. - Pisquei sem entender. Conversa, que conversa? Do que ele estava falando? Arregalei os olhos lembrando do sonho, não tinha sido sonho? Sem chance!
Porque no sonho ele falava que em casa a gente conversava, não tinha como o Jungkook saber do meu sonho a menos que tenha sido real.
Talvez morrer fosse mesmo assim congelar e não conseguir ter nenhuma reação, porque era assim que eu estava, congelada e sem nenhuma reação, meu Deus! Tinha sido real, ele tinha mesmo me beijado? Não era um sonho? Uma ilusão? Uma miragem no deserto? Um olograma? Ele tinha mesmo me beijado.
- Tudo bem pra você? - ele perguntou me tirando do meu frenesi de pensamentos. Acenti com a cabeça confirmando que sim, tudo bem, mas na verdade nada estava bem, desde de que eu não conseguia digerir aquela informação, Deus eu precisava me lembrar dos detalhes! Urgentemente.
Ele apenas levantou do seu acento e saiu da cozinha, me deixando sozinha e aturdida. Milhares de questionamentos surgindo na minha cabeça, se ele tinha me beijado e tinha prometido uma conversa isso significava que tinha uma explicação e nesse momento eu precisava muito dessa explicação, porque se ele estava gostando de mim como eu estava dele... Levei minha mão ao peito.
- Impossível... - falei. Ele não pode estar gostando de mim da mesma forma como eu estou gostando dele. Será? Joguei minha cabeça pra trás certa de que agora eu precisava muito dessa conversa.
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