20 - Garota mais bipolar eu nunca tinha visto.
☆ Um esclarecimento rápido aqui. Não tem dia certo pra postar Pdd ok? Eu vou postar quando der pq estou trabalhando muito e nem sempre tenho tempo de revisar, tenham paciência que vai dar certo!!! Obrigada pelas mais de 6k de views, eu tô bem feliz mesmo e mais de 1k de votos!!! Por favor votem muuuito em PdD ajuda muito mesmo. Obrigada pelo carinho. Essa cap é muito especial, apreciem sem moderação!! Boa leitura.
"Estou me arrastando e você me está me dispensando.
Estou com a cabeça a mil, sem brincadeira.
Não posso te forçar a nada.
O que está se passando nessa mente linda?
Estou passando pelo seu mágico mistério.
E estou tão confuso que não sei o que me atingiu.
Mas eu vou ficar bem.
Minha cabeça está embaixo da água. Mas estou respirando bem.
Você é louca e eu estou fora de controle."
John Legend - All of Me.
Minha mente era um emaranhado.
Há três longas semanas minha mente era uma confusão total.
Eu não sabia em que ponto eu tinha perdido o controle de mim mesmo, mas estava certo do momento em que isso aconteceu. Mesmo agora encarando a apresentação frente a mim com todos aqueles gráficos que precisavam da minha total atenção, eu não conseguia forcar.
Merda Jeon Jungkook! Foca cara! Foca!
Pisquei esfregando os olhos em seguida, coloquei meus óculos para enxergar melhor o que se passava na apresentação á minha frente, um dos futuros sócios da nossa empresa falava coisas, que para mim soavam desconexas de todo o resto, olhei para a boca dele tentando entender o que ele dizia, meu chinês não era muito bom e o tradutor falando simultaneamente não estava me ajudando.
Eu não era o maior fã de café do planeta terra, mas um gole agora ajudaria a focar, eu tinha certeza, tirei um gole do cafe que estava a minha frente e que pertencia ao Jin-Hyung, um arrepio percorreu minha espinha, eca! Estava gelado, como o Jin-hyung bebia aquilo?!
Tamborilei meu pé no chão impaciente, por que essa pessoa não parava de falar? E esse ainda era apenas o primeiro dia de muitos em Hong Kong, já estava me sentindo impaciente, querendo desesperadamente sair dali. Bati a caneta em cima da mesa entre meus dedos, ajeitei minimamente minha gravata que estava apertando meu pomo de Adão e nada dessa pessoa parar de falar.
Quando enfim as luzes da sala acederam anunciando que a primeira reunião em Hong Kong tinha chegado ao fim, eu me levantei, esticando minhas pernas, me sentindo exausto pela viajem demorada e por todo o resto.
É.
Tinha todo o resto.
Tentei não ser o primeiro a sair da sala, mas eu queria mesmo era correr dali, deixei meu avô conversando com alguns diretores e sai de fininho, eu precisava respirar, estava me sentindo sufocado. Fui ate o banheiro afrouxei de vez a gravata e joguei um pouco de água no meu rosto, fazendo assim com que alguns fios do meu cabelo ficassem molhados. Sequei meu rosto e me escorei de costas na pia.
Cara! Eu estava me sentindo sufocado demais! Não só pela pressão que estava passando na empresa, mas também pela minha pressão pessoal. Minha mente idiota insistia em levar meus pensamentos de volta para Seoul, todas as vezes em que eu tentava focar em algo que não fosse ela. Mas, aparentemente até as coisas mais bobas estavam voltando em minha memória como se eu precisasse por obrigatoriedade lembrar de tudo. Tudo o que vivemos ate aqui.
O dia em que eu a vi pela primeira vez no restaurante junto ao meu avô, o dia em que ela me chamou para conversarmos no café sobre o que não fazermos no casamento e até mesmo sua imagem vindo até o altar vestida de noiva, nenhum de nós dois ali queria aquilo, mas mesmo assim aconteceu. Nós dois nos casamos.
Até mesmo a forma como eu me senti naquele dia voltava em minha memória, tão vivido como se eu estivesse lá, foi uma invasão súbita, de repente ela estava lá, em um dia eu era um cara e em outro o mundo todo tinha mudado e agora eu tinha uma esposa, uma respondabilidade a mais, uma garota invasiva, curiosa e aparentemente deprimida, que andava sempre pelos cantos parecendo triste e tudo o que eu pude fazer por ela foi lhe dar espaço, eu não sabia como agir, o que falar, o que fazer. Ser natural? Como eu seria natural com alguém de quem eu sabia tão pouco?
Tudo o que eu sabia sobre ela até aquele dia provinha de um relatório detalhado sobre sua vida particular, que eu tinha recebido antes do casamento, uma espécie de consolo por estar me casando com uma jovem, que era boa filha e boa aluna e que vinha de boa família.
Eu ri.
Percebi que nenhuma daquelas informações naquele momento serviram, havia um abismo entre nós dois nos primeiros dias. E mesmo que eu quisesse diminuir o abismo, percebia que ela só abria distância mais e mais.
Eun Bin foi um problema para mim.
Eu ri de novo. Ela ainda era um problema para mim. Continuava e continuava me colocando em situações desconhecidas e incômodas, continuava e continuava se colocando em perigos bobos e se machucando, fazendo com que eu me sentisse incapacitado. Até o ponto em que ela despertou em mim o sentimento da proteção.
Esse dia estava claro na minha mente, o dia em que ela chorou, o dia em que descobri sobre o namorado que ela tanto gostava. Eu só queria resolver aquele problema, mas ela continuava chorando e eu não sabia o que fazer. Eu realmente fiquei com raiva dela naquele dia. Eu quis brigar, coisa que naturalmente não era de mim, mas ela me fazia sentir essas coisas, coisas que eu nunca senti antes. E ser chantageado me deixou furioso, mas suas lágrimas falando que amava o namorado fizeram eu me sentir um monstro. Ela tinha sido obrigada! Ela era tão vitima quanto eu.
Já não bastasse todos meus problemas, eu ainda tive que ver ela triste por isso. Deixei nas mãos dela, resolvi confiar que a inteligente aluna seria capaz de resolver seus problemas pessoais, eu senti que não precisava me envolver, afinal era espaço que ela queria, então era espaço que eu daria. A julgar pela quietude dos dias seguintes, aparentemente ela tinha se resolvido com o tal cara.
- Jungkook-ah - o Jin-Hyung apareceu de repente no banheiro me assustando. - Estão te procurando. O que esta fazendo aqui? - respirei fundo antes de falar.
- Estou com um pouco de dor de cabeça - sorri minimamente me voltando para o espelho para ajeitar minha gravata. - Só estava parando por um segundo para descansar.
- Você descansa enquanto estiver comendo, vem - ele me puxou pelo braço para for do banheiro para que pudéssemos nos juntar aos demais, já estava de noite e tinhamos um jantar importante.
Todo mundo comia e conversava sobre negócios, rindo enquanto bebiam saquê importado. Meu objetivo ali era simples, comer. Estava cansado de falar de negócios e planos para o futuro. Não conseguia pensar adiante quando apenas as imagens do passado continuavam voltando. E as sensações estranhas de reviver mentalmente cada coisa que passei por causa dela.
Coloquei um pedaço de atum grande na boca para reprimir o riso sem motivo, devido a minha lembrança mais recente. Eun Bin sempre me colocando em enrascadas, me fazendo comprar absorventes! Meu Deus, quando a moça do caixa me viu segurando o pacote eu quis sumir. Soltar aquilo e sair dali, contratar alguem só para o serviço, se ser marido era ter que fazer aquele tipo de coisa, definitivamente eu não servia para ser marido. Tinha coisa mais intima?
Tinha!
Chegar no quarto e vê-la com um enorme mancha de sangue na parte debaixo da roupa! Ah! Naquele momento não sabia se sentia mais pena dela ou de mim. Porque sinceramente, ter que passar por aquelas coisas era desnecessário, e novamente ela me arrastava para situações incomuns. Já me sentia incomodado no ultimo grau, por ter que dormir com ela, fiz de tudo para ir para a cama apenas quando o sono estivesse vencendo e eu não demorasse nem 5 segundos para apagar, mas lá estava ela, me acordando e me colocando em uma situação incômoda.
Era um talento próprio? Não deveriam ter colocado isso no relatório? Um aviso explicito, "Cuidado! Ela se envolve em varias situações embarasosas!" Eun era esse tipo de pessoa. Era exatamente esse tipo de pessoa.
As situações embarasosas só não eram piores que uma outra coisa nela, a bipolaridade. Garota mais bipolar eu nunca tinha visto. Jesus! Um dia ela pedia espaço e dizia que não podia tocar nela, no outro ela vinha me dizer que merecíamos uma trégua, como se vivêssemos um uma espécie de guerra! Minha única guerra era interna, para não rir dela com aquela cara toda borrada na ópera, quem chorava em óperas? Ah sim, claro! Eun Bin. A garota com quem eu casei e que veio sem instruções claras.
Eu simplesmente não entendia porque as pessoas continuavam falando dela perto de mim. Depois que eu casei as pessoas não perguntavam mais por mim, como eu estava, se minha saúde estava bem. Agora tudo era sobre ela, me peguei em mais de meia duzia de vezes falando da Eun para outras pessoas, porque todos queriam conhece-la e saber mais dela. Mas eu não sabia nada dela, apenas que ela era problematica, invasiva, bipolar e chorava em óperas! Jin-hyung insistiu tanto, que ate mesmo inventou um jogo de tênis apenas para conhece-la, e lá estava eu, tendo que pular o abismo entre nós para encenar ser o marido perfeito, quando na verdade eu nem sabia como ser um marido normal. Eu me sentia péssimo quando tinha que fingir algo que não tínhamos.
Eu não sabia como ser eu mesmo perto dela! Esse era o ponto.
A voz do meu avô me chamando me trouxe de volta a realidade. O jantar. E todos me olhavam curiosos.
- Quê? - falei abobalhado e corado por tantas pessoas me encararem esperando algo de mim que eu não sabia o que era.
- Estamos falando que da próxima vez sua esposa vem não é mesmo? - meu avô sorriu, bobalhão que adorava a nora com quem mal interagia. E lá estava ela de novo, em cada pedaço da minha vida, eu não era mais Jeon Jungkook, chaebol e futuro presidente do conglomerado Jeon, agora eu era Jeon Jungkook leva e traz informações da Eun Bin para o mundo.
- Sim, ela está ocupada com suas próprias coisas, mas na proxima trarei ela - confirmei e suspirei. Eu me sentia invadido. Eu não tinha mais espaço! Em nenhum lugar, nem mesmo na minha mente, que agora estava tomada por ela também e todos os míseros momentos que tive ao lado dela e por ela.
O jantar se arrastou até ser tarde da noite, dei graças aos céus por enfim poder tomar um banho, vestir as calças mais largas que eu tinha e me jogar em minha cama. Vinquei minhas sobrancelhas lembrando de repente que eu não tinha visto nenhuma nova mensagem dela avisando sobre como andavam as coisas, mesmo eu tendo dito claramente que ela tinha que mandar uma mensagem todos os dias para mim.
Ela era muito teimosa!
Tão teimosa que não quis ficar na casa dos pais por essa semana e agora eu tinha que além de tudo, ainda me preocupar se o apartamento não tinha sido invadido com ela dentro e se algo ruim tinha acontecido, mesmo sabendo que morávamos em um dos prédios mais seguros de Seoul. Ela despertava o maior protetor de todos dentro de mim e agora minha vida se resumia a me sentir preocupado com ela, se a cabeça dela ia bater no alto do carro, ou se ela estava protegida o suficiente do frio.
Já não bastasse todo o resto, agora eu vivia preocupado mais com ela do que com minhas outras obrigações.
Encarei meu celular pensando se ligava ou não. Eu queria ligar, mas algo dentro de mim travava tudo, ouvir sua voz talvez não fosse uma boa idéia, traria a minha mente as lembranças que eu estava tentando evitar. Eu sabia que todas as outras lembranças vinham em minha mente tentando nublar aquela que realmente estava mexendo comigo, a lembrança que definitivamente estava me fazendo ser uma bagunça mental e emocional.
- Aish! - levantei da cama de uma vez só apertando o numero 2 do teclado ligando para ela. Eu tinha que ligar, não conseguiria dormir sem saber se estava tudo bem. A primeira chamada foi imediatamente rejeitada. Encarei o celular por um momento. Por que ela tinha rejeitado? Alguma coisa tinha acontecido? Liguei de novo imediatamente. Enquanto chamava encarei a cidade brilhante através da janela do quarto.
- Oi - sua voz calma soou do outro lado da linha, a confusão em que eu estava se dissipou imediatamente, o único lugar em mim agora que era uma confusão, era meu coração que batia rápido fazendo que com eu me sentisse um adolencente ansioso e que não conseguia respirar direito, mesmo sem motivo nenhum para isso.
- Bin-ah - Soltei sem querer, não era tão comum assim eu falar informalmente com ela, mas meu corpo suplicou sozinho por algo que eu não entendia direito. Tratei de me recompor. - Só estou ligando para relembrar a você de me mandar uma mensagem todos os dias hum? - falei calmamente, mesmo querendo perguntar o mundo de coisas a ela, ser objetivo acabava sendo mais importante. Para mim pelo menos era.
- Tudo bem, eu já estava indo enviar a de hoje - ela respondeu prontamente. Pensei que ela ia protelar, falar que não mandaria, não estava preparado para sua resposta tão "odediente" me senti tocado e automaticamente sem palavras.
- Tudo bem, vou desligar. Boa noite - As coisas que ela me fazia sentir me deixavam embaralhado, confuso, eu não pensava coerente, e eu sabia que isso vinha acontecendo há algum tempo, mas agir como se nada tivesse mudado era mais fácil, porque eu não encontrava brecha ou sinal de que as coisas poderiam ser diferentes. Tudo que eu sabia era que ela queria o divórcio assim como eu tinha proposto á semanas, que agora pareciam anos, atrás. Ficar na zona protegida era mais seguro, racionalmente falando, claro.
- Hmmm, Boa noite - fechei os olhos ouvindo sua voz antes de eu mesmo encerrar a ligação. Tombei a cabeça para trás soltando o ar que estava preso nos meus pulmões. Porra Jungkook!
Eu sabia, sabia que assim que eu falasse com ela aquela lembrança voltaria, e todas as outras. As lembranças que eu estava evitando jogando outras lembranças por cima.
Deitei na cama fechando os olhos e revivendo a situação em minha cabeça, a sensação do toque dela. Era como se eu estivesse lá de novo, no dia do meu aniversário, deitado em minha cama, de olhos fechados, quando ela deitou na cama mexendo um pouco o colchão, pude sentir o peso do seu corpo ao lado do meu, afundando um pouco o colchão e nesse momento eu me senti muito consciente da presença dela, mas não esperava a atitude dela, de novo ela me surpreendendo e me colocando em situações que eu não esperava.
O toque dos seus lábios nos meus, tão sutil e tão delicado, causaram reações em mim que eu não esperava. Fiquei tão surpreso que não consegui reagir. Fiquei em choque de sentir meu corpo todo queimar na meia luz do quarto, ao seu contato e partes do meu corpo que antes não davam sinal de interesse mostrarem seu total interesse por ela agora.
Meu coração batia tão rápido e tão forte que comecei a achar que ela podia ouvir, os pêlos dos meus braços se eriçaram, não era a primeira vez que nos beijavamos, nem naquele dia, nem em nossas vidas, mas era a primeira vez que eu sentia isso. Era a primeira vez em que o mundo todo girou em torno daquele pequeno gesto. E eu não compreendi nada. A partir daquele momento tudo virou uma confusão, eu estava muito certo disso. A partir daquele momento eu perdio controle da situação.
"Feliz Aniversário." Ela sussurrou para mim. Meu coração se aqueceu, a garota bipolar que parecia não se importar, na verdade se importava o suficiente para felicitar-me honestamente. Da forma dela, mas não pude duvidar que era genuíno.
A partir desse momento eu comecei a me interessar por ela, a partir daí eu comecei a gostar que o meu sobrenome fosse o mesmo que o dela, a partir daquele beijo meu coração começou a se inclinar sozinho para a Jeon Eun Bin. E eu não estava conseguindo evitar isso.
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