Q U E R E R
P.O.V SELENA GOMEZ
— Você sabe que quer. — Chaz diz persuasivo se sentando em cima da mesa.
— Não, eu não quero. — Respondo o encarando e ele faz uma cara de cachorro sem dono.
— Por favor. — Pede ele, fazendo beicinho.
— Chaz, eu só falei com ela ontem. — Argumento.
— E ela já te passou o número dela. — Ele diz abrindo um grande sorriso e eu bufo. — Mais um motivo pra você ligar.
— E o que eu falo? — Indago antes de iniciar a ligação.
— Convida ela pra almoçar com a gente. — Chaz diz simples.
— Por que diabos você mesmo não convida? — Digo o fazendo revirar os olhos.
— Eu conheço a Taylor a anos, Selena. Ela nunca aceitaria sair comigo, de novo. — Ele diz fazendo uma pausa dramática. — Ela acha que sou mulherengo.
— Você é mulherengo — Afirmo. — E canalha.
— Porra, Selena! — Ele diz incrédulo.
— Só disse a verdade. — Digo em minha defesa.
— Que seja. — Murmura ele. — Só, liga pra Taylor e chama ela pra almoçar conosco. — Chaz diz por fim, pegando meu celular em cima da mesa e o entregando a mim.
Desbloqueio o celular e procuro o contato de Taylor.
Chaz é um banana.
— Só uma tentativa. — Digo mostrando o indicador antes de iniciar a chamada de voz.
Levo o celular até a orelha enquanto Chaz me encara nervoso.
O "tu-tu" do outro lado da linha já estava me fazendo desistir da ligação, quando Taylor finalmente atende.
— Oi, Selena. — Taylor diz simpática, assim que atende.
— Oi. — Digo sorrindo para Chaz. — Então, Chaz quer saber se você aceita almoçar conosco hoje. — Digo e Chaz arregala os olhos me fazendo rir.
— Claro. — Ela diz aparentemente animada. — Abriu um restaurante novo na 6° avenida, podemos ir lá.
— Sim, qual o nome? — Indago, puxando o notebook sobre a mesa pra mais perto.
— Posso te mandar por mensagem? — Ela questiona entre o riso. — Eu não lembro direito.
— Pode. — Respondo, sorrindo. — Agora eu tenho que desligar, estamos no meio de um job.
— Tudo bem. — Diz ela. — Até mais tarde, Selena.
— Até. — Digo por fim, encerando a ligação.
Chaz não diz nada, simplesmente da um pulo da mesa com um sorriso no rosto.
— Satisfeito? — Digo e ele me ignora indo em direção à lona branca em que uma das candidatas para a campanha, esperava. — Mau agradecido.
Estávamos novamente no prédio da coca-cola, terminando a seleção das modelos e eu já não aguentava mais ver as fotos subindo na tela do notebook a minha frente.
Ontem Chaz e eu passamos o dia todo aqui nesse estúdio e começo a perceber que esse não chega nem aos pés do da Bieber's Magazine.
A iluminação não é tão boa e o espaço é menos da metade do que o da revista.
Chaz disse que esse estúdio não é usado frequentemente e por isso que é tão pequeno.
Encaro o notebook a minha frente e mais fotos sobem na tela, dessa vez de uma bonita loira, ela usava um vestido vermelho que se Vanessa visse, não iria pensar duas vezes antes de passar o cartão.
— Não aguento mais. — Chaz reclama enquanto anda de volta até mim, tirando a câmera do pescoço.
— O que foi dessa vez? — Questiono.
— Não estou gostando dessa lente. — Chaz diz chateado, retirando a lente da câmera e a soprando. — Vou terminar por aqui, não vou continuar com essa coisa.
— Ainda temos uma hora e meia, antes do almoço. — Digo olhando no relógio em meu pulso.
— Melhor terminar por aqui do que continuar com essa lente. — Ele diz ainda concentrado na lente.
— Você vai acabar estragando de vez isso. — Alerto e ele da de ombros.
— Fazemos o seguinte... — Ele diz desistindo de mexer na lente, e rosqueando a mesma de volta na câmera. — Mudamos os horários para a tarde e vamos pra revista, pegamos uma lente nova pra minha câmera e em seguida vamos almoçar com a Taylor.
— Estou morrendo de saudade da revista. — Digo em um suspiro, batendo o notebook para fecha-lo.
— Ótimo, isso é um sim. — Ele diz colocando a câmera sobre a mesa e se afastando.
Chaz foi até as três últimas modelos que sobraram para o período da manhã e as pediu para voltarem atarde.
Vejo uma das meninas entregando um papelzinho a ele e a outra sorrindo escandalosamente.
Chaz coloca o papel no bolso da calça e sorri fraco.
Canalha.
As modelos começam a sair do estúdio e Chaz volta para minha mesa como se nada tivesse acontecido.
— Seleções! — Ele diz em um suspiro.
— Canalha! — Digo o imitando.
Chaz força uma risada falsa, pegando suas coisas sobre a mesa e indo em direção ao elevador sem nem esperar por mim.
Entramos no elevador e já havia 2 pessoas nele, Chaz aperta o botão para o térreo enquanto todos observam.
Conforme o elevador desce, mais pessoas entram e algumas saem.
Odeio isso, o tempo que demora para o elevador parar, entrar pessoas, sair pessoas e o elevador voltar a descer.
— Queria ter vindo de carro. — Chaz diz assim que, finalmente, saímos do elevador.
— Queria que você tivesse vindo de carro. — Murmuro.
— Eu odeio ter que pedir táxi. — Reclama ele, e tenho a sensação de que estão gritando meu nome.
Olho ao redor mas não vejo ninguém conhecido.
— Você ouviu alguém me chamando? — Questiono e Chaz nega com a cabeça.
Continuamos andando e quando estamos quase saindo do prédio, ouço meu nome ser gritado de novo e me viro vendo Oliver a alguns passos de distância.
— Oi. — Digo sorrindo quando ele se aproxima.
Oliver usava um terno perfeitamente ajustado em seu corpo, como se fosse feito sob medida e sapatos sociais, o cabelo estava bem penteado e ele havia feito a barba.
— Oi. — Ele diz e um lindo sorriso se forma em seu rosto. — Não sabia que estava por aqui.
— Ah, estamos fazendo a seleção para a campanha. — Digo indicando Chaz que sorri sem mostrar os dentes.
— Eae! — Diz Chaz com um leve movimento de cabeça e Oliver faz o mesmo.
— Pensei que a campanha fosse do Justin. — Oliver diz parecendo confuso.
— Eu também mas, não vejo ele a dias. — Digo com certo pesar na voz.
— Justin está ocupado com outra coisa. — Chaz diz sem mais detalhes. — Mas, a campanha ainda é dele, só estou tirando as fotos para a seleção.
Antes que disséssemos mais alguma o celular de Chaz começa a tocar escandalosamente em sua mão.
— Falando no diabo. Licença. — Chaz diz se afastando para atender o celular.
— E como você tá? — Diz Oliver. — Quero dizer, dês do dia em que não sabia no que trabalhava.
— Uma confusão. — Digo rindo fraco. — E você? Ainda trompando em mulheres por ai?
— Agora só no período da manhã. — Ele diz me fazendo rir.
— É um bom plano. — Sorrio.
— Tenho bons planos. — Ele sorri. — E um deles envolve te levar pra jantar amanhã a noite, aceita?
— No sábado? — Chaz diz se aproximando antes que eu pudesse responder. — Selena vai pra Chicago amanhã de manhã.
— Eu vou? — Questionei confusa.
— A edição com a Marie Claire. — Chaz diz como se fosse óbvio.
— Eu pensei que fosse no outro sábado. — Digo.
— É amanhã. — Diz Chaz comprimindo os lábios.
— Bom, então fica pra próxima. — Oliver diz sorrindo sem mostrar os dentes.
— Okay, até a próxima. — Digo o abraçando.
— Foi bom te ver de novo. — Diz Oliver.
— Eu também achei. — Sorrio quebrando o abraço.
Chaz se despede de Oliver de forma rápida, e voltamos a andar para fora do prédio em um silêncio desconfortável.
Chaz mexia no celular distraído enquanto pessoas passavam para lá e para cá.
— E então? — Chaz diz quebrando o silêncio sem desviar o olhar do celular. — Você gosta dele?
Congelo.
Por uma fração de segundo Justin surge em minha mente e não sei o que dizer.
Eu estava a ponto de falar algo idiota, quando percebo que não se tratava de Justin, aquela pergunta.
Oliver.
— Somos amigos. — Digo simples.
— Você sabe que não foi nesse sentido que perguntei, Selena. — Chaz diz e sua voz não tinha o tom brincalhão de sempre.
A pergunta de Chaz me faz tentar achar uma resposta para mim mesma.
Lembro-me da primeira vez que vi Oliver, e lembro-me de como gostei do sorriso dele e da conversa que tivemos.
Em seguida lembro de quando o vi na revista.
Eu tinha acabado de fazer as pazes com Justin e lembro do abraço apertado que o mesmo havia me dado.
Consigo sentir na ponta dos dedos, o tecido do terno que ele usava naquele dia e me lembro da boa sensação do perfume dele invadindo minhas narinas, enquanto me abraçava forte.
Desde quando está pergunta se tornou sobre Justin?
— Eu sei. — Digo por fim. — Quero dizer, nós nos beijamos uma vez e eu até gostei mas, não quero um relacionamento.
— Você ainda não respondeu a pergunta. — Chaz diz enquanto tenta chamar um táxi.
— Eu gosto dele — Afirmo. — Mas, não da forma que você está pensando.
— Como não? — Ele diz incrédulo. — Você quase aceitou sair com ele amanhã.
— Assim como eu aceitei sair com você hoje. — Digo simples.
— Mas, isso é diferente. — Ele diz quando o táxi finalmente para. — Somos amigos.
— Oliver e eu também. — Digo e ele me olha duvidoso. — E desde quando você é conselheiro amoroso, mesmo? — Pergunto abrindo a porta do táxi, entrando antes Chaz e ele me olha parecendo incrédulo.
Fico o observando, parado ali com o olhar vago, segurando a porta do táxi ao invés de entrar dentro dele. Chaz parece tentar organizar os pensamentos na cabeça, como se não conseguisse entender o que está acontecendo.
— Você não vem? — Digo e Chaz volta, de onde quer que seus pensamentos tenham o levado.
— Bieber's Magazine. — Ele diz entrando no carro e batendo a porta.
▪▪▪
As portas se abrem e vejo o estúdio praticamente vazio, poucas pessoas trabalhavam e a música era baixa.
— O que aconteceu aqui? — Questiono.
— Dia de externa. — Chaz diz simples começando a andar em direção ao seu escritório. — Vou arrumar a lente.
Dou uma olhada vagarosa pelos estúdios e faço uma careta. Odeio quando isso fica vazio.
Começo a andar para a sala de acessórios quando passo em frente ao escritório de Justin.
A duvida se ele estava lá dentro ou não me incomodava.
A parte racional de mim diz "não abra" mas, quem ouve a racionalidade?
Me aproximo da porta e giro a maçaneta sem pensar duas vezes.
Quando entreabro a porta, vejo Justin sentado em sua cadeira virada pra parede, de costas para a porta.
— Oi? — Digo entrando na sala e fechando a porta mas ele não se move, não parece nem ter me escutado.
Me aproximo da mesa, deixando minha bolsa em uma das cadeiras a frente.
— Tudo bem? — Questiono andando até onde ele estava mas, Justin continua calado.
Justin encarava os dois enormes quadros da parede com as fotos de todas as capas que ele havia feito até hoje.
Sem mais palavras da minha parte, evito contato visual com ele, que continua sem se mover encarando os quadros na parede.
Afasto algumas coisas e me sento sobre a mesa, admirando os quadros a frente.
Não sei dizer quanto tempo demorou para que ele dissesse alguma palavra ou se movesse, mas sei que só percebi o quanto senti falta da voz dele, quando a ouvi entre o silêncio da sala.
— Gostou? — Justin diz com a voz rouca, talvez por ter ficado tanto tempo em silêncio.
— São bonitas. — Murmuro.
— Eu deveria ter colocado todas as capas. — Ele diz.
— E por que não colocou? — Indago.
— Porque essas são as únicas que não trazem lembranças. — Diz ele.
— Lembranças são boas. — Digo. — É um jeito de sabermos como chegamos até aqui.
— Algumas coisa não valem a pena serem lembradas. — Diz ele.
Não me atrevo a responder.
Volto a encarar os quadros em silêncio, tentando entender o por quê de ele estar falando isso.
Justin vira a cadeira para frente de novo e começa a me encarar.
— O que foi? — Indago sem desviar o olhar dos quadros.
— Senti sua falta. — Ele diz simples e eu o encaro.
— Também senti sua falta. — Murmuro e ele sorri.
— Ah, Hailee disse que vai te enviar alguma coisa de Chicago por e-mail. — Diz Justin começando a mexer em algumas coisas da mesa.
— Não sabia que iriamos nesse sábado. — Digo.
— Já tem compromisso? — Questiona ele, voltando a me encarar.
— Não. — Murmuro.
Justin continua com o olhar fixo no meu, como se tentasse entender as entrelinhas da minha simples negação.
— Justin, você viu que... — Chaz diz entrando na sala, mas para de falar assim que nos vê. — Ui! — Ele olha para mim e Justin com um sorrisinho e em seguida começa a sair da sala.
— Fala logo. — Ordena Justin e Chaz olha para nós por cima do ombro.
— Não é nada, não. — Ele diz saindo da sala e batendo a porta, ainda com aquele sorrisinho.
— Vamos, antes que ele comece a pensar o que não deve. — Digo pulando da mesa.
Não consigo dar nem dois passos quando sinto meu corpo ser puxado de volta.
Justin segurava minha cintura com certa força, mantendo meu corpo contra o dele.
Sinto meu coração acelerar e o nervosismo tomar posse de mim.
Nossos rostos estão centímetros um do outro e eu não consigo desviar meus olhos dos dele.
— E porque ele pensaria o que não deve? — Justin diz normalmente.
Ele parece estar brincando comigo, como se quisesse ver até onde eu posso chegar mas, não sei o que dizer.
Justin sorri e sinto os lábios dele se chocarem contra os meus.
Ele começa a me beijar devagar, uma de suas mãos sobem para o meu pescoço e o beijo se intensifica.
Suas mãos desce para o meu quadril e sinto minha respiração descontrolar.
Levo meus braços até seu pescoço o puxando para mais perto, qualquer espaço entre nós simplesmente me irritava.
Eu o queria perto, eu o queria agora, o queria depois, eu só... O queria.
〰〰〰
Peço desculpas por esse não ser exatamente o cap grande que eu queria postar :/
Não esqueçam de apertar a estrelinha.
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