M E D O
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"O medo é uma emoção que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente quanto psicologicamente.
É também uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental, que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica."
O medo tem relação direta com a ansiedade, tornando algo aparentemente simples, em uma catástrofe diária.
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Um provérbio russo diz: Se estão dando, pegue. Se vierem buscar, corra.
Todas as vezes em que li essse provérbio, nunca consegui entender o real sentido dele, até que parei de pensar no lado egoísta mas, sim no lado prevenido.
Dar e receber são atos continuos de reciprocidade, dar sem receber de volta é uma grande demonstração de desigualdade. Quando alguém busca em você o que quer, mas não te devolve o que você merece, então corra.
E foi isso que eu fiz. Corri.
É estranho pensar que se afastar sem dizer nada é a coisa certa a fazer, mas se a pessoa não te diz como se sente antes, por que você vai dizer depois?
Na terça-feira eu fui embora sem me despedir, não queria ter que falar com ele ou o sentie muito perto, na quarta eu o evitei o máximo que pude, em período integral, e na quinta eu tive que me segurar a cada degundo pra não gritar iniciando uma discussão na primeira oportunidade que tive.
Nesse momento estou sentada trabalhando no notebook em uma das mesas espalhadas pelo salão e Vanessa está sentada sobre a mesma.
- Eu ainda tenho que passar no mercado antes de ir pra casa, hoje. - Digo terminando de digitar.
- Se você quiser a Ash pode ir com você. - Diz Vanessa. - Eu iria, mas vou sair com o Chris depois do expediente, então...
- Sem problemas, V. - Digo salvando o último arquivo. - Eu vou sozinha.
- Tem certeza? - Ela questiona e eu assinto. - E pra quando o Cameron marcou a reunião?
- Sábado de manhã. - Informo, sobre a reunião de condomínio.
- Você ainda tem a sexta pra se preparar psicologicamente. - Ela diz e eu rio fraco.
- Com certeza meu psicológico vais estar totalmente preparado até sábado. - Ironizo e ela revira os olhos.
- Qualquer coisa você pode ir lá pra casa. - Vanessa diz sorrindo amigável.
- Dessa vez eu dispenso, V. - Digo gesticulando com a mão. - Vou ficar em casa um pouco.
- Mas, você nem gosta de ficar na sua casa. - Vanessa diz manhosa por eu ter negado o convite.
- Quem não gosta de ficar em casa? - Chris questiona se aproximando de nós e beijando Vanessa, rapidamente, que sorri.
- A Selena. - Diz, Vanessa me olhando com cara feia.
- Eu gosto muito da minha sala. - Lembro e ela revira os olhos.
- Sua sala não conta. - Ela diz e Chris ri.
- O que tem de errado com a sua casa, Sel? - Ele indaga.
- Não tem nada de errado. - Respondo rindo enquanto Vanessa sílaba vários "tem sim".
- Vocês podem entrar em um acordo? - Chris pergunta, fazendo com que eu diga que não e ela que sim ao mesmo tempo, repetidas vezes. - Ajudou muito, meninas.
- Não tem, Chris. - Respondo definitivamente, rindo, após dar um leve tapa na perna de Vanessa.
- O que não tem? - Ouço Justin dizer e em seguida sinto sua mão em meu ombro esquerdo, me levando a encara-ló.
Sinto meu coração acelerar e todo meu corpo estremecer diante ao seu toque, fazendo com que eu volte a minha atenção para o notebook o mais rápido possível, mesmo que eu não tivesse mais nada pra fazer nele.
Eu não queria falar diretamente com Justin, porque isso me fazia sentir iludida. Ele continua agindo normalmente comigo, como se não tivesse dito aos amigo que não temos nada sério e nunca iriamos ter.
- Nada de errado com a casa da Sel. - Chris diz afirmando com a cabeça.- Pelo menos é o que eu acho.
- Tinha algum problema com a sua casa? - Justin questiona com a mão ainda apoiada em meu ombro.
- Não. - Respondo simples, fechando a tela do notebook e encarando Vanessa.
- Ah, Sel! Vem comigo, tenho que te devolver aquele negocio que você me empresto. - Ela diz pulando da mesa e me pegando pelo pulso, enquanto Justin e Chris nos olham desentendidos.
- Obrigada. - Digo quando já estamos longe o suficiente.
- Você sabe que tem que falar com ele, não sabe? - Indaga, ela.
- Pra que? - Questiono.- Pra ele me dizer que foi importante ou algo do tipo e depois dizer que não vai dar em nada pros amigos, na primeira oportunidade?
- Não é bem assim, Selena. - Vanessa diz e eu rio fraco, em deboche.
- Vamos concordar? - Digo parando em frente a sala do Chris. - Foi precipitado e eu não deveria ter feito a metade das coisas que fiz, fim da historia.
- Se você diz. - Ela da de ombros.
Dessa vez, é a primeira vez, entre todas as outras vezes, que eu sei exatamente como pensar em Justin Bieber. Cuidado! Afaste-se.
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- Podemos conversar antes de você ir? - Justin diz entrando em sua sala, quando estou pegando minhas coisas pra ir embora.
- Pode ser amanhã? - Questiono, vestindo o sobretudo. - Eu ainda tenho que passar no mercado antes de ir pra casa.
- É importante. - Ele diz e eu sorrio.
- Amanhã, Justin. - Digo, pegando minha bolsa, passando por ele e começando a andar em direção a porta. - Amanhã.
Se vierem buscar, corra.
Me despeço das pessoas que encontro durante o caminho até o elevador e desço, pedindo um táxi assim que saio do prédio.
O motorista me deixa na target, um mercado um pouco longe do La Vie En Rose, porém é o meu favorito entre todos os outros. Entro, pegando um carrinho e começando pelo setor de alimentos frescos, passando pelos industrializados depois.
O único problema da target é que na maioria das vezes eu demoro um pouco mais de duas horas pra fazer compras, tanto pelo fato de ser um dos maiores mercados de Manhattan e sempre estar movimentado, quanto por ficar localizado no Harlem, que é do lado totalmente oposto da minha casa.
Eu já estava cansada de esperar a fila do caixa, quando o homem que estava atrás de mim, chama minha atenção.
- Tem algum problema se eu passar na sua frente, moça? - Ele questiona, e eu me viro o encarando assim que reconheço a voz. - É que eu estou só com essa sacola e você tem o carrinho cheio. - Ele justifica encarando as coisas no carrinho.
- Alaric? - Digo e ele finalmente me encara.
- Ah! Oi, Selena. - Ele diz sorrindo sem mostrar os dentes. - Eu acho que não te reconheci de costas, me desculpe.
- Tudo bem. - Sorrio. - E pode passar, eu já estou acostumada com a demora desse lugar.
- Eu acho que nunca mais vou me acostumar com Nova York. - Ele diz passando a minha frente. - Minha mãe me pediu para comprar bebidas pro jantar e já faz mais de meia hora que sai e ainda não voltei com as bebidas.
- Bem, faz quase duas horas que eu estou aqui, então se sinta com sorte. - Informo e ele arregala os olhos. - Mas, a pergunta que não quer calar é: Por que diabos você veio comprar bebidas no Target, com tantos lugares mais rápidos pra isso, na cidade?
- Esse é o problema. - Ele diz fazendo uma careta. - Eu só me lembrava do Target.
- É, você literalmente não sabe viver em Nova York, no momento. - Digo e ele ri, assentindo. - Onde você estava morando antes?
- Eu morei um tempo em Chicago, fiquei um tempo em Toronto, depois fui Londres e agora estou preso no Target. - Ele diz ironizando a ultima parte e eu sorrio.
- Falando em prisão e tirando totalmente o foco da conversa... - Digo e ele me encara sério. - Você viu se tem algum problema eu alugar um apartamento pra Taylor?
- Ah! Eu esqueci completamente de te ligar de volta, naquele dia. Me desculpa. - Ele diz batendo a mão livre na testa. - Mas, não. Não tem nenhum problema se ela estiver de acordo com a situação.
- Obrigada, Ric. - Digo observando chegar a vez dele. - E antes de você ir, a reunião do condomínio vai ser no sábado de manhã. - Informo.- Se você puder passar lá, pra dar uma assistência, eu agradeceria muio.
- Claro. - Ele diz enquanto a mulher do caixa termina de passar as coisas. - Só que, você pode me avisar uma hora antes? Se não é capaz que esqueça.
- Pode deixar. - Digo enquanto ele paga.
Nos despedimos e Ric vai embora, chegando a minha vez de passar no caixa.
Quando saio do Target, com o carrinho, para pedir um táxi, percebo que estava chovendo e bufo.
Eu vou demorar um ano pra conseguir sair daqui!
Peço ajuda a um dos funcionários e ele pede um táxi pra mim, me ajudando a colocar as coisas no porta-malas. Depois de dar uma gorjeta ao rapaz que me ajudou eu entro no carro, tirando o sobretudo molhado pela chuva e agradecendo mentalmente, por não ter que esperar mais.
- Pra onde senhorita? - O motorista questiona.
- Amsternadam com a 68th. - Digo e ele assente, dando partida e começando a dirigir.
Enquanto o carro se movimenta eu observo a cidade pela janela, com certa melancolia.
Eu estou cansada, confusa e sem a mínima vontade de chegar em casa, nesse momento.
- Nós vamos demorar um pouco. - O motorista diz me olhando pelo espelho retrovisor, enquanto para o carro devido ao congestionamento a frente. - Eles estão arrumando o semáforo na Amsterdam com a 76th.
- Sem problemas. - Murmuro.
O carro volta a andar bem de vagar, depois de alguns minutos e eu continuo com o foco na janela, até sentir o forte impacto contra a lateral do táxi, chacoalhando todo meu corpo e fazendo com que eu batesse meu braço na janela.
Meu corpo todo entra em alerta mediante ao choque e eu instintivamente grito.
Sentia meu coração batendo tão forte, que meu peito chagava a doer.
Meu primeiro instindo é analizar meu braço, com pavor, assim que o carro se torna inerte.
- Está tudo bem? - O motorista diz preocupado, se virando para me olhar no banco de trás.
- Sim. - Digo tentando controlar a respiração que estava exaltada, pelo medo. - Foi só um susto.
- Eu vou ver o estrago lá fora. - Ele diz, tirando o cinto. - Se quiser, não precisa sair.
Ah, eu preciso sim.
- Tudo bem. - Digo mais para mim do que para ele, enquanto o mesmo sai do carro fechando a porta.
Tiro o sinto, vestindo meu sobretudo e respirando fundo, contando até 10 antes de sair do carro, com receio, vendo o motorista do táxi conversando com o senhor do outro carro.
Ainda chovia, porém mais fraco do que quando eu sai do Target,
- Eu sinto muito. - O senhor de meia idade, que eu julgo não ter mais que 55 anos, lamenta. - Eu não sabia que o semáforo estava em manutenção e mesmo com a chuva eu entrei no cruzamento sem cuidado.
- Tudo bem, senhor. - O motorista diz gesticulando com as mãos. - Foi só um susto, eu tenho seguro e ninguém se machucou.
- Minha esposa ja está ligando para a Polícia. - O senhor, aponta para senhora dentro do carro. - Caso o senhor queira prestar queixa.
O motorista me encara, como se perguntasse o que eu acho e eu nego indo em direção a senhora no carro com o capo totalmente amassado.
- Está tudo bem? - Questiono parando na janela e a vendo tremer enquanto, tenta falhadamente mexer no celular.
Ela não parecia ter mais de 48 anos, tinha os cabelos castanhos, quase loiros e os olhos em um tom verde claro.
- Sim, queriada. - Ela diz tremendo. - Estou bem, só foi um susto e você, não se machucou?
- Meu braço está doendo um pouco, mas estou bem. - Digo e ela sorri. - Quer descer do carro? Eu te ajudo a ligar pra alguém.
- Você não tem que avisar os seus pais? - Ela questiona, parecendo preocupada.
- Os meus pais morreram. - Digo da forma mais gentil que posso.
As pessoas sempre se assustam quando eu dou essa informação.
- Eu sinto muito, querida. - Ela diz colocando a mão tremula na janela do carro. - Eu não queria...
- Não tem problema. - Digo compreensiva. - Vamos descer do carro, um pouco? Eu sei que está chovendo, mas vai fazer bem para senhora se acalmar.
- Eu já liguei pra Polícia. - Ela diz abrindo a porta e eu assinto, dando espaço.
- A senhora quer ligar pra mais alguém? - Pergunto, a ajudando a descer.
- Não, meu filho já deve estar chegando. - Diz ela, fechando a porta atrás de si. - Eu estava brigando com o Jonathan, quando ele bateu. - Ela informa. - A culpa é minha.
- Não se culpe, foi um acidente. - Digo indicando para andarmos até a calçada. - Vocês tem seguro?
- Temos. - Ela confirma. - Você mora muito longe daqui?
- Na verdade... - Digo olhando a sequência da Amsterdam. - Faltam poucas quadras, mas minhas compras estão no porta malas.
- Ai, querida. - Ela lamenta. - Seu taxista e meu marido não vão sair daqui nem tão cedo.
- Eu não estou com pressa. - Digo cruzando os braços a frente do corpo.
- Mesmo assim, meu filho vai me levar pra casa, ele pode te deixar na sua também. - Ela diz e eu sorrio pela gentileza.
- Não precisa se preocupar. - Digo gentil. - Eu espero.
- De jeito nenhum, eu faço questão. - Ela insiste. - Eu não vou te deixar aqui na chuva.
- Obrigada. - Sorrio. - Mas, eu nem mesmo sei o seu nome.
- Anne. Anne Murray. - Ela sorri me estendendo a mão. - E o seu?
- Selena Gomez. - Digo apertando sua mão, em cumprimento, rapidamente.
- Pois bem, Selena. - Ela diz depois de olhar ao redor. - Meu filho acaba de chegar.
Olho na direção que ela olhava e vejo Oliver sair de seu carro e vir em nossa direção, com pressa. Ele abraça Anne fortemente.
- Está tudo bem? - Ele questiona com ela entre os braços. - Eu não entendi nada da sua ligação.
- Está tudo bem, filho. - Ela diz quebrando o abraço. - Foi só um susto, todos nós estamos bem.
- Graças a Deus! - Diz ele e em seguida me encara. - Selena?
- Oi. - Respondo sorrindo sem mostrar os dentes.
- O que faz aqui? - Ele questiona.
- Eu estava no táxi. - Informo, indicando o carro amarelo com um amassado gigantesco na lateral e comprimindo os lábios.
- Eu não sabia que vocês se conheciam. - Anne diz sorridente. - Que coincidence.
- Ela é a nova namorada do Justin, mãe. - Oliver diz me encarando e eu sinto vontade de negar o fato, mas lembro de Genevive e resolvo não falar nada a respeito.
- Pattie deve estar tão feliz em te ter como nora, Selena. - Anne diz apoiando a mão em meu ombro. - Você é muito gentil, Justin tem sorte.
- É, ele tem. - Oliver confirma.
- Obrigada. - Sorrio sem mostrar os dentes.
Depois de alguns minutos eu pago o motorista, enquanto Oliver fala com seu padrasto, em seguida, me ajudando a passar as compras do táxi, para seu carro.
- Pronto. - Oliver diz parando o carro na frente do La Vie En Rose.
- Eu gostei muito de te conhecer, Selena. - Anne diz se virando para trás para me encarar e eu sorrio. - Mesmo não tendo sido uma situação favorável.
- Eu também gostei muito de te conhecer, Anne. - Digo e, é a vez dela sorrir. - Muito obrigada pela carona.
- Eu te ajudo a tirar as coisas do porta malas, Selena. - Oliver diz descendo do carro e eu assinto fazendo o mesmo.
Eu já havia mandado mensagens pro Cameron avisando do acidente e pedindo ajuda com as compras, então ele já estava fora do prédio quando desço do carro.
- Tem certeza que ta tudo bem? - Ele questiona se aproximando e eu assinto.
- Pela milésima vez, sim. - Digo mudando a bolsa de braço. - Me ajuda a ajudar o Oliver com as compras.
Depois de tirar as compras do carro, me despeço de Anne e, em seguida, Oliver e Cameron me ajudam a levar as compras até o meu andar.
- Obrigada, rapazes. - Digo e os dois assentem.
- Desculpa pelo transtorno, causado pelo Jonathan. - Diz Oliver.
- Sem mais problemas. - Respondo e ele sorri sem mostrar os dentes, entrando dentro do elevador.
- Até mais. - Ele diz.
- Até. - Respondo e em seguida encaro Cameron. - Não deixe ninguém subir.
- Você me paga pra isso. - Cameron diz brincalhão e eu reviro os olhos.
O que está acontecendo com a minha vida?
Depois de arrumar as compras na cozinha, eu tomo um banho demorado e vou para o sofá, ligando a TV.
No canal de documentários, anunciava que a linguagem das emoções iniciaria em alguns minutos e eu suspiro, me deitando no sofá e olhando o horário no celular. 11:00pm.
Os piores documentários.
Eu já estava entediada pelos comerciais, quando alguém tocou a campainha. Me levanto do sofá abaixando o volume da TV e indo atender a porta.
Eu mandei o Cameron não deixar ninguém subir.
Quando finalmente abro a porta dou de cara com o loiro segurando uma sacola de mercado e não acredito que ele está aqui.
- Nós precisamos conversar. - Justin diz e eu engulo em seco.
- Eu tive um dia difícil hoje. - Digo passando a mão no cabelo. - Acho melhor você ir embora.
- Eu vou ser rápido, eu prometo. - Ele diz e eu fecho os olhos abrindo mais a porta e dando espaço pra ele passar.
- Por que o Cameron deixou você subir? - Indago.
- Eu dei 200 dólares pra ele. - Justin diz simples e eu o olho feio. - Você não queria falar comigo, eu tive que apelar.
- Vá direto ao ponto e terminamos com isso. - Digo e ele se vira colocando a sacola do mercado sobre a mesinha de centro.
- Okay... - Ele diz, passando as mãos na calça nervosamente. - Naquele dia quando você disse que estava apaixonada por mim, eu te disse depois que foi importante, mas que eu não ia te dizer o por quê. - Ele diz e eu o encaro atentamente. - Eu fiquei decepcionado por saber que você não lembrava, quero dizer, era nítido que não foi importante pra você da maneira como foi pra mim.
- Justin, o fato de eu não me lembrar, não quer dizer que não foi importante. - Digo cruzando os braços na frente do corpo.
- Tudo bem, esquece. - Ele diz, passando uma das mãos pelos cabelos e eu vou até o sofá, me sentando no braço do mesmo. - Eu sei que você ouviu quando eu disse que você não era minha namorada e não séria.
- Que bom que você sabe. - Digo sarcástica.
- A verdade é que eu já tinha te pedido em namoro. - Ele diz e sinto meu corpo estremecer. - Mas, eu desconsiderado pelo fato de que você não lembra, ignorei. Então, quando o Chaz disse sobre nós estarmos namorando eu neguei, quero dizer, um namoro não vale se um dos dois não lembra de ter aceitado, não é?
- Espera! - Digo me levantando do braço do sofá. - Agora, por que eu não lembro, quer dizer que eu não irei mais ser sua namorada?
- Você não é minha namorada. - Ele diz sério, dando um passo a frente e sinto como se o ar dos meus pulmões estivesse pronto para faltar. - E não irá ser minha namorada. - Justin já está bem próximo nesse momento. - Até que eu peça mais uma vez.
- Você? - Murmuro quase inaudível, tentando administrar toda aquela informação.
- Escute a conversa inteira da próxima vez, Amor. - Ele diz passando os braços ao redor da minha cintura, me puxando contra si e eu arrepio. - Você quer namorar comigo, de verdade e sóbria, dessa vez?
- Você está brincando comigo? - Questiono apoiando minhas mãos em seus braços.
- Só se você disser que não. - Ele diz e eu sorrio.
- Eu to esperando por isso a uma semana. - Digo e ele ri. - É claro que sim.
Justin inclina a cabeça, me beijando calmamente, mas deixando os dedos firmes nas minhas costas.
Já faziam alguns dias que eu não o beijava, o que me fazia o querer mais e mais.
- Antes de qualquer coisa. - Ele diz quebrando o beijo e eu o olho com atenção. - Nós precisamos começar a ser mais francos um com o outro, sem tomar decisões antes de saber o que realmente aconteceu.
- Teria sido tudo mais fácil se você tivesse me lembrado que eu já era sua namorada. - Digo e ele revira os olhos.
- Ah, claro. - Ele diz sarcástico. - "Selena, como o Justin te pediu em namoro?", "Eu não sei, estava bêbada".
- E agora? - Questiono.
- Hoje é quinta-feira. 11 horas. - Ele diz e solta uma das mãos de mim, apontando pra sacola do mercado, na mesa de centro. - Eu trouxe a comida e a TV está ligada.
- Tão romântico. - Ironizo.
- Por que? Você não escutou quando eu te chamei de bêbada? - Ele diz sorrindo, divertido.
- Justin? - Digo em reprovação batendo de leve em seu braço.
- Nem um pouco sóbria, você disse que queria fugir e casar comigo em Atlantic City. - Ele diz e eu rio.
- Cala a boca. - Digo entre o riso.
- Foi você que disse, não eu. - Ele alega antes de me beijar novamente.
No final, o documentário da quinta-feira, não foi ruim como eu imaginava que séria.
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"As emoções mudam a maneira como vemos o mundo e como interpretamos as ações dos outros". - Paul Ekman.
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Esse foi o fim do especial, um ano de photograph! E eu quero agradecer a findroses pela ideia da temática do especial. (espero não ter decepcionado.)
Eu também espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu e eu adorei interagir um pouco mais com alguns de vocês.
Bem, eu quero agradecer a quem está comigo a um ano, aos que estão desde iwytfm (sz) e aos que chegaram agora. Todos vocês vão estar sempre no meu coração, obrigada por todo o carinho que me dão.
Photograph é uma fic que nunca precisou de mim para ter leitores e eu ainda não sei lidar com ela crescendo sozinha, isso tudo é surreal.
Esse é o último dia do ano e exatamente a um ano atrás eu publiquei o primeiro (e péssimo) capítulo dessa fic, eu nem sabia onde eu estaria agora, mas eu espero estar com todos vocês quando photograph fizer 2 anos, e a fic por fim encerrar.
Eu desejo um ótimo ano novo a todos vocês e que possam realizar tudo de melhor que desejarem, que o amor sempre esteja em seus coração (mesmo q não romanticamente) e que vocês possam fazer de 2018 um ano melhor para si próprios.
Obrigada por tudo sempre, eu amo vcs e até fevereiro.
(sz)
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