O Brew's estava movimentado essa manhã. Estudantes espalhados com seus livros pelas mesas, adultos lendo jornais, filas para pedir, receber e pagar.

Ashley e Vanessa haviam dormido na minha casa noite passada, e resolvemos tomar o café da manhã no Brew's hoje.

Tento esquecer a conversa com Tio Patrick no dia anterior, mas tudo me faz lembrar o prédio.

As meninas conversavam em um grande sofá que ficava no meio do estabelecimento, mas eu não estava prestando atenção.

— Vou pegar outro café. — Anuncio me levantando do sofá e caminhando até o balcão.

Haviam apenas umas 3 pessoas na fila mas, eu já estava impaciente por ter que esperar.

— Selena! — Alguém diz segurando em meu ombro e eu me viro vendo Justin.

Ele usava um boné de beisebol dos new york yankees e segurava uma bandeja de cafés pra a viagem, em uma das mãos enquanto me encarava tão fixamente que meu corpo se arrepia.

Ótimo ele nem vai esperar chegarmos na revista.

— Oi. — Murmuro.

— Podemos conversar? — Questiona ele e eu assinto.

Justin me guia para uma mesa afastada da entrada do café e nos sentamos.

— Eu queria... — Ele diz, levantando levemente o boné para passar a mão pelo cabelo. — Eu queria te pedir desculpas por ontem.

Justin parece convicto com o que está dizendo e confesso que nunca imaginei ele pedindo desculpas pra alguém.

— Não devia ter falado daquele jeito com você, nem com a Hailee... — Continua ele. — Você estava certa em tudo o que disse, eu realmente fui um babaca e estou arrependido, Selena. Nós trabalhamos bem juntos, eu não quero que você fique com raiva de mim ou se demita, sei lá...

— Eu não sei o que dizer. — Murmuro.

— Diga que ira me acompanhar na reunião com a Marie Claire em Chicago. — Diz ele, travando o maxilar.

Eu não sei o que dizer. Justin está na minha frente e ao invés de me demitir, como pensei que faria, está me pedindo para ir em uma reunião importante com ele.

— Estarei lá. — Sorrio.

— Obrigado, Selena. — Justin diz, colocando a mão sobre a minha que estava na mesa.

Observo a mão dele sobre a minha, ela está quente e praticamente cobre toda a minha mão.

Justin solta minha mão sem jeito e se levanta da mesa.
Ele não disse, "tchau", muito menos, "até mais"...

Ele simplesmente parou, tirou um dos cafés de sua bandeja e disse: — Comprei pra você. — Com um sorriso, me entregando o copo. — Por todos os cafés que eu te roubei.

Por fim, Justin caminhou em direção a saída enquanto o observava, até que ficasse impossível o ver.

Olho para o copo em minha mão, escrito "Bieber!" com a letra de Jenna e sorrio.

O que acabou de acontecer aqui?

Volto para o sofá onde Ashley e Vanessa estavam e me sento por cima das minhas pernas.

— Como conseguiu café tão rápido, sem entrar na fila? — Vanessa questiona confusa.

Sorrio colocando o copo de café entre os lábios, saboreando lentamente o gosto meio amargo, com um leve sabor de baunilha ao leite.

— Acho que sou previsível. — Digo entre o café, pois era o mesmo que costumo pedir todos os dias.

Continuamos ali por mais alguns minutos antes de irmos para a revista mas, quando estávamos saindo do café, uma ideia me surgiu e andei rápido de volta ao caixa.

— Jenna! —Chamei e ela veio da cozinha com dois pedidos, os entregando a um homem que estava ao meu lado.

— Oi, Sel. — Ela sorriu simpática. — Pensei que já tinha ido.

— Vanessa está pedindo um Táxi... — Comecei a falar e em seguida indiquei o nome no copo mas, ela me interrompe antes que eu possa completar a frase.. — O Bieber...?

— Era pra você? — Ela disse e um sorrisinho sacana se apossou de seu rosto.

— Como assim, pra mim? — Eu disse, um pouco confusa. — Ele não te pediu para preparar o que peço sempre?

— Não. — Disse ela. — Ele simplesmente chegou e pediu um duplo expresso com duas gotas de leite e baunilha.

Meu cérebro parece travar. Ele sabia um dos meus pedidos favoritos? Mas, como? Nem se ele adivinha-se pelo sabor, desde que comecei a trabalhar na Bieber's Magazine me acostumei a pedir somente expresso.

— Okay. — Murmuro para mim mesma. — Pode me fazer o pedido dele? Não sei qual é...

Jenna fez o café e eu sai do Brew's, vendo que Vanessa havia acabado de conseguir um Táxi.

— Bieber's Magazine. — Digo ao Taxista, entrando logo atrás de Ashley e batendo a porta do Táxi.

Entramos nos estúdios e aquilo estava meio vazio para o horário que já era.

Vou para o escritório de Justin e bato duas vezes antes de entrar, mas não havia ninguém.

Coloco minha bolsa e jaqueta em cima de um sofá que ficava no canto da sala, pego o café que eu havia comprado para ele e quando vou sair, ele entra.

— Oi. — Ele diz e eu observo de cima a baixo uma versão de Justin Bieber, ainda desconhecida por mim.

Justin já não usava mais o boné dos Yankees nem as roupas que eu havia o visto no café.
Ele vestia um terno preto, remangado até o antebraço deixando suas tatuagens a mostra, o cabelo estava perfeitamente arrumado e um rolex tomava conta de seu pulso.

— Eu precisava estar ao seu alcance. — Ele diz entrando na sala. — A propósito, lindo vestido. Vermelho combina com você.

— Obrigada. — Murmuro, a unica coisa que consigo pensar depois do que ele diz.

Hoje será a reunião com os representantes da Coca-cola e Justin parece estar feliz com isso. 

— Você viu meu café por aqui? — Ele diz procurando pela mesa.  

Ando até ele e seguro em seu braço o fazendo me olhar.

— Aqui está. — Digo entregando o café que eu havia comprado. — Por ter derramado café em você ontem.

— Você sabe que não precisava disso, não sabe? — Ele questiona e estamos próximos o suficiente para que eu possa sentir o cheiro forte do perfume que ele usa.

— Eu sei. — Rio fraco. — Mas, você me comprou um café, queria fazer o mesmo por você.

— Obrigado, Selena. — Ele sorri, apoiando uma de suas mãos na curva da minha cintura.

Quando penso que ele iria me beijar, o beijo não é exatamente onde eu esperava.
Justin beija minha bochecha e solta minha cintura pegando de volta o café que ele havia colocado sobre a mesa.

Eu não sei o que está acontecendo mas, por um instante, eu queria aquele beijo e não era na minha bochecha.

— Estou sentindo que vamos conseguir. — Ele diz andando em direção a porta e eu o sigo.

— Tenho certeza que vamos conseguir. — Afirmo convicta enquanto andamos até o elevador.

Justin estava diferente, estava mais leve, como se tivesse tirado um grande peso dos ombros.
Seja lá o que tenha acontecido, eu poderia me acostumar com ele assim todos os dias.

— Essa reunião era desfile de moda e ninguém me avisou? — Diz Chaz entrando no elevador conosco.

— Você não está desarrumado. — Digo olhando para ele que também vestia um terno.

— Sim. — Chaz afirma ajeitando a gravata enquanto se olha no espelho do elevador. — Mas, são vocês que estão parecendo um casal propagando da coca-cola, não eu.

— Coca-cola, sinta o sabor. — Justin diz como nas propagandas me  fazendo rir.

— Ainda prefiro... — Chaz começa a dizer, fazendo um silêncio dramático enquanto gesticula com as mãos. — Abra a felicidade.

— Ah, os clássicos. — Justin diz sorrindo olhando para Chaz e balançando a cabeça afirmativamente.

— Clássicos! — Chaz diz e os dois ficam se olhando afirmando com a cabeça como se fosse uma piada interna.

— O que deu em vocês hoje? — Questiono e os dois me olham com meios sorrisos.

A sala de reuniões ficava no 17° andar e era uma sala enorme com vidros por toda parte, tanto na decoração quanto na arquitetura.

— Eu adoro essa sala. — Chaz diz adentrando na sala vazia, quando as portas do elevador se abrem.

— Gosto da vista. — Diz Justin.

— Gosto da comida. — Digo pegando alguns salgadinhos de cima da mesa, fazendo com que os meninos rissem.

Chaz e Justin arrumavam o projetor enquanto eu observava a vista pelas janelas de vidro que iam do chão ao teto.

— Selena, eu esqueci os papéis da apresentação na minha mesa. — Diz Chaz parecendo preocupado quando as pessoas começaram a entrar na sala. — Se importaria em pegá-los e avisar a Ash que a reunião já vai começar?

Eu assinto e volto para o andar dos estúdios, Ashley estava ajudando algumas modelos na sala de acessórios quando fui atrás dela.

— Chaz só não esquece a cabeça por que é... — Ela começa a dizer e revira os olhos. — Você sabe.

— É, eu sei. — Rio apertando o botão do 17° andar.

— Sabe o que eu estava pensando? — Ela diz alegre. — Você vai pra Chicago, pode me trazer aquele sorvete que eu adoro.

— O de baunilha? — Indago, olhando para ela entre o riso quando as porta se abrem.

— Ótimo, agora eu sou a previsível. — Murmura Ash, parecendo chateada enquanto saímos do elevador.

Quando volto meu olhar pra frente novamente, vejo que estou prestes a trompar em alguém e paro num impulso.

Coloco as mãos no peito, como se tentasse segurar meu coração que fosse sair dali a qualquer momento, pelo susto.

Minha primeira reação é balbuciar um "me perdoe" mas, quando percebo quem é, travo sem acreditar.

— Oi... De novo. — Diz Oliver, com um lindo sorriso nos lábios, parecendo estar se divertindo com a situação.

Eu poderia jurar que Oliver seria uma daquelas pessoas da qual você conhece e depois não vê mais.
Mas então, aqui estamos nós.

— Por que a gente sempre se trompa? — Questiono rindo, colocando uma das mãos no rosto pela vergonha.

— É o destino. — Ele diz.

Destino...

Por muitos anos, vi pessoas acreditando que o destino pode nos levar a lugares inimagináveis.

Até mesmo minha mãe, costumava dizer que quando conheceu meu pai foi um sinal do universo, era o destino querendo que ficassem juntos.
Mas, se o destino queria tanto que eles ficassem juntos, por que os separou tão cedo?

Não sou capaz de confiar a minha vida ao destino, ele pode muito bem acabar com ela tão fácil quanto imaginar o céu azul.

— Selena, voc... — Diz Justin se aproximando de nós mas, não completou a frase. Ele simplesmente pigarreou e travou o maxilar antes de dizer: — Tudo bom, Oliver?

— Tudo e com você, Justin? — Oliver diz, esticando a mão para cumprimentá-lo.

— Melhor, impossível. — Justin disse com o Maxilar ainda travado. — Selena, podemos conversar?

— Claro. — Sorrio sem mostrar os dentes e me despeço temporariamente de Oliver.

Eu seguia Justin, que estava com a postura rígida e o modo com que seu maxilar estava, parecia que quebraria a qualquer momento.

— Aconteceu alguma coisa? — Indaguei enquanto andávamos para o outro lado da sala.

— Nada. Vamos nos sentar? — Ele sorrio, mas não era um sorriso real. — Chaz quer começar logo.

— Tem certeza que está tudo bem? — Questionei novamente, apoiando minha mão em seu braço.

— Está. — Ele sorrio olhando para minha mão em seu braço, esse sim era um sorriso de verdade. — Só estou um pouco nervoso, o projetor está com problemas.

— O que houve? — Digo preocupada.

— Um dos cabos do fixo está com mau contato. — Diz, ele. — Vamos usar um portátil, conectado ao meu notebook por via das dúvidas.

— De qualquer forma. — Murmuro sorrindo, na tentativa de ser reconfortante. — Vai dar tudo certo.

Será?

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Oi meus bolinhos, queria dizer que algumas coisas dos capítulos anteriores foram mudadas, como por exemplo, de 16 mil (eu tava viajando legal nessa hora em) foi para 62 mil dólares. Além disso nada muito significativo foi alterado...
Não se esqueçam de votar xoxo.