Naquele momento Devourer estava em outro esconderijo, era uma caverna subterrânea protegida por litros e mais litros de água ácida. Em suas mãos havia a bola branca brilhante que ele arrancou de dentro da Draconia de Matt, ela brilhava fraco, de uma forma um tanto triste e fúnebre  

Devourer: venha a mim, minha querida.

O dragão de ossos em sua forma humana transferiu sua magia para a esfera, a fazendo brilhar com força. A esfera passou a levitar para fora da mão dele e começou a se distorcer, até se transformar em uma bela mulher com as mãos cruzadas na frente do corpo, porém, ela era apenas um corpo feito de energia luminosa, um holograma.

Devourer: continua a mulher mais bela que já conheci, meu amor.

"Agora é Thiamatt para você, Devourer." — ela responde sem demora. — "Você não é mais o dragão que eu amei"

Devourer: claro que sou, você sempre me amou e sempre vai me amar.

Thiamatt: Você não está errado, eu sempre irei te amar. Porém, eu me condeno por isso.

Devourer: você não mudou nada.

Thiamatt: o único que mudou aqui foi você, Devourer. Se deixou ser contaminado pela malícia e se corrompeu. Matou seres inocentes e devastou vales por mero prazer, por isso foi condenado ao Hell.

Devourer: já estava na hora de alguém se levantar e agir. Os humanos conseguiram grande conhecimento e desconfiam que a dimensão deles não é a única, eles sabem que em pontos estratégicos de seu mundo há portais, os buracos de minhoca, e estudam um meio de encontrá-los e de os atravessar. Se eles vierem para cá, irão fazer o mesmo que fizeram em seu próprio mundo: reconhecer, se preparar, atacar, conquistar e estudar os seres místicos que é nosso dever PROTEGER.

Thiamatt: você está certo, novamente. Porém, ao mesmo tempo em que acerta você erra. Sim eles virão, sim eles tentarão, mas não conseguirão porque nós sabemos lutar mesmo a maioria de nós sendo pacífica. O errado não é defender, é atacar. Nós estaríamos declarando guerra a eles se fossem atacados por nós primeiro, então teríamos uma resposta não muito amistosa.

Devourer:  atacando primeiro ou não o objetivo deles continuará o mesmo. Você podia ter o corpo, os olhos e a mente daquele garoto híbrido, mas não viu tudo o que eu vi. Eu irei salvar aquela dimensão do ser imundo que é a espécie humana, curar sua terra e trazer de volta os animais a muito tempo extintos. Então, irei dar a aquele lugar uma população pura de novos místicos, sem a interferência humana.

Thiamatt: os híbridos são ideais...

Devourer: para que? Contaminar novamente o mundo?

Thiamatt: os híbridos são mais fortes que os puros. Eles se adaptam mais rápido e são mais resistentes, isso os faz mais adequados para a sobrevivência do que os puros. Aliás, você nunca extinguiria os híbridos, onde houver pelo menos dois puros de espécies diferentes, sempre haverá a possibilidade de vir a existir um híbrido.

Insatisfeito, Devourer rosna e tenta agarrar sua ex esposa pelo pescoço. Mas sua mão apenas atravessa Thiamatt que continua neutra a sua frente.

Thiamatt: sou apenas um corpo de luz, não pode nem poderá me tocar.

Devourer: isso é um imprevisto. Mas assim que eu descobrir como trazer você de volta a forma física, eu irei drenar de seu corpo toda a sua magia e a usarei para destruir aqueles insetos enquanto você observa de camarote. É apenas uma questão de tempo.

Diante a afirmação a dragonesa permaneceu em silêncio enquanto via seu ex marido sair daquele lado da caverna, mas seu coração parecia bater de forma acelerada de acordo com sua preocupação. Ela sabia que estava a salva por um tempo bem curto e que precisava fazer algo urgentemente.