Capítulo 8
— O senhor podia ter pelo menos a decência de me informar antes de tomar a decisão final. — Explodo.
Estou na arena me preparando para o treino de hoje. Meu pai veio atrás de mim depois do almoço para se explicar. Mas não quero explicações meu pai está tão fascinado com Adam que me dá nojo. Depois da chegada de Adam ele fica tomando decisões sem me consultar e fazendo reuniões sem mim que por um acaso sou herdeira dele. Sei que ainda não sou rainha mas deveríamos trabalhar em união.
— Eu disse que ia ter uma reunião com o conselho Aalis e nós achamos melhor mantê-lo sobe o nosso controle.
— Sobe o nosso controle? Qual é o problema de vocês a final? Primeiro o senhor decide fazer o interrogatório sem mim. — Começo. — Só mandou me chamar porque o infeliz quis agora o senhor decide mantê-lo e age como se fosse a atitude mais sensata?
— Ele já foi guerreiro de Ahzac Darkroon, Aalis isso é perfeito. Podemos tirar proveito disso sem contar que além de ser um bom guerreiro ele tem um poder totalmente diferente de sua casa e é magnífico. — Papai fica irradiante com sua ideia.
Não estou nem prestando atenção em meu pai direito. Minha raiva é fulminante e para não me descontrolar mantenho meu foco arrumando os equipamentos que irei usar hoje no treinamento diário.
— Ótimo! Que ele fique então mas saiba que não estou de acordo. Ele quase matou a sua herdeira mas pelo visto você não se preocupa com isso. Tudo bem o senhor tem mais três filhos não será um problema se ele tentar me matar de novo. — Dou de ombros.
— Não diga isso Aalis você tem que me entender. São questões que não se discute apenas fazemos.
— Eu já disse que tudo bem pai. Mas que fique claro ele é responsabilidade sua. E é bom se preparar para dar uma desculpa bem convincente para a imprensa sobre o maluco que caiu do céu.
— Pode deixar que desse assunto eu cuido. — Papai pega uma espada e fica brincando enquanto fala comigo. — Mas quero que você treine Adam. Este assunto você que vai cuidar.
— O quê? — Deixo escapar uma gargalhada. — Muito engraçado pai ha! ha! estou morrendo de rir.
— Não estou brincando Elaren.
Certo, quando meu pai me chama de Elaren é porque o assunto é sério e isso me assusta. Ele nunca me chama de Elaren. Apenas minha mãe que está sempre brava comigo por algum motivo.
— Até algumas horas atrás você não me queria perto dele, agora você quer que eu treine ele?
— Eu sei. É contraditório mas reis também mudam de ideia. Percebi que ele não tem muita noção do poder que tem e quem seria melhor do que uma princesa que tem três poderes, é uma ótima professora, entende muito bem de lutas e é uma guerreira excepcional, para treinar um rapaz perdido? — Me encara levantando as sobrancelhas tentando me convencer.
— Tenho alguma escolha? — Reviro os olhos.
— Não, você não tem. Ou me obedece... ou me obedece. —Sorri.
Ele sabe que venceu esta batalha contra mim.
— Tomara que este Adam te traia da pior maneira possível porque só assim o senhor vai perceber que tenho razão. — Dou um sorriso falso.
— Isso não vai acontecer Aalis e foque no seu treino seus amigos já estão chegando para treinar.
— Olha só quem está aqui. — Armena diz animada. Atrás dela vem o resto do pessoal. — Vai treinar conosco hoje rei Valentino?
— Não, não, vou ficar só um pouco para ver o desenvolvimento de vocês. E para ver como Aalis se saíra com seu novo aluno.
— Humm! Sorte sua em? — Eliott sorri para mim.
Olho para ele com a cara fechada e seu sorriso vai embora. Ele percebeu que não estou feliz com isso.
— Quem Aalis vai treinar? Adam? — Bogdan pergunta aos risos achando ser uma piada.
Ele deve ter pensado "como seria hilário se minha querida irmã treinasse o cara que em poucas horas atrás tentou matá-la." E não é que ele chutou certo?
— Sim meu filho! Ela vai treinar Adam. — Papai responde sério.
O sorriso de Bogdan cessa e todos intercalam os olhares entre Adam e eu. Logicamente não consigo disfarçar minha cara de poucos amigos.
— É uma honra mas prefiro treinar com Homens que saibam lutar de verdade. — Retruca Adam para meu pai.
— Ave Maria! — Marjorie deixa escapar cobrindo o rosto com as mãos.
— O céu vai cair minha gente, se preparem. — Addy avisa.
— É agora que a gente sai de fininho? — Eliott resmunga.
— Como é que é? — Me viro e ando em sua direção. — Você está dizendo que eu sou fraca?
O encaro de mulher para Adam. Meu peito encosta em seu peito, meu nariz encosta no seu, olho no fundo de seus olhos sem medo de encará-lo, sempre com meu olhar firme. Não vou abaixar minha cabeça para esse cretino que acha que me conhece.
— Você me acha fraca senhor Kieran? — Repito.
— Vamos lá. — Ele sorri debochado. — Não precisamos de tanta formalidade delicinha e saiba que me enfrentar de peito aberto não quer dizer que você seja forte.
Sem tirar meus olhos dos dele agarro seu braço sem muito desespero e jogo para trás torcendo e colocando mais força apenas para deixá-lo de joelhos em minha frente. Ele geme brevemente de dor mas depois abaixa a cabeça e sorri. Com meus pés o chuto para trás fazendo-o cair e logo em seguida pressiono minha bota em seu peito arrastando levemente para sua garganta colocando mais pressão ainda o deixando vermelho e sufocado.
— Aalis não precisa de tanto. — Didacus tenta intervir e ajudar Adam mas Adam levanta a mão o impedindo.
— Realmente delicinha você é muito boa e coloca boa nisso. — Pressiono mais sua garganta. — Ok foi mal e com certeza você é muito forte. Mas homens como eu sempre tem uma carta na manga.
Adam chuta o joelho da minha outra perna, a que estou usando para sustentar meu corpo, me fazendo cair em cima dele, quase batemos a testa uma na outra tamanha foi a velocidade do meu tombo. Ele ri. Todo mundo nos observa sem um som se quer.
— Parece que você é forte mas não é muito inteligente. — Meu cabelo cai em seu rosto ele tira e me olha nos olhos. — Conheça seu adversário.
Se ele acha que vai se gabar e zombar de mim na frente de meus amigos e principalmente na frente de meu pai ele está totalmente enganado. Aproveito que estou em cima dele levo minha mão na cintura de minha calça e tiro uma mini adaga colocando em seu pescoço novamente. Se fosse por mim ele já teria perdido a cabeça.
— Enquanto você tem uma carta na manga eu tenho duas querido. Não subestime minha força muito menos minha inteligência, você não me conhece e da próxima vez vê se faz seu dever de casa... Conheça seu adversário. — Me levanto o empurrando mais contra o chão e me ajeito.
— Devo reconhecer você é realmente incrível. Está apta para me treinar. — Adam levanta do chão também.
Reviro os olhos ainda não acreditando na audácia desse garoto.
— É vocês vão se dar muito bem. — Papai encara Adam e a mim com um brilho estranho no olhar. — Agora tenho que ir. Alguém tem que comandar este reino.
— Gostei de ver Al acabou com a raça dele. — Armena me elogia.
— Esse tal de Adam é ridículo.
— Eu sei mas ele é um gostoso de lindo. — Armena se vira para encarar Adam de longe que agora tenta se recompor conversando com meus irmãos.
— Nisso eu tenho que concordar. — Eliott abraça Armena. — Um gostoso de lindo.
— Bom fiquem com o gostoso de lindo de vocês que eu vou voltar para o escritório. — Digo limpando minha roupa indo guardar algumas coisas que os meninos não vão usar.
— Mas por que você vai agora? — Eliott pergunta.
— Ele já conseguiu me estressar. Vou deixar ele se acostumar com o ambiente e conhecer tudo hoje depois começo o treino com ele. Você pode tocar tudo hoje? — Pergunto para Armena.
— Claro sem problemas.
Me viro para guardar o resto das coisas quando o ouço gritar. Por um momento paro no lugar.
— Você disse para eu fazer meu dever de casa e conhecer meu adversário. Adivinha só? Eu fiz!
Não olho para trás continuo caminhando.
— Hum. Que bom para você então. — Grito sem ânimo, ainda andando para sair da arena.
Estou prestes a sair da arena quando sinto algo furar minhas costas bem no rumo do meu ombro. A pressão é tão forte que o lado esquerdo do meu ombro cai para frente e depois volta para trás. Tudo acontece tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo que chega a ser inacreditável. A dor me bate de forma surreal, arde, corrói, queima. Sinto que o objeto que entrou em minha pele não saiu, sangue escorre pela minha blusa e pinga no chão. Tiro a faca grudada em mim e olho para trás onde Adam está parado me olhando com um olhar diabólico e curioso.
Essa ferida vai se fechar em poucos segundos mas porra que filho da puta.
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