Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 7 - Atração

2877 Palavras

Quando os olhos de Kira se abriram novamente, a paisagem tinha mudado, as árvores eram normais como no seu mundo, bem como as casas e a maioria das pessoas, salvo por um e outro que tinha manchas coloridas pelo corpo ou olhos de uma tonalidade que certamente nenhum humano da dimensão dela teria.

As pessoas nem os encararam, por mais que suas roupas estivessem sujas, seus rostos com a pior das expressões, sem contar os ferimentos e falta de vestes de ambos. Aquela pequena vila já estava acostumada com os viajantes que de repente conseguiam sair da floresta, eles até tinham um homem específico para recebê-los e os ajudar. Graças a essas pessoas, a vila deles conseguia o dinheiro necessário para se manter, já que as famílias iam até lá e ficavam hospedadas esperando pelo retorno dos familiares que estavam em treinamento.

O tal homem se aproximou dos dois, Kira ainda olhava em volta esperando encontrar alguma coisa anormal, mas sua percepção só se focou no fato de que quase não tinha pessoas idosas ali e muito menos crianças, todos aparentavam estar na mesma faixa de idade, entre uns vinte e quarenta anos, assim como Agamenon que também tinha essa aparência. Foi só depois que Agamenon o cumprimentou que a menina notou a presença do homem, era um senhor de no máximo cinquenta anos e Kira tinha quase certeza que ele deveria ser o mais velho por ali, sua pele era escura e quase não tinha mais cabelo, usava um suspensório e tinha uma barriga proeminente, seu sorriso era tão branco que parecia brilhar, passava uma sensação boa, seus olhos eram azuis, nada comparado ao de Agamenon, os do senhor eram opacos, sem brilho, beirando ao cinza. 

 - Bem vindos! – Ele disse com uma voz mais nova do que sua aparência. – Essa é a Vila da Floresta, eu sei o nome não é bem criativo, mas enfim, o que mais poderíamos ter colocado? – E soltou uma gargalhada sozinha. – Eu sou Galber, vou levá-los até a hospedaria dos corajosos. 

 - Ah, não será necessário. – Agamenon indicou as roupas. – Não temos dinheiro para pagar. – O senhor olhou os dois e coçou o queixo sem barba.

 - Claro que não tem, acabaram de vir da floresta. – Ele riu colocando a mão na barriga. – Vocês pagam depois, enviamos um pombo para pegar o dinheiro. 

 - Sendo assim. – Agamenon agarra a mão de Kira. – Para que lado fica?... 

 — Como você pôde dizer que somos casados?! — Kira reclamou, mais uma vez, mantendo o mesmo tom desde que se hospedaram. — Poderia ter dito que somos irmãos ou primos! Agora estamos presos nesse quarto com uma única cama! — Ela andava de um lado para o outro, gesticulando e apontando, a ansiedade transbordando em cada palavra.

Agamenon estava exausto. Sentado na beira da cama, observava Kira enquanto ela desfiava sua lista interminável de queixas. Ele sabia que não adiantava argumentar. A hospedaria estava cheia, como sempre, e era comum reservarem um ou dois quartos para viajantes. Só não imaginavam que, naquele dia, outros três apareceriam antes deles. Como chegaram por último, restou-lhes dividir o único quarto disponível.

O cômodo era pequeno, mas acolhedor. Nada que pudesse impressionar alguém acostumado a quartos de palácio, como Agamenon, mas ainda assim melhor do que muitas das noites que ele passara em lugares menos convidativos. Uma cama de casal dominava o centro do quarto, ladeada por um guarda-roupa simples, recheado com roupas modestas como as que receberam após o banho de cortesia. O chão era coberto por tapetes marrons com estampas de flores beges. Duas janelas traziam luz ao espaço: uma perto do banheiro — uma área pequena, composta apenas por uma pia, um espelho médio e uma privada sem tampa — e outra próxima à porta, que oferecia uma visão limitada da rua movimentada.

Kira continuava a falar, como se o quarto apertado e a cama única fossem a maior tragédia do dia. Agamenon apenas suspirou, aguardando o momento em que ela finalmente ficaria sem argumentos — ou sem fôlego.

 — Eu não posso aceitar isso. Você não vai realmente dormir na cama comigo, né? — Kira reclamou, sentada na beirada da cama. Seus braços estavam cruzados, e a expressão no rosto era uma mistura de incredulidade e constrangimento. Agamenon, parado junto à janela, desviou os olhos da rua para encará-la. — Isso é o cúmulo do desrespeito! Meu pai não aprovaria nada disso!

Agamenon arqueou uma sobrancelha, os braços agora cruzados. Sua paciência parecia no limite.

— Muito bem, pode dormir no chão. Não vou me importar. — A calma na voz dele tinha um toque de sarcasmo, e aquilo a pegou de surpresa. — Prefiro, aliás, você tentando arrancar meus olhos do que esse drama histérico.

Kira engoliu em seco, sentindo o peso das palavras, e virou as costas para ele. Seu rosto, até então corado de raiva, perdeu um pouco da força.

— Precisa entender que não estamos mais no seu mundinho perfeito — ele continuou, aproximando-se lentamente. — Por mais que se apegue às suas regras, às vezes é preciso se adaptar. Não foi culpa minha só termos esse quarto disponível.

— Eu não sou apegada. — A voz dela saiu mais baixa, quase um murmúrio. Agamenon notou o jeito como os ombros dela encolheram, como se carregassem um peso invisível.

— Não? — Ele inclinou a cabeça, esperando.

— Só que essa proximidade me deixa... — Kira hesitou, apertando as mãos no tecido da colcha. Não precisou completar. Agamenon entendeu o que ela queria dizer, e de repente tudo fazia sentido: o comportamento irritadiço, as reclamações constantes... Era uma tentativa desesperada de manter distância. Evitar a proximidade que poderia reacender aquela atração inexplicável entre eles, algo que ambos pareciam lutar para negar desde o que aconteceu no plano da inércia.

O lorde suspirou, resignado.

— Certo. Podemos improvisar uma cama no chão. — Ele cedeu, mas não sem deixar sua marca. — Mas vou querer todos os travesseiros e a colcha.

Kira ergueu o olhar para ele, ligeiramente surpresa, mas concordou com um aceno. Silenciosamente, pegou os itens que ele pediu e ajudou a ajeitá-los no chão.

— Quanto tempo vamos ficar aqui? — perguntou ela, enquanto ajustava os travesseiros com um pouco mais de calma agora.

— Gostaria de partir pela manhã — respondeu ele, sentando-se no chão, ao lado de sua improvisada cama. — Mas esses ferimentos ainda não cicatrizaram por completo. Não posso usar magia, muito menos invocar minha espada.

Kira se sentou na cama, o olhar sério.

— Como uma daquelas criaturas foi parar lá?

— O príncipe sabia que eu estava procurando por você. — Agamenon passou a mão pela testa, a expressão endurecida. — Mesmo que Ayla tenha tentado disfarçar a torção na dimensão, aquele verme deve ter sentido a presença dela.

Kira franziu a testa, tentando acompanhar as explicações, embora a confusão fosse evidente.

— Ayla é a feiticeira — murmurou, relembrando flashes de memórias. Na visão, uma mulher de cabelos loiros com mechas vermelhas entregava a Agamenon um frasco verde enquanto ele estava em um círculo branco com inscrições que ela não compreendia. — Como ela ouviu você chamá-la?

— O lugar onde caí ficou marcado com as inscrições. — Ele deu de ombros, como se fosse algo óbvio. — Era um ponto chave de comunicação. Usei tudo que eu tinha para fazer minha voz alcançar Ayla. É por isso que minha magia está fraca agora... e, claro, aquele animal não ajudou em absolutamente nada.

Havia um toque de frustração em sua voz. Agamenon, tão acostumado a ser o melhor, parecia não suportar a sensação de impotência, como se isso o tornasse menos do que ele era.

— Eu não lembro de ver nada no chão — comentou Kira, deitando-se e encarando o teto. Estar ali, naquela cama, longe da tensão constante, fazia com que ela se sentisse mais no controle. Era como se pudesse finalmente manter seus pensamentos claros, como estar sóbria.

 Agamenon permaneceu em silêncio, sentado perto da cama enquanto analisava suas feridas quase cicatrizadas. Após uma batida na porta, uma jovem entrou com um carrinho de comida, dizendo ser cortesia pela noite, e logo saiu. Ele experimentou a refeição com Kira, que também aceitou. Quando terminaram, ambos voltaram para suas camas. As memórias do salão, do príncipe e de Agamenon vieram à mente dela, fragmentadas como um sonho distante. Virando-se de lado, Kira observou o lorde ajeitando sua cama improvisada.

 - Qual era sua relação com o príncipe das trevas? – Kira perguntou, inclinando a cabeça, tentando encontrar traços do acobreado em seus olhos azuis. Agamenon suspirou, deitando-se sem vontade de conversar. – Ele parecia preocupado, como se tivesse te dado alguma vantagem.

- Seja o que for, já aconteceu. Agora pode ficar quieta e me deixar dormir? – Ele virou de costas, tentando afastar o incômodo que a lembrança lhe causava.

Kira suspirou, fechando os olhos, mas o cansaço não venceu. A memória do salão a consumia, e, depois de horas revirando-se na cama, um pensamento absurdo surgiu: talvez, se eles se beijassem de novo, pudesse entender melhor o que aconteceu. Ela sabia o quão idiota era a ideia, mas algo lhe dizia que essa resposta poderia mudar tudo.

 Ela sentou-se na cama, observando-o em sono profundo, o peito subindo e descendo de forma ritmada, como quando o encontrou no buraco, vulnerável, quase como uma pintura. Uma tensão gelada tomou conta de seu corpo ao lembrar do beijo naquele lugar estranho. Fora avassalador, intenso, e a dúvida a corroía: seria assim de novo ou tão frio e vazio quanto o primeiro beijo?

Decidida, levantou-se em silêncio, ajoelhando-se ao lado dele. Seus lábios semiabertos a faziam hesitar, mas ela continuou, aproximando-se lentamente. Quando estava prestes a tocá-lo, ele acordou, segurando-a pelos ombros e a pressionando contra o chão, seus olhos brilhando em um vermelho ameaçador. Por um instante, Kira sentiu como se ele fosse matá-la, até que o azul familiar retornou, e ele a soltou, sentando-se e a encarando enquanto ela, atônita, se levantava.

- Não pode fazer isso. – Ele disse. – Ou vou acabar matando-a sem perceber. – Balançou a cabeça, tentando tirar a sensação de estar em perigo de dentro de seu ser. 

 - Eu só me aproximei. 

 - E eu estive em uma guerra. 

O silêncio pairou enquanto ele a observava, atento aos poucos movimentos dela. O olhar perdido de Kira deixava claro que algo a incomodava, e ele entendia bem, já que muitas coisas o perturbavam também. Primeiro, o fato de ela tê-lo encontrado – pelas regras, ele poderia ter caído em qualquer lugar, mas acordou ao lado dela. Segundo, a memória que ela mencionava, onde Aldrin parecia arrependido, não combinava em nada com o príncipe das trevas. E, por último, havia o desejo. Mesmo depois de perder a ilusão de sua amada, ele ainda a desejava. Bastava encará-la por muito tempo para sentir a atração intensa invadindo seu corpo. O que ele não sabia era se ela sentia o mesmo, mas, se fosse assim, talvez aquele lugar estranho fosse o culpado.

 - O que queria fazer comigo? – Ele não tinha certeza, mas imaginava do que se tratava. - Ia me beijar? - Ela concordou com a cabeça. - Não funciona se a pessoa estiver inconsciente. 

- O senhor me parou tão rápido, estava mesmo dormindo? – Ela perguntou, mas ele não respondeu. Sua mente estava presa nela, nos olhos que brilhavam na penumbra, nos cabelos soltos emoldurando o rosto, na respiração agitada. Ela parecia uma fogueira viva, irradiando calor que o atraía.

– Posso tentar... – Ele sussurrou, aproximando-se enquanto Kira prendia a respiração. No entanto, ao sentir a magia falhar, soube o motivo: o feitiço exigia ausência de atração, mas ele não conseguia mais negar o que sentia. Tentou focar na ideia de quem Kira realmente era, na essência por trás dela, e lançou o feitiço.

Foi inútil.

 O beijo começou suave e lento, como uma sinfonia que gradualmente alcançava seu clímax. Agamenon a puxou para mais perto, enquanto sua mente tentava substituir Kira por outra pessoa. Lágrimas escaparam de seus olhos sem que pudesse evitar. Kira, por sua vez, esperava ser transportada novamente para aquele lugar estranho, mas quando o beijo se intensificou, ela apenas se entregou, deixando seu corpo reagir instintivamente aos impulsos dele.

A porta do quarto se abriu bruscamente. Agamenon soltou Kira e se colocou à frente dela, o corpo tenso e os músculos prontos para o combate. Kira se escondeu atrás dele, temendo o pior. Uma luz intensa invadiu o ambiente, e então Agamenon reconheceu o rosto de seu tio, espada em punho, esperando que ele falasse. Seus músculos relaxaram, mas sua expressão permaneceu carregada de irritação.

— Existe uma coisa chamada bater — ele disse, bocejando enquanto olhava de esguelha para o tio, claramente desgastado com toda a cena. Kira não se moveu, mantendo-se próxima de Agamenon como se ele fosse a única âncora naquele momento.

 - Tentei me comunicar com você lá de baixo. – Zaki encarava a rainha com raiva. – Mas percebi que nunca ouviria, a magia dessa vadia estava impedindo que minhas mensagens chegassem. – Uma linha dura surgiu nos lábios de Agamenon quando ouviu o tio ofender a rainha. 

 - Para sua informação, a culpa não é da senhorita, minha magia está fraca... – Com uma das mãos ele levantou a blusa mostrando o ferimento de garra. – Então se puder abaixar sua espada, minha acompanhante e eu agradeceríamos. 

 Zaki relutava. O poder da rainha de Kvinner era inegável, e ele, com sua sensibilidade para magia, sentia isso claramente. Embora tivesse resistência contra feitiços, a força dela o fazia duvidar. Suspirou, guardou sua espada e passou as mãos nos cabelos, esperando que não fosse o caso.

— Ayla rastreou vocês até aqui, então parti logo que te senti. Quando não me respondeu, subi, temendo que ela o tivesse devorado. — Agamenon riu, visivelmente mais descontraído.

— Talvez estivesse cego, mas ela não parece gostar de carne de gente. — A rainha sentiu suas bochechas esquentarem e olhou rapidamente para Agamenon, que não parecia nada feliz. — Não temos nada para levar, então podemos ir para o palácio... E já que está aqui, pague a hospedagem, não tenho um tostão. — Zaki revirou os olhos e saiu pela porta.

 Agamenon se levantou e calçou as botas, enquanto Kira, com suas sapatilhas nas mãos, o esperava perto da porta. Ela estava confusa sobre o que sentia quando o beijava. Nunca estivera tão perto de um homem como agora, e, apesar de gostar da sensação, sabia que não podia deixar isso continuar.

 - Chega de intimidades entre nós. Está claro que não estamos totalmente conscientes. – Ele assentiu, a expressão séria.

- Sinto muito. – Ele sussurrou com pesar. – Aquele lugar... ele fez algo com a gente. Já ouvi falar sobre o plano da inércia, dizem que ele revela o que tentamos esconder.

- E o que isso significa pra nós? – Ele perguntou, a impaciência transparecendo na voz. – O que poderia estar escondido, se nem nos conhecemos de verdade? – Agamenon soltou uma risada, sem humor.

- Vai passar. – Ele deu de ombros, tentando passar confiança. – Nenhuma magia dura para sempre. Essa atração, tudo isso, não é real. – Ele suspirou fundo. – Pode ser só um sentimento reprimido se manifestando dessa forma. Não deve significar nada além disso.

Kira concordou com a cabeça, mas a dúvida ainda a consumia. Preferia acreditar nisso, mesmo que no fundo soubesse que seria mais fácil lidar com essa explicação do que com algo mais complicado.

Enquanto descia as escadas para encontrar Zaki, Agamenon não conseguia afastar os pensamentos sobre Lídia. Sentia falta dela, do tempo que passaram juntos. Quando conheceu Danielle, abafou o sentimento para não magoar a noiva, mas o plano da inércia havia ressuscitado tudo. Sem Lídia para direcionar a dor, ele havia inconscientemente canalizado isso para a rainha de Kvinner. Ela, banida das Terras da Alvorada, carregava o amor do príncipe das trevas, uma emoção esquecida que o plano trouxe à tona. Era uma peça cruel que ambos estavam jogando, sem sequer perceber.

 Ao passar pela recepção, Kira viu o homem que invadira o quarto conversando com o velho da hospedaria, claramente acordado pela cara de sono. O ambiente estava iluminado por pequenas esferas de luz, provavelmente criadas por magia. Lá fora, a carruagem negra e seus cavalos aguardavam. Agamenon ajudou Kira a se sentar e, ao entrar, percebeu a presença de outra pessoa.

Era uma mulher de beleza impressionante, com cabelos loiros e ondulados até os ombros, lábios vermelhos que contrastavam com sua pele branca e olhos violeta que encantaram Kira de uma forma que ela nunca imaginara. Quase como se quisesse arrancá-los, como teria feito com os do lorde, se tivesse a chance. A mulher não percebeu os dedos da rainha se aproximando até que Agamenon os detivesse, levando-os de volta ao corpo de Kira antes de se sentar ao seu lado.

 - Precisa parar de querer tirar os olhos das pessoas, alguém pode considerar um insulto. – Agamenon disse, Kira sussurrou um pedido de desculpa para a mulher que agora a encarava, avaliando-a dos pés à cabeça, para depois voltar seus olhos exóticos para Agamenon a tempo dele a cumprimentar. – Bom te ver, Danielle.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro