Capítulo 03
Digo a mim mesma... Não , não posso pegar ele sem permissão, não é meu. Mas estou curiosa o suficiente para pegá-lo.
"É melhor não" digo a mim mesma. Então recuo, recuo e desisto de pegar o livro sobre os Rangers, mesmo que ele possa conter informações que eu possa usar para minha formação como uma Ranger.
Termino de organizar e limpar os livros. E me sento a mesa para descansar um pouco para eu ir a cozinha. "Você pode muito bem pegar e depois devolvê-lo, ninguém perceberá" penso.
Me levanto e sigo até a prateleira onde uma placa em seu topo diz i.M.S os Rangers. Levanto minha mão e me inclino para apanhar o livro... Passos no corredor me pegam no ato.
-... aquele Distrito está quase se rebelando por conta dos constantes ataques rebeldes, senhor.
E os dois estão dentro da biblioteca, recuo no mesmo instante e abaixo meu rosto.
- Está fazendo o quê aqui minha jovem? - o senhor Edmundo me pergunta. Percebo que ao seu lado tem um jovem que não deve ser muito mais velho que o Joshua ele é loiro de olhos azuis da cor do oceano, embriagante, e seu corpo é escultural perfeito sob o uniforme militar.
- Estava limpando a biblioteca senhor. - enfim falo, o rapaz está me olhando fixamente como se ele perdera algo e estivesse tentamdo encontrar em mim. - Mas já terminei o trabalho, já irei me retirar.
- Prazer senhorita. - o rapaz me estende uma mão. - Mack. E a senhorita é?
- Emmica Spring. - limpo a garganta. - Prazer.
- Não é hora de apresentações. Soldado Mack, temos assuntos a tratar.
- Claro senhor. - ele fala mostrando frustração na voz. Olha para mim sorri e diz:
- Penso que as apresentações ficarão para uma próxima hora senhorita. Mas não se preocupe irei procurá-lá em breve para nos conhecermos melhor. - ele me lança uma piscadela, coro completamente.
Cruzo a biblioteca com as bochechas queimando sem olhar para trás apenas fazendo uma pequena reverência para o senhor Edmundo. Mas ele me para com uma voz firme.
- Antes de ir para casa senhorita Emmica. - ele é direto. - Passe no escritório do andar de baixo. Tenho um assunto pra tratar com a senhorita.
Faço que sim com a cabeça e sigo o meu caminho rumo aporta passando direto pelo corredor sem parar para poder olhar para trás. Descendo as escadas em poucos segundos. E enfim chego na cozinha.
- Achei que você não iria sair de lá. É uma ótima área para leituras não é? Viu aqueles magníficos livros? - Celeste já dispara uma torrente de perguntas.
- Oh vi! São realmente maravilhosos. - digo.
- Mas que pena que não temos total e livre acesso à eles. São restritos à família e alguns criados e soldados. - diz confirmando com a cabeça. - Não a gente. Não para nós. - ela diz parecendo estar triste.
- Preciso ir para o jardim. - limpo a garganta. - Preciso ajudar o senhor Bill.
- Não mocinha. Você não pode ir lá nesse horário. - ela diz olhando em seu relógio de pulso. - Já está próximo ao horário de almoço. E depois o senhor Bill está descansando só voltará ao trabalho depois do horário de almoço ter passado. - ela cutuca meu braço com o cotovelo algumas vezes. - Ele gosta de aproveitar seus poucos minutos de descanso.
- Claro. - eu rio
- Ah... Já ia me esquecendo. O senhor Bill, ele só deixa as pessoas chamá-lo de "Bill" quando ele permite. - ela faz voltas em volta de sua orelha com o dedo indicador. - Ele tem um certo chilique com o nome dele, sabe. Então o chame primeiramente de senhor Billboard. Ok?
- Certo. - abro um sorriso meio estranho que até a senhora Celeste acha graça dele.
♥♥♥
Depois do almoço ser servido a família Lazarus e aos empregados vesti uma roupa que a senhora Celeste me indicara que seria melhor em meu próximo trabalho, o de jardinagem.
Assim que vesti o uniforme de jardinagem, um macacão um pouco grande em me manequim e galochas de borracha brancas com luvas eu um chapéu que cobria metade de meu rosto, fui procurar o senhor Bill , ou melhor , senhor Billboard.
Fui em direção ao jardim. Um imenso quintal com arvores arbustos e flores. Era definitivamente o local mais bonito da casa. Impecável, o senhor Billboard sabia o que estava fazendo, as flores dos mais diversos tamanhos e cores mas em completa harmonia. As árvores e arbustos estava corretamente podadas.
Não entendo o que eu teria que fazer ali, estava tudo impecável podado e arrumado. Olhei para todos os lados para procurar um serviço. " Ahh " achei o que eu teria que fazer, no lado esquerdo havia um enorme aglomerado de folhas em tons marrons e amarelos reunidas no chão. Peguei um saco de lixo de meu bolso e comecei a colocar as folhas dentro.
- Achei que eu teria que pedir a senhorita para fazer isso. - senti um arrepio que tomou conta de meu corpo. - Olá senhorita.
Virei-me para trás para encontrar o rosto que me surpreendera, mas só encontrei um rosto tampado com um enorme chapéu e com roupas comuns de jardineiro.
- Olá senhor Billboard. - as palavras se enroscam em minha língua antes de sair. - Sou Emmica S-Spring.
- Pelo visto já me conhece. - "não eu não o conheço". - Prazer senhorita Emmica, mas não é preciso tanta formalidade. Pode me chamar de Bill. - ouvia uma voz desgastada mas não uma voz velha.
A pessoa que se escondia embaixo daquele uniforme não seria tão idosa como eu pensara que era. E aquela voz... Aquela voz eu já a ouvira antes. Mas não me lembro onde.
- A senhorita só precisará recolher essas folhas e regar as flores e arbustos. - ele continua. - Hoje a senhorita só me ajudará porque eu terei que visitar um parente doente e não tem como eu sair mais cedo se não cumprir todos esses serviços. - ele suspira baixo. - Então precisei pedir para a senhora Celeste que me encontrasse uma assistente. - ele dá uma ênfase à última palavra.
- Sim senhor. Não se preocupe farei tudo isso.
- Perfeito. - ele diz se afastando e sumindo de vista. Ainda queria ver o rosto daquele homem saber de quem era aquela voz que me causava arrepios.
Depois de recolher todas as folhas e regar as flores e arbustos sentei-me no chão do jardim no meio do quintal. Comecei tentar me lembrar de onde era aquela voz... Mas nada me vinha em mente.
Coloquei a cabeça para trás me apoiei em meus braços e tirei meu cabelo daquele chapéu que me tirava o ar. Sentia a brisa do vento tocar em meu rosto em meu cabelo com os olhos fechados.
Senti uma mão me tocar no ombro. Me virei e abri meus olhos bruscamente, assustada com o toque.
- Oh perdão! Não quis te assustar. - era o Joshua. O que ele fazia aqui? " Aqui é a casa dele o jardim dele " eu que sou a intrusa. - Se lembra que a gente combinou de nos encontrarmos aqui no jardim? - " Sinceramente não " mas é claro que eu me esquecera. Com tantas coisas para fazer e pensar.
- Ah claro! - menti.
- Ótimo. Pensei que você tivesse se esquecido. - ele ri só para espantar o nervosismo.
- Não. Eu não me esqueceria. - talvez eu tenha sido irônica. Talvez não.
- O que você estava fazendo? - ele diz sentando ao meu lado.
- Descansando um pouco. - fecho e abro os olhos levemente.
- Legal. Você não deve ter aproveitado em nada o jardim não é? Não teve a chance de vir aqui para sentir essa brisa? - ele diz na mesma posição que ele me encontrara antes. - Eu amo este jardim. O senhor Bill cuida bastante dele.
- Quantos anos o senhor Billboard tem? - digo morta de curiosidade.
- Humm... Talvez uns 30, no máximo 40. - minha cara de surpresa era inevitável. - Por que? - ele diz concertando-se e de volta ao meu lado. Olhado-o nos olhos respondo.
- Por nada. Ele é muito jovem você não acha?
- Sim. Mas ele deve ter suas dificuldades.
- Claro. - digo pensando que tipo de dificuldades alguém como ele poderia ter. Mas logo me esqueço dele.
- Você fica tão engraçada tentando pensar. - ele diz rindo. Eu rio também.
- Não estou pensando. - cutuco-o com o cotovelo. Reparei agora no caderno que ele tinha em mãos. - O que é isto? - aponto para o caderno.
- Ah! É meu caderno de desenhos. Aqui eu desenho o que penso e as coisas mais belas em que eu fico admirado.
- Você desenha?! Nossa que incrível! Posso ver?
- Oh! Claro!
Pego o caderno e começo a olhar todos os desenhos que haviam nele. Ele desenhou a irmã , Dianne, com riquíssimos detalhes realmente ela era bela com seus cabelos curtos e ondulados. Haviam desenhos de pessoas que eu nunca vira, mas que acredito que ele também não conhecera pois não tinham muitos detalhes.
- São algumas pessoas que vejo por ai em seus momentos mas engraçados. - rimos espontaneamente.
Continuei a observar aqueles desenhos eram incríveis e belos.
Havia também o desenho do jardim , o senhor Billboard trabalhando de costas para o Joshua que o desenhava.
Muito belo e cheio de detalhes. O jardim realmente era algo que precisava ser desenhado belamente.
Havia ainda um último desenho. O mais atual. O observei atentamente e principalmente abismada.
- E-essa sou e-eu?
- Sim. - ele ri
- M-mas...
- As coisas mais belas se lembra? - ele faz um sinal ao lado da cabeça. Eu ainda estava sem palavras e chocada.
- Eu nem sei o que falar Joshua. - vi aquele belíssimo desenho de mim mesma com cabelos soltos e ao vento com um sorriso enorme e bonito. Ele me retratara naquele desenho como se eu fosse pega de surpresa por uma câmera.
- O que você achou Emi?
- Eu adorei! - dei um abraço forte nele que esboçava toda a minha alegria e agradecimento. O soltei levemente olhando fixamente em seus olhos. - Nunca vira algo tão belo!
- Nossa eu achei que você iria gostar. Mas não tanto.
- Desculpe... É que...
- Por que você esta se desculpando? - ele ri
- Não sei. - rio.
- Gosto muito de você Emi. Mas não sei porquê. Não sei mas é como se já te conhecesse ha muitos anos.
- Gosto também muito de você Josh. - rio nervosamente.
Ele se aproxima de mim , me segura pela cintura e me aperta contra o seu corpo. Nossos lábios estavam a centímetros, olhei dentro de seus olhos e ri baixinho. Quando percebi já estava com meus lábios nos dele. Ele me beijava intensamente, cada vez me desejando mais com os lábios.
Sabia que estava correndo muito perigo com ele ali. Qualquer um poderia nos ver ali no meio do jardim. Me afastei e fixei meus olhos no chão.
- O que houve? - ele diz com um tom de tristeza.
- Não podemos fazer isso. - digo me odiando por dentro. - Você... Você é uma pessoa rica com uma boa família e uma bela casa. Quem me garante que você não está brincando com meus... Comigo.
- Desculpe- me não sabia que você me enchergava assim.
- Não é isso. Ah... Hum... Nos conhecemos a tão pouco tempo.
- Eu sei... Mas...
- Mas você sente como se já nos conhecêssemos a muito tempo.
- Sim.
- Não posso. Não assim. - levanto- me me forçando a não me render aqueles olhos tristes de Joshua. Ele se levanta rapidamente e segura um de meus braços.
- Eu sei que nos conhecemos a apenas um dia. Sei que você não tem uma boa condição financeira. E sei que você não quer que brinquem contigo. Mas você acreditaria se eu te dissesse que estou apaixonado por você? - "Não".
- Isso não seria possível.
- Mas eu te digo que sim. Quando minha mãe estava procurando por alguém para cuidar de alguns afazeres da casa ela me mostrou o currículo e a foto das candidatas. - me lembro de enviar minha foto e meu currículo por correio. - Ela me pediu para ajudá-lá a escolher uma. Nenhuma se encaixava nos critérios que minha mãe escolhera. - não sei no que isso poderia mudar a situação.
- Já estávamos desistindo de procurar. Então eu vi sua foto. Nunca tinha visto tão belo rosto tão belos cabelos. Queria poder conhecer aquela linda garota que fazia meu coração palpitar mais forte. Poder tocar naqueles macios cabelos. E a impressão de já a conhecê-lá surgiu. Nunca vi e nunca senti algo assim. - estava furiosa comigo mesma e com ele.
- Talvez você precise de umas noites melhores de sono! - comecei a andar e ele me segurou pelos braços e me puxou para mais perto de seu corpo.
- Me escuta por favor.
- Você só pode estar brincando! Será que você sabe mesmo o que é se apaixonar?! - nem eu sabia. - Você tem dinheiro mas não pode me comprar com ele! - esbravejei e dei um pisão no pé dele e o empurrei para trás. Sai correndo em direção à casa.
- Emmica! Por favor! - ouvia a voz dele mas me recusava a voltar para ouvir qualquer outro tipo de explicação.
♥♥♥
Era seis horas da tarde, a senhora Celeste disse que eu já poderia ir embora então peguei minhas coisas e fui me despedi dela.
- Já estou indo senhora Celeste. - digo cruzando a porta da área dos criados rumo ao portão.
- Espere! - ela me alcançou e acalmou sua respiração. - O senhor Edmundo que falar contigo.
- Oh sim. - havia me esquecido. - Já estou indo.
Voltei para casa e entrei no escritório em que me indicaram. Bati na porta.
- Senhor?
- Pode entrar senhorita Emmica.
Entrei e ele fez menção para que eu me sentasse na cadeira que estava logo a frente de sua mesa.
- Minha filha Dianne me contou sobre o que a senhorita fez com meu filho Joshua. - sua voz era amarga e fria.
- Tudo não passa de um mal entendido senhor.
- Não se preocupe. Meu filho já veio me informar e me convenceu de não demiti-la .
- Obrigada senhor. - disse sem ter mais nada do que falar.
- Tome mais cuidado mocinha. - disse com tom de sarcasmo. - Não medirei esforços para demiti-la da próxima vez.
- Sim senhor. - já estava avisada para tomar mais cuidado, não vou vacilar " não vou".
- Pode ir.
Acenei com a cabeça e pedi licença. Assim que abri a porta do escritório cruzo com Joshua.
- Olá Emmica.
- Oi.
- Posso conversar com você? - mas eu já estava longe. O ignorei , passei direto por ele sem falar mais nenhuma palavra.
♥♥♥
Fui até o ponto de ônibus, olhei em meu relógio de pulso e já era seis e e meia. Tenho meia hora para viajar por dois distritos antes de chegar ao meu. Graças aos céus os ônibus se tornaram mais modernos e rápidos.
O ônibus estava praticamente lotado. Sentei em um banco no fundo do que estava vazio, ao meu lado ainda poderia sentar mais alguém, porém não queria ninguém ao meu lado. Quis colocar minha bolsa ao meu lado mas me detive, poderia entrar alguma senhora ou senhor, eles não poderiam ficar em pé. Então permaneci no meu canto.
Olhei pela janela e vi que ainda tinha muita gente para entrar no ônibus. Fechei meus olhos e tentei dar um cochilo mas alguém sentou ao meu lado me impedindo.
- Olá Emmica! - virei-me para ver quem era que estava me chamando. Era Mack o soldado que eu tinha visto na biblioteca dos Lazarus.
- Oi Mack.
- Tem alguém sentado aqui? - queria dizer que sim. Mas ele já sabia minha resposta. Apenas neguei com minha cabeça.
- Como foi o seu dia? - ele perguntou.
- É... Foi bom.
- Legal. Vai continuar trabalhando para os Lazarus? - "duvido"
- Acho que sim.
- Por que "acho que sim"? - ele repete com o mesmo tom.
- Não sei se eles gostaram do meu trabalho.
- Acredito que você se saiu bem. - ele abriu um belo e grande sorriso que me fez rir também.
- Ei Mack, você mora em qual distrito?
- No Distrito 14. - ele volta a sorrir. - E você?
- No quinze. - tentei fazer o número com os dedos mas desisti.
- No Distrito 15?! - ele se sobressaiu no tom de voz.
- Sim, por quê?
- Desculpa. Acho que você ainda não ficou sabendo não é?
- Sabendo? Do quê? Mack o que houve? - meu coração começou a sair pela boca.
- Hoje houve um ataque terrorista. Bom... O Distrito 15 praticamente não existe mais.
O mundo parou de girar, meu coração parou de palpitar, não enxergava mais nada.
- Emmica, você está bem?
- Claro que eu não estou bem! O meu distrito está... Acabado como você acha que eu estaria bem!
- Acalme-se Emi. Desculpa.
- Fala que tudo isso é tudo um engano. Por fav... - despenquei nos ombros de Mack. Não sabia se aquilo realmente era verdade. Não sabia o que fazer.
- Por favor - continuei. - Por favor, me explica o que está acontecendo.
- Acalme-se Emi. - ele colocou minha cabeça corretamente em seu ombro e começou a falar em meu ouvido. - O ataque iniciou-se meio dia em ponto. Eles começaram lançando bombas em toda parte. Depois atiraram nas pessoas que tentavam fugir.
- Meu Deus! Por que ele fizeram isto?! - algumas pessoas me olhavam , olhavam para Mack. Mas todas já tinham seus próprios problemas, com um tempo elas desviaram o olhar.
- Ninguém sabe ao certo. - ele diz com um suspiro. - Muitos conseguiram fugir. Estima-se quinhentos mortos.
- Não...
- Você tem parentes lá?
- Sim, meu pai e meus irmãos.
- Nossa...
- Há chances de eles ainda estarem vivos não é?
- Possível. Onde eles se encontravam?
- Bom... Meu pai e meus irmãos mais velhos nas fábricas e minha irmã mais nova no colégio.
- Ótimo! Pode se acalmar querida.
- Porquê?
- Porque em colégios e em fábricas tem abrigos onde eles podem se esconder.
- Mas você não disse que o distrito fôra destruído?
- digo me levantando de seu ombro, depois de o tê - lo encharcado com minhas lágrimas.
- O.K. Não era assim que eu te queria em meus braços - ele ri. - Mas...
- Responda. - digo ficando vermelha.
- Sim... As bombas realmente destruiu muito o distrito. Tanto que você não o reconhecerá.- ele diz abafando um som.- Mas como eu disse algumas pessoas conseguiram fugir, e os outros podem se abrigar em abrigos.
- Espero que eles estejam bem. Preciso logo chegar até eles.
- Não!
- Não o quê?
- Você não pode ir até lá.
- Porquê?
- Primeiro - ele diz levantando o dedo indicador. - Ainda podem acontecer outros ataques, seria perigoso você ir até lá. - dou de ombros. - Segundo: Será quase que impossível você encontrar eles no meio de tanta bagunça. - ele ri - Aquele distrito está uma verdadeira zona.
- Não me impede de nada... - ele me interrompe.
- O Ônibus não tem permissão de ir até lá... - ele ri tampando a boca com a mão.
- O quê!
- Isso mesmo gatinha.
- Mas... Mas eu não tenho como chegar até lá. Não tenho onde dormir se eu não for para lá.
- Você também não teria se fosse para lá.
- Impossível. Onde eu vou passar a noite!
- Minha casa.
- Não. - falei muito rápido. - Não.
- Por que gata?
- Não posso. Nem te conheço. Não posso dormir na casa de um homem.
- Prazer Mackenzie. - ele diz estendendo uma mão.
- Mackenzie? Mas seu nome não era Mack Enzie?
- Bom... Não exatamente. Meu nome é Jackson Mackenzie. Mas não gosto muito de "Jackson" e muito menos de Mackenzie. Por isso Mack.
- Claro. Mas de qualquer forma não pos...
- Você não tem outra opção. Tem Emi?
- É... Não.
- Então minha linda. "Tamo junto"!
- Oi?
- Modo de falar. - rimos.
Depois de um tempo o observando e olhando os distritos por onde passávamos tive uma dúvida e queria tirá-la a limpo.
- Mack.
- Sim, Emi.
- Você gosta de ser um soldado da força militar?
- Sim, muito. - ele diz sorrindo. - Sabe tem muitos privilégios. Posso andar armado , para me defender dos terroristas. - ele diz batendo no coldre sob sua jaqueta. - Eu não recebo ordem de ninguém. A não ser de meus superiores. E as vezes até tenho sorte com as garotas.
- Você sabe que não precisa disso. Você é muito... - fico quieta após ver que sua atenção estava totalmente voltada para mim. - O que foi?
- Nada. Você tava dizendo que eu sou o quê?
- Larga de ser bobo! - tentei dar uma cotovelada em seu ombro mais ele se desviou colocando a bolsa a sua frente como um escudo.
- O que tem aí?
- Nada. Só algumas coisas de militares.
- Claro. Ei!
- O que foi agora?
- Como você tem tanta intimidade com o General Edmundo Lazarus. - digo enfatizando o titulo do senhor Lazarus. - Você é tão jovem. Não tem idade para tal cargo.
- Digamos que eu tenho os meus "contatos". - ele faz aspas com os dedos.
- O.K. - rimos.
- E você Emi?
- Eu o quê?
- Que profissão você deseja ingressar? Acredito que você não queira passar o resto da vida recebendo ordens como criada. Certo?
-Sim. Bom... Eu por enquanto estou querendo juntar dinheiro para que eu e minha irmã possamos ter uma melhor condição de vida. Mas pretendo mesmo seguir com o meu sonho "profissional".
- Legal. E qual seria o seu sonho "profissional"? - me detive por um minuto por me lembrar de que os militares não se dão muito bem com os Rangers. Mas Mack era diferente, me sentia confortável a seu lado, segura.
- Eu quero me tornar uma...
Fui interrompida com a freiada do ônibus, o embalo me fez bater minha testa com toda a força contra o banco da frente.
- Você está bem Emi? - ele se manteve estável mesmo com a freiada brusca do ônibus.
- Sim, e você? - ele apenas afirmou com a cabeça.
Todos os olhos se voltavam para a frente do ônibus, ninguém sabia o que havia acontecido. Ao olhar para a frente do ônibus reparei que o motorista havia aberto a porta do ônibus, três terroristas entraram no ônibus fortemente armados fazendo o motorista erguer as mãos por cima de sua cabeça.
Olhei pela janela direita e vi outros cinco terroristas com armas e trajados casualmente como todos os terroristas se vestem, com calça jeans, camiseta preta, capuz , óculos escuro e um lenço em volta dos rosto. Usavam botas de motoqueiro.
Não tinha visão da janela esquerda. Quando olhei para Mack ele não estava mais olhando os terroristas mas sim conversando com quatro outros militares , que eu ainda não tinha percebido a presença deles. Dois no lado esquerdo de Mack e dois nos bancos atrás do nosso.
Ele se virou para mim e me olhou fixamente.
- Emi, eu preciso que você preste bastante atenção. - confirmei com a cabeça levemente. - Eu e os outros militares - ele continuou. - Vamos... Fazer esses terroristas se arrependerem por entrarem aqui.
- Mas eles estão em maior número Mack. Vocês podem se machucar. Por favor, não faça nada que possa te prejudicar ou prejudicar os outros. Por favor...
- Emi, se não fazermos... A gente pode não sair vivos daqui. Somos inteligentes, muito mais do que esses babacas!
Eu não queria perder mais alguém para os terroristas. Não de novo. Reprises do dia do ataque em que eu estava com minha mãe. Cada minuto, cada grito. Voltei para o presente.
- Por favor Mack.
- Quero que você me entenda, por favor Emi.
- Prometa que você irá tomar cuidado.
- Te prometo gata. Ainda dançaremos juntos. - ele me beijou na bochecha.
- Obrigada Mack.
- Agora é o seguinte. Quando eu te mandar você irá se abaixar e se proteger embaixo do banco. Não sairá daqui se eu não te falar. Ok?
- Ok.
O terrorista que parecia ser o líder de todos os que estavam no ônibus e fora também estava discutindo com o motorista que o estava convencendo a não pegar o ônibus. Mas o terrorista se exaltou e atirou no motorista atingindo-o no ombro esquerdo.
Todos no ônibus gritaram e começaram a conversar e esbravejar vários protestos contra os terroristas algo que só irritou ainda mais um deles que atirou contra o teto do ônibus e fez todos calarem.
- Melhor assim. - disse o líder ficando no centro do ônibus. - Gostaria de saber se aqui tem algum Ranger ou militar. Gostaríamos de conversar com eles. - ele ri sarcasticamente.
- Mack. - susurrei.
- Vai ficar tudo bem Emi. Prometo.
- Andem! - o terrorista gritou. - Não tenho o dia inteiro.
Mack olhou para os quatro amigos militares que estavam sentados a sua volta. Ele olhou para mim e voltou olhar para os militares e fez um sinal com a cabeça.
- Agora Emi! - Mack gritou se agaixando ao lado do banco e começando os disparos contra os terroristas. Me abaixei sob o banco e fiquei olhando por debaixo do banco. Vi os três terroristas cairem sobre o chão do ônibus. Enquanto isso Mack e os outros militares avançavam para fora do ônibus.
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