12 - O começo de algo novo
☆ Oie, kkakakaka não vamos falar sobre todo o tempo que se passou hmm? Vamos fingir que a última atualização foi semana passada que tal? Pra compensar toda essa demora, mês que vem tem mais 2 capítulos pra vcs tá? 2 quem sabe até 3? Julho é o mês de NSN, muito conteúdo vindo aí pq estou fervilhando de ideia. 30k de views uuuuuhhhh obrigada a todo mundo que ama NSN. Tudo pra mim. Muahajaha, sem mais delongas pq sei que vcs não querem me ver falando, boa leitura.
Eu não vou parar de sentir borboletas
Eu as tenho toda vez
Que eu olho em seus olhos
Você não vai parar de passar pela minha mente
Pelo resto de nossas vidas
Você me dá borboletas
E eu continuo sentindo
Borboletas
Burterflies-Max
Gosto de acreditar que a vida também dá chances para sermos felizes, tipo, as rasteiras e decepções acontecem, mas a vida não é somente sobre coisas ruins. Definitivamente havia dias bons, dias felizes, dias onde podemos sorrir sem medo e nos sentimos bem mentalmente e consigo mesmo.
E eu estou justamente em um desses raros dias, raros porque ultimamente os dias estavam pesados, cheios de dúvidas e sentimentos conflitantes, a culpa andou me consumindo e me deixei de lado, parei de me priorizar e de conviver comigo mesma. Eu ainda continuava errada, meus erros ainda trouxeram danos irreparáveis, mas me odiar vinte e quatro horas por dia não mudaria nada.
Só queria voltar a ser a Lim Nari de sempre e queria poder mostrar a Jimin a minha melhor versão, então respirei fundo e empurrei toda a culpa e dor para debaixo do tapete. Não precisava lidar com isso agora.
- Nari-ssi, o que acha de vermos um filme? - Jimin surge na sala saindo de seu quarto depois de um cochilo pós almoço de domingo. Seus cabelos estavam desgrenhados e as bochechas inchadas o que lhe dava um ar jovial e fofo, não consigo conter o riso que se forma em meu rosto ao olhá-lo, havia coisas que talvez eu nunca me acostumasse, Jimin casual provavelmente seria uma dessas coisas.
- Por mim tudo bem - respondo rapidamente. - Estou entediada mesmo - concluo. Domingo a tarde sempre era chato, não tinha nada para fazer a não ser ficar vagando pelas redes sociais vendo outras pessoas fazerem alguma coisa de suas vidas que, com certeza, não posso fazer por falta de dinheiro. Eu não tinha namorado então não dava para ir em um encontro, JanGi estava ocupada com seu namorado e EunHa... Bom essa última eu estava evitando ao máximo. Literalmente fugindo dela como diabo foge da cruz, olhar seu rosto me lembraria todas as coisas que não sou e que fiz e não queria mais esses sentimentos guiando a minha vida. Tava deprimente demais já.
Jimin suspira e senta ao meu lado no sofá. Encaro sua imagem reflexiva, acredito que esteja pensando em algum filme que queira ver, usa uma blusa de flanela preta e um short tactel cinza que deixa metade das coxas a mostra, bem despojado para a primavera coreana, adoro vê-lo todo montado para trabalhar, mas definitivamente a sua melhor versão era essa. O Jimin como ele era.
- Que tal Diário de uma paixão? - questiona e me encara. Pisco brevemente confusa, mas automaticamente lembro que ele já havia comentado que esse era o seu filme favorito da vida e que gostava de ver quando não estava se sentindo tão bem. O famoso confort movie. Acho que meu namorado virtual ainda estava passando por dias difíceis, mesmo que já tenha passado duas semanas desde que descobriu parcialmente a verdade sobre sua bonita ser um fake. Jimin não se abria muito sobre o ocorrido, nem tocávamos no assunto com frequência, ele por ser fechado e eu por não querer ser pega na mentira, mas a verdade é que devia estar sendo difícil para ele lidar com essa mudança em sua vida, ele só não estava deixando transparecer isso com clareza.
- Eu gosto, pode ser sim - não vou contrariá-lo, mas um romance doce e meloso não parecia exatamente a ideia perfeita. Não para assistirmos separados, esse era o tipo de filme que gostaria de assistir agarradinha com ele, fazendo cafuné e comendo besteiras. - Vou fazer algo para comermos enquanto você vai procurando aí na Internet o filme - anuncio já me levantando e indo para a cozinha, pois cafuné podia até não ter, mas as besteiras pelo menos teríamos.
Preparo pipoca e alguns petiscos para beliscarmos enquanto vemos o filme. Coloco as coisas entre nós dois e sentamos cada um em uma extremidade do sofá. Recosto minha cabeça sobre o encosto do móvel para me sentir mais confortável enquanto o filme rola. Não assisti Diário de uma Paixão muitas vezes e não lembro exatamente do enredo, mas confesso que particularmente não gosto das atitudes da Elle, muito explosiva, bate nele sempre que brigam, mimada e influenciável demais, mas são coisas da época, né? Acho o Noah meio... como posso falar? Passivo demais quando se trata dela, mas não era isso o amor? Você se doar desesperadamente por alguém ao ponto de parecer bobo e louco? Bom, as grandes paixões são meio que assim mesmo, pelo menos as de filmes e livros são.
- Deve ser muito louco viver um amor intenso assim, não é? - Jimin abre a boca pela primeira vez em uns quarenta minutos de filme.
- Na vida real não sei se funciona exatamente assim como no filme - brinco, mas Jimin permanece sério.
- Eu queria viver um amor assim, marcante, intenso, único e especial. Tipo alguém que te marca de uma forma tão intensa e única que você não é capaz de amar mais ninguém, nem de sentir nada parecido assim de novo - Jimin me encara e sorri, - eu sei, parece bobo falando assim em voz alta, mas é que...
- Não é bobo... - tento conter o riso o interrompendo.
- A sua cara não nega, você me acha um idiota - ri mais abertamente, balanço as mãos em negação, não quero que ele pense que não pode falar essas coisas comigo por medo de ser julgado, só não consegui conter a minha expressão de incredulidade nesse tipo de amor avassalador de filmes e livros. A vida real costumava ser mais dura e cruel que isso.
- Não é isso, é só que...
- Que? - incita quando deixo as palavras morrerem.
- Eu nunca tive muita sorte no amor, então, meio que parece uma utopia viver algo assim - explico brevemente meu ponto.
- Não tô muito diferente de você - ri tristonho, mas apesar de tudo, acho que Jimin não entenderia que uma decepção amorosa nem se comparava com as traições e humilhações que experimentei, mas não queria que ele entendesse também, porque não estávamos aqui competindo para saber quem sofreu mais na vida por amor. - Mas tipo, imagina que maluco poder viver e amar uma única pessoa a vida toda, não gosto de ficar me relacionando com um monte de gente, isso me faz sentir vazio e medíocre no dia seguinte. Gosto de pensar que existe por aí a pessoa. Aquela que vai me fazer amar a vida toda e ser feliz até a velhice, que mesmo com as diferenças vai me completar, que vou acordar todos os dias sentindo o coração bater frenético e cheio de amor. Eu sei, de novo, em voz alta, isso parece bem bobo.
- Não é bobo, sério, é uma visão bonita e romântica sobre se relacionar - Jimin consegue ser ainda mais incrível do que eu já sabia enquanto abre o seu coração sobre suas expectativas e brevemente me pergunto se ele considerou sua bonita como essa pessoa especial para amar para sempre.
- Só me fodo pensando assim - brinca e suas argolas balançam cintilantes nas orelhas.
- Você é um cara bonito, inteligente, engraçado, divertido, gente boa demais, é questão de tempo até encontrar uma mulher perfeita pra você - os elogios tecidos escorrem como mel pela minha boca, porque são todos a mais pura verdade.
- Não ligo muito pra mulher perfeita, só queria uma pessoa que me amasse assim, com força para ser capaz de passar por cima até do tempo. Acho que sou romântico demais - Jimin passa as mãos pelos cabelos os empurrando para trás. Os fios estão cada dia maiores e gosto de como está agora ainda mais bonito que o normal. Fico encarando seu perfil em silêncio enquanto ouvimos a conversa dos personagens no filme, ele nem poderia imaginar que bem aqui ao lado dele existia um amor por si capaz de tudo, até mesmo de se anular - eu sei que não é saudável, eu sei -, mas não conseguia evitar de amá-lo dessa forma tão intensa. Só queria que ele soubesse que o amo assim como Noah ama Elle e provavelmente nem o tempo irá apagar esse amor, pois Jimin me amou por quem eu era no início de tudo, me fez sentir alguém especial, mesmo que ele nem saiba disso e ainda cuida de mim, mesmo que nem sonhe que eu sou a mulher que ele ama e o machucou.
- Que foi? - pergunta após perceber que passei tempo demais o encarando.
- Tava aqui só pensando sobre esse lance de amor - respondo honestamente tentando recompor minha expressão.
- Você ama alguém? - tenho toda a atenção dele para mim, seus olhos miram os meus com genuína curiosidade e o encaro de volta muda. Devo falar a verdade ou mentir? Se eu falar a verdade que amo alguém, ele pode pensar que meu coração já está ocupado e nunca nem me enxergar como uma possibilidade, mas não queria mais mentir para ele. Construí um castelo de mentiras em volta de nós que se tornou a nossa prisão e agora não sabia como desfazer isso, mais mentiras mesmo que bobas só fortaleciam ainda mais esse castelo e consequentemente me afundava mais nessa prisão.
Antes que eu pudesse escolher entre lhe falar a verdade e mentir, o celular dele tocou tirando a sua atenção de mim. Solto um suspiro pesado me voltando para o filme enquanto ouço Jimin dispensar uma saída com alguém alegando querer apenas passar o domingo em casa hoje.
{...}
Definitivamente agora entendia porque Diário de uma Paixão era o filme favorito de Jimin, no fundo ele queria viver um amor como o de Noah e Ellie, viver juntos, casar, envelhecer e se possível morrer juntos, bem piegas e romântico mesmo. Noah ficou ao lado de Ellie até seu último minuto e o amor que sentiam um pelo outro foi capaz até mesmo de passar por cima de uma doença degenerativa extremamente grave, sem ele ela só piorava, sem ela o coração dele não suportava.
Eu entendia ele, mas acho que na vida real era difícil algo assim acontecer, esses romances com histórias inspiradoras ficavam mesmo para os filmes ou talvez eu que fosse negativa demais sobre o amor. Mas não posso realmente me culpar por isso, posso? Eu também gostaria de viver um amor assim, de preferência ao lado dele.
Mas enquanto cortava algumas legumes para fazer uma salada, me peguei pensando que estávamos aqui construindo a nossa própria história. Jimin sentado na mesa tomando uma cerveja enquanto na TV tocava uma música animada, me assistindo cozinhar o nosso jantar, me parecia demais um bom enredo, pelo menos para esse capítulo de nossas vidas. Pelo menos por esse ato e eu gostava disso. Um dia feliz e leve para sorrir sem tanta culpa ou medo. Só eu e ele.
- Você gosta bastante de cozinhar, não é? - me pergunta enquanto estou de costas para si. - Onde aprendeu?
- Gosto - respondo sorrindo para mim mesma. - Minha mãe saía para trabalhar muito cedo todos os dias, ela vende Tteokbokki na rua, e não tinha muito tempo para cozinhar, se eu não aprendesse ia morrer de fome ou teria que comer tteokbokki todos os dias da minha vida antes da escola e quando chegasse de noite. Tinha um livro velho de receitas da minha avó lá perdido e quando eu estava entediada fazia algumas das receitas, aí acabei pegando gosto pela cozinha, é quase uma terapia para mim, sabe?
- Não sabia que a sua mãe vende Tteokbokki - observa.
- Acho que nunca comentei sobre - digo me virando para olhá-lo, Jimin mexe no celular, mas não parece atento.
- E o seu pai trabalha com o que? - desvia o olhar do celular e me encara. Suspiro pesado, não queria falar sobre coisas ruins, mas se ele perguntou, não via outra opção senão contar-lhe. Franzo o cenho tentando decidir quais partes ruins não lhe contar.
- Meu pai morreu quando eu tinha dez anos - começo.
- Sinto muito - ele me interrompe.
- Tudo bem, não precisa sentir. Ele era alcoólatra, um cara muito complicado e ausente na minha vida e para completar ainda batia na minha mãe toda vez que estava bêbado, no fim acho que foi melhor assim - a expressão de Jimin muda para algo como incredulidade diante do que falo, sinto vontade de rir, acho que ele não esperava algo tão trágico. Mas não era nenhuma mentira, pelo contrário, infelizmente presenciei muitas dessas agressões na infância e era algo que não gostava de lembrar, preferia enterrar lá no fundo do subconsciente e tentar fingir que foram apenas pesadelos horrendos. Às vezes as lembranças se misturavam mesmo com meus pesadelos, mas para mim era um assunto superado.
- Poxa me sinto até mal agora, porque a minha infância foi algo super normal e você contando uma história de vida toda cheia de superação, faz parecer que sou um bobão - sei que Jimin está tentando amenizar o clima e rio do que diz enquanto sirvo a nossa comida. Hoje vamos comer macarrão com frango empanado e salada, algo leve para um jantar dominical.
- Que bom que a sua vida foi normal, você tem sorte - enfatizo.
- Cresci em Busan, meu pais claro, não são perfeitos, mas sempre tiveram um casamento bem pacífico, apesar de aprontar muito na infância minha mãe nunca foi de me bater e brinquei muito com meus amigos da escola e meu irmão mais novo. Realmente costumo dizer que foi algo bem saudável, são boas lembranças - Jimin se serve da comida enquanto fala sobre a sua infância e ouço tudo verdadeiramente encantada. - Meu pai trabalhava e minha mãe cuidava da casa e dos filhos, toda noite sentávamos em frente a TV para assistir os dramas que estavam passando, bateu até saudade agora - conclui colocando comida na boca.
- Parece ter sido uma infância incrível, agora sei porque você é um cara tão legal. Deve ser fruto de uma infância feliz - definitivamente Jimin ser gente boa, gentil e super popular com todo mundo tinha raízes nas coisas que acabou de me falar. Não consigo acreditar que alguém que teve uma vida tão pacata e boa possa ser alguém diferente dele e me pergunto se toda a família de Jimin é como ele, se seu irmão também é um cara legal e gente boa, simplesmente me convenço de que sim. Todos em sua família devem ser como ele.
- Mas eu te acho legal e você não teve uma infância igual a minha - Jimin fala despretensiosamente me pegando de surpresa, ele me acha legal? Jimin me acha legal? Será que ele sabe que quando falo que ele é legal quero dizer, na verdade, que ele é simplesmente incrível, maravilhoso e único no mundo?
- Não sou nem de longe popular com as pessoas como você e nem tão otimista e romântica sobre a vida, acha mesmo que sou legal? - brinco, mas não é mentira.
- Claro que sim - Jimin franze o cenho enquanto me olha nos olhos. Está costumeiramente sentado com o pé na cadeira e segura os jeotgarak parados no ar. - Você é gentil, condescendente, divertida, pode não ser popular, mas tem amizades muito contundentes, eu percebo como é ligada a sua amiga, é prestativa e porra... Cozinha bem pra caramba, essa coisa de criação não tem nada a ver, definitivamente não tem - ouvir tantos elogios sobre mim em uma mesma frase não era algo muito comum e apesar de eu mesma saber de alguns desses bons adjetivos, ainda era incrível ouvi-los saindo da boca de Park Jimin, logo ele, logo vindo dele. Jimin prestava atenção em mim, na minha amizade com JanGi e principalmente reconhecia as coisas que fazia por ele, mesmo que não precisasse, afinal a única pessoa que estava realmente sendo solicito aqui era ele que me ofereceu um abrigo. Meu coração palpita frenético no peito e sinto vontade de chorar, sonhei tanto com momentos assim que vivê-los realmente parece algo surreal, meu coração explode de felicidade espalhando borboletas por meu estômago.
- Eu só faço o que qualquer um faria - sim, talvez fosse eufemismo da minha parte, mas ainda era a minha forma de enxergar as minhas próprias atitudes.
- Não, muita gente usaria o passado com tantas coisas conturbadas para ser escrota com o mundo e devolver todo o ódio que a vida quis dar em forma de ódio também, mas agora acho que admiro você um pouco mais, porque apesar de tudo e qualquer coisa, continua sendo uma pessoa de bem, alguém muito legal e que é bom ter por perto - eu nunca tinha olhado por esse lado, mas Jimin tinha razão. Muitas pessoas usariam todos os traumas e histórias insuperadas para serem ruins, mas esse era o meu combustível para continuar andando adiante, não via sentido em descontar nos outros as coisas que fizeram comigo, então apenas me agarrar à dor para criar força.
Dentre tantas coisas me atenho a uma em específico que falou, "alguém que é bom ter por perto", Park Jimin realmente gostava de me ter por perto? Não era um sonho? Ouvi isso mesmo vindo dele?
- Talvez nesse ponto você tenha mesmo razão - concordo tentando disfarçar todas as emoções que me ocorrem neste momento, estou completamente eufórica após as coisas que ouvi e sinto uma faísca, mesmo que bem pequena e tímida, se acender entre nós. Esperança e expectativa se mesclavam como dois átomos prestes a explodir e causar um verdadeiro big bang dentro de mim, Park Jimin teceu elogios a mim hoje, abriu o seu coração, me deixou conhecer um pouco da sua história e saber mais sobre a sua vida e suas raízes, isso para mim parecia o começo de algo novo.
Não queria bancar a emocionada, nem ter tantas expectativas sobre nós dois, tudo ainda estava muito no começo, mas só o fato dele me deixar entrar mais e mais em sua vida já indicava que sim, JanGi provavelmente estava certa, Jimin já gostou de mim uma vez e talvez, muito talvez pudesse enxergar todas aquela qualidades em mim de novo. Tudo aquilo que ele amou na bonita ele poderia, talvez, encontrar em mim. Eu só precisava continuar.
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