☆OMG 5k de seguidores aaaaaaaaa obrigada a cada um de vcs que me segue, lê alguma história minha e manda boas energias. 2022 já começou insano na minha vida e por isso acabei demorando um pouco pra trazer a atualização pra vocês, era pra ter sido semana passada, mas tudo bem, cá estamos nós. Agora começa a fase que eu tava doida pra escrever muahahahahahhahahahahahahaha espero que gostem do capítulo. Boa leitura. Tem recadinho lá em embaixo pra vcs.

Será esta uma sensação natural ou sou eu sangrando?
Todos os meus pensamentos e sonhos na esperança de que você estará comigo ou
É este um momento para lembrar ou apenas um dia frio de Dezembro, 
eu me pergunto
Se talvez, 
talvez eu possa ser tudo o que você sempre sonhou.
Anywhere but here - SafetySuit

Será que dá pra morrer mesmo estando viva? Achei que já tinha vivido muitas coisas dolorosas nessa vida, achei que já tinha sentido meu coração sangrar e partir, mas nada, nada conseguiu superar a dor de vê-lo chorar despedaçado. Queria estar em sua pele, ser a pessoa machucada, preferia mil vezes que meu coração estivesse em estilhaços. Jamais imaginei que viveria esse momento, que assistiria de camarote Park Jimin sucumbir a dor da decepção que eu mesma lhe causei.

Ele não merecia sofrer e não pude fazer nada para amenizar a sua dor. Doeu como ser rasgada ao meio, cada palavra dita, sua expressão penosa e taciturna, a forma como falou que nunca perdoaria a sua bonita.

Fui uma pessoa muito ruim e não calculei a dimensão que tudo isso tomaria. Se eu pudesse voltar no tempo e mudar algo definitivamente nem teria conhecido ele, não por minha própria dor, mas pra não machucá-lo. Fui uma maldição na vida do homem que amo e isso machucava muito mais do que ser desprezada, diminuída, ignorada, traída ou qualquer outra coisa que eu já tenha vivido.

Estava tão arrependida. Conseguia me odiar um pouco mais a cada momento em que vi como Jimin estava triste e mofino pelos cantos do pequeno apartamento. O que eu fiz? O que fui capaz de fazer? Onde meus traumas nos levaram?

Nunca o mereci, não pela minha aparência, não porque sou gorda e não sou o tipo de mulher com quem ele ficaria, mas porque sou eu, uma maldição em sua existência.

— Desculpa o atraso, peguei trânsito, odeio definitivamente andar de ônibus, só queria pular para a parte em que fico rica logo e paro de sofrer com o ônus da pobreza  — JanGi tagarela sentando na cadeira diante de mim — cruzes, você está péssima.

— Bom te ver também — rolo os olhos tentando segurar as lágrimas com muito custo. A tortura mental estava me levando ao extremo.

— Gostaria de poder ajudá-la, mas sinceramente até agora estou tentando entender como tudo isso ficou tão intenso e complicado. É difícil de acreditar até agora que você fingiu ser uma pessoa que acabou sendo a namorada do melhor amigo do cara para quem você fingiu ser outra pessoa. Existe a porra de 50 milhões de habitantes nesse país e culminou da EunHa ser a merda da namorada do melhor amigo dele. Como? — sorri sem humor, seria realmente cômico se não fosse totalmente trágico. Azar ou infortúnio da vida?

— Eu quero morrer — sussurro escondendo meu rosto entre as mãos.

— Vamos por partes gata, eu sei que o negócio ficou complicado, mas não é pra tanto.

— Não tive coragem de falar a verdade, ele tava lá na minha frente falando o quanto estava magoado e que nunca me perdoaria, não consegui. Minha mãe devia mesmo ter me abortado quando teve a chance, só assim não teria acontecido toda essa merda — encaro minha amiga que me encara de volta solicita.

— Nari o que tá feito tá feito, minha amiga não vai adiantar de absolutamente nada você falar essas coisas, sério, só vai te fazer ainda mais mal. Park Jimin não é nenhuma criança, tá? Ele vai superar. Veja pelo lado menos ruim, o Jimin não descobriu que você era a EunHa e você tá lá na casa dele… — minha amiga era sempre muito perspicaz e muito mais audaciosa que eu, o que me fazia admirá-la muito e também não entender certas coisas que dizia às vezes.

— Vai direto ao ponto — peço.

— Até onde você me contou o Jimin não tinha visto o seu rosto quando vocês começaram a se falar, certo? Ele gostou de você por quem você é, tudo o que aconteceu foi que a garota que ele gostava ganhou um rosto. Mas antes desse rosto ele já gostava de você. — A olho confusa esperando que junto os pontos e complete o raciocínio. — Me ocorreu aqui rapidamente que o Jimin nunca amou a EunHa, ele só achava que amava porque se a verdadeira abrir a boca perto dele, imediatamente ele irá perceber que definitivamente nunca gostou daquela pessoa. Entende?

— Desculpa, eu tô com muita dor de cabeça, não consigo acompanhar, resume — digo impaciente.

— O Jimin ama você. Ele só precisa ver em você o que viu na garota que conheceu na internet. Ao invés de você se martirizar por causa de tudo o que aconteceu, você pode simplesmente "consertar" isso — faz as aspas com os dedos para ficar mais explicado. — Vocês estão morando juntos, basta apenas você ser você mesma e ele vai gostar, porque ele já gostou uma vez.

Quando finalmente entendo tudo o que queria dizer solto uma gargalhada que vem de minhas entranhas e explode de uma vez. Ela não podia estar falando sério. JanGi me encara sem nem pestanejar com a expressão totalmente neutra indicando que ela realmente não estava a brincar.

— Pera — suspiro tentando recobrar a respiração — você está querendo dizer que em um mundo paralelo Park Jimin vai querer ficar comigo, porque no fundo eu pareço com a garota que ele amou e que machucou ele profundamente? É sério isso? Depois de tudo você ainda acha que eu devo ficar com ele?

— Acho — responde me interrompendo s hesitar. — Ok, essa coisa toda foi uma merda, você vacilou feio, mas quem melhor que a garota que por quem ele se apaixonou verdadeiramente para curar seu coração partido? Nari-ah você é incrível, linda e engraçada não tem porque ele não te querer. Eu sei que você se sente culpada, mas sério amiga, quero te ver feliz e eu acho que você deveria aproveitar essa oportunidade que ganhou da vida de não ser descoberta pra consertar essa merda toda fazendo ele feliz da maneira certa. — Minha melhor amiga termina de falar e ficamos nos encarando em silêncio. O peso de tudo o que disse pairando e sendo lentamente digerido por nós duas.

— Como vai o Namjoon? E a DongDong? Preciso ir ver ela — mudo de assunto pois não sei o que dizer. JanDi suspira, ela me conhece, sabe que preciso digerir o que falou.

— Namjoon vai destruir a casa toda qualquer dia desses e a DongDong é um amor sério, tá sendo ótimo tê-la conosco. O Namu e ela não se largam, vou ter que dar um cachorro pra ele depois que você levar ela de volta — ri enquanto fala, dá pra ver pela forma como fala do namorado o quanto JanGi o ama apesar das diferenças entre eles e das inúmeras discussões que têm. Custava eu ter um relacionamento normal assim? Eu não acho que custava, mas a vida só me empurrava pra ciladas.

Meu telefone toca nesse exato momento e encaro a mensagem que acabo de receber do trabalho pedindo para que avisasse ao Jimin sobre a coleção que estava pronta para ser analisada para a próxima capa.

— Preciso resolver algo rapidinho — aviso a minha amiga que concorda tomando um gole da bebida que eu tinha pedido para mim. Pressiono o número um da discagem rápida e logo começa a chamar.

— Lim Nari-ssi — ouço Park Jimin atender a chamada e meu coração disparar ao ouvir meu nome, sempre me sinto especial quando o ouço me chamar — Você tem um tempo para mim? — a pergunta me pega de surpresa e fico estática ao celular. — Gostaria que você viesse me encontrar, se puder, claro — conclui.

— Agora? — engulo em seco.

— Hm, você pode? Quero dizer, vir me encontrar? — A voz rouca e arrastada é convidativa e quase sexy demais para acreditar. Era um convite despretensioso, mas arrepiou todos os pelos do meu braço.

— Posso — apenas respondo.

— Perfeito, vou te mandar o endereço de onde estou por mensagem — ao terminar de falar desliga o telefone e vagarosamente afasto o celular do ouvido tentando raciocinar. A vida me deu um presente? O fato dele não ter descoberto completamente a verdade era uma segunda chance de fazer as coisas corretamente? Ou isso era apenas um pensamento egoísta e sem futuro algum?

Meu celular toca novamente e encaro a mensagem na tela com o endereço que ele me enviou.

— Que foi? — JanGi pergunta.

— Jimin quer me encontrar, perguntou se eu tinha um tempo para ele agora — explico e ela sorri.

— O destino é danado hein? Tá fazendo o quê aqui ainda? Vai encontrar ele e vê se faz as coisas direito, hm? — encaro minha amiga repassando mentalmente todas as coisas que ela havia me falado tentando encaixá-las, será que havia mesmo uma forma de fazer tudo certo a partir de agora? Eu merecia uma segunda chance?

{...}

Encaro a fachada do endereço que Jimin me mandou. É um restaurante especializado em Kimchi Jjigae e me lembro automaticamente de já tê-lo ouvido mencionar que ama guisado de Kimchi. Adentro no estabelecimento encontrando meu chefe facilmente uma vez que era fim de tarde e o local ainda não estava cheio.

— Você sempre cozinha para mim, decidi pagar algo para comermos hoje — Jimin se apressa em dizer assim que me aproximo da mesa que já está cheia de pratos e acompanhamentos que parecem saborosos.

— Uau, tem muita comida — falo me sentando. Jimin está usando uma blusa preta, seu cabelo está repartido ao meio e está um pouco maior, nos últimos dias ele não tem cortado e confesso que acho muito bonito assim, ele conseguia ficar ainda mais bonito com o cabelo maior. Quero sorrir ao perceber que sei quase tudo que posso saber sobre ele agora que dividimos o mesmo teto.

— Vamos beber? Tô precisando beber um pouco, tô me sentindo sufocado — diz me servindo imediatamente Makgeolli, a bebida está branquinha, muito leitosa como eu gosto, o doce se mistura ao amargo da fermentação causando um delicioso contraste e bebo toda a vasilha de uma vez só, estava com sede e nervosa.

— Aconteceu mais alguma coisa? — me apresso em perguntar.

— Você bebe bem — observa se servindo também da bebida — Fui de encontro ao Taehyung hoje — suspira e logo tira um grande gole de sua própria bebida — foi trágico. — Percebo que a vida de Jimin está toda bagunçada por minha causa.

— Ele não compreendeu bem? — questiono me servindo da comida e do guisado.

— Sinto que não, eu pedi para me desculpar com ela e ele não deixou. — Meu coração gela ao perceber que Jimin pretendia encontrar EunHa.

— Vo-Você que-quer ver ela? — gaguejo um pouco tropeçando nas palavras que vieram quase que rápido demais.

— Queria me desculpar, né? — Jimin recosta na cadeira e passa as duas mãos nos cabelos os empurrando para trás enquanto umedeceu o lábio inferior. Desvio o olhar totalmente afetada por sua imagem, o homem é pura tentação e o foco se esvai rapidamente. Tomo um pouco mais de Makgeolli tentando fazer o bolo na garganta de nervoso, descer goela abaixo. Ele me encara parecendo alheio ao seu poder sobre mim.

— Entendo, mas talvez não seja a hora, né? Esperar mais um pouco — talvez uns 100 anos? Penso.

— Foi ver a DongDong? — muda de assunto abruptamente e damos início a uma nova conversa, me sinto muito aliviada de poder falar sobre outras coisas e desviar o foco, mesmo que seja minimamente.

{...}

Eu teria que começar a discordar avidamente da máxima de que ninguém era perfeito. Park Jimin diante de mim levemente alcoolizado, passando as mãos nos cabelos, mordendo o lábio e repousando a mão no queixo vez ou outra enquanto falava era a prova mais que viva de que existia sim perfeição. Ele era a personificação da perfeição.

Meu coração martelava completamente descompassado ao ponto de doer a cada sorriso, a cada encarada, a cada pequeno gesto. Tinha como amá-lo mais? Tinha! Convivendo com o mesmo no dia a dia e o vendo ser uma pessoa descontraída e alegre, mesmo quando estava triste. Era lindo demais de ver, sério, eu estava um pouco mais apaixonada agora do que jamais estive antes.

Sem contar no fato de que Jimin só conversava olhando no olhos, encarando e mordendo o lábio enquanto eu me perdia e tropeçava em minhas próprias palavras totalmente embriagada pelo olhar predador, felino e intimidador do rapaz à minha frente, mesmo que ele estivesse com zero intenção de me intimidar.

— Nari-ssi você não namora? — me pergunta totalmente aleatório mudando o assunto novamente e a atmosfera entre nós. Jimin parece genuinamente curioso com a questão e pisco atônita antes de respondê-lo.

— Não — respondo simplesmente.

— Eu já suspeitava, né? Mas perguntei assim mesmo — diz bebendo uma taça de vinho porque as bebidas que tínhamos pedido já havia acabado.

— Suspeitava por que, por acaso, tenho cara de solteirona? — brinco.

— Não, na verdade você nunca comenta sobre e também se tivesse namorando acho que não estaria na minha casa — raciocina. A voz mais lenta e rouca indicando embriaguez.

— Jimin-ssi garotas como eu, não conseguem ser felizes no amor nesse país — digo honestamente.

— Você é muito legal, então como não? — tomba a cabeça de lado confuso como se isso fosse algo completamente inviável para ele.

— Os homens daqui só pensam na estética, se você não parece uma idol feminina, não tá bom pra eles. Te humilham, escondem, enganam e te trocam quando conseguem uma mulher magra e apresentável para a sociedade — minha indignação paira no ar e o clima fica tenso, escorrego a ponta do dedo na boca da taça sendo inundada por tantas e tantas lembranças de momentos que já passei.

— Pois eu espero que você seja muito amada — ergo meu olhar para encará-lo. Jimin me olha de volta sereno e amigável. — Você é uma pessoa incrível Nari-ssi — suas palavras fazem meu coração doer. Deveria ser bom ouvir isso vindo logo dele, mas toda a culpa por tê-lo machucado me toma — me avisa se algum otário te magoar — conclui piscando o olho de forma cúmplice para mim. Solto o ar que prendo com a respiração irregular. Jimin é bom demais, em todos os sentidos e isso me machuca muito, não pode ser ele a me fazer feliz? Sei que fiz muitas coisas erradas, mas seria muito egoísta desejar isso?

JanDi estava certa, a verdade só magoaria ele ainda mais, Park Jimin já confiava em mim, via algo especial, em poucos os dias construímos conexão. Saber a verdade partiria seu coração mais intensamente. Não era justo machucá-lo mais e nesse caso esconder a verdade não era tirar vantagem, era protegê-lo de mais dor, a dor que eu mesma causei e que só eu poderia piorar.

Mesmo que no final eu não tivesse nenhuma chance, mesmo que tentasse me aproximar e Jimin não visse em mim nada mais que uma boa amiga, eu tentaria me aproximar e esconderia a verdade dele. Porque no fim a verdade liberta, mas também lhe empurra de um precipício sem que você saiba voar, a queda iminente é dolorosa, mas prefiro que seja solitária. Se nessa história apenas eu sair machucada estarei no lucro.

— Jimin-ssi você é a melhor pessoa que eu já conheci na vida — concluo decidida a virar a página e começar uma nova história onde não irei mais magoar o homem que tanto amo. — Também só desejo que você seja feliz.

Opaaaaa quero fazer uma indicação para vocês de fic e autora. Gostaria que dessem uma chance para conhecer a obra da querida heyvante sigam ela e deem muito amor para Hipérbole que ela está escrevendo com todo coração para vocês.