(Atualização 2020)

"[...] Chamarei o seu nome, mas você não responderá,
Irei chorar quando você se for [...]"

Melanie Martinez - Dead To Me

        ❡Cada pessoa naquela casa teve uma reação diferente. Pacífica ficou em choque com o repentino sumisso de sua melhor amiga, Dipper estava tendo uma epifania finalmente entendendo o porque de sua irmã gêmea estar tão diferente naqueles dias, Stan estava chocado mas principalmente querendo caçar Bill até o inferno e fazê-lo pagar pela atrocidade que causara à sua sobrinha-neta, Wendy acreditava fielmente que um aborto era a melhor opção, Soos apesar de ser avoado era o mais preucupado com a garota, imaginando pelo o que ela passou naqueles meses presa com o demônio e Ford? Bem, Ford era o que mais queria arrancar aquela coisa de dentro de Mabel.

Ninguém sabia o que fazer naquela situação e ao mesmo tempo tinham várias ideias sobre isso, em poucos segundos todos naquela sala discutiam soluções, mas para a surpresa de Pacífica, Dipper se manteve quieto, olhos castanhos arregalados em direção ao nada, dentre todos, ele parecia o mais chocado.

Após vários minutos, o moreno se levantou do sofá onde estava junto com Pacífica. A loira lhe olhou com desconfiança mas o olhar quase morto do Pines não lhe permitiu ir atrás dele quando o mesmo começou a subir as escadas em direção do quarto de Mabel.

Ele se sentia culpado. Fudidamente culpado. Durante todo aquele tempo ele foi tremendamentd egoísta, se importando apenas com seus próprios sentimentos ao invés de pensar nos de sua irmã. E agora Mabel estava grávida, grávida do demônio que a sequestrou e a manteve em cativeiro por semanas a fio. O que ela deveria ter passado nas mãos dele? O que aquele desgraçado tinha feito com ela além de a estuprar?

O Pines chegou exitante à frente da porta do quarto de Mabel, ficou tempo o suficiente parado ponderando se batia na porta ou não, mas os soluços … O choro óbvio de sua irmã gêmea partiu seu coração em milhões de pedaços, se sentia um desgraçado de marca maior.

Estava quase batendo na porta quando seu pulso foi agarrado, se virou assustado por instinto mas parou qualquer reação ofensiva quando viu os brilhantes olhos azuis de sua namorada.

A Northwest tinha igualmente se esgueirado no meio das brigas e discussões e seguido o moreno até ali, caso ele fizesse algo de ruim para Mabel, mas só de olhar a culpa em seus olhos ela soube, Dipper não teria coragem de encostar um dedo em Mabel depois de toda a dor que causara a ela.

Sendo assim, depois de uma troca breve de olhares, ela largou o moreno, se colocando nervosamente ao seu lado enquanto ele batia na porta suavemente.

        – Mabel? Abre a porta por favor. – O choro parou, mas nenhuma porta foi aberta, nem nenhuma voz soou de dentro do quarto. – Eu só quero conversar eu juro que não vou mais pressionar você … Mabel me perdoa. Eu não deveria ter ignorado você, não deveria ter te forçado a me contar nada que estivesse te machucando, eu  … Eu sinto muito por não ter sido o irmão que você merece. – Dipper não era exatamente uma muralha de pedra, estava chorando desde de que começou a falar, aquilo era o mais sincero de seu coração.

Depois de alguns segundos torturantes um click na porta foi escutado, Mabel tinha destrancado a porta. Pacífica deu um suave aperto no ombro do namorado e em seguida se retirou do local, era uma conversa de irmãos da qual ela não queria se intrometer.

Mabel não ousou desviar o olhar da janela quando Dipper entrou no quarto, também não ousou sair de dentro de seu suéter quando a porta foi fechada, se sentia mais segura assim.

Mesmo sem dizer nada, o moreno sentou ao lado da irmã no sofá que ficava na janela, olhou para o mesmo ponto escuro da floresta que a garota tentando tomar coragem para conversar sobre o que havia acontecido lá embaixo.

        – Mabel … Você foi … Estuprada não foi? – Era difícil para Dipper dizer aquilo, mais difícil ainda se manter firme ao imaginar sua irmã passando por aquilo. Mas ele não seria egoísta em querer evitar aquele assunto somente para se autopreservar, Mabel não poderia fazer isso quando as memórias eram delas. Ignorar o assunto se a morena quisesse falar sobre era um ato egoísta e covarde.

Quando a garota começou a chorar, Dipper entendeu aquilo como um sim. E abraçou com força a irmã. Embora Mabel soubesse que Dipper tinha entendido errado o motivo de suas lágrimas, o abraço foi um conforto maior do que ela poderia imaginar. Era difícil. Ela não queria que Bill passasse como o "cara mau" , mas ela precisava de pelo menos um pouco de carinho fraterno antes de contar a verdade e ser olhada de maneira esquisita.

        – Eu vou apoiar você no que você decidir Mabel. Se você quiser tirar isso de você eu não vou te julgar. A escolha é sua. – Dipper só queria ajudar. Ele não sabia o quanto a palavra "isso" tinha ferido o coração da irmã.

Fazia apenas poucas horas que ela soube da existência daquele pequeno sersinho dentro dela, mas o amor que tinha por ele já era incondicional. A ideia de um aborto a fazia amedrontada. Mas se ela iria seguir com aquilo em frente. Ela precisava see forte. Por ela, por seu filho e por Bill.

Respirando fundo, engolindo o choro, Mabel afastou o irmão suavemente de si. Quando o morenoblhe olhou fixamente ela se abraçou em si mesma, tentando se esconder do olhar.

        – D-Dipper … Não … – O moreno lhe olhou confuso, ponderando o que o não queria dizer naquela situação. Mas antes que questiona-se algo, Mabel continuou: – Eu … Meu Deus Dipper eu estou perdidamente apaixonada pelo Bill! – A garota riu entre as lágrimas de puro nervosismo.

Dipper tinha os olhos tão arregalados que quase pareciam pires de tão grandes. Sua irmã agarrou as madeixas grossas de seu cabelo castanho em desespero e continuou.

        – Esses dias sem ele foram os piores da minha vida, todo vez que alguém me olhava com pena eu sentia vontade de vomitar, eu não sofri nada que precise de pena! Ele não me levou por acaso Dipper, levou pra' me proteger, tinha algo em mim, algo muito ruim, foi isso que matou nossos pais e foi isso que quase me matou Dipper! – A garota chorava compulsivamente e tremia como nunca, ela estava a beira de um ataque de pânico.

          – M-Mabel eu … – Ele começou mas foi parado repentinamente pela irmã novamente.

          – E sabe o que mais dói? É saber que agora eu tenho algo dele pra' mim e sei que ficar com esse bebê vai ser a ideia mais estúpida do mundo pra' todo mundo, mas … – Então, como uma brisa fresca de verão, os olhos tempestuosos da Pines sd suavizaram. – Eu quero. Eu quero muito levar isso em diante. E se nenhum de vocês aceitar isso, eu vou cuidar disso sozinha. – Dipper não lembrava da última vez que viu um olhar tão determinado nos olhos castanhos que compartilhava com a irmã gêmea.

Ela falava como se tivesse certeza absoluta do que queria. E talvez fosse compaixão ou a ligação estranha de gêmeos, mas no fundo de sua alma ele sabia que se Mabel não odiava Bill, era porque tinha algo bom nele. Dipper não entendia ainda, mas estava disposto a entender. Não por Bill, mas por sua irmã.

        – Mabel. Você é minha irmã e nada vai mudar isso. Eu realmente não entendo nem fasso ideia do que aconteceu entre vocês dois, nem o que vai acontecer daqui pra' frente, mas eu vou estar junto com você durante toda sua … Situação. Eu te amo irmã – A única resposta que Mabel lhe deu foi um abraço, mas estava tudo bem, não precisava de mais do que isso.

×××

[1 mês depois]

        ❡Tinha sido algo difícil, mas Dipper convenceu Stan e Ford de que era melhor ele ir junto com Mabel em uma clínica abortiva sozinho, afinal, era sua irmã e ela não precisava que eles estivessem lá nessa hora difícil.

Graças a alguma sorte que o universo lançou sobre eles, os dois idosos ainda tinham viagens pendentes para os cantos mais remotos dos polos congelantes da Terra, e ficariam lá por tempo indeterminado. Aquilo tinha sido uma sorte que eles não teriam outra vez, por isso Dipper e seu cérebro de nerd trabalhava incansavelmente em pensar em uma solução para a situação. Mas por enquanto, era melhor deixar Mabel em paz, não queria afetar a gravidez da irmã.

Dipper ainda torcia o nariz quando a palavra era processada em seu cérebro, mas fazia o possível para não olhar torto para a crescente barriga da morena. Wendy e Soos ainda tinham medo do que poderia acontecer á Mabel, carregando um meio demônio em seu útero, mas o corpo era dela, não queriam se intrometer no assunto, prometeram não contar nada para Stan ou Ford, embora Soos ainda sentisse que estava traindo a confiança do Sr. Pines.

Dipper no entanto era praticamente o único além de Mabel a morar na cababa - e agora Pacifica que se rebelou totalmente aos pais depois de não aceitarem sua gravidez - e se morar junto com uma grávida já era frustante, imagine morar com duas.

Depois que a fase dos enjôos passou o moreno acreditou fielmente que o pior já tinha passado, mas então Mabel e Pacífica cairam de cabeça na fase das emoções descontroladas e dos desejos.

Mabel odiava a fase dos hormônios, mas poderia conviver com as dos desejos, a cada vez que ficava com vontade de algo Irene fazia surgir imediatamente, ela poderia se acostumar com essa mordomia. Embora tivesse que tomar cuidado com Dipper, o moreno acabar de descobrir que sua irmã estava grávida   - grávida de uma criança que ela fez com muito prazer - e apaixonada pelo causador do apocalipse de Gravity Falls e atormentador de seu primeiro verão na cidade madeireira, ele não precisava saber agora que ela também tinha magia fluindo em suas veias e uma fada falante cor de rosa.

         – Eu nunca vou entender as grávidas … – Foi Wendy a dizer aquilo, as sombrancelhas franzidas enquanto via Mabel e Pacífica se entupindo de chocolate e cantando animadamente alguma música da Melanie Martinez. Pitty Party se ela não se enganava …

(N/A - Saudade de quando eu descobri a Mell pela primeira vez em 2017 aiai … Bons tempos.)

        – Isso não tem nada haver com gravidez! Tem haver com o quão maravilhosa a Melanie é! – Pacífica se denfendeu e a ruiva optou por não questionar se as lágrimas que a loira derramava também não tinha haver com a gravidez.

         – Isso é orgulho de ser Cry Baby. – Mabel completou, embora estivesse mais preocupada em terminar com cada grama de Nutella presa dentra do pote em suas mãos.

Wendy revira os olhos sorrindo. Em contrapartida, Soos e Dipper entram na sala, os dois olhando da mesma forma estranha para as duas mulheres grávidas.

        – Mélodie tem esses surtos … Estranhos também. – Ele disse olhando para Wendy que só faltava tirar uma foto e mandar passar no "Você Sabia? "

        – São hormônios. Embora acho que os da Mabel são antinaturais. – Se referia a todas as mudanças de humor repentinas e anormais da garota. Dipper concordou, ele já tinha notado aquilo e teorizava que era por conta da irmã não estar carregado exatamente a definição de uma criança normal.

A morena pareceu ofendida e estava prestes a se defender, usando dos "palavrões" mais "pesados" que ela conhecia. Quando notou que estava fazendo exatamente a coisa pelo qual estava prestes a negar. A garota então desviou o olhar e corou, ignorando as risadas debochadas de seu irmão. Sem nenhuma desculpa convincente.

(N/A - Con"vincente", deem olá para o Purple Guy [quem pegou, pegou.] )
(N/A do futuro - beleza, hoje em dia o bicho ruim tem nome mesmo. VAI SE FODER WILLIAM AFTON--)

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      ❡– Hey Irene? – Em segundos a bolinha brilhante apareceu na frente de Mabel. A morena estava de bruços em sua cama, um olhar triste no rosto.

        – O que deseja Senhora? – Irene se curvou educadamente e prendeu sua atenção em Mabel.

A morena suspirou ao virar de posição, agora de barriga para cima ela pode colar suas mãos em seu ventre e acariciar o mínimo inchaço ali.

        – Você acha … Que vai ser saudável? Uma criança … Normal? – Ela não queria chamar seu próprio neném de anormal, mas perante aos humanos era isso que ele seria caso os poderes de Bill ou os dela - que na verdade ela ainda não sabia quais eram extensões deles - se manifestassem na criança.

         – Não posso ter exata certeza disso. Mas a influência de Bill é muito forte, à uma grande possibilidade dessa criança ser tão poderosa quanto ele … Mas … A Senhora será uma boa mãe, o mais importante é não deixar seu bebê sozinho no futuro, nada vai acontecer com ele se você estiver por perto. – Irene falou com suavidade, tentando passar a confiança que nem ela mesma tinha em suas palavras.

Mabel acente com a cabeça e dispensa Irene com um carinho rápido nas minúsculas bochechas. Após isso, acaricia o ventre com um sorriso nos lábios.

        – Você vai ser uma pessoa muito especial meu amor … Eu vou te amar independente de quem você acabar sendo. – Mabel poderia parecer estar falando sozinha naquele quarto, mas de alguma forma ela sabia que a coisa frágil de formando dentro de si estava a ouvindo.

Minutos depois, a exaustão que a gravidez trazia levou a melhor sobre Mabel, que adormeceu suavemente, uma mão em cima do ventre protetoramente e um último pensamento ...

Sinto muito por você crescer sem seu pai.

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Notas finais:

eu chorei nesse cap se você quer saber ;^;

Enfim, eu preciso de dois nomes femininos parecidos pras gêmeas da Pacifica,comentem nomes que o que eu gostar eu vou por na fic.

comentem o que acharam, deixem uma estrelinha e até o próximo cap.

Sayonaraaa Porpurininhas!✨

Última atualização: 27/08/20 às 13:49

(Palavras: 2.327)

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