5 - Min Yoongi não tinha para onde ir.
☆Vamos para mais um cap? Por favor deixem seu votinho. Boa leitura.
Depois do almoço a Sra. Park me ligou dizendo que precisava sair e eu tinha que ir buscar a HyeRin. Mesmo à contra gosto o Yoongi entrou dentro do táxi e fomos até lá buscar a menina.
-Desculpe mais uma vez - falei para a Sra. Park, me curvando - Mais tarde eu ligo para explicar tudo a senhora. Obrigada.
Carreguei o bebê conforto para dentro do táxi e o Yoongi, sentado no banco da frente deu o endereço de para onde iríamos, foi uma viagem longa, silenciosa e cansativa, o táxi parou diante de um luxuoso prédio em Gangnam onde ele mantinha uma residência.
Ele me pediu para esperar no saguão do hotel enquanto o mesmo pegava as chaves na recepção, esperei alguns minutos quando ouvi a voz do Yoongi se sobressaindo e ecoando por todo o galpão, ele falava mais alto com o recepcionista e assiti dois seguranças muito maiores que ele o tirando a força de dentro do prédio, era tudo tão barulhento e confuso, eu catei minhas coisas com a HyeRin no braço e corri atrás dele, me sentindo em uma espécie de dorama, o meu chefe foi empurrado da forma mais humilhante possível e jogado em direção à calçada, caindo de forma espalhafatosa e embaraçosa, algumas pessoas passavam pararam para ver o que acontecia e óbvio filmavam tudo.
-Você vai se arrepender. Eu vou processar todos vocês - gritou para os seguranças que agora entravam no prédio de novo de costas para ele. Nem cachorro era escurraçado dessa forma.
-O que aconteceu? - perguntei assim que ele ficou de pé, limpando o excesso de terra de suas roupas. Ele segurou no meu braço e saiu me puxando para longe dali.
-Vamos sair daqui - disse soando irritado caminhando apressadamente precisei correr para acompanha-lo, algumas pessoas filmavam e eu apenas segui ele com a HyeRin nos braços, que nesse momento felizmente se mantinha calada diante de toda essa confusão. Que baita problema!
-O que aconteceu? - perguntei de novo quando sentamos em um banco de uma praça próximo do prédio.
- Meu bens foram bloqueados. Todos - de novo ele passou as mãos pelos cabelos. - Eu não tenho para onde ir - disse me olhando. - E agora? - eu momentaneamente não conseguia decidir o que era pior nessa história toda. Ver que o Min Yoongi não tinha para onde ir, estava perdido, desorientado e desamparado, era de cortar o coração, porém minha situação era praticamente similar à dele, eu também não tinha para onde ir se a casa dele estava interditada e a gente não podia ficar na rua porque estávamos com uma criança nos braços. Eu me sentia tão perdida quanto, tão desamparada quanto e tão desorientada quanto!
-Liga para alguém, talvez algum dos seus amigos possa ajudar! - sugeri. Ele me encarou por um longo momento como se ponderasse a minha idéia e então pegou o celular.
Uma, duas, três... Dez ligações depois e ninguém atendeu ele. Ninguém! Será que quando o advogado falou que ele estava sozinho se referia a isso? Todos virariam as costas para ele assim ao ponto de sequer atender o telefone? A cada novo minuto essa situação se tornava pior.
O crepúsculo caia e a HyeRin já dava sinais de irritação, provavelmente ela estava com fome e a mamadeira que eu tinha trago comigo já tinha acabado, eu mesma estava com fome já e cansada e provavelmente era o mesmo para ele. Estava esfriando rapidamente e precisávamos de um abrigo.
O Yoongi não se moveu de onde estava, tenho certeza que por dentro ele chorava com toda essa situação, só que por fora ele apenas olhava o horizonte de prédios à frente dele, sem dizer nada, sem esboçar nenhuma reação, como se não acreditasse em tudo o que estava repentinamente acontecendo com ele. Tenho certeza que ele estava arrasado com tudo isso, mas como não estar? Era destruidor demais tudo isso.
-Vamos para um hotel - Eu disse por fim. - Um mais barato, eu pago algumas diárias no cartão até a gente descobrir o que fazer - sugeri sabendo que mesmo que eu tentasse, não teríamos muitas outras opções.
Ele concordou sem dizer nada, apenas levantou e caminhou sem rumo nenhum, até que eu vi um hotel no mapa do celular que dava para pagar.
Passei o cartão e paguei as diárias por um quarto de duas camas, pedi uma refeição e água quente para fazer o leite da HyeRin, deixei ela no bebê conforto enquanto tomava um banho e a TV ligada para distrair o Yoongi. Ele não tocou na comida, eu comprei uma roupa para ele na loja da recepção do hotel, porque ele ainda usava o terno preto e a blusa branca de dois atrás quando saiu de casa para resolver o problema da HyeRin e ordenei que ele fosse tomar um banho. Minutos depois ele voltou vestido em uma blusa listrada, com os cabelos molhados, tirou literalmente 3 colheradas da comida, deitou na cama quase que em posição fetal e dormiu.
■
Foram assustadores 3 dias em que ele apenas dormiu, mesmo que a HyeRin chorasse, ele apenas colocava um travesseiro em cima da cabeça e não saia de cima da cama, eu entendia a tristeza dele e a falta de palavras de sua parte, era muito para assimilar em tão pouco tempo. Ele apenas comia um pouco e voltava a dormir, era triste de ver e isso estava me incomodando muito.
Mesmo que eu pensasse em uma solução para tudo isso, sem dinheiro era impossível. Na TV ele era notícia todos os dias, falavam no "crime" cometido por ele, do escândalo no prédio luxuoso de Gangnam, e todos os dias falavam sobre como iam as investigações, quais as chances de ele ser condenado e possíveis consequências para a produtora dele.
Eu sai com a HyeRin para comprar leite e meu cartão recusou. Liguei para o banco e eles disseram que eu já tinha atingido o limite mensal, ótimo. Agora não tínhamos mesmo dinheiro, eu implorei por mais um pouco de crédito para pagar pelo menos o restante da semana no hotel e depois de muito negar eles cederam e me deram mais um pouco de crédito no cartão. Paguei adiantado as diárias do hotel. Pelo menos mais 4 dias com teto estavam garantidos, minha esperança era de que toda essa situação se resolveria em breve. O Yoongi ia levantar da cama e reagir à tudo isso, ele se ergueria com uma das suas soluções geniais.
Mas isso não aconteceu.
7 dias depois do ocorrido e ela ainda agia da mesma forma, como um zumbi, da cama para o sofá do quarto. Se essa era a forma dele reagir à tudo isso eu não sei, só sei que eu não tinha mais crédito no cartão e o pouco dinheiro que me sobrava na conta não duraria por muitos dias, comecei a me sentir preocupada, era desesperador ver ele assim, nem de longe lembrava o Yoongi que eu conhecia minha vida toda, e eu não entendia porque ele estava sendo tão passivo com tudo isso.
- Yoongi - cutiquei ele para avisar que o almoço tinha chegado. Ele apenas olhou por cima do ombro para mim e depois voltou a dormir, irritada e preocupada de ver o mundo todo desmoronando diante da gente e ele não fazendo nada para reverter essa situação, peguei o travesseiro da minha cama e joguei nele. - Yah Min Yoongi, eu estou falando com você - Meu tom de voz muitas oitavas mais alto, assustou a HyeRin que começou a chorar.
-O que você quer? - perguntou ainda de costas para mim de forma preguiçosa e sonolenta. Segurei a menina que chorava nos braços e dei a volta na cama ficando de frente para ele.
- Que você reaja, faz alguma coisa! Levanta dai e vai provar a sua inocência! - gritei nem percebendo que lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu estava estressada demais com tudo isso. - o Min Yoongi que eu conheço, não agiria assim, como um covarde acuado, o dia todo nessa cama, mofando enquanto tomam tudo o que é dele - sentei no chão com a criança nos braços que parou de chorar quando me viu chorando. Eu estava preocupada demais. Era caótico demais e muito difícil de processar tudo.
Olhei para ele que me olhava sem expressão nenhuma e com seu sotaque carregado de Daegu ele apenas falou:
-Ninguém pediu pra você me ajudar, nem ajudar ela, você criou problemas para si mesma por que quis! - disse friamente. Engoli meu choro. Minha vontade era de socar a cara dele, até que ele voltasse a ser a porra do Yoongi que eu conhecia, mas eu sabia que ele estava assim porque na verdade estava tão desesperado quanto eu com tudo isso.
Levantei do chão e sai do quarto carregando a HyeRin comigo em direção ao playground do hotel em que estávamos. Enquanto ele engatinhava na aérea que era destinada para crianças no hotel, eu abracei minhas pernas e chorei, eu não entendia como tudo tinha vindo acabar assim, apenas uma semana atrás eu estava sendo eu mesma, e agora eu tinha uma criança para cuidar que eu não conseguia abandonar, porque ela já tinha sido abandonada, e o Yoongi totalmente depressivo deixando que as pessoas roubassem tudo o que era dele sem reagir para provar sua inocência. Era um peso enorme e uma responsabilidade muito grande para que eu carregasse sozinha e não tinha saída.
Meu celular tocou e eu sequei minhas lagrimas que impediam que eu visse quem ligava. Era minha tia por parte de pai:
-Tia? - falei.
-Querida você não me deu notícias, fiquei preocupada - disse de forma materna. Minha tia por parte de pai sempre tinha sido tão carinhosa comigo!
-As coisas estão difíceis. - tentei segurar o choro que insistia em querer sair.
-Querida se precisar estou aqui - tendo dito isso, como se uma luz ligasse, eu me lembrei que ela tinha um sobrado na vila de casas dela em Mapo-Gu, que estava para alugar há um tempo já.
-Tia, aquele sobrado ainda está desocupado? - perguntei ansiosa.
-Esta sim querida - disse. Eu sabia, sabia que o Yoongi não estava acostumado à padrões menores que HongDae, Mapo-Gu estava longe de ser um mega bairro luxuoso, e ficava um pouco longe de tudo o que estavamos acostumados a ter, mas era um chance de ter um lugar para ficar até que ele pudesse provar sua inocência, eu não sabia por quanto tempo ele ficaria assim nesse choque, então... Um sobrado em Mapo-Gu dava para bancar, eu teria que arrumar um emprego claro, mas isso eu veria depois. - Ainda está Ai? - minha tia chamou.
-Sim tia, estou. A senhora alugaria para mim? - perguntei.
-Você? Não está mais trabalhando na mansão? - questinou-me.
- Longa história tia, aluga para mim? - tentei desviar da conversa longa.
-Sim, claro - disse. Eu sorri para mim mesma começando ao menos a ver uma luz no fim desse túnel.
-Ótimo, amanhã a gente se muda para ai- avisei.
-A gente? - minha tia não deixava passar uma.
- Longa história - repeti encerrando a ligação.
Mapo-Gu... O Yoongi ia odiar saber que iríamos morar em Mapo-Gu, certeza, mas essa era a nossa melhor chance no momento, as diárias do hotel acabariam amanhã, meu cartão de crédito estava no limite já e ele ainda não estava pronto para encarar a vida da forma como ela estava agora e nem pronto para lutar pela inocência dele, então...
-Mapo-Gu... - repeti para mim mesma pegando a HyeRin no colo e a colocando de frente para mim. - Rin-ah o que você acha de a gente ir morar em Mapo-Gu? - perguntei à ela, que me encarava com seus pequenos olhinhos escuros e repuxadinhos para baixo. - Sua bebê linda - falei dando-lhe um cheiro no alto da cabeça absorvendo seu cheirinho de bebê que era tão bom. - A tia AeRa vai arranjar uma casa para você e seu papai - falei para ela. - O que acha? Até que ele fique bem, é uma boa idéia, não é?
Ela segurou nas pontas nos meus cabelos com força e os puxou, como sempre fazia quando via meus cabelos ao alcance. Tirei on fios que estavam enrolados nas mãos dela que agora babava parecendo feliz. Sentei-a no chão onde a mesma brincava anteriormente.
-Você gostou da idéia? - perguntei fazendo uma voz infantil. Era estranho, era muito estranho o tipo de sentimento que a HyeRin despertava em mim, porque mesmo diante de todas as dificuldades eu não cogitei em nenhum momento abandona-la, na verdade não cogitei abandona-los. Eu não podia fazer isso com ela, nem com ele. E eu tinha bons motivos para não fazer isso.
Eu me sentia bem quando ela se agarrava a mim e mesmo que no início ela parecesse sentir falta da mãe, dia após dia ela ia se acostumando comigo e pedindo meu colo quando chorava, era uma criança adorável e inteligente que rapidamente pareceu se adaptar às nossas circunstâncias, quanto mais eu olhava para ela, menos eu tinha dúvidas que era mesmo filha do Yoongi, por mais que ele ainda negasse ser dele. No momento certo eu ainda iria perguntar à ele como pode ter tanta certeza disso, quando uma carta e a própria criança diziam ao contrário, agora ainda não era o momento para essa conversa, tendo em vista que pouco nos falávamos porque ele realmente se fechou.
Suspirei lembrando que tinha que ir contar para ele que iríamos morar em um outro lugar agora. Ele talvez não fosse reagir mal, já que ainda parecia estar entorpecido por todas as perdas repentinas.
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