Passamos pelo corredor metálico, até sairmos do outro lado atravessando a barreira mágica que eu havia criado, sorrio ao ver ela voltar a forma normal.
Avançamos pela floresta até chegarmos na trilha principal, Gray para e eu desço sentido o familiar cheiro de mato verde, ele volta a forma humana e caminhamos lado a lado, ele não aparenta estar cansado por me carregar, eu fico em silêncio ouvindo os sons da floresta até chegarmos a aldeia.
Ela era bonita, as casas emparelhadas, todas do mesmo jeito e no centro havia uma grande construção, era um salão, para reuniões, festas e comemorações, em cima ficava a casa de Gray, onde ele morava com sua esposa Mia e seu filho Zeke.
Zeke era quase dois anos mais velho que eu, quando crianças sempre gostava de desafia-lo para batalhas, treinamos juntos desde meus seis anos, eu perdia com muita dificuldade e isso foi-se melhorando, hoje eu sempre ganho nossas batalhas.
Mas havia um longo tempo que eu não o via, ele tinha ido morar na cidade próxima a aldeia, diferente de mim ele podia viver sua vida e não se preocupar muito com os outros a sua volta, como próximo Alpha do bando ele escolheu morar na cidade e liderar uma matilha, para proteger as pessoas e tentar ajuda-lás como podia. Ele tinha um coração bondoso, e assim como seu pai seria um excelente líder.
Acompanho Gray até sua casa, durante o trajeto cumprimento com um sorriso todos que passam por mim, que é retribuído com acenos e pequenas reverências, todas as pessoas da aldeia se referiam ao meu pai como Príncipe Guardião, um dia perguntei para ele sobre isso.
- Todos os Guardiões são chamados por Príncipe ou Princesa, apenas nossos amigos verdadeiros sabem nossos nomes. Seria perigoso se todos soubessem.- foi o que ele me respondeu, apesar de eu nunca entender direito o por quê de sermos tratados como a realeza não voltei mais a falar do assunto com ele.
Princesa Guardiã, é como me chamam por aqui. Entro no salão, onde havia imagens de lobos e homens enfeitando as paredes, era um lugar muito bonito de se explorar, subimos a escadaria lateral e entramos na casa pelas portas duplas de madeira com detalhes esculpidos que pareciam formar uma lua crescente.
A casa de Gray era bonita, eu a considerava um segundo lar. Mia aparece com uma colher na mão e vestida com um avental.
- Ola Zoey, bom dia, veio para o almoço?- ela diz e me abraça.
- Talvez. Vim aqui para tratar de coisas com o Sr. Gray. Obrigada por me convidar Srta. Mia.
- Essa é a minha menina diplomática. Igualzinha a sua mãe. - Ela ri e me olha bondosamente.
Ela e minha mãe foram amigas e íncriveis guerreiras, apesar da grande diferença entre elas, a amizade nunca foi afetada, minha mãe era uma fada, loira, tinha olhos castanhos e possuía pele pálida, ela fazia parte do exército das fadas. Mia contou que minha mãe havia abandonado as fadas e foi a procura de batalhas sangrentas, viajava de lugar em lugar derrotando todos que ousavam desafia-la, até conhecer meu pai, num lugar não tão distante daqui, ele estava treinando com Gray enquanto alguns lobos, inclusive Mia, os observava, eles sentiram seu cheiro nas proximidades e foram atrás dela, a encontraram muito ferida, havia sido demônios, tinha marcas de uma feroz batalha, meu pai utilizou seus poderes para cura-la. Quando acordou a fada disse que se chamava Katherine, e estava agradecida a todos por ajuda-la. Ela ainda causava problemas e meu pai a ajudava a controlar sua magia, "E foram se conhecendo e apaixonando cada vez mais", foi assim que Mia terminou de contar sobre como meus pais se conheceram.
Mia era uma excelente cozinheira, suas mãos faziam mágica com os alimentos, e da mesma forma causavam um desastre quando seguravam uma espada. Ela era a segunda no comando, responsável pelos guerreiros lobos e pela ordem na aldeia. Ela era bondosa também, promovia eventos de caridade na cidade e participava de ações solidarias.
- Bem, então vá tratar de seus assuntos, eu espero vocês.- ela volta para a cozinha onde está tocando um telefone.
- Vamos Zoey, ao meu escritório. Eu sigo Gray até o escritório, ele se senta na sua poltrona de couro e eu me sento numa cadeira ao lado.
- Então o que você vai fazer, agora que tem permissão para sair da barreira?
- Vou formar um exército para destruir a Besta quando ela voltar.
- Sabe que tem o nosso apoio, porém somente meu povo não será suficiente. Seu pai se sacrificou por nós, usando todo seu poder para mandar a criatura para outra dimensão.
- É por isso que quero destruir a Besta de uma vez por todas, ela pode estar ficando mais forte a cada instante nessa dimensão desconhecida.
- Concordo - ele afirma positivamente com a cabeça - Mas, o que você irá fazer para formar o exército e destruí-la?
Sorrio e digo:
- Vou formar alianças com os vampiros e com as fadas.